Archive for 20 Junho, 2018
Mundial 2018 – Portugal – Marrocos
1-0
Rui Patrício; Cédric Soares, Pepe, José Fonte e Raphaël Guerreiro; Wiliam Carvalho, João Moutinho (89m – Adrien Silva), Bernardo Silva (59m – Gelson Martins), João Mário (70m – Bruno Fernandes) e Gonçalo Guedes; Cristiano Ronaldo (c.)
Monir El Kajoui; Nabil Dirar, Mehdi Benatia (c.), Manuel da Costa e Achraf Hakimi; Nouredinne Amrabat, Karim El Ahmadi (86m – Fayçal Fajr), Younes Belhanda (75m – Mehdi Carcela-González), Mbark Boussoufa e Hakim Ziyach; Khalid Boutaib (69m – Ayoub El Kaabi)
1-0 – Cristiano Ronaldo – 4m
Cartões amarelos – Adrien Silva (90m); Mehdi Benatia (40m)
Árbitro – Mark Geiger (EUA)
Luzhniki Stadium – Moskva (13h00)
Não há como contornar a evidência: a selecção de Portugal teve uma péssima exibição neste jogo, que, por felicidade, acabou por vencer.
Com Cristiano Ronaldo inspirado, o mais difícil parecia ter sido feito logo ao quarto minuto – outra vez, tal como sucedera na estreia, com a Espanha – quando, na sequência de um canto curto, João Moutinho, com um excelente cruzamento, colocou a bola na área de acção do avançado, que, numa espécie de “salto de peixe”, tendo de se baixar, cabeceou, apertado entre dois defesas contrários, fulminando a baliza.
Porém, inexplicavelmente, ao longo do tempo, esta partida acabaria por ter contornos de grande similitude face aos do primeiro desafio, com a formação portuguesa a denotar uma aflitiva incapacidade de “ter bola”, concedendo a iniciativa a uma atrevida equipa de Marrocos, sempre “por cima”, assumindo o controlo, empurrando os portugueses para a sua zona defensiva, fazendo-os desgastar-se, correndo incessantemente atrás da bola.
E, claro, criando lances de apuro próximo da grande área de Rui Patrício, com a defesa nacional a ver-se e desejar-se para acorrer a todas as solicitações que, só não dariam em golo, por manifesto desacerto dos marroquinos.
Tal como no jogo com a Espanha, como que a “papel químico”, também neste encontro Portugal podia ter ampliado a vantagem, outra vez com Cristiano Ronaldo a desmarcar Gonçalo Guedes, que, contudo – infeliz na concretização, pese embora deva ser creditado pelo intenso trabalho que desenvolveu, mais no apoio ao meio-campo -, rematou de forma a possibilitar que o guardião contrário, estendendo o braço, sacudisse a bola com uma “palmada”, impedindo a sua trajectória vitoriosa. Estavam, então, decorridos 39 minutos, e este lance constituiria como que o “canto do cisne”.
Se a primeira metade tinha sido já sofrível, o segundo tempo, então, seria penoso para o grupo luso, com um meio-campo praticamente “ausente”, sem sequer conseguir aproveitar o adiantamento contrário para esboçar o contra-ataque. Valeria, na circunstância, uma soberba intervenção de Rui Patrício, a negar o golo do empate, que, num par de outras ocasiões, apenas não viria igualmente a acontecer por clamorosas falhas dos jogadores marroquinos, em posição de alvejar a baliza, desastradamente rematando ao lado e/ou por cima.
Foi enorme o sufoco vivido até final, para aguentar a magra vantagem que deixa Portugal a um ponto do apuramento para os 1/8 de final, ao mesmo tempo que, paralelamente, com muito de injustiça, deixou já, matematicamente, a selecção de Marrocos afastada de tal aspiração.
No último jogo desta fase de grupos, face a uma selecção do Irão, treinada por Carlos Queiroz, que fez a “vida negra” à Espanha, posicionando-se em campo, por vezes, num inaudito sistema táctico de “6-3-1”, com uma defesa perfeitamente alinhada de seis elementos, a tapar os espaços a toda a largura do campo e – muitos poucos metros adiante -, uma segunda barreira defensiva, de mais três elementos (tendo os espanhóis sido felizes, marcando o seu único tento, numa espécie de “carambola”, tendo tido, depois, de sofrer também para preservar a vantagem), Portugal terá de operar uma significativa melhoria na sua atitude para procurar evitar passar por maiores sustos.