Archive for 30 Março, 2021
Luxemburgo – Portugal (Mundial 2022 – Qualif.)
Stade Josy Barthel, Luxemburgo
Luxemburgo – Anthony Moris, Laurent Jans, Maxime Chanot, Lars Gerson, Michael Pinto (65m – Marvin Martins), Christopher Martins (87m – Aldin Skenderović), Olivier Thill (58m – Sébastien Thill), Leandro Barreiro, Vincent Thill (58m – Maurice Deville), Gerson Rodrigues e Danel Sinani (87m – Edvin Muratović)
Portugal – Anthony Lopes, João Cancelo, Rúben Dias, José Fonte, Nuno Mendes, Rúben Neves (89m – Sérgio Oliveira), Renato Sanches, Bernardo Silva (68m – João Palhinha), Cristiano Ronaldo, Diogo Jota (68m – Rafa Silva) e João Félix (41m – Pedro Neto)
1-0 – Gerson Rodrigues – 30m
1-1 – Diogo Jota – 45m
1-2 – Cristiano Ronaldo – 51m
1-3 – João Palhinha – 80m
Cartões amarelos – Maxime Chanot (20m); Diogo Jota (39m) e Rúben Dias (70m) e Renato Sanches (83m)
Cartão vermelho – Maxime Chanot (87m)
Árbitro – Sergei Ivanov (Rússia)
Poderia supor-se que a equipa portuguesa – que saíra de Belgrado com um “amargo de boca” e uma inevitável sensação de injustiça (pela não validação do que teria sido o seu terceiro golo, e, consequentemente, da vitória) – entraria em campo, no Luxemburgo, disposta a, desde o primeiro minuto, expressar o seu sentimento de revolta.
Pois, a meia hora inicial do jogo mostraria precisamente o contrário: um lote de jogadores notoriamente desinspirados, com uma estranha passividade, a permitir ao Luxemburgo gerir o jogo de acordo com a sua conveniência.
Sabia-se que a selecção luxemburguesa tem feito progressos notórios, e que vinha, inclusivamente, de uma tão sensacional como surpreendente vitória na Irlanda. Acresce, naturalmente, a motivação de defrontar o Campeão da Europa em título, num grupo em que, ademais, são vários os jogadores com ligações afectivas a Portugal.
Ainda assim poucos seriam os que poderiam crer no resultado que se verificava aos trinta minutos: mercê de um tento da autoria de Gerson Rodrigues – nascido no Pragal – o Luxemburgo estava a ganhar aos campeões europeus!
Até então, a formação nacional dispusera de uma única ocasião de perigo, desaproveitada por Renato Sanches. Sentindo o “toque a rebate”, o “onze” português, claro, espevitaria, curiosamente com o recuo de Bernardo Silva, a apoiar Rúben Neves e Renato Sanches, vindo ainda a beneficiar de uma substituição forçada (por lesão de João Félix), com a entrada de Pedro Neto, o qual viria precisamente a estar no origem do golo do empate, cruzando para mais um cabeceamento de excelente execução do muito oportuno Diogo Jota, mesmo a findar a primeira metade da partida.
Um golo que surgiu na “altura certa”, proporcionado a Fernando Santos, no intervalo, uma conversa em tom algo diferente do que teria sido se se mantivesse a escandalosa situação de desvantagem.
Com a serenidade recuperada, Portugal viria a desferir, logo no recomeço, um golpe decisivo, com o golo de Cristiano Ronaldo, apenas com seis minutos decorridos, a operar a reviravolta e, necessariamente, a fazer duvidar os luxemburgueses da possibilidade de virem ainda a alcançar um resultado positivo. De imediato, Nuno Mendes poderia até ter ampliado a contagem…
O que não significa que a turma da casa tivesse abdicado de ir em busca de tal “proeza”, à medida que o tempo ia decorrendo e o resultado tangencial subsistia, tendo, em paralelo, a selecção portuguesa voltado a baixar a intensidade de jogo. À passagem dos 70 minutos, o Luxemburgo ameaçaria mesmo o empate, não fora a atenta intervenção de Anthony Lopes.
Por seu lado, Cristiano Ronaldo, continuando a denotar estar em mau momento de forma – porventura também afectado por alguma ansiedade em procurar fazer, rapidamente, os (agora) seis golos que o separam do “record” do iraniano Ali Daei -, não conseguiria desfeitear Anthony Moris, perdendo, no mesmo lance, duas soberanas ocasiões, no “cara-a-cara” com o guardião contrário (viria ainda, “à terceira”, a introduzir a bola na baliza, mas, então, já em posição irregular).
Portugal só descansaria enfim, a dez minutos do final, com o recém-entrado João Palhinha, muito eficaz, a apontar o terceiro golo, que selava o triunfo, que, por agora, lhe confere o 1.º lugar do Grupo (em igualdade pontual com a Sérvia), após uma intensa série de três jogos disputados, num bem curto período de apenas seis dias. Um registo claramente superior ao nível exibicional demonstrado…
GRUPO A Jg V E D G Pt 1º Portugal 3 2 1 - 6 - 3 7 2º Sérvia 3 2 1 - 7 - 5 7 3º Luxemburgo 2 1 - 1 2 - 3 3 4º Irlanda 2 - - 2 2 - 4 - 5º Azerbaijão 2 - - 2 1 - 3 -
3ª jornada
30.03.2021 – Azerbaijão – Sérvia – 1-2
30.03.2021 – Luxemburgo – Portugal – 1-3