O Pulsar do Campeonato – 18ª Jornada
12 Fevereiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 09.02.2023)
Depois do (prematuro) afastamento da Taça do Ribatejo, no regresso ao campeonato, U. Tomar e Fazendense voltaram a não vacilar, continuando a somar vitórias, ganhando, respectivamente no Cartaxo e em Torres Novas. Mas não estão sós: tal como os dois primeiros, também o Alcanenense conta por triunfos os três desafios disputados na segunda volta, parecendo, pois, ir-se definindo (e restringindo) o leque de mais firmes candidatos ao título.
Isto porque o Amiense, empatando em Alpiarça, se atrasou; enquanto o Samora Correia, acumulando, de forma absolutamente imprevista, terceiro desaire sucessivo, se despediu de tais pretensões, já a onze pontos do líder (e a nove do segundo), quanto faltam disputar doze jornadas.
Destaques – O U. Tomar venceu categoricamente no Cartaxo, por 3-0, face a uma equipa a passar por fase muito difícil, tendo perdido seis das suas últimas sete partidas. Os tomarenses assumiram o controlo do jogo praticamente desde o início, dominando durante todo o jogo; só o facto de terem sido bastante perdulários proporcionou que o nulo subsistisse durante 55 minutos.
Depois, bastaram outros cinco minutos para decidir a contenda, com os dois tentos apontados, vindo a fechar a contagem já mesmo a finalizar o tempo regulamentar, com o “placard” a revelar-se escasso face à supremacia exercida pelos tomarenses.
Por seu lado, o Fazendense “resolveu” também a seu favor, rapidamente, e ainda bastante cedo, o que se afigurava um difícil compromisso, em Torres Novas, chegando ao 2-0 aos 23 minutos. Os torrejanos reduziriam para 1-2, à passagem da hora de jogo, intensificando ainda a pressão, mas, até final, os visitantes não concederiam maiores veleidades aos donos da casa.
De parabéns está Jorge Peralta, que, num encontro com simbolismo muito especial, atingiu a marca de 500 jogos como treinador, desde a estreia, há mais de 25 anos, em Novembro de 1997: com a sua actual equipa, Águias de Alpiarça, a receber aquele que tinha sido o anterior clube que representou, Amiense, o desafio saldou-se por um empate a uma bola, resultado que, não tendo agradado por completo a qualquer dos emblemas, permite manter alguma margem de segurança.
A deslocação do Ferreira do Zêzere a Benavente afigurava-se já como sendo de elevado grau de dificuldade, perante um adversário carenciado de pontos, bastante moralizado por ter afastado o líder na eliminatória inicial da Taça. Pois, os benaventenses venceram e convenceram, derrotando por inequívoca marca de 3-0 um conjunto ferreirense que parece como que, de alguma forma, conformar-se com a campanha desapontante que vem realizando, numa época que tanto prometia (integra agora, a par do Salvaterrense e At. Ouriense, um trio que reparte o 7.º ao 9.º posto).
Surpresas – Numa ronda na qual, em metade dos desafios, se registou triunfo dos visitantes (sendo que apenas Alcanenense e Benavente conseguiram ganhar em casa), dois desses desfechos constituíram grandes surpresas.
A maior de todas, a vitória arrancada pelo “lanterna vermelha”, Entroncamento AC, em Samora Correia, mesmo que mercê de um solitário tento. Foi a primeira vez que a formação da cidade ferroviária conseguiu vencer, desde a jornada inaugural, voltando, assim, a alimentar esperança de lutar ainda pela manutenção – numa disputa que poderá até vir a tornar-se menos difícil do que expectável, em função da situação do Rio Maior no Campeonato de Portugal.
Também inesperada foi a derrota (1-2) caseira do Abrantes e Benfica ante o At. Ouriense, turma que não conseguira ganhar nas sete rondas precedentes. Os abrantinos não souberam capitalizar a soberba goleada (12-0) aplicada na Taça e voltaram a ter resultado negativo (sétimo desaire em nove jogos) e especialmente comprometedor, perante um adversário directo, tendo-se visto igualados pelo penúltimo classificado, sendo muito preocupante a situação que atravessam.
Uma “meia-surpresa” ocorreu em Mação, onde o clube local – que mantém o 6.º lugar, apenas podendo aspirar, de forma realista, a vir eventualmente a chegar à 5.ª posição – cedeu igualdade (1-1) ante o Salvaterrense, que, depois de ter superado período de maior dificuldade, vai “levando a água ao seu moinho”, após ter empatado já, na jornada anterior, também em Ferreira do Zêzere.
Confirmação – A vitória (ainda que tangencial, por 1-0) do Alcanenense, na recepção ao Fátima, veio confirmar o favoritismo que lhe era atribuído – não obstante os fatimenses virem de resultados recentes muito positivos, tendo vencido nas três jornadas anteriores, duas delas fora de casa, em Samora e no Cartaxo. O grupo de Alcanena continua a tirar partido da sua solidez defensiva, sendo, agora, a defesa menos batida do campeonato (apenas 13 golos sofridos).
II Divisão Distrital – Depois de ter ido já golear à Moçarria o U. Almeirim voltou a surpreender um dos líderes, no seu próprio reduto, ganhando por 3-2 ao Forense. Com a difícil vitória do Moçarriense sobre o Espinheirense, por 3-2 (e contando também com o jogo antecipado, na semana anterior, em que a formação escalabitana goleara por 9-0 o Benfica do Ribatejo), o Moçarriense distanciou-se no comando; tendo aberto um fosso de nove pontos face ao 4.º classificado (o seu rival desta ronda), aproxima-se do apuramento para a fase final.
A Norte, no embate entre os dois primeiros, o Riachense, ganhando por 2-0 no Tramagal, cimentou a sua posição de guia – dispondo de igual vantagem, de nove pontos, sobre o 4.º lugar (ocupado pelo Caxarias, que foi ganhar à Atalaia por 2-1), segue as pisadas do Moçarriense. Quem beneficiou também de tal desfecho foi o Vasco da Gama, que, tendo goleado o Ortiga por 6-1, se isolou na 2.ª posição, a quatro pontos da formação dos Riachos.
Campeonato de Portugal – A equipa do Rio Maior fez segunda falta de comparência sucessiva (no desafio que deveria ter disputado, em casa, ante o Loures), pelo que, nos termos regulamentares, será desqualificada e inibida de voltar a disputar a prova por um período de um a três anos. Depreende-se que, a retomar a actividade, terá de o fazer – tal como sucedeu recentemente com o clube de Fátima – na II Divisão Distrital; o que, no imediato, significará que a sua despromoção não implicará qualquer descida adicional da I Divisão Distrital nesta época.
Tal terá, em paralelo, impacto a nível do escalonamento dos clubes no Campeonato de Portugal, uma vez que apenas serão mantidos os resultados dos jogos do Rio Maior no decurso da 1.ª volta: as vitórias averbadas pelo Sintrense e pelo Coruchense (na 14.ª e 15.ª jornadas) ficarão sem efeito.
U. Santarém e Coruchense neutralizaram-se, não tendo desfeito o nulo no marcador, em mais uma evidência do extremo equilíbrio desta série: os escalabitanos são vice-líderes, a dois pontos do 1.º de Dezembro; em função dos ajustes referidos, a turma do Sorraia descerá ao 9.º posto (outra vez abaixo da “linha de água”), apenas a sete pontos (mas, agora, com um jogo “a menos”) do guia.
Antevisão – O U. Tomar recebe um adversário do qual guarda más memórias, o Samora Correia, esperando poder aproveitar o mau momento dos samorenses, mas sempre “desconfiando”… Em qualquer caso, o jogo que poderá vir a revelar-se mais clarificador é o que coloca frente-a-frente Amiense e Alcanenense (equipas que partilham o 3.º lugar, a cinco pontos do comandante).
No escalão secundário, com o Moçarriense de folga, destacam-se, em especial, as partidas: Espinheirense-Forense (de cariz determinante); tal como o “derby” Glória do Ribatejo-Marinhais.
No Campeonato de Portugal o U. Santarém desloca-se a Pêro Pinheiro (3.º classificado, só um ponto abaixo), enquanto o Coruchense recebe o Sintrense (8.º), em desafio de grande importância.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Fevereiro de 2023)
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