O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/4 de final

13 Março, 2022 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 10.03.2022)

Aqueles que eram os dois principais favoritos à conquista da Taça do Ribatejo – e, em paralelo, ainda os dois candidatos ao título de Campeão Distrital – quedaram-se pelos quartos-de-final da “prova rainha”, superados pelo Cartaxo e pelo Fazendense.

Se, no caso do Rio Maior, afastado por via do desempate da marca de grande penalidade, tal acaba por traduzir-se na perspectiva de o Fazendense poder vir a ampliar o seu palmarés já “record” na competição (é o único clube com quatro troféus conquistados), a eliminação do U. Tomar, no seu próprio reduto, pelo Cartaxo, não deixa de consubstanciar uma indisfarçável crise de confiança.

Destaques – O primeiro realce desta ronda da Taça do Ribatejo vai, pois, de novo, para o Fazendense, que continua a confirmar a excelente fase que vem atravessando: depois de, há três semanas, ter derrotado o Rio Maior, e de, na semana passada, ter feito o mesmo ante o U. Tomar, o grupo das Fazendas voltou a levar a melhor sobre o agora líder do campeonato.

Desta feita, após igualdade a um golo no tempo regulamentar (os donos da casa colocaram-se em vantagem à entrada dos derradeiros dez minutos, vindo contudo a consentir o empate aos riomaiorenses apenas três minutos volvidos), o Fazendense impor-se-ia no desempate da marca de grande penalidade, perfilando-se agora como o principal candidato à conquista de novo troféu (defrontará nas meias-finais, a disputar a duas mãos, o Amiense).

Precisamente, a turma de Amiais de Baixo esteve também em destaque, goleando por convincente 4-1 no terreno do Forense, até então o último resistente do escalão secundário (de que é líder de série) na Taça, tornando fácil, por via da sua atitude e desempenho, o que, noutras circunstâncias, poderia eventualmente ter-se revelado mais complexo (recordando-se que o conjunto dos Foros de Salvaterra tinha começado por eliminar, na ronda preliminar, o At. Ouriense, da I Divisão).

Surpresas – O U. Tomar voltou a protagonizar a grande surpresa, e de forma bem negativa. O inesperado desaire caseiro ante o Samora Correia (já depois da derrota sofrida em Mação, onde os nabantinos chegaram a estar em vantagem, que, contudo, viram escapar-se) deixou “mossa”. Nas Fazendas de Almeirim alguma “infelicidade” ditara terceira desfeita sucessiva. Quando se esperava que a equipa pudesse reencontrar-se, acabou por sofrer mais um surpreendente desfecho desfavorável, a custar a eliminação da prova, na qual tinha também legítimas aspirações.

O Cartaxo começou por inaugurar o marcador em Tomar, à passagem dos vinte minutos, sendo que os unionistas ainda conseguiram a “benesse” de, no lance imediato, restabelecer o empate. Todavia, no decurso da partida, não foram capazes de manter a serenidade necessária para impor sobre o terreno a sua superior qualidade individual e colectiva, ficando à mercê das transições adversárias, expondo fragilidades defensivas.

O segundo tento dos cartaxeiros, outra vez sobre os vinte minutos, mas do segundo tempo, pôs a nu a falta de confiança que o grupo denota por estes dias. Haveria ainda bastante tempo para tentar recuperar e reverter a situação, mas, alguma precipitação, associada também à maior assunção de risco, revelar-se-ia fatal, apenas mais cinco minutos decorridos. O Cartaxo chegava ao 3-1, que seria o resultado final, com todas as tentativas dos tomarenses (já mais “com o coração do que com a cabeça”) de ripostar à adversidade a mostrarem-se infrutíferas.

Em Abrantes aconteceu “meia surpresa”: o Salvaterrense, que estivera já em evidência, na semana precedente, tendo indo vencer a Mação, impôs um empate (1-1) ao Abrantes e Benfica, vindo contudo a ser afastado no desempate da marca de grande penalidade, no qual os abrantinos foram mais eficazes. Assim, na outra das meias-finais, o Cartaxo defrontará o Abrantes e Benfica.

Liga 3 – Na última jornada da primeira fase desta prova o U. Santarém empatou (2-2) na recepção à equipa “B” do Sporting, não tendo conseguido materializar em vantagem a inferioridade numérica do adversário em larga parte do encontro (tendo a equipa leonina acabado mesmo reduzida a nove elementos, nos últimos dez minutos de jogo e no período de compensação).

Os escalabitanos terminam assim esta fase no penúltimo lugar (em igualdade pontual com o último classificado, Oriental Dragon, ambos com 18 pontos). Independentemente do resultado do passado fim-de-semana, acabou por revelar-se determinante o desaire sofrido na ronda anterior ante o Oliveira do Hospital, emblema que, em função desse desfecho, acabou por garantir o 10.º posto, dois pontos acima, com reflexos a nível do escalonamento dos clubes para a segunda fase.

Campeonato de Portugal – Também o Coruchense enfrentava tarefa árdua, na visita ao Estádio do Restelo, igualmente para disputa da derradeira jornada da fase inicial da competição, sendo que apenas a vitória garantiria ao Belenenses não ficar dependente de resultados de terceiros.

Com uma exibição bastante personalizada – dando boa réplica, mesmo reduzido a dez durante cerca de uma hora – o grupo de Coruche, tendo-se visto a perder à entrada para os cinco minutos finais da primeira metade, conseguiria surpreender o adversário, restabelecendo a igualdade logo no arranque da segunda parte. Só uma grande penalidade, a sancionar um lance em que o avançado belenense se isolava frente ao guardião, permitiu aos “azuis do Restelo” a tangencial vitória por 2-1, garantindo assim o 1.º lugar da série E e confirmando o apuramento para a fase de promoção – não sem, já em tempo de compensação, terem sofrido enorme susto, com uma magnífica defesa do seu guarda-redes a evitar o que poderia ter sido o segundo golo da turma do Sorraia.

O Coruchense termina esta fase no 7.º lugar (em igualdade pontual – 21 pontos – com o 6.º classificado, Operário de Lagoa), vendo-se, pois, relegado para a disputa da fase de manutenção.

Antevisão – Quando esta edição do jornal chegar aos leitores será já conhecido o desfecho do jogo de acerto de calendário – agendado para esta quarta-feira, dia 9 de Março –, entre Benavente e U. Tomar, crucial para as aspirações dos unionistas, sobretudo em termos de demonstração de capacidade de reacção e do imprescindível restabelecimento dos níveis de confiança.

Para o fim-de-semana, na 21.ª ronda, o União continuará a ter a pressão de ganhar, em casa, ao Alcanenense (5.º classificado), sendo o Rio Maior igualmente favorito na deslocação a Ourém, para defrontar o At. Ouriense (actual 13.º). De interesse será também o Torres Novas-Fazendense.

No escalão secundário, com os líderes Forense e Moçarriense de folga, anota-se que o U. Tomar “B” receberá o guia da sua série, Fátima. As atenções estarão ainda focadas nos jogos: Benfica do Ribatejo-Águias de Alpiarça; Coruchense “B”-Marinhais; e Ortiga-Espinheirense.

A Liga 3 e o Campeonato de Portugal tinham previsto para dia 8 o sorteio da 2.ª fase, com os representantes do Distrito ambos em séries de disputa de manutenção: o U. Santarém (11.º) partirá com 2 pontos, integrando também a sua série os 5.º, 7.º e 9.º da fase inicial, respectivamente Amora (8), Caldas (6) e Cova da Piedade (4 pontos), sendo o último classificado despromovido; quanto ao Coruchense, irá disputar a permanência nos nacionais com Marinhense, V. Sernache e Peniche (3.º, 5.º e 6.º classificados da série D) – descendo aos Distritais os dois últimos da série.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 10 de Março de 2022)

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