Archive for 26 Fevereiro, 2006
BENFICA, 1 – PORTO, 0
Num jogo que não constituiu um bom espectáculo de futebol, o Benfica conquistou mais uma inquestionável vitória (a segunda da época, frente ao FC Porto), conseguindo, no espaço de 5 dias, derrotar os dois últimos Campeões Europeus.
Na partida de hoje, mais uma vez (tal como acontecera com o Sporting na época passada, ou o Liverpool, na Terça-feira), uma das equipas (no caso, o FC Porto) abdicou de jogar o jogo “pelo jogo”; os portistas pareciam apenas pretender evitar a derrota, tendo o Benfica assumido, logo a partir do primeiro quarto de hora, o controlo do encontro.
Tal como no jogo de Terça-feira, o Benfica teve a felicidade de chegar ao golo (estavam decorridos 40 minutos), desta vez num livre de “muito longe”, marcado pelo francês Robert, com grande responsabilidade de Vítor Baía.
Na segunda parte, o FC Porto pareceu então querer “entrar no jogo”, mas o Benfica – com uma defesa sólida, com Luisão “imperial”, uma muito boa exibição de Anderson e, Léo, mais uma vez, pleno de confiança, a vencer claramente o duelo com Quaresma – não permitiu que a equipa adversária construísse qualquer jogada de perigo; pelo contrário, no último quarto de hora, o Benfica, em contra-ataque, disporia de duas ou três oportunidades para ampliar a vantagem. Destaque ainda para as exibições de Petit e Manuel Fernandes, assegurando o domínio da zona nevrálgica do meio-campo.
Uma palavra final para a má exibição do árbitro, com um comportamento errático a nível disciplinar (procurando evitar mostrar cartões no início do jogo; acabando por ter de a eles recorrer com frequência); Quaresma devia ter sido expulso por duas vezes; McCarthy podia ter sido também expulso; Léo cometeu falta que poderia também originar a sua expulsão; muitas faltas assinaladas, a interromper a fluidez do jogo (ignorando mesmo a “lei da vantagem”, numa jogada em que o Benfica partia para a baliza adversária); alguns foras-de-jogo mal assinalados; uma grande penalidade por assinalar (Petit foi impedido de chegar à bola, quando se aprestava para fazer o segundo golo, a 5 minutos do final); João Ferreira conseguiu, escusadamente, enervar os 55 000 benfiquistas presentes.
Na disputa do campeonato, o Benfica reduz a diferença para o FC Porto para 5 pontos (agora perseguido de perto pelo Sporting, a apenas 2 pontos), mas continua bastante longe da perspectiva de poder revalidar o título; surpreendentemente, é o Sporting que se perfila agora como principal candidato, pelo menos se extrapolarmos os resultados realizados na época passada por FC Porto, Sporting e Benfica frente aos adversários das 10 jornadas que falta disputar: a repetirem-se os resultados da época passada, o Sporting seria Campeão (com 68 pontos); o Braga seria segundo (com 67 pontos); o Benfica e FC Porto (com 66 pontos) seriam, respectivamente, terceiro e quarto classificados. Tudo estará portanto ainda por decidir; têm a palavra os 4 (5, com o Boavista?…) candidatos.
BLOGOSFERA EM 2005 (XXI)
Rogério Santos (Indústrias Culturais) assumiu a coordenação do grupo de trabalho “Weblogs no ensino“, tendo apresentado as principais conclusões, com referência a exemplos de blogues ligados a esta área, desde logo referindo o blogue de António Granado (Ponto Media), nomeadamente como forma de contacto com os seus alunos de “ciberjornalismo”, passando também pelo Jornalismo Digital, Jornalismo e Comunicação, Aula de Jornalismo e Jornalismo Porto Net.
Referiria ainda o Irreal TV (de Francisco Rui Cádima) e o Net FM (de Paula Cordeiro), fechando com o Geografismos (“cadernos diários electrónicos”, administrados directamente pelos alunos).
Destacou o papel de suporte de apoio não presencial no ensino, assim como as suas potencialidades de interactividade / trabalho colaborativo, em ambos os sentidos (professor – aluno), contribuindo também, de alguma forma, para reduzir as “barreiras hierárquicas”.
Apontaria como conclusão final do grupo de trabalho que os blogues no ensino constituem uma alternativa válida, a nível da gestão de conhecimento em comunidade, consubstanciando-se numa ferramenta para a alfabetização digital.
Jorge Bacelar (Blogue dos Marretas), coordenador do grupo de trabalho “Weblogs e cultura” destacaria também alguns exemplos de blogues da área cultural, começando pelo incontornável Janela Indiscreta, referindo também o Escrever para o boneco, na área da ilustração.
Algumas das questões suscitadas no debate entre o painel de bloguistas integrante do grupo de trabalho prendem-se com a autoria e os “direitos de autor”, realçando a questão ética da citação / referência (nomeadamente por via de links) das fontes.
Foi também referido o aspecto da “censura” / auto-regulação, com o exemplo do caso chinês, com o Estado a monitorizar os conteúdos, mas também com os casos Muito Mentiroso e Do Portugal Profundo, em que, em Portugal, de alguma forma se pretendeu controlar os conteúdos.
Uma das conclusões referidas foi a de que os blogues culturais são pontos de encontro de micro-comunidades que partilham interesses, chegando mesmo a aspectos muito específicos (como, por exemplo, ser fã de uma banda de garagem que mais ninguém conhece!…).
Encerraria a sua intervenção recuperando a questão da necessidade de criação de um arquivo / “memória” – os blogues como um acervo documental que permitisse aos estudiosos do futuro dispor de documentação que permitisse caracterizar os tempos de hoje (criar uma espécie de “Torre do Tombo virtual”).