Liga dos Campeões – 1/8 final (1.ª mão) – Benfica – B. Dortmund
14 Fevereiro, 2017 at 10:38 pm Deixe um comentário
Benfica – Ederson Moraes, Nélson Semedo, Luisão, Victor Lindelöf, Eliseu, Eduardo Salvio, Pizzi, Ljubomir Fejsa, André Carrillo (45m – Filipe Augusto), Rafa Silva (67m – Franco Cervi) e Kostas Mitroglou (75m – Raúl Jiménez)
B. Dortmund – Roman Bürki, Łukasz Piszczek, Sokratis Papastathopoulos, Marc Bartra, Marcel Schmelzer, Erik Durm, Ousmane Dembélé, Julian Weigl, Raphaël Guerreiro (82m – Gonzalo Castro), Marco Reus (82m – Christian Pulišić) e Pierre-Emerick Aubameyang (62m – André Schürrle)
1-0 – Kostas Mitroglou – 48m
Cartões amarelos – Ljubomir Fejsa (63m); Marcel Schmelzer (74m), Christian Pulišić (85m) e Marc Bartra (90m)
Árbitro – Nicola Rizzoli (Itália)
Foi uma vitória (muito) feliz a do Benfica…
Assim o dizem, friamente, os números: 35%/65% em termos de posse de bola, 4-14 em remates, 1(!)-4 em remates à baliza, 3-10 em cantos; todos os dados em favor da formação germânica.
Mas, para além da absoluta eficácia concretizadora do Benfica, marcando o golo no seu único remate enquadrado com a baliza, fica também o registo do extraordinário desperdício do Borussia, que dispôs de diversas oportunidades de perigo / ocasiões de golo, de que se destacam:
- aos 11 minutos (na primeira de quatro perdidas de Aubameyang, isolado frente a Ederson, a rematar por cima);
- aos 24 minutos, com Lindelöf, “in-extremis”, a bloquear um remate de Dembélé;
- aos 39 minutos, novamente Aubameyang, a chegar atrasado a um passe de Raphaël Guerreiro, já com Ederson fora da baliza;
- já no segundo tempo, e depois do golo benfiquista, num período de extrema pressão alemã, aos 52, 54 (outra vez Aubameyang, na cara de Ederson, de novo por cima), 56 e 58 minutos (com Aubameyang a permitir a Ederson a defesa de uma grande penalidade, na sequência de um remate para o centro da baliza);
- aos 84 minutos, mais uma fantástica intervenção do guardião benfiquista, com magníficos reflexos, a negar o golo a Pulišić, após traiçoeiro desvio da bola em Raúl Jiménez.
No jogo n.º 500 de Luisão, a defesa do Benfica teve de evidenciar grande solidariedade, mas, acima, de tudo, contar com uma inspiradíssima exibição do guarda-redes brasileiro, para manter a sua baliza inviolada.
Com um Benfica excessivamente cauteloso e a denotar bastante passividade, acantonado no seu meio-campo, concedendo a iniciativa ao adversário, a primeira parte fora já de intenso sufoco, dada a dinâmica e intensidade de jogo do Borussia Dortmund, com Rui Vitória a ansiar pelo intervalo, como que um “time-out”, para rever posicionamentos e a organização táctica, dada a incapacidade revelada pela sua equipa em, sequer, sair para o contra-ataque.
Para a segunda metade, a troca de André Carrillo por Filipe Augusto, permitiria reforçar o segmento defensivo da equipa, com o brasileiro a apoiar Fejsa, possibilitando paralelamente alguma libertação a Pizzi, do que resultariam, ainda nessa fase inicial, dois cantos, após combinação com Salvio. No segundo deles, logo ao terceiro minuto, ao cruzamento de Pizzi, surgiria Luisão a desviar a bola de cabeça, com Mitroglou, em esforço, a conseguir fazer anichar o esférico nas malhas da baliza alemã.
Vendo-se em desvantagem, o Borussia intensificaria então ainda mais o seu “pressing”, encostando, nos dez minutos seguintes, o Benfica “às cordas”. Não obstante, após a sucessão de oportunidades desperdiçadas, culminando com a falha da grande penalidade, a moral benfiquista cresceu, enquanto, em paralelo, e à medida que o tempo ia correndo, os alemães começariam a descrer e, inevitavelmente, a baixar o ritmo.
A saída de Aubameyang era o reconhecimento de uma noite de incapacidade total, mas as substituições operadas pelo técnico alemão, Thomas Tuchel, acabariam mesmo por não resultar.
É bem evidente que o resultado não traduz, “com justiça”, o que se passou em campo durante os 90 minutos, nesta que foi a 400.ª partida disputada pelo Benfica em competições europeias (tendo em conta que, na época de 1987-88, foi suspenso o jogo da 2.ª mão ante o Partizan de Tirana) – e que a vitória resulta da conjugação de uma grande felicidade, com uma soberba actuação de Ederson, e, sobretudo, com a extrema ineficácia alemã -, mas, perante o notório desnível de argumentos entre ambas as equipas, poderia o Benfica ter tido sucesso com outro tipo de abordagem ao jogo?
O jogo da 2.ª mão terá decerto outra história, mas, entrando no Westfalenstadion em vantagem, sem ter sofrido golos no seu reduto, o Benfica poderá, com uma exibição muito concentrada e com o reforço dos níveis de confiança, e algum necessário atrevimento, que lhe possa proporcionar marcar em terreno alheio, sonhar com o “milagre”…
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