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O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XX)
Dois dias depois, o mesmo Francisco José Viegas abordaria o tema nas páginas dos jornais, no “Jornal de Notícias”: «De repente, a descoberta da blogosfera veio para as páginas dos jornais. José Pacheco Pereira publicou alguns artigos sobre a matéria e o essencial disse-o ele: é impossível saber o que pensa o Portugal dos anos 90 sem referir a blogosfera, o mundo dos blogs, a travessia imediata da internet por cidadãos anónimos ou com nome que, diariamente, dão opinião, escrevem sobre todos os assuntos (de política a medicina, de sociologia a arquitectura, de literatura – sobretudo – ao dia-a-dia de gente que não conhecemos)» [87]. No “Público” de 31 de Julho, Eduardo Prado Coelho escrevia também sobre os blogues.
Nos meses de Agosto (no dia 11) e Setembro (a 2), o “Diário de Notícias” abordaria também o tema, por intermédio de Pedro Correia e Medeiros Ferreira, com uma nova abordagem sobre o fenómeno.
A 4 de Outubro, no suplemento “Actual”, do “Expresso”, António Guerreiro apresentava uma crítica ao “universo dos blogues”, nomeadamente pela reprodução na blogosfera de um regime que afirma ser o «responsável pela hipertrofia da “opinião” que caracteriza a imprensa, em Portugal», o do “mandarinato”, caracterizado pela «corrida ao espaço público mediático».
O vertiginoso ano blogosférico de 2003 fechava com a referência de Manuel António Pina, que escrevia na revista “Visão”: «A blogosfera é o lugar onde hoje melhor se escreve e se pensa em português. […] E o facto de a maior parte dos blogues ser, julgo, escrita por gente com menos de 30 anos justifica uma réstia de esperança no futuro» [88].
A 6 de Janeiro de 2004, Paulo Querido lança uma novidade, ao colocar disponível na Internet o primeiro texto sobre blogues a título de conteúdo pago (o artigo “Blogues de A a Z”, que havia sido publicado na revista do “Expresso” de 3 de Janeiro). A 9 de Janeiro, iniciava-se, na SIC RADICAL, com a “equipa completa”, formada pelos quatro autores do blogue, o programa humorístico “Gato Fedorento”.
Num “agitado” final de Fevereiro, Paulo Gorjão destaca no Bloguitica a “reacção” de um editorial de um jornal de referência (o “Público”) a um texto escrito num blogue (Causa Nossa): «Hoje deu-se mais um pequeno passo na História da blogosfera nacional. Ainda que em post-scriptum, um editorial de um jornal de referência reage a um texto de um blogue: José Manuel Fernandes responde a João Madureira».
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87 Viegas, Francisco José, “Jornal de Notícias”, 24 de Julho de 2003
88 Pina, Manuel António, “Visão”, 18 de Dezembro de 2003
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XIX)
Na edição do dia 26, a revista “Visão” destacava também o fenómeno: «Bem-vindo à blogosfera: Um espaço de liberdade total ou um exercício de narcisismo? Com sarcasmo, humor ou seriedade, os pensamentos de centenas de portugueses revelam-se na Internet. Uns mais mediáticos do que outros, todos os autores têm algo a dizer. Está na hora de actualizar os dicionários: a palavra blogue entrou no léxico nacional»; os dados estavam definitivamente lançados!
A 28 de Junho, José Mário Silva escrevia no “DNA” (suplemento do “Diário de Notícias”): «Em pouco tempo, a blogosfera passou de uma espécie de clandestinidade obscura para a mais iluminada das ribaltas, sem meio termo, à semelhança de tantas outras coisas em Portugal. Se de início houve uma desconfiança porventura excessiva dos media tradicionais em relação ao fenómeno, agora acontece precisamente o contrário. Estamos em plena blogomania: os jornais de referência citam os blogues e dedicam-lhes editoriais; há destaques, reportagens e perfis de “bloggers” a aparecer por todo o lado; entrevistas em programas de rádio; o diabo a sete» [84]. No dia seguinte, o “Correio da Manhã” aborda também o tema, sob o título: “Blogue, A Nova Moda Cibernética”.
A 17 de Julho, Pacheco Pereira insistia na importância do papel da blogosfera como voz imprescindível para compreender o país contemporâneo. A 22, novamente pela mão de Francisco José Viegas, os blogues portugueses chegam à televisão, na NTV, no programa “Livro Aberto” – que tem também um blogue associado [85] –, num debate com as participações de Pedro Mexia (Dicionário do Diabo); Ricardo Araújo Pereira (Gato Fedorento); Nuno Jerónimo (Blogue dos Marretas); Bernardo Rodrigues (Desejo Casar [86]) e Cristina Fernandes (Janela Indiscreta).
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84 Silva, José Mário, “DNA – Diário de Notícias”, 28 de Junho de 2003
85 Livro Aberto – http://livro-aberto.blogspot.com
86 Desejo Casar – http://desejocasar.blogspot.com
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XVIII)
Ainda em Maio, o “Diário Económico” publica também um artigo sobre weblogs, notando que: «A política é o tema mais discutido nos “weblogs”, devido à liberdade de expressão», mas apontando também a existência de espaços de humor, por exemplo com o “Blogue dos Marretas” ou o “Gato Fedorento”.
A 18 de Junho, os blogues chegavam à rádio, por via de Francisco José Viegas, na Antena 1, no programa “Escrita em Dia”, num debate com alguns conhecidos “bloggers”: José Mário Silva, Nuno Costa Santos, Pedro Lomba e Pedro Mexia.
Pacheco Pereira, na sequência da criação do Abrupto – e abordando ele próprio o tema blogues na sua coluna no “Público”, a 19 de Junho – viria a atrair o interesse dos “media” tradicionais sobre o fenómeno, num efeito de espiral, que, conferindo visibilidade à blogosfera, contribuiria activamente para que fosse conhecida por milhares de portugueses, potenciando o seu grande “boom”.
A 21 de Junho, na revista “Única”, do “Expresso”, faz-se também referência à dicotomia “direita-esquerda”, então bastante patente na politizada blogosfera nacional, com alusão ao fim de “A Coluna Infame”. No mesmo dia, um artigo de Pedro Rolo Duarte no “DNA” (suplemento do “Diário de Notícias”) questionava a “promiscuidade” entre jornalistas e “bloguistas”.
O “Destaque” do “Público” de 23 de Junho apresentava alguns dos principais blogues de entre os cerca de 1 000 existentes à data, com um conjunto de 10 textos, abordando o fenómeno da emergente blogosfera nacional sob várias perspectivas, um decisivo contributo para a aceleração do seu crescimento.
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XVII)
7.2. Mediatização da blogosfera
O processo de mediatização da blogosfera teria início, a 25 de Janeiro de 2003, no “Público”, com António Granado a escrever, pela primeira vez, sobre os blogues de maior projecção: A Coluna Infame e Blog de Esquerda. A 28, Pedro Mexia referia A Coluna Infame no “Diário de Notícias”. A 30 de Janeiro, novamente no “Público”, era a vez de Eduardo Prado Coelho se referir aos blogues.
A 1 de Fevereiro, também no “Público” (suplemento “Mil Folhas”), foi Isabel Coutinho a abordar o fenómeno; ainda em Fevereiro, a 21, seria Paulo Pinto Mascarenhas, a referir-se-lhes, no “Independente”.
Já em Março, no dia 1, José Mário Silva escrevia no suplemento “DNA” do “Diário de Notícias”, uma crónica sobre blogues [83], abordando a “revolução em curso na internet”. Em 20 de Março de 2003, Pacheco Pereira apresenta como tema na sua coluna no “Público” o debate a propósito da guerra do Iraque, então tema central de alguns dos principais blogues.
A revista “Meios”, no seu número referente ao mês de Maio, edita um texto sob o tema: «“Blogs”: o outro lado da Internet». A 4 de Maio, são apresentados no “Público” novos artigos sobre o fenómeno dos “weblogs”. No dia 7, Carlos Pinto Coelho fala sobre os blogues no programa televisivo “Acontece” (na RTP2). A 9 de Maio, o “Público” (no suplemento “Y”) fazia nova referência aos blogues nacionais.
A propósito da “chegada” de Pacheco Pereira, a 10 de Maio era a vez do “Diário de Notícias” abordar o tema, lançando pistas para a descoberta deste “admirável mundo novo”, com sugestões de blogues posicionados à direita e à esquerda, humorísticos ou “literários”.
A 17 de Maio, no “Expresso”, Paulo Querido aponta o tema da abertura do – até então – “mundo fechado da blogosfera” e a viragem dos blogues para o exterior, não só para o público da net, mas, de forma mais alargada, para o público em geral.
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83 Silva, José Mário, “DNA – Diário de Notícias”, 1 de Março de 2003 – http://escrita-automatica.blogspot.com/2003_02_23_escrita-automatica_archive.html
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XVI)
A 14 de Fevereiro de 2005, José Mário Silva publicava no “Diário de Notícias” o artigo “Blogue de encontro, uma experiência cibernética”, aflorando a temática dos conhecimentos amorosos via blogosfera, com referência também ao surto de “babyblogs”. Reflectindo a propósito do sexo, Júlio Machado Vaz iniciava, no final de Fevereiro de 2005, o Murcon [77].
No final de Março, o “Diário de Notícias”, prosseguindo a abordagem do fenómeno dos blogues, apontava a criação diária de mais de 70 blogues e a existência de mais de 37 000 diários activos [78].
O dia 10 de Junho é marcado por um alegado “arrastão” na praia de Carcavelos, o qual teria envolvido cerca de 500 indivíduos de cor, assaltando os banhistas; tal constituiria ponto de partida para intenso debate na blogosfera. Finalmente, chegar-se-ia à conclusão que não se tratara de um “arrastão”, mas sim, basicamente, de um grupo em fuga da polícia (conforme abordado em “O céu sobre Lisboa” [79]).
A 20 de Junho, João Paulo Meneses (Blogouve-se [80]), numa iniciativa inovadora, visando contribuir para reforçar a transparência entre “bloggers” e leitores, apresenta um “Guia Ético e Técnico para o blogue” [81], com um conjunto de compromissos (unilaterais), de ordem técnica e deontológica: «Quem lê e quem comenta tem o direito de saber o que o espera – porque há uma lógica subjacente a cada blogue e a este também. Pretende-se que este guia seja uma forma de estabelecer uma relação mais transparente com os eventuais leitores ou uma maneira de a clarificar».
Também em Junho de 2005, era lançada a ideia do “Blogreporters”, tendo por objectivo “permitir que as pessoas interessadas em fazer jornalismo profissional, possam de uma forma simples e gratuita publicar as suas peças, demonstrando o seu valor. Porém, o BlogReporters não pretende ser apenas um espelho dos órgãos de comunicação social nacionais, mas antes um espaço novo e original, uma lufada de ar fresco no panorama dos média nacionais, no qual se façam finalmente as reportagens que nunca ninguém ousou fazer em Portugal, no qual se valorize a investigação e a inovação” [82].
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77 Murcon – http://www.murcon.blogspot.com
78 “Diário de Notícias”, 29 de Março de 2005 – http://dn.sapo.pt/2005/03/29/tema/mais_70_blogues_criados_todos_dias_p.html
79 O céu sobre Lisboa – http://o-ceu-sobre-lisboa.blogspot.com/2005/07/permaneci-com-uma-dvida-inquietante.html
80 Blogouve-se – http://ouve-se.blogspot.com/
81 Meneses, João Paulo, “Guia Ético e Técnico para o blogue” – http://oquesepassa.no.sapo.pt/carta%20%E9tica%20e%20t%E9cnica.htm
82 Blogreporters – http://blog.lisbonlab.com/2005/06/22/blogreporters-algumas-ideias-chave/
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XV)
Ainda em Novembro, o Barnabé anunciava o lançamento de livro com textos editados no blogue, mais um livro surgido a partir da blogosfera, depois de “O Meu Pipi”, “Fora do Mundo” e “No Parapeito” (de Rita Ferro Rodrigues). Seguir-se-iam, já em 2005, as publicações de “Mil e Uma Pequenas Histórias” (Luís Ene – Ene Coisas [71]), “Pagar Para Ver” (Ana Roque – Modus Vivendi [72]), e “As Ruínas Circulares” [73] (João Pedro da Costa – já definido como o “blogger mais blogger”, pela forma única com que beneficia das potencialidades da ferramenta, particularmente a nível gráfico – conforme crítica ao livro, por José Mário Silva, “A blogosfera, modo de usar” [74]), blogues instalados na plataforma weblog.com.pt, editados por Paulo Querido. Em Abril de 2005, seria editado também o livro “O Acidental” [75]. Em Maio, eram lançados: “Gato Fedorento – O Blog” e “O Livro da Rititi” (Rita Barata Silvério – Rititi [76]).
O mês de Dezembro de 2004 seria marcado pelo prémio de melhor blog jornalístico em português do “Best Of the Blogs” (da Deutsche Welle), atribuído ao Ponto Media, de António Granado.
A 17 de Dezembro, Paulo Querido anuncia o primeiro caso de pedido de informação por parte de um Tribunal relativamente a um conteúdo do weblog.com.pt.
A blogosfera iniciava o seu processo de amadurecimento, com o princípio de generalização da audiência; muitos dos blogues da classe de 2003 vinham entretanto abdicando; outros continuavam a nascer diariamente, alargando a temática para além dos acesos debates políticos: surgiam blogues específicos de música, cinema, literatura, artes, história, informática, desporto, de tendências sexuais minoritárias.
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71 Ene Coisas – http://milmaisuma.leiturascom.net/
72 Modus Vivendi – http://amata.weblog.com.pt/
73 As Ruínas Circulares – http://asruinascirculares.weblog.com.pt/
74 Silva, José Mário, “Diário de Notícias”, 16 de Agosto de 2005 – http://dn.sapo.pt/2005/08/16/artes/a_blogosfera_modo_usar.html
75 O Acidental – http://oacidental.blogspot.com
76 Rititi – http://www.rititi.com
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XIV)
A 22 de Junho, na “Festa do Solstício”, promovida pelo Causa Nossa [61], seriam atribuídos alguns prémios “blogosféricos”: Prémio “Carreira” – Paulo Querido, António Granado e Pacheco Pereira (cada um, à sua maneira, dando um contributo decisivo para a afirmação da blogosfera em Portugal); Melhor blogger – Pedro Mexia (um dos dinamizadores d’A Coluna Infame, tendo prosseguido com o Dicionário do Diabo e, posteriormente, no Fora do Mundo [62], vindo a dar lugar, já no final de Setembro de 2005, ao Estado Civil [63]); Melhor “blogue de esquerda” – Barnabé [64]; Melhor “blogue de direita” – Mar Salgado [65].
Em Setembro, Jorge van Krieken ameaça a Grande Loja do Queijo Limiano [66] com uma queixa-crime por alegada “difamação e calúnia grave” – a propósito de uma “entrada” relacionada com o caso de pedofilia na Casa Pia.
No final de Outubro de 2004, a blogosfera era “sacudida” com o caso “Do Portugal Profundo” [67], com a Polícia Judiciária a confiscar o computador do autor do blogue, por alegada quebra do sigilo judicial a propósito do caso de pedofilia na “Casa Pia”, conforme relatado no Correio da Manhã [68] – tal como no caso “Muito Mentiroso”, a agenda dos “media” tradicionais voltava a ser marcada pela blogosfera.
O início de Novembro fica assinalado pelo abandono de actividade de dois “blogues históricos”, o Janela Indiscreta [69] (página de relevância cultural) e o Valete Fratres! [70] (situado à direita do espectro político).
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61 Causa Nossa – http://causa-nossa.blogspot.com
62 Fora do Mundo – http://foradomundo.blogspot.com
63 Estado Civil – http://www.estadocivil.blogspot.com
64 Barnabé – http://barnabe.weblog.com.pt
65 Mar Salgado – http://marsalgado.blogspot.com/
66 Grande Loja do Queijo Limiano – http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com
67 Do Portugal Profundo – http://doportugalprofundo.blogspot.com/
68 Matos, Rodrigo de, “Correio da Manhã”, 28 de Outubro de 2004 – http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=136546&idselect=9&idCanal=9&p=94
69 Janela Indiscreta – http://janela-indiscreta.blogspot.com
70 Valete Fratres! – http://valetefratres.blogspot.com/
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XIII)
Os dias 22 e 23 de Janeiro de 2004 seriam de “grande rebuliço” e efervescência na blogosfera (mais de 30 blogues envolvidos), a propósito da discussão sobre a autoria do blogue “Possibilidade do Sentir”, cuja autora se fazia passar pela jornalista Anabela Mota Ribeiro, que apresentava o magazine cultural no novo canal televisivo “A Dois”.
A 12 de Fevereiro, era lançado o livro de António Granado e Elisabete Barbosa: “Weblogs – Diário de Bordo”.
A 29 de Fevereiro, concretiza-se a primeira “mega-fusão” da blogosfera portuguesa, com o Mata-Mouros [54], Cataláxia [55] e Cidadão Livre [56] a concentrarem-se no novo Blasfémias [57], um blogue de cariz “liberal”, a que se juntaria mais tarde o autor do Liberdade de Expressão [58].
Em Abril, a blogosfera volta a agitar-se com a história do despedimento de alegados jornalistas do “Primeiro de Janeiro”, pretensamente devido a expressarem, no blogue que mantinham (Diário de um jornalista [59]), críticas à gestão interna do jornal.
O mesmo mês marca também o início do Afixe [60], que, tendo começado com dois membros, se viria a transformar num dos maiores “conglomerados” da blogosfera, agrupando actualmente 10 colaboradores.
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54 Mata-Mouros – http://matamouros.blogspot.com
55 Cataláxia – http://catalaxia.blogspot.com
56 Cidadão Livre – http://cidadaolivre.blogspot.com
57 Blasfémias – http://ablasfemia.blogspot.com
58 Liberdade de Expressão – http://liberdade-de-expressao.blogspot.com
59 Diário de um jornalista – http://diariodeumjornalista.blogspot.com/
60 Afixe – http://afixe.net
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XII)
Por essa altura, surgiria o primeiro grande caso de controvérsia generalizada: de forma anónima, o blogue “Muito Mentiroso” editou, durante semanas, listas de perguntas, com uma técnica de desinformação, insinuando que o caso de pedofilia da “Casa Pia” teria ocultos poderosos grupos de interesses, associado a gravíssimos casos de corrupção. Após semanas de polémica, já em Outubro, Pacheco Pereira denunciou, na sua intervenção de Domingo no “Jornal da Noite” da SIC, o caso deste blogue, o qual estaria já, entretanto, a ser alvo de investigação. No dia seguinte, todo o conteúdo da página seria apagado.
A 15 de Outubro de 2003, Paulo Querido e Luís Ene apresentavam o primeiro livro sobre blogues em Portugal: “Blogs”.
Depois do weblog.com.pt (Junho de 2003), surgiria, no início de Novembro, uma nova plataforma portuguesa de blogues: Blogs.sapo.pt.
O PULSAR DOS DIÁRIOS VIRTUAIS EM PORTUGAL (XI)
Enquanto fenómeno emergente, a blogosfera “fervilhava”; todos os dias afluíam fortes vagas de novos frequentadores (autores ou leitores): a grande “explosão” deu-se na semana de 30 de Junho a 7 de Julho (com 216 novos blogues, de acordo com a listagem do Bloco-Notas); o dia mais “produtivo” foi o de 2 de Julho (mais 96 blogues); o mês mais “activo” o de Julho de 2003 (mais 800 blogues!); no final desse mês, eram já registados cerca de 1 600 blogues; a 8 de Setembro, atingia-se o número de 2 000 blogues, ultrapassando-se os 2 500 em 18 de Outubro.
A 4 de Julho, Paulo Gorjão iniciava o Bloguitica Internacional, a que se seguiria o Bloguitica Nacional (posteriormente “fusionados” no Bloguitica [50]), vindo a tornar-se num dos blogues individuais mais activos da blogosfera, com permanentes actualizações, remetendo para artigos a ler e lançando diariamente novos e pertinentes temas para debate, essencialmente numa vertente de análise política.
Em Agosto, surgia o Glória Fácil [51], agrupando alguns jornalistas do “Público” e do “Diário de Notícias”.
No início de Setembro, nasce a Grande Loja do Queijo Limiano [52], talvez o maior “conglomerado” da blogosfera portuguesa, actualmente com 20 colaboradores registados e uma das maiores audiências.
A 18 e 19 de Setembro, realizava-se, em Braga, o “Primeiro Encontro Nacional de Weblogs”, sobre o qual escreveu Pedro Fonseca um artigo no “Público” , sintetizado na fórmula de José Luis Orihuela: «Nunca tivemos de ler tanto para escrever tão pouco» [53].
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50 Bloguitica – http://bloguitica.blogspot.com
51 Glória Fácil – http://gloriafacil.blogspot.com
52 Grande Loja do Queijo Limiano – http://www.grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com
53 Fonseca, Pedro, “Público”, “Escrever sim, discutir não”, 22 de Setembro de 2003



