Archive for 5 Dezembro, 2012
Liga dos Campeões – 6ª Jornada – Resultados e Classificações
Grupo A
Paris St.-Germain – FC Porto – 2-1
D. Zagreb – D. Kyiv – 1-1
1º Paris St.-Germain, 15; 2º FC Porto, 13; 3º D. Kyiv, 5; 4º D. Zagreb, 1
Grupo B
Olympiakos – Arsenal – 2-1
Montpellier – Schalke – 1-1
1º Schalke, 12; 2º Arsenal, 10; 3º Olympiakos, 9; 4º Montpellier, 2
Grupo C
AC Milan – Zenit – 0-1
Málaga – Anderlecht – 2-2
1º Málaga,12; 2º AC Milan, 8; 3º Zenit, 7; 4º Anderlecht, 5
Grupo D
Real Madrid – Ajax – 4-1
B. Dortmund – Manchester City – 1-0
1º B. Dortmund, 14; 2º Real Madrid, 11; 3º Ajax, 4; 4º Manchester City, 3
Grupo E
Chelsea – Nordsjælland – 6-1
Shakhtar Donetsk – Juventus – 0-1
1º Juventus, 12; 2º Shakhtar Donetsk, 10; 3º Chelsea, 10; 4º Nordsjælland, 1
Grupo F
Bayern – BATE Borisov – 4-1
Lille – Valencia – 0-1
1º Bayern, 13; 2º Valencia, 13; 3º BATE Borisov, 6; 4º Lille, 3
Grupo G
Celtic – Spartak Moskva – 2-1
Barcelona – Benfica – 0-0
1º Barcelona, 13; 2º Celtic, 10; 3º Benfica, 8; 4º Spartak Moskva, 3
Grupo H
Sp. Braga – Galatasaray – 1-2
Manchester United – CFR Cluj – 0-1
1º Manchester United, 12; 2º Galatasaray, 10; 3º CFR Cluj, 10; 4º Sp. Braga, 3
Confirmaram o apuramento para os 1/8 Final as equipas do Paris St.-Germain, FC Porto, Schalke, Arsenal, Málaga, AC Milan, B. Dortmund, Real Madrid, Juventus, Shakhtar Donetsk, Bayern, Valencia, Barcelona, Celtic, Manchester United e Galatasaray.
Assim, na próxima eliminatória (1/8 Final) destacam-se os contingentes de: Espanha (Málaga, Real Madrid, Valencia e Barcelona), Alemanha (Schalke, B. Dortmund e Bayern), Inglaterra (Arsenal e Manchester United) e Itália (AC Milan e Juventus). França, Portugal, Ucrânia, Escócia e Turquia mantêm apenas um representante.
Entretanto, garantiram a passagem para a Liga Europa as equipas do D. Kyiv, Olympiakos, Zenit, Ajax, Chelsea, BATE Borisov, Benfica e CFR Cluj (não obstante a equipa orientada pelo português Paulo Sérgio ter obtido uma sensacional vitória em Manchester).
As grandes surpresas desta fase de grupos foram o afastamento das provas europeias desta temporada, desde já, do Manchester City, campeão de Inglaterra – sem ter conseguido obter sequer uma vitória -, o que sucede também, entre outros, ao Anderlecht, Montpellier (campeão francês), Lille, Spartak Moscovo… e Sp. Braga (derrotado nos três jogos em casa!); assim como a eliminação do Campeão europeu em título (Chelsea), o que acontece pela primeira vez desde que a competição é disputada nesta fórmula, vendo-se relegado para a Liga Europa.
Liga dos Campeões – 6ª Jornada – Barcelona – Benfica
Barcelona – José Manuel Pinto, Martín Montoya, Carles Puyol, Adriano (67m – Gerard Piqué), Carles Planas, Alex Song, Thiago Alcântara, Sergi Roberto, Cristian Tello (78m – Gerard Deulofeu), Rafinha (58m – Lionel Messi) e David Villa
Benfica – Artur Moraes, Maxi Pereira, Luisão, Ezequiel Garay, Melgarejo, Nemanja Matić, André Gomes, Ola John, Rodrigo (75m – André Almeida), Nolito (63m – Bruno César) e Lima (74m – Óscar Cardozo)
Cartões amarelos – Rafinha (49m) e Adriano (60m); Nolito (43m), Ezequiel Garay (56m), Luisão (59m) e Nemanja Matić (78m)
Árbitro – Svein Oddvar Moen (Noruega)
Entrando em Camp Nou para defrontar uma equipa reservista do Barcelona (na qual, dos habituais titulares, apenas Puyol e David Villa alinharam de início), o Benfica denotou, desde cedo, uma atitude assertiva, assumindo o controlo do jogo e espreitando amiúde o ataque, fosse em jogadas organizadas ou em lances rápidos, a desmarcar os seus avançados.
Aos 11 minutos, disporia de uma primeira soberana ocasião de golo, com Rodrigo, a surgir isolado, acompanhado por Nolito, mas, em vez de fazer o passe para o companheiro, que seria decerto fatal, de forma individualista tentou o remate à baliza, com a bola a sair ligeiramente ao lado.
Para, à passagem dos 20 minutos, nova boa oportunidade para a equipa portuguesa, com Nolito, algo desenquadrado com a baliza, não obstante dela muito próximo, a não conseguir dar a melhor direcção no remate de cabeça.
Entretanto, aos 21 minutos, o Celtic marcava o primeiro golo desta noite europeia e passava a estar em posição de vantagem face ao Benfica, na disputa da qualificação para os 1/8 Final da Liga dos Campeões.
O Barcelona só aos 23 minutos daria o primeiro aviso, conseguindo ultrapassar a defesa benfiquista, mas a bola perder-se-ia pela linha de fundo. Para, no minuto seguinte, Garay ter de cortar, em cima da linha de golo, um perigoso remate de cabeça da equipa catalã.
Tendo chegado a uma incrível marca de 7-0 em cantos a favor do Benfica, na primeira meia hora de jogo, aos 32 minutos, culminando excelente iniciativa, Lima surgiu novamente isolado frente a Pinto, rematando ao poste mais distante, mas o guardião do Barcelona conseguiu, com uma difícil e atenta estirada, desviar a bola… para o poste.
Ainda uma outra oportunidade, aos 35 minutos, com Ola John, descaído do lado direito, também a isolar-se, a rematar para nova defesa apertada de Pinto, para canto… o oitavo a favor Benfica!
Inesperadamente, o Barcelona via-se obrigado a jogar “de aflitos”, na sua zona defensiva, de que era exemplo o lance de Puyol a despachar de qualquer forma, aliviando a bola pelo ar, para fora da área.
Aos 40 minutos, o Spartak de Moscovo empatava em Glasgow, recolocando o Benfica em posição de apuramento…
Ao intervalo, com um absolutamente fantástico registo de 8-0 em cantos, e três a quatro soberanas ocasiões de golo desaproveitadas, pressentia-se que o Benfica podia estar a desperdiçar uma oportunidade única para ganhar em Barcelona…
Logo a abrir o segundo tempo, a equipa portuguesa perderia ainda outro lance de perigo, perante uma defesa catalã que não conseguia acertar as marcações aos rápidos dianteiros benfiquistas.
Contudo, a partir dos 50 minutos, a tendência do jogo parecia começar a inverter-se, com o Barcelona a soltar-se, e a chegar com mais frequência às imediações da área do Benfica, principalmente na sequência de iniciativas de Tello, numa delas a obrigar a apertada intervenção de Artur Moraes. Urgia fazer alterações na equipa… Mas, quem começaria por a fazer, seria Tito Vilanova, fazendo entrar Messi em campo, estavam decorridos 58 minutos.
À passagem da hora de jogo, o Benfica tentava parar a ofensiva catalã, agora com lances de ataque mais esporádicos, num deles, com Luisão a cabecear, fraco, para uma defesa fácil de Pinto. Aos 64 minutos, a equipa portuguesa ampliava a contagem de cantos para 9-0 (finalizaria o encontro com uma marca de 10-2)!
À entrada para os derradeiros 20 minutos, a formação benfiquista começava a perder, por completo, o controlo do jogo, apenas com dificuldade conseguindo sair do seu meio-campo; as investidas do Barcelona sucediam-se, cada vez mais ameaçadoras. Era necessário apelar à capacidade de união e sofrimento.
Os treinadores mexiam nas equipas: Vilanova retirava os elementos já com cartão amarelo; Jorge Jesus tentava refrescar a equipa, fazendo sair os jogadores mais desgastados.
Só que, a 8 minutos do final, chegavam más notícias de Glasgow: o Celtic voltava a colocar-se em vantagem no jogo e na classificação, face ao Benfica.
Haveria ainda tempo para uma extraordinária dupla intervenção de Artur Moraes, primeiro, arrojando-se aos pés de Messi, a roubar-lhe a bola, e, de imediato, na recarga, já em esforço, de parte a parte, com Messi a tentar o chapéu, mas o guarda-redes benfiquista conseguiria ir ainda resgatar a bola. Estavam decorridos 87 minutos, e, na sequência do lance (no choque com Artur), Messi sofreria uma lesão, tendo de sair de campo, ficando a equipa catalã reduzida a 10 unidades.
Jesus arriscava tudo: dava instruções a Luisão para subir no terreno. Mas, mesmo com cinco minutos de tempo de compensação, era tarde, e os jogadores não tinham já reservas físicas, nem disponibilidade mental para fazer a bola chegar lá à frente, de forma pensada. No último lance da partida, Cardozo não teve a serenidade para rematar à baliza, a bola sobrou ainda para Maxi Pereira, que remataria muito por alto. O Benfica caía de pé… por culpa própria.
«O mal-entendido»
Há uma semana, quando foi anunciada a enésima ajuda à Grécia, e que passava essencialmente pelo alongamento dos prazos de reembolso ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e por um período de 10 anos de carência de juros, o Governo português finalmente tomou a iniciativa de renegociar qualquer coisa no memorando.
Fê-lo rapidamente, e fê-lo muito bem: avançou, ele próprio, com um pedido de igualdade de tratamento.
O País pôde então ver e ouvir o senhor ministro das Finanças na Assembleia da República, onde se referiu aos outros “países de programa” (Portugal e Irlanda) como razoáveis beneficiários das novas condições acordadas para a Grécia. E, da parte europeia, o País pôde também ver e ouvir na televisão o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, referindo-se aos seus bons amigos portugueses e irlandeses como beneficiários dos seus bons serviços no Eurogrupo. Pois bem, afinal, parece que foi tudo um grande mal-entendido! […]
Como aqui escrevi na semana passada, a situação na Grécia é uma farsa generalizada, e em Portugal para lá caminhamos. Por isso, é crucial que não se dêem sinais que mais não farão do que instigar a opinião pública contra a ‘troika’. Dada a nossa situação de semi-insolvência, em que (ainda) nos encontramos, precisamos da ‘troika’, mas desde que esta esteja genuinamente interessada na nossa salvação, e não no nosso naufrágio. Neste sentido, e dada a dívida colossal a que chegámos, a dívida tem mesmo de ser reescalonada, tem de ser atirada para as calendas.