O Pulsar do Campeonato – 15ª Jornada
15 Janeiro, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 12.01.2023)
Pela segunda vez nesta primeira metade do Campeonato Distrital da I Divisão os dois primeiros classificados foram, ambos, derrotados na mesma ronda: tal sucedera já, ainda numa fase inicial da competição, à 5.ª jornada, com os desaires das equipas que, então, partilhavam a liderança, Fazendense (batido em casa pelo Samora Correia) e Amiense (desfeiteado, também no seu reduto, pelo Benavente); voltou a ocorrer agora, a concluir a primeira volta, com o U. Tomar e (outra vez) o Fazendense, a perderem, respectivamente, em Mação e em Salvaterra de Magos.
Acresce ainda, por outro lado, a situação verificada na 12.ª ronda, com as derrotas sofridas pelo U. Tomar e pelo Samora Correia, numa altura em que ocupavam a 1.ª e a 3.ª posição, ambas cedidas nos seus próprios terrenos, respectivamente ante o… Fazendense e o Ferreira do Zêzere.
Numa análise comparativa à pontuação dos clubes que se posicionam no topo da tabela face às registadas, também a meio da competição, na época precedente – assinalando-se a particularidade de o U. Tomar “bisar” a liderança que alardeava igualmente há um ano –, apuramos os seguintes dados: 1.º U. Tomar (33 pontos em 2023 vs. 40 em 2022); 2.º Samora Correia (31) vs. Rio Maior (39); 3.º Fazendense (31) vs. Mação (27); 4.º Amiense (30 em 2023) vs. Fazendense (25 em 2022).
Do que rapidamente se constata – tal como vem sendo assinalado no decurso da prova –, por um lado, um muito maior equilíbrio este ano; por outro, um importante acréscimo do total de pontos perdidos pelos dois primeiros: 12 (decorrendo de quatro derrotas) em 2022-23, face a apenas 5 (uma derrota e um empate) em 2021-22, por parte do U. Tomar; 14 (quatro empates e duas derrotas), o que compara com 6 (três empates cedidos) pelo 2.º classificado, nestas duas épocas.
Aliás, não só voltámos a ter o quarteto da frente concentrado num intervalo de três pontos (!), finda a primeira volta, como, em paralelo, só quatro pontos separam o 12.º do 15.º classificados, no que se antecipa uma tenaz disputa pela permanência, até final, num cenário em que o número de clubes a despromover oscilará entre um mínimo de dois e um máximo que poderá ir até cinco.
Mais, ainda, e de particular relevância, a aguçar o apetite para uma aliciante segunda volta: em função dos pontos perdidos nas seis jornadas mais recentes pelos emblemas no pódio (nove pontos cedidos pelo Fazendense; oito pelo Samora Correia; e seis pelo U. Tomar), a disputa pelo 1.º lugar surge potencialmente reaberta aos seis primeiros classificados, com o Alcanenense (5.º) só a cinco pontos do guia; e o Mação (6.º, tendo perdido quatro pontos nas tais seis rondas), a sete pontos…
Destaques – O principal realce da 15.ª ronda vai para a vitória (3-2) do Salvaterrense ante o Fazendense, num encontro “taco-a-taco”, com os visitantes a ripostar, por duas vezes, a situações de desvantagem, mas a não conseguir já recuperar após o notável “hat-trick” de António Pereira.
A par com este desfecho, destaca-se, claro, o triunfo do Mação frente ao comandante, U. Tomar, por inequívoca marca de 3-0. Muito eficaz, marcando em três lances de bola parada (um canto e dois livres), praticamente entrando a ganhar (abrindo o activo logo aos oito minutos), a turma maçaense não deu qualquer hipótese de reacção ao adversário, pese embora os tomarenses tenham, durante largos períodos, assumido a iniciativa do jogo.
Ao contrário de outras partidas em que o resultado terá sido melhor que a exibição, desta feita foram os unionistas a sofrer esse contraponto, impotentes, apesar de o desempenho apresentado em campo poder ter sido de molde a justificar outro resultado, pelo menos, não tão contundente.
O Ferreira do Zêzere voltou a estar em evidência, pela positiva, ganhando em Ourém, face ao Atlético local, por 3-1, isolando-se no 7.º posto, continuando a aspirar subir na classificação, mesmo que o atraso seja de alguma amplitude (quatro pontos para o 6.º lugar; seis face ao 5.º).
Em “pezinhos de lã”, quase sem se dar por ele – mas a realizar muito boa campanha –, o Amiense, ganhando em Torres Novas por tangencial 1-0, não só firmou o seu 4.º lugar, como, tal como antes aludido, recolou aos primeiros, somente a três pontos do líder.
Surpresa – A principal surpresa terá sido a vitória averbada pelo Fátima no Cartaxo, também mercê de um solitário golo, a dar claro sinal de inconformismo, igualando esse rival na 13.ª posição, e, mais importante, recolocando-se bem dentro da luta pela manutenção, numa trajectória em contra-ciclo com a dos cartaxeiros, que não deixarão de preocupar-se com a actual série de quatro desaires, com a agravante de três deles terem sido registados contra “adversários directos”.
Confirmações – Outra “sapatada” na crise foi dada pelo Abrantes e Benfica, a golear, por 4-0, o “lanterna vermelha”, Entroncamento AC, que se vai atrasando pontualmente face à concorrência.
Águias de Alpiarça e Alcanenense repartiram os pontos, empatando a uma bola, com o tento do empate, por parte dos alpiarcenses, obtido já em tempo de compensação.
No “derby” municipal, o Samora Correia confirmou o favoritismo, ganhando por tangencial 3-2 ao Benavente, que chegou a assustar, tendo começado mesmo por se colocar em vantagem, como, ao longo do confronto, até final, nunca abdicou de procurar melhor sorte.
II Divisão Distrital – As primeiras notas de realce vão para o triunfo (2-1) do Forense em Marinhais, e, por outro lado, para o imprevisto empate (3-3) cedido pelo Riachense face ao Ortiga.
O Moçarriense goleou (4-0) na Glória do Ribatejo, continuando a partilhar a liderança da série mais a Sul com o Forense, beneficiando do empate (1-1) cedido pelo Espinheirense no Porto Alto.
Mais a Norte, o Vilarense, ganhando por 3-1 ao Vasco da Gama, vem imiscuir-se também na disputa pelas três primeiras posições, assinalando-se ainda a goleada (6-1) aplicada pelo Tramagal no “derby”, em Alferrarede, e a importante vitória (3-1) do Caxarias ante o Pego.
Campeonato de Portugal – A fechar a primeira volta o U. Santarém goleou por categórico 5-1 o Rio Maior, enquanto o Coruchense não conseguiu ir além do 2-2 na recepção ao 1.º Dezembro.
Os escalabitanos integram um trio que reparte o 3.º lugar, a um ponto do 1.º Dezembro e a três do líder, B. C. Branco. Por seu lado, o Coruchense é 9.º (primeiro abaixo da “linha de água”), a dois pontos de um trio que ocupa o 6.º ao 8.º posto… e a quatro pontos do U. Santarém. Quanto ao Rio Maior SC, mantém-se em penúltimo, agora já a quinze pontos de tal linha delimitadora, atraso que, salvo alguma espécie de “milagre”, se afigura irrecuperável, nos 13 jogos que resta disputar.
Antevisão – Na viragem para a segunda volta do Distrital, adivinham-se novas emoções fortes, com U. Tomar e Fazendense, outra vez, a jogar em terreno alheio, e com compromissos de elevado grau de dificuldade. O jogo de maior cartel será o Mação-Fazendense, cabendo ao U. Tomar defrontar o revigorado Abrantes e Benfica. De interesse será igualmente o Alcanenense-F. Zêzere.
Na II Divisão, Forense e Moçarriense recebem os dois últimos classificados da sua série, respectivamente Glória do Ribatejo e At. Pernes. A Norte, o guia, Riachense, visita o seu perseguidor mais próximo, Vasco da Gama; defrontam-se ainda 3.º e 4.º: Tramagal-Caxarias.
No Campeonato de Portugal o U. Santarém terá a visita do guia, B. C. Branco, recebendo o Coruchense o Marinhense; o Rio Maior SC viaja até Sintra, para defrontar o 3.º, Sintrense.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Janeiro de 2023)
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