Archive for Abril, 2019
O Pulsar do Campeonato – 24ª Jornada
(“O Templário”, 18.04.2019)
A antepenúltima ronda do Distrital da I Divisão foi a mais profícua de toda a competição na presente época, com um total de 31 golos (média de 4,4 golos/jogo!), fruto de quatro goleadas (em sete jogos disputados). A nível do duo da frente, nada de novo; na cauda da tabela, Torres Novas e Ferreira do Zêzere garantiram, matematicamente, a permanência no principal escalão, enquanto o Alcanenense deu boa “prova de vida”, agarrando-se ainda à esperança.
Destaques – O principal destaque da jornada vai, desta feita, para o At. Ouriense, que impôs uma retumbante goleada por 6-1 no reduto da Glória do Ribatejo (formação que tinha sido já “brindada”, no início da temporada, com um 6-0, pelo rival Marinhais, em desafio da Taça do Ribatejo, e, para o campeonato, com um 4-0, pelo Ferreira do Zêzere). O marcador é tão mais notável se atendermos ao facto que a turma da Glória vinha de um excelente triunfo em Fazendas de Almeirim, podendo ter consolidado a sua posição acima da “linha de água”. Ao invés, com a vitória averbada, o conjunto de Ourém ascendeu à 6.ª posição da tabela.
Precisamente pelos mesmos números (6-1), o líder, U. Santarém, superou, com mais facilidades do que seria expectável, o Marinhais, afinal, replicando as goleadas que obtivera na época transacta, então na divisão secundária (4-0 e 6-0). Dois jogos apenas (em Tomar, com o União, e em casa, ante o Torres Novas) separam agora os escalabitanos do que poderá ser a conquista do título de Campeão Distrital pelo segundo ano sucessivo, depois de, em 2018, se terem sagrado Campeões da II Divisão Distrital.
Também o U. Almeirim, ainda com a perspectiva de poder chegar ao 2.º lugar (recebe o Coruchense na derradeira ronda), mas, no mínimo, de garantir o 3.º posto (que – em função dos finalistas da Taça do Ribatejo – lhes dará acesso à Taça de Portugal), não se mostrou afectado pelo desaire sofrido em Tomar, goleando o Torres Novas (que mantém uma das defesas menos batidas da prova) por categórico 4-0.
Surpresa – A atravessar uma fase má (tendo sofrido terceira derrota sucessiva, o que lhe custou, para já, a baixa até ao 9.º lugar), o Fazendense faz parte, pela segunda semana seguida, do realce pela negativa. Depois do desaire caseiro, sofrido pelo grupo das Fazendas ante a Glória do Ribatejo, a (enorme) surpresa desta jornada foi protagonizada pelo Alcanenense, que, enfim, colocou termo a uma longuíssima “travessia do deserto”, sem vencer desde a ronda inaugural, há sete meses (22 jogos para o campeonato e três para a Taça do Ribatejo), goleando o Fazendense pelo absolutamente imprevisto marcador de 4-1, adiando a eventual despromoção.
Confirmações – O Coruchense, depois de, em duas semanas, ter visto escapar-se a liderança (com empates com o U. Tomar e Torres Novas) reagiu positivamente, vencendo o já conformado Cartaxo por 2-0. Ao grupo do Sorraia nada mais resta que tentar transpor os (muito) difíceis obstáculos que se lhe apresentam ainda (recepção ao Amiense e deslocação a Almeirim), na expectativa de um deslize do U. Santarém.
Em Samora Correia, os visitados repartiram os pontos com o Amiense, empatando a duas bolas, com o grupo de Amiais de Baixo a reforçar o 4.º lugar, mirando ainda a hipótese de poder chegar um degrau mais acima. Por seu lado, em Ferreira do Zêzere, num encontro de “final de estação”, o U. Tomar conseguiu, no derradeiro minuto, e a jogar em inferioridade numérica, arrancar o golo da igualdade (1-1), desfecho que, não obstante, foi o suficiente para os donos da casa garantirem o objectivo da manutenção.
II Divisão Distrital – Reforçou-se, na terceira ronda, a curiosa tendência, que se vem verificando nos jogos desta fase final, de resultados positivos para as equipas visitantes: em nove partidas, somente um triunfo dos visitados! Abrantes e Benfica, que segue com o pleno de três vitórias, impôs-se por 2-0 nos Riachos, o mesmo resultado registado pelo Rio Maior no reduto do Forense; na Moçarria, o empate (2-2) favorece mais o Pego, pese embora o Moçarriense seja, por agora, o vice-líder. Com a perspectiva de poderem subir de Divisão quatro clubes (caso o Fátima consiga manter-se no Nacional), os abrantinos dispõem já de um avanço de seis pontos (aliás, quer em relação ao 5.º, como face ao 4.º classificado).
Campeonato de Portugal – O Fátima, mesmo a jogar em inferioridade numérica desde o quarto de hora inicial, não desperdiçou a soberana ocasião de voltar aos triunfos, ao receber o “lanterna vermelha”, Mação, ganhando mercê de um solitário tento apontado, o bastante para ampliar para cinco pontos a margem de segurança em relação ao Sertanense (primeira equipa abaixo da “linha de água”), derrotado em casa pelo Nogueirense, quando restam agora disputar quatro jornadas.
Com calendários teoricamente de grau de dificuldade equivalente (inclusivamente, com três adversários comuns até final, embora alternando a condição de visitado/visitante), os fatimenses conseguiram, assim, um determinante “balão de oxigénio”, mas nada está ainda decidido…
Antevisão – A penúltima jornada da I Divisão decorrerá apenas após a quadra pascal, com os dois candidatos ao título a serem fortemente colocados à prova: o U. Santarém, visitando Tomar, com o União a pretender concluir da melhor forma o excelente ciclo de resultados averbados ante os (então) cinco clubes que aspiravam ainda ao lugar cimeiro da pauta classificativa; o Coruchense, recebendo a visita de um desinibido e sempre ambicioso Amiense.
Outro encontro de interesse será o que opõe o Cartaxo e U. Almeirim, dois dos clubes que mais apostaram nesta época, agora já afastados do objectivo máximo, mas ainda a pretender alcançar a melhor posição possível, em especial no caso dos almeirinenses, visando manter-se no pódio.
Na disputa pela manutenção, teremos como que uma final, num escaldante “derby” entre Marinhais e Glória do Ribatejo, com a curiosidade suplementar de os visitados terem de enfrentar, nas duas últimas jornadas, os seus dois opositores em tal contenda (encerram o campeonato em Alcanena). Quanto ao Alcanenense, só outra (pouco provável) vitória em Ourém lhes permitirá evitar, desde já, o consumar da despromoção.
Na II Divisão, o Riachense-Rio Maior poderá vir a revelar-se crucial nas contas finais da subida.
No Campeonato de Portugal, com a ronda 31 agendada para Sábado de Aleluia, o Fátima tem uma difícil saída até Castelo Branco, onde encontrará um conjunto “ferido” pela pesada derrota sofrida (0-3) com o vizinho e já despromovido Alcains; por seu lado, o Mação recebe a também próxima equipa da Sertã, sendo parte directamente interessada em poder contribuir para que não venha a descer, ao campeonato em que militará na próxima época, outro clube do Distrito.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 18 de Abril de 2019)
Liga Europa – 1/4 Final (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Napoli - Arsenal 0-1 0-2 0-3 Valencia - Villarreal 2-0 3-1 5-1 Eintracht Frankfurt - Benfica 2-0 2-4 4-4 Chelsea - Slavia Praha 4-3 1-0 5-3
O alinhamento dos jogos das meias-finais, agendados para 2 e 9 de Maio, é o seguinte:
Arsenal – Valencia
Eintracht Frankfurt – Chelsea
Liga Europa – 1/4 de final – E. Frankfurt – Benfica
Eintracht Frankfurt – Kevin Trapp, Danny Vieira da Costa, Makoto Hasebe, David Ángel Abraham, Simon Falette (90m – Jetro Willems), Filip Kostić, Gelson Fernandes, Mijat Gaćinović, Sebastian Rode (85m – Lucas Torró), Luka Jović (76m – Gonçalo Paciência) e Ante Rebić
Benfica – Odysseas Vlachodimos, André Almeida (79m – Jonas Gonçalves), Rúben Dias, Jardel Vieira, Alejandro “Álex” Grimaldo, Gedson Fernandes, Andreas Samaris (70m – Luís Fernandes “Pizzi”), Ljubomir Fejsa, Rafael “Rafa” Silva (72m – Eduardo Salvio), João Félix e Haris Seferović
1-0 – Filip Kostić – 37m
2-0 – Sebastian Rode – 67m
Cartões amarelos – David Ángel Abraham (74m), Simon Falette (78m) e Ante Rebić (83m); Jonas Gonçalves (90m)
Cartão vermelho – Bruno Lage (Treinador – 37m)
Árbitro – Daniele Orsato (Itália)
O “onze” escolhido por Bruno Lage para esta partida parecia denotar, por um lado, que o Benfica assumia a importância do jogo e da possibilidade de alcançar, uma vez mais, as meias-finais da Liga Europa, e, por outro, que a equipa pretenderia apresentar uma atitude positiva, em busca do (que se antecipava já viesse a ser imprescindível) golo e não apenas em defesa do resultado averbado na primeira mão.
Se esse desafio ficara marcado pela expulsão de um defesa da equipa germânica, o desta noite ficou indelevelmente manchado por um inexplicavelmente não sancionado fora de jogo, que resultaria no tento inaugural dos alemães. Um erro grave de arbitragem, a penalizar o Benfica, mas que não justifica tudo o que se passou, com a formação portuguesa a ter que assumir também as suas falhas e a titubeante abordagem exibida.
Como era expectável, o Eintracht entrou, logo desde início, a pressionar bastante, empurrando a equipa benfiquista para a sua zona defensiva. Ainda não estavam decorridos os dez minutos iniciais, e já Kostić ameaçava a baliza de Vlachodimos.
Passados os primeiros vinte minutos sem alteração no marcador, o Benfica, pese embora viesse revelando dificuldades em sair a jogar, com Seferović sem conseguir manter a posse de bola, terá começado a acreditar que o “pior” estaria passado e que seria possível manter o nulo no marcador, ou, pelo menos, fazer prolongar o mais possível essa situação.
Caminhava-se já para os 40 minutos, quando, em mais uma das muitas tentativas do Eintracht, que não deixara de insistir no ataque, Gaćinović, com um remate de fora da área, acertou no poste, ressaltando a bola para Kostić, claramente adiantado em relação à defesa benfiquista, o qual, beneficiando dessa posição irregular, inaugurou o marcador, perante um desamparado guardião contrário.
Um lance duplamente penalizador: não sendo ainda aplicado o “VAR” nesta fase da Liga Europa, os protestos de Bruno Lage valer-lhe-iam a expulsão…
Num final de primeira parte algo penoso, a turma portuguesa, completamente arredada de qualquer efectiva iniciativa de ataque (ou contra-ataque), aparentemente impotente para, sequer, procurar repartir o jogo, passava a estar dependente de um único golpe para perder a vantagem que levara de Lisboa.
A entrada para a segunda metade mostraria uma equipa com uma atitude completamente diferente, tendo o Benfica, nos minutos iniciais, criado dois bons lances de perigo, contudo, sem que tal se tivesse materializado em golo.
Primeiro, logo a abrir, com João Félix a progredir no terreno, descaído sobre o lado esquerdo, combinando com Gedson Fernandes, mas faltando alguém para dar a melhor sequência na área contrária, com Falette a antecipar-se no corte, que quase resultava… em auto-golo. Pouco depois, Samaris, com excelente abertura, a solicitar a desmarcação de Seferović, o qual, com um cabeceamento fraco, não seria, contudo, capaz de desfeitear o guarda-redes alemão.
Mas seria “sol de pouca dura”. Rapidamente o Benfica – hesitante entre assumir o ataque ou, numa atitude de “auto-preservação”, privilegiar a defesa – voltaria a recolher, caindo outra vez na armadilha de pensar que poderia manter a sua baliza a salvo, isto perante um opositor que parecia agora apresentar-se até menos exuberante no ataque.
Mas, de forma muito fria, os germânicos não precisariam de muitas oportunidades para chegar ao golo. Estávamos a meio da etapa complementar da partida quando – depois de uma boa defesa de Vlachodimos a remate de Gaćinović – Rode, liberto de marcação à entrada da área, obteve o golo que, num ápice, provocava uma reviravolta no sentido da eliminatória, passando imediatamente a posição do Benfica de vantagem a desvantagem.
Tarde demais, Bruno Lage arriscava então tudo, fazendo entrar Pizzi, Salvio e Jonas. Mas, o Benfica parecia jogar já algo em “desespero de causa”, sem a necessária serenidade e discernimento, nunca tendo chegado a criar real ameaça ao seu adversário.
O lance de maior “frisson” ocorreria a cinco minutos do final, quando Salvio rematou a bola contra a face externa do poste, mas a verdade é que o Benfica esteve sempre muito longe da baliza contrária.
Perante um adversário, que sendo de bom nível, não era, afinal, um “bicho papão”, e independentemente do grave prejuízo decorrente da falha de arbitragem, o Benfica tem de buscar em si próprio as razões para esta evitável eliminação. O desenrolar do jogo veio mostrar cabalmente o que não era difícil adivinhar: era mesmo necessário ter marcado em Frankfurt e, para tal, toda a abordagem ao jogo, atitude e comportamento dentro de campo deveria ter sido diferente, logo desde o apito inicial.
Liga dos Campeões – 1/4 Final (2.ª mão)
2ª mão 1ª mão Total Juventus - Ajax 1-2 1-1 2-3 FC Porto - Liverpool 1-4 0-2 1-6 Manchester City - Tottenham 4-3 0-1 4-4 Barcelona - Manchester United 3-0 1-0 4-0
O alinhamento dos jogos das meias-finais, agendados para 30 de Abril e 1 de Maio (1.ª mão) e 7 e 8 de Maio (2.ª mão), é o seguinte:
Tottenham – Ajax
Barcelona – Liverpool
O Pulsar do Campeonato – 23ª Jornada
(“O Templário”, 11.04.2019)
Numa jornada em que se antecipava que o perigo pudesse estar à espreita dos três candidatos ao título, todos com deslocações de alto risco, apenas os escalabitanos conseguiram sair incólumes, o que lhes proporciona, não só recuperar a liderança, culminando uma longa e incessante perseguição, ao longo de toda a segunda volta, como – conjugando as dificuldades teóricas do calendário dos dois clubes que agora subsistem em tal disputa, nas três derradeiras rondas, com a quebra que o Coruchense vem denotando e, por outro lado, com o impacto psicológico que esta ultrapassagem poderá ter em ambos – assumir agora o estatuto de principal favorito.
Destaques – Pela quarta semana consecutiva, o União de Tomar defrontava um candidato ao título. Após a derrota sofrida em Torres Novas, há cerca de um mês, e antevendo as grandes dificuldades que as sete jornadas restantes apresentavam, poderia pensar-se que os unionistas – então, aparentemente, já sem especiais objectivos a visar –, viriam a enfrentar um demasiado longo e, eventualmente, até algo penoso final de época.
A reforçar a relevância que o aspecto mental assume no futebol, a verdade é que, entretanto, a situação se modificou de forma radical, passando o grupo, já liberto de pressões, a desfrutar o momento, experimentando verdadeiro e acrescido prazer a cada jogo que vai disputando, não sendo descabido afirmar que, nesta altura, os jogadores teriam forte vontade, se tal fosse possível, de dar continuidade a esta série de jogos com as equipas do topo da tabela (resta-lhes apenas receber o novo líder…). E tal reflecte-se também na pauta classificativa, com o 6.º lugar que o clube agora atingiu a passar a ser um objectivo concreto para o fecho da temporada.
No desafio do passado Domingo, ante o U. Almeirim, os tomarenses, face a argumentos desiguais, contrapuseram estratégias diferenciadas, oferecendo a iniciativa ao adversário, para o qual era imperioso vencer. E, pese embora o natural maior pendor ofensivo dos forasteiros, a verdade é que, em lances de bola parada, tendo beneficiado de cinco cantos em curto período de tempo, os “rubro-negros” tiveram duas boas ocasiões para marcar. O golo não surgiu nesses lances, mas materializar-se-ia ainda antes do final do primeiro tempo.
Na segunda metade, os almeirinenses procuraram intensificar a pressão, mas a turma nabantina, com forte espírito de grupo, muito tranquila e quase sempre bastante concentrada, não concedeu grandes possibilidades, vindo, ao invés, a ampliar a vantagem para 2-0, aproveitando, com eficácia, o contra-ataque. Na ponta final, o U. Almeirim reduziria ainda para 2-1, mas já não conseguiria alterar o desfecho do encontro.
Lino Freitas soube armar a equipa para extrair o máximo rendimento do colectivo, com algumas individualidades a destacar-se, casos do guardião Nuno Ribeiro – para além das excelentes intervenções dentro de campo, também com uma atitude digna de registo, ao ofertar a um jogador adversário (a passar momento pessoal muito difícil, pelo falecimento da mãe, mas não abdicando de dar o seu contributo à equipa neste jogo decisivo), o prémio de “melhor jogador em campo” com que tinha sido distinguido – e do ponta-de-lança Handerson Lacerda, um muito bom reforço nesta fase final da época, somando agora já sete golos em seis jogos.
Outro grande destaque da jornada vai, naturalmente, para o Torres Novas, que fez com que o então líder voltasse a perder pontos e, por conseguinte, também a posição que ostentava. A formação do Sorraia começaria da melhor forma, entrando praticamente a ganhar, marcando logo ao 2.º minuto, mas os torrejanos não se mostrariam afectados, vindo a restabelecer a igualdade com pouco mais de um quarto de hora de jogo; o marcador não se alteraria até final.
Na luta pela manutenção, realce para a notável reacção do Marinhais, que, em partida de importância crucial, depois de ter chegado a estar em desvantagem por dois golos, conseguiu operar fantástica reviravolta, ganhando ao Ferreira do Zêzere por 4-3, no que constitui apenas a sua segunda vitória em toda a prova, dando boa “prova de vida” em momento determinante.
Surpresa – A grande surpresa da jornada ocorreu, todavia, em Fazendas de Almeirim, onde a equipa da Glória do Ribatejo alcançou também um importantíssimo triunfo (2-1), o que, a par da vitória do vizinho e rival Marinhais, praticamente implica a inevitabilidade da despromoção do Alcanenense, que, a consumar-se, descerá de divisão em dois anos consecutivos, desde o Nacional, até ao escalão mais baixo do Distrital!
Confirmações – O U. Santarém, evidenciando forte vitalidade, confirmou o seu favoritismo, na difícil deslocação a Ourém, onde se impôs, ante o At. Ouriense, por 3-1. Por seu lado, em Amiais de Baixo, Amiense e Cartaxo, em disputa directa pelo 4.º posto, terminaram a partida igualados a um, no quarto empate sucessivo dos cartaxeiros. Por fim, o Samora Correia venceu, sem grande dificuldade, o “lanterna vermelha”, Alcanenense, por convincente marca de 4-1.
II Divisão Distrital – Após as duas primeiras jornadas, em seis jogos já disputados, regista-se a curiosidade de ter ocorrido uma única vitória caseira (do Abrantes e Benfica, que, assim, é já líder isolado, dado ter sido o único clube a vencer os dois desafios disputados). De facto, no passado Domingo, os visitantes saíram vencedores: o Abrantes e Benfica, no Pego, e o Riachense, ante o Forense, ambos por tangencial 1-0; o Moçarriense, em Rio Maior, por 2-1.
Campeonato de Portugal – Como, de alguma forma, seria expectável, Fátima e Mação registaram mais uma ronda negativa, perdendo os respectivos jogos: os fatimenses, em Vila Franca de Xira, frente ao agora vice-líder, Vilafranquense, por 0-3; os maçaenses, no seu próprio reduto, ante o Oliveira do Hospital (que integra o grupo dos 5.º classificados), por 0-1. A situação do Fátima vai-se tornando deveras preocupante, somente com dois escassos pontos de vantagem em relação à zona de despromoção (14.º lugar, ocupado pelo Sertanense).
Antevisão – Na I Divisão, agora com o caminho para o título a estreitar-se decisivamente, destaca-se o Coruchense-Cartaxo, mais um sério teste ao conjunto da casa, que não pode sofrer deslizes; o problema é que os cartaxeiros já não perdem há 13 jornadas! Em teoria, de menor grau de dificuldade será o obstáculo a transpor pelo U. Santarém, recebendo o Marinhais, porém com este oponente também em acesa luta pelos pontos que lhe permitam a “salvação”. Nota ainda para um sempre aliciante “quase derby”, Ferreira do Zêzere-U. Tomar, com os visitados, algo inesperadamente, a necessitar ainda pontuar para confimar em definitivo a tranquilidade.
Na II Divisão, realce para o Moçarriense-Pego e para o Riachense-Abrantes e Benfica.
No Campeonato de Portugal, esta poderá ser uma jornada determinante, com o confronto entre os dois clubes do Distrito, estando o Fátima, a jogar em casa, “obrigado” a ganhar ao Mação.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Abril de 2019)
Liga Europa – 1/4 de Final
Arsenal – Napoli – 2-0
Villarreal – Valencia – 1-3
Benfica – Eintracht Frankfurt – 4-2
Slavia Praha – Chelsea – 0-1
Liga Europa – 1/4 de final – Benfica – E. Frankfurt
Benfica – Odysseas Vlachodimos, Sébastien Corchia (66m – Luís Fernandes “Pizzi”), Rúben Dias, Jardel Vieira, Alejandro “Álex” Grimaldo, Gedson Fernandes, Andreas Samaris (85m – Andrija Živković), Ljubomir Fejsa, Franco Cervi, Rafael “Rafa” Silva (60m – Haris Seferović) e João Félix
Eintracht Frankfurt – Kevin Trapp, Makoto Hasebe, David Ángel Abraham, Martin Hinteregger, Obite Evan N’Dicka, Danny Vieira da Costa, Sebastian Rode (85m – Mijat Gaćinović), Gelson Fernandes, Filip Kostić, Ante Rebić (68m – Gonçalo Paciência) e Luka Jović (60m – Jonathan Alexander de Guzmán)
1-0 – João Félix (pen.) – 21m
1-1 – Luka Jović – 40m
2-1 – João Félix – 43m
3-1 – Rúben Dias – 50m
4-1 – João Félix – 54m
4-2 – Gonçalo Paciência – 72m
Cartões amarelos – Andreas Samaris (82m); Luka Jović (4m), Ante Rebić (26m) e Makoto Hasebe (82m)
Cartão vermelho – Obite Evan N’Dicka (20m)
Árbitro – Anthony Taylor (Inglaterra)
Dois aspectos inegáveis deste jogo da 1.ª mão dos 1/4 de final da Liga Europa: a forma como a expulsão de N’Dicka, logo aos 20 minutos (tendo o Eintracht sido, paralelamente, sancionado com grande penalidade, de que resultou o tento inaugural do Benfica), condicionou o desenrolar do jogo, no tempo restante; o excelente resultado averbado pela equipa benfiquista, derrotando um adversário que seguia com uma magnífica série de 15 jogos consecutivos de invencibilidade (desde o final de 2018), tendo, aliás, triunfado nas últimas seis jornadas do campeonato alemão!
Em mais uma grande noite europeia do Benfica, frente a um adversário de grande poderio, actual 4.º classificado na “Bundesliga” e detentor do troféu da Taça da Alemanha (tendo derrotado na Final, o Bayern, por 3-1), destacou-se a magnífica exibição de um jovem de 19 anos, João Félix, a marcar um “hat-trick”, tendo ainda contribuído com a assistência para o outro golo da formação portuguesa.
Bruno Lage prosseguiu a sua política de rotação, fazendo descansar André Almeida, Ferro, Pizzi, Seferović e Jonas, e surpreendendo com a forma como dispôs o seu onze em campo, incluindo Gedson Fernandes, sem uma referência óbvia no ataque.
Com rápidas movimentações, o Benfica assumiu, desde início, a iniciativa do jogo, mas a turma alemã mantinha “em sentido” a defesa contrária, com perigosos lances de contra-ataque, num início a “100 à hora”, sempre com os olhos na baliza contrária, de parte a parte.
Ainda numa fase relativamente prematura do desafio, aos 20 minutos, surgiu o momento capital da partida, precisamente devido à acção de Gedson Fernandes (depois de uma boa combinação de Samaris com João Félix, com este a lançar Gedson), a surgir isolado na grande área, cara a cara com o guarda-redes, sendo derrubado pelo defesa, do que resultaria a expulsão de N’Dicka e a grande penalidade que proporcionou o primeiro golo.
Até final do primeiro tempo, a equipa da casa poderia ter ampliado a marca, mas, ao invés, seria o conjunto de Frankfurt, que conseguia manter a sua pressão alta, a igualar a contenda, por Luka Jović (curiosamente, um avançado emprestado pelo Benfica ao clube germânico, mas que não retornará à Luz…), na sequência de uma comprometedora falha de Fejsa.
A reacção benfiquista não podia ser melhor, com João Félix, apenas três minutos volvidos, com um remate de excelente execução, de fora da área, a recolocar a sua equipa em vantagem.
O jogo estava bom, muito aberto, e, ainda antes do intervalo, haveria inclusivamente tempo para uma notável defesa do guardião Kevin Trapp, a impedir Franco Cervi de chegar ao golo, tendo, por outro lado, os portugueses passado por um pequeno susto, ao ver a bola anichar-se nas suas redes, num lance que, todavia, o árbitro invalidaria, por posição irregular, a interferir com a zona de acção de Vlachodimos.
E, se a primeira metade terminara em ebulição, o arranque da segunda metade não faria por menos, com o Benfica, sem baixar o ritmo, a ampliar para 3-1 logo aos cinco minutos, com Rúben Dias a dar a melhor sequência a um lance de pontapé de canto, após um primeiro desvio de cabeça de João Félix.
O conjunto teutónico vacilava, agora perdido nas marcações – tendo, por momentos, dado a sensação de estar “à deriva” – sem saber já muito bem se deveria privilegiar as acções defensivas ou continuar em busca de lances de contra-ataque.
Não surpreendeu, assim, que a turma benfiquista, chegasse, quase de imediato, ao quarto golo – terceiro da grande promessa do futebol português, que, na emoção do momento, não susteve as lágrimas, outra vez aproveitando o bom cruzamento de Grimaldo (que apontara o canto que estivera na origem do golo precedente) -, podendo mesmo antever-se que o marcador poderia não ficar por aí.
Visando aproveitar a alta rotação a que o jogo vinha sendo disputado, Bruno Lage apostaria então em Seferović, o qual, escassos minutos depois de entrar em campo, desperdiçou soberana ocasião para fazer o 5-1, tendo, a passe de João Félix, rematado forte, com Trapp a salvar a bola, com defesa de recurso, com a bota!
Porém, a lesão do lateral direito, Corchia, forçaria a “improvisar”, com o recuo de Gedson Fernandes para a defesa, tendo entrado Pizzi. A equipa portuguesa começava então a denotar alguma fadiga e dificuldade em controlar o jogo a meio campo.
Numa falha de marcação, Gonçalo Paciência, também recém-entrado na formação alemã, de cabeça, igualmente após um canto, antecipando-se entre Grimaldo e Jardel, bateria Vlachodimos, que talvez pudesse ter tentado mais alguma coisa…
O Benfica acabaria o jogo a gerir o resultado, optando por mão dar continuidade à estratégia de maior risco, que seguira nos primeiros 75 minutos.
Num balanço final, o que se pode dizer deste resultado? Que é bem positivo para o Benfica, muito melhor do que, porventura, seria expectável. Que, só por si, nada decide, implicando, muito possivelmente, a necessidade de a equipa portuguesa marcar em Frankfurt (recorde-se que o Eintracht ganhou já, na presente edição da prova, por 4-0 ao Olympique de Marseille e por 4-1 à Lazio e ao Shakhtar Donetsk, tendo empatado a zero com o Inter – mas também não deixa de ser verdade que nenhum destes opositores tinha conseguido derrotar os alemães, muito menos marcar-lhes quatro golos…).
Liga dos Campeões – 1/4 de Final
Ajax – Juventus – 1-1
Liverpool – FC Porto – 2-0
Tottenham – Manchester City – 1-0
Manchester United – Barcelona – 0-1
O Pulsar do Campeonato – 22ª Jornada
(“O Templário”, 04.04.2019)
Não há duas sem três… Depois de ter retirado pontos ao Cartaxo (empate) e ao Amiense (vitória), o União de Tomar – porventura a atravessar a melhor fase da época –, volta a alcançar um resultado positivo, desta feita empatando no terreno do comandante, Coruchense, tendo travado, pois, em três semanas sucessivas, três dos candidatos ao título (por curiosidade, caber-lhe-á receber ainda, nos dois jogos que restam por disputar em Tomar na presente temporada, os outros dois candidatos, U. Almeirim e U. Santarém).
Destaques – Assim, a primeira nota de realce vai, uma vez mais, para a igualdade (2-2) averbada pelo U. Tomar em Coruche. Os unionistas, com uma excelente entrada em campo, muito confiantes e personalizados, surpreenderam o líder do campeonato, tendo criado, logo na fase inicial da partida, as melhores ocasiões de perigo, pelo que o tento dos nabantinos, inaugurando o marcador, acabaria por ser a consequência lógica dessa fase do desafio.
Sempre mais apostada em jogar em profundidade, a turma do Sorraia só à passagem da meia hora conseguiria assentar o seu jogo, tendo então restabelecido o empate. Na segunda metade do desafio, o Coruchense procurou impor o seu estatuto, tendo, por volta dos 65 minutos, operado a reviravolta no marcador, colocando-se em vantagem, na conversão de uma contestada grande penalidade. Apesar do golpe sofrido, o grupo unionista – com todo o colectivo a exibir-se a bom nível – não vacilou, reagindo positivamente, tendo tido ainda a capacidade de igualar novamente, assinalando-se os dois golos apontados por Handerson Lacerda, passando a somar já seis tentos nas últimas cinco jornadas.
Outro candidato, U. Almeirim, apresentou bem melhor desempenho nesta ronda, recebendo o Marinhais, pese embora tenha começado por ser também surpreendido com o tento dos visitantes, acabando por golear por categórico 6-1, assim se desforrando das desfeitas sofridas ante este mesmo adversário, na primeira volta do campeonato e na Taça do Ribatejo (dois empates, tendo o segundo custado a eliminação da “prova rainha”). Os almeirinenses somaram a terceira vitória consecutiva, registando actualmente a melhor série em curso.
É ainda digno de sublinhado o triunfo (2-1) alcançado pelo At. Ouriense – que seguia com três desaires sucessivos – em Ferreira do Zêzere, o que lhe proporcionou ascender ao 6.º posto.
Surpresa – Para além do desfecho registado pelo U. Tomar, a surpresa da jornada foi protagonizada pelo Torres Novas, a impor um nulo no Cartaxo (terceira igualdade sucessiva dos cartaxeiros no campeonato, agora já sem aspirações ao ambicionado lugar de topo nesta competição, tendo inclusivamente baixado à 5.ª posição).
Confirmações – O grande vencedor do passado fim-de-semana terá sido – em paralelo com o U. Almeirim – o U. Santarém, novamente a recolar ao líder, somente a um ponto, mercê do expectável triunfo registado na recepção ao Fazendense, pese embora por tangencial 1-0.
No pólo oposto, no que respeita à acesa disputa da permanência no principal escalão do futebol distrital, os aflitos Glória do Ribatejo (há dez jogos sem ganhar) e Alcanenense (que não vence há 21 jornadas!) não conseguiram impedir que os seus opositores – dispondo de maiores argumentos competitivos –, Samora Correia e Amiense, somassem os três pontos em jogo, com os samorenses a impor-se por 2-1, enquanto o conjunto de Amiais de Baixo, ganhando por 3-2, voltou a posicionar-se no 4.º lugar da pauta classificativa, todavia a sete pontos do líder.
A quatro rondas do seu termo, o campeonato mantém-se bem vivo, se atentarmos nos aliciantes confrontos que se avizinham, especialmente: o guia, Coruchense receberá o Amiense (4.º) e o Cartaxo (5.º), deslocando-se a Almeirim (3.º) e a Torres Novas (10.º); o U. Santarém enfrentará também duas difíceis saídas, a Ourém (6.º) e Tomar (8.º); o U. Almeirim (para além de receber o Coruchense no derradeiro dia da prova) terá de deslocar-se ao Cartaxo e a Tomar.
Por seu lado, na luta pela manutenção, o Marinhais receberá ainda o Ferreira do Zêzere e o rival Glória do Ribatejo, deslocando-se a Alcanena, pelo que terá o seu destino nas mãos, sendo que, em teoria, Alcanenense e Glória enfrentam calendário de mais elevado grau de dificuldade.
II Divisão Distrital – Na jornada de abertura da fase final, de apuramento de Campeão e dos (3 ou 4) clubes que serão promovidos à I Divisão, o Abrantes e Benfica, dando boa sequência à excelente campanha que vem realizando, entrou a ganhar, por 3-1, na recepção ao Rio Maior (vencedor da série Sul), mas o principal realce vai para o importante triunfo (2-0) do Pego em terreno alheio, nos Riachos. Na Moçarria, os donos da casa repartiram os pontos com o Forense, tendo empatado a uma bola.
Campeonato de Portugal – A seis jornadas do final da competição, consumou-se a despromoção, em termos matemáticos, do Mação, derrotado em Loures por 0-3, agora – mantendo a 18.ª e última posição – já a 19 pontos do Fátima… que é, nesta altura, a primeira equipa acima da “linha de água”. De facto, tendo sido também batidos (0-2), no seu próprio reduto, pelo Oleiros, os fatimenses caíram para um muito perigoso 13.º posto, apenas cinco pontos acima do Sertanense, necessitando urgentemente de somar mais alguns “pontinhos”.
Antevisão – Na I Divisão Distrital, os três da frente deparam-se com deslocações arriscadas, onde a probabilidade de ocorrência de algum deslize será considerável: o Coruchense viaja até Torres Novas, que, em nove jogos na segunda volta perdeu uma única vez (em Amiais de Baixo), vindo de um positivo empate no Cartaxo; o U. Santarém defronta o At. Ouriense, que pretenderá defender a 6.ª posição; enquanto o U. Almeirim vai de longada até à cidade do Nabão, onde encontrará uma formação do U. Tomar bastante motivada para enfrentar as equipas do topo da tabela. Por seu lado, Amiense e Cartaxo disputam, em confronto directo, o 4.º lugar.
Na II Divisão, destaca-se o encontro entre os vencedores da ronda inaugural, Pego-Abrantes e Benfica, os quais, também pelo desempenho evidenciado ao longo da primeira fase do campeonato, aparentam ser dois dos mais fortes candidatos à promoção.
No Campeonato de Portugal, a próxima jornada não se augura poder vir a ser muito positiva para os clubes do Distrito, com o Fátima a viajar até Vila Franca de Xira, para defrontar o 3.º classificado, a um único ponto dos líderes (Anadia e U. Leiria), cabendo ao Mação receber o Oliveira do Hospital (que ocupa um tranquilo 8.º lugar, dez pontos acima da “linha de água”).
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 4 de Abril de 2019)