Archive for 30 Maio, 2021
João Almeida 6.º no “Giro de Itália”
Ao contrário do que sucedera na estreia, no ano passado, desta feita João Almeida começou mal a prova, perdendo, logo de início, bastante tempo. Não obstante, mostrou uma enorme fibra, recuperando lugares sobre lugares, até ao último dia, surgindo entre os primeiros nas etapas de alta montanha (duas vezes 2.º classificado), culminado com o 5.º lugar no contra-relógio final, que só não lhe permitiu concluir na 5.ª posição final na geral por 5 centésimos de segundo de diferença, em relação a um notável Daniel Martínez, “gregário de luxo” do grande vencedor do “Giro” de 2021, o colombiano Egan Bernal, o qual, aos 24 anos, junta mais uma grande volta ao seu palmarés, depois de ter vencido o “Tour” em 2019.
No caso de João Almeida – mesmo tendo sido penalizado por algumas contradições e hesitações a nível da definição do “chefe-de-fila” da equipa -, mais este brilhante desempenho é a cabal confirmação de um grande “voltista”, como o próprio assumiu, candidato aos lugares de topo das principais competições por etapas do mundo. É de notar ainda a curiosidade de ter sido o único ciclista a repetir a presença no “Top-10” nas duas últimas edições do “Giro”.
Quanto a Nélson Oliveira, tendo realizado uma prova relativamente discreta, sem se evidenciar na sua especialidade (contra-relógio), acabou por finalizar numa posição interessante na classificação geral.
Classificação geral final:
1.º Egan Bernal (Colômbia) – Ineos Grenadiers – 86h 17′ 28”
2.º Damiano Caruso (Itália) – Bahrain Victorious – a 01′ 29”
3.º Simon Yates (Reino Unido) – Team BikeExchange – a 04′ 15”
4.º Aleksandr Vlasov (Rússia) – Astana-Premier Tech – a 06′ 40”
5.º Daniel Martínez (Colômbia) – Ineos Grenadiers – a 07′ 24”
6.º João Almeida (Portugal) – Deceuninck-Quick-Step – a 07′ 24”
7.º Romain Bardet (França) – Team DSM – a 08′ 05”
8.º Hugh Carthy (Reino Unido) – EF Education-Nippo – a 08′ 56”
9.º Tobias Foss (Noruega) – Jumbo-Visma – a 11′ 44”
10.º Daniel Martin (Irlanda) – Israel Start-Up Nation – a 18′ 35”
…
27.º Nélson Oliveira (Portugal) – Movistar Team – a 1h 36′ 27”
É a seguinte a lista completa dos vencedores da “Volta à Itália”:
- 5 vitórias – Alfredo Binda (1925, 1927, 1928, 1929 e 1933); Fausto Coppi (1940, 1947, 1949, 1952 e 1953); e Eddy Merckx (1968, 1970, 1972, 1973 e 1974)
- 3 vitórias – Giovanne Brunero (1921, 1922 e 1926); Gino Bartali (1936, 1937 e 1946); Florenzo Magni (1948, 1951 e 1955); Felice Gimondi (1967, 1969 e 1976); Bernard Hinault (1980, 1982 e 1985)
- 2 vitórias – Carlo Galetti (1910 e 1911); Costante Girardengo (1919 e 1923); Giovanni Valetti (1938 e 1939); Charly Gaul (1956 e 1959); Jacques Anquetil (1960 e 1964); Franco Balmamion (1962 e 1963); Giuseppe Saronni ((1979 e 1983); Miguel Indurain (1992 e 1993); Ivan Gotti (1997 e 1999); Gilberto Simoni (2001 e 2003); Paolo Salvoldelli (2002 e 2005); Ivan Basso (2006 e 2010); Alberto Contador (2008 e 2015); Vincenzo Nibali (2013 e 2016)
- 1 vitoria – Luigi Ganna (1909); Carlo Oriani (1913); Alfonso Calzolari (1914); Gaetano Belloni (1920); Giuseppe Enrici (1924); Luigi Marchisio (1930); Francesco Camusso (1931); Antonio Pesenti (1932); Learco Guerra (1934); Vasco Bergamaschi (1935); Hugo Koblet (1950); Carlo Clerici (1954); Gastone Nencini (1957); Ercole Baldini (1958); Arnaldo Pambianco (1961); Vittorio Adorni (1965); Gianni Motta (1966); Gösta Pettersson (1971); Fausto Bertoglio (1975); Michel Pollentier (1977); Johan De Muynck (1978); Giovanni Battaglin (1981); Francesco Moser (1984); Roberto Visentini (1986); Stephen Roche (1987); Andrew Hampsten (1988); Laurent Fignon (1989); Gianni Bugno (1990); Franco Chioccioli (1991); Evgeni Berzin (1994); Tony Rominger (1995); Pavel Tonkov (1996); Marco Pantani (1998); Stefano Garzelli (2000); Damiano Cunego (2004), Danilo Di Luca (2007); Denis Menchov (2009); Michele Scarponi (2011); Ryder Hesjedal (2012); Nairo Quintana (2014); Tom Dumoulin (2017); Chris Froome (2018); Richard Carapaz (2019); Tao Geoghegan Hart (2020); Egan Bernal (2021)
O Pulsar do Campeonato – 13ª Jornada
(“O Templário”, 27.05.2021)
Ainda com duas jornadas por disputar, num campeonato esta temporada reduzido a metade da sua extensão normal, o Coruchense, vencendo em Tomar, garantiu, desde já, matematicamente, a conquista do 1.º lugar, repetindo assim os triunfos obtidos em 2015 e 2017 – e depois de ter sido, entretanto, 2.º classificado em 2019 e 3.º na época passada, à data da interrupção da competição. O emblema do Sorraia consegue, desta forma, a terceira promoção aos campeonatos nacionais, nos últimos sete anos.
Destaques – O grande destaque da 13.ª e antepenúltima ronda foi, precisamente, a vitória (1-0) averbada pelo Coruchense perante o U. Tomar, que ocupava – depois do acerto de calendário de meio da semana passada – o 3.º posto da pauta classificativa.
A formação de Coruche, necessitando apenas de um ponto para confirmar o 1.º lugar, entrou praticamente a ganhar, tendo apontado o seu tento ainda antes de completados cinco minutos. Defrontando uma equipa tomarense privada de dois dos seus “elementos-chave” na estrutura defensiva (Nuno Rodrigues e Siaka Bamba), os visitantes foram muito eficazes, colocando-se em posição privilegiada logo desde a fase inicial da partida.
Os unionistas – outra vez com uma má entrada em jogo, tal como sucedera em Abrantes – sentiram o golo sofrido, tendo o adversário voltado a assustar, à passagem da meia hora, desta feita sem concretizar. Por seu lado, os nabantinos desperdiçariam soberana ocasião de empatar, por volta dos 35 minutos, não aproveitando momento de desconcentração do guardião contrário, tendo igualmente criado outras duas situações de perigo ainda antes do intervalo.
Na segunda metade o Coruchense adoptou uma toada de contenção, centrando-se sobretudo em ir gerindo o tempo – confiante que o objectivo (no mínimo, o empate) não lhe fugiria –, o que não impediria o União de criar ainda mais três boas oportunidades de golo, incluindo uma bola no ferro. Mas faltaria aos homens da casa um mínimo de eficácia para, pelo menos, evitar a derrota.
Destaca-se, igualmente, o triunfo averbado pelo Cartaxo, nas Fazendas de Almeirim, batendo o Fazendense (esta época com rendimento abaixo do que nos vinha habituando) por 2-0, ascendendo assim ao 2.º lugar, pese embora já a irrecuperáveis nove pontos do líder.
Realce, ainda, para mais um bom resultado do Mação, a confirmar o seu potencial, impondo-se por 2-0 em Samora Correia, subindo à 3.ª posição, que partilha agora com o Abrantes e Benfica, ambos somente a um ponto do Cartaxo, e, após esta jornada, dois pontos acima do U. Tomar.
Não tendo sido propriamente uma surpresa o desfecho do embate entre Rio Maior e Riachense, foi bem expressiva a goleada (6-0) imposta pelos riomaiorenses, o que lhes proporcionou ultrapassar igualar o Torres Novas na tabela, numa disputa muito apertada pela manutenção.
Surpresas – Ao invés, foram de alguma forma inesperados os empates registados no Abrantes e Benfica-Amiense (eram, antes deste encontro, respectivamente, 2.º e 10.º classificados), não tendo os abrantinos, actuando no seu reduto, conseguido desfazer o nulo; assim como no Glória do Ribatejo-Ferreira do Zêzere (neste caso, igualdade a duas bolas), sendo que os ferreirenses – a reagir muito bem à adversidade, que lhes provocara bem pesados desaires, por 0-7 (em Samora Correia) e 0-6 (em Alcanena, para a Taça), por duas vezes estiveram em vantagem, acabando por deixar escapar a vitória já nos derradeiros minutos.
Confirmações – Nos outros dois jogos os resultados enquadram-se no que seria expectável: vitória (3-1) do Entroncamento, na recepção ao Moçarriense, não desperdiçando a oportunidade de somar três preciosos pontos, recolando ao Ferreira do Zêzere e aproximando-se do Torres Novas, ao mesmo tempo que sentenciava o grupo da Moçarria, já virtualmente despromovido; e repartição de pontos (1-1) no Torres Novas-Alcanenense, bem mais vantajoso para os forasteiros, já tranquilos, que para os torrejanos, outra vez envolvidos na zona mais problemática da tabela.
II Divisão Distrital – Na série Norte, houve um resultado de “sensação”, com a goleada (4-1) obtida pelo Fátima no terreno do Espinheirense, a “devolver” a derrota (2-4) sofrida na primeira volta e “baralhando” as contas da promoção. O Caxarias-Vasco da Gama teve grande animação, com sucessivas cambiantes, terminando com triunfo dos visitados por 4-3.
A Sul, os dois primeiros ganharam e consolidaram posições: o Benavente, recebendo o Forense, venceu por 4-1; o Salvaterrense, também em casa, derrotou o Benfica do Ribatejo por 3-0, dispondo agora de uma margem de seis pontos face aos mais directos perseguidores (Forense e Porto Alto, tendo este vencido por 3-1 em Alpiarça).
Campeonato de Portugal – O U. Santarém, com um positivo empate a zero alcançado em Alverca, garantiu desde já – ainda com uma jornada por disputar –, tal como o seu adversário, o apuramento para a futura “Liga 3”.
Antevisão – Na I Divisão Distrital, com a questão do 1.º lugar já decidida, destaca-se, em especial, na disputa pelo 2.º posto, o Cartaxo-Abrantes e Benfica. O U. Tomar, que baixou à 5.ª posição, agora com remotas possibilidades de atingir ainda a vice-liderança, recebe o Amiense. Na luta pela “sobrevivência”, o Ferreira do Zêzere-Entroncamento afigura-se um embate cujo desfecho poderá vir a revelar-se crucial.
No escalão secundário, a Norte, teremos um único desafio, Vasco da Gama-At. Ouriense, o qual poderá permitir à turma de Ourém distanciar-se ainda mais na liderança. A Sul, o guia, Benavente, tem uma curta viagem até Coruche, para defrontar o “lanterna vermelha”, Rebocho, sendo amplamente favorito; por seu lado, o Salvaterrense desloca-se a Samora Correia, anotando-se ainda o Forense-Marinhais.
Na derradeira ronda da fase de qualificação para a “Liga 3”, com os dois lugares de apuramento da série já garantidos por Alverca e U. Santarém, os escalabitanos recebem o Marinhense, em partida que pouco mais traduzirá que “cumprir calendário”.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Maio de 2021)