O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Final
20 Maio, 2018 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 17.05.2018 – Clicar na imagem para ver o artigo completo)
Ao triunfar por 2-1, frente ao recentemente sagrado Campeão Distrital (Mação), na Final da Taça do Ribatejo, o União de Tomar sagrou-se vencedor, pela primeira vez no seu historial (na sua 19.ª participação na prova – que apenas passou a disputar de forma assídua desde a temporada 2002-03, após a estreia na época de 1985-86), do troféu em disputa, voltando assim, vinte anos depois, à conquista de um título no escalão de seniores (após ter averbado, há cinco anos, idêntico galardão, mas, então, no escalão de juniores)!
Destaque – No grande dia da “festa da Taça”, reencontravam-se, no Complexo Desportivo do Bonito, no Entroncamento, num Estádio repleto de público entusiasta, as duas equipas que dominaram esta temporada no futebol distrital, o Campeão e Vice-campeão, disputando também a supremacia, agora, igualmente, na final da Taça do Ribatejo, após os dois empates registados nos encontros a contar para o campeonato.
O Mação, que defendia o troféu obtido no ano anterior (bisando o sucesso alcançado dez anos antes), apresentava-se com maior experiência neste tipo de desafios decisivos (tendo, logo no início da época vencido também a “Supertaça Dr. Alves Vieira”), face a uma equipa do U. Tomar que se estreava na final da competição.
Não obstante, desde o pontapé de saída, seriam os unionistas a assumir a iniciativa do jogo, não obstante viessem a passar por um primeiro grande susto, apenas com um minuto decorrido de jogo, quando, na sequência de um livre, e beneficiando do vento que se fazia sentir, os maçaenses enviaram uma bola, que, com uma trajectória caprichosa, viria a embater no poste da baliza tomarense.
Não acusando o toque, os rubro-negros inaugurariam o marcador apenas com sete minutos jogados, na sequência de um lançamento de linha lateral para o interior da área, onde, muito oportuno, Luís Pedro Alves, com um toque subtil, mas pleno de convicção, colocou o União em posição de vantagem.
Todavia, à medida que o tempo ia avançando, até final da primeira parte, o Mação conseguiria obter algum predomínio a meio-campo, com maior controlo de jogo, e apresentando maior insistência nos lances ofensivos.
Na segunda metade, agora jogando a favor do vento, os unionistas pareciam entrar mais afoitos, dispostos a ampliar a sua vantagem, quando num atraso para o guardião, num lance fortuito de infelicidade, ao procurar dominar a bola com o pé, ela escapou-se-lhe ligeiramente, surgindo de pronto um avançado maçaense, tornando-se inevitável o contacto (pé contra pé), que o árbitro sancionaria com grande penalidade. Também à passagem do sétimo minuto, na conversão do castigo, o Mação restabelecia a igualdade.
Curiosamente, a partir daí, e após ter conseguido assentar o seu jogo, seria sempre o União a assumir o risco, indo em busca do segundo tento, enquanto o Mação parecia mais na expectativa, aguardando pelo erro adversário para procurar o contra-golpe.
Até que – também a cerca de sete minutos do final do tempo regulamentar –, em mais uma das diversas arrancadas de Wemerson Silva, a desmarcar-se em velocidade, na sequência de um lançamento em profundidade, para as costas da defesa contrária, e a surgir isolado frente ao guardião maçaense, o melhor marcador do Campeonato e da Taça, remataria inapelavelmente, forte e colocado, “fuzilando” a baliza, sem hipótese de defesa, recolocando os nabantinos em vantagem no marcador.
Um golo de belo efeito, a surgir no momento ideal, culminando uma magnífica temporada – na qual o avançado unionista somou 29 tentos (7 na taça e 22 no campeonato) –, fazendo a diferença, e não apenas pelos golos apontados, tendo o U. Tomar alcançado um total de 81 golos, confirmando a proeza, de cariz inédito para o clube, a este nível, de marcar em todos os 34 jogos disputados nesta época!
Haveria ainda tempo, já em período de compensação, para outra fantástica arrancada de Wemerson, correndo quase meio-campo, surgindo novamente isolado, a procurar contornar o guarda-redes, o qual, em “desespero de causa”, o derrubou com os pés, originando outra grande penalidade, desta feita a favor dos tomarenses. Na conversão do lance, o brasileiro, com a mira “demasiado afinada”, acertaria com estrondo no poste, assim se gorando a possibilidade do terceiro golo unionista.
Com inteira justiça, num merecido prémio ao labor de todo o grupo de trabalho no decurso da temporada, o União de Tomar confirmava a conquista do troféu, numa partida em que há a enaltecer a forma digna como ambas as equipas actuaram, e o “fair-play” demonstrado pelos maçaenses dentro e fora de campo, assim como o comportamento dos adeptos de ambas as partes, num encontro de verdadeira festa.
Em fecho de ciclo, o técnico Lino Freitas alcançou enfim, no seu último desafio ao “leme”, o título pelo qual tanto porfiou ao longo de vários anos (igualando o registo de seis épocas consecutivas como treinador, antes atingido por Eduardo Fortes, numa muito significativa demonstração de estabilidade do clube), após quatro lugares consecutivos no pódio no campeonato, duas vezes vice-campeão e duas vezes no 3.º lugar – galardão que junta ao título de Campeão de Juniores, conquistado em 2009-10.
Com seis vitórias, um empate e uma derrota, e um “score” global de 17-5, o U. Tomar torna-se no 24.º clube a conquistar a Taça do Ribatejo, na sua 41.ª edição. Um título que, pessoalmente, com grande gratidão – para além do obrigado a todo o grupo –, aqui gostaria de associar à memória de Faustino Chora, símbolo maior da mística unionista.
II Divisão Distrital – Com o quarto triunfo (2-0 em Rio Maior) em outros tantos jogos, o U. Santarém parece lançado para garantir a promoção ao escalão principal, com a disputa pelas outras duas vagas muito repartida, com vantagem da Glória do Ribatejo (1-0 em Marinhais).
Campeonato de Portugal – As duas equipas que representam a série em que militaram os clubes do Distrito protagonizaram a surpresa da 2.ª mão do “play-off”, garantindo a qualificação para a eliminatória decisiva: o Mafra foi vencer por 4-2 ao terreno do Vilaverdense, enquanto o Vilafranquense ganhou por 2-0 em Vizela. Defrontarão agora, respectivamente, o U. Leiria e o Farense, para decidir os dois apurados para a final e inerente promoção à II Liga.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Maio de 2018)
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