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O Pulsar do Campeonato – 23.ª jornada
(“O Templário”, 01.04.2015)
Num campeonato que tem sido fértil em golos (total de 498, em 23 jornadas, resultando numa excelente média, superior a três golos por jogo, com diversas jornadas a superar a marca dos vinte tentos) – traduzindo de alguma forma o desnível que se verifica entre os oito primeiros da tabela e os seis clubes que lutam ainda pela manutenção – a ronda 23 ficou assinalada por um “record” de 31 golos (quase quatro golos e meio por jogo, em média)!
Para tal contribuiu decisivamente o líder Coruchense, estabelecendo também a maior goleada da prova, ao bater o U. Chamusca por concludente 8-0, numa prova de força, de uma equipa que se apresta para garantir matematicamente a conquista do título, o que, nesta altura, ainda com três jornadas por disputar, já só o União de Tomar poderá ainda, hipoteticamente, impedir, dado ser a única equipa que, matematicamente, subsiste ainda na disputa pelo 1.º lugar com a formação do Sorraia.
União de Tomar que, precisamente, voltou também aos triunfos, após duas jornadas sem vencer, batendo o Pontével por 4-2, com a curiosidade de todos os seis golos terem sido apontados apenas no segundo tempo; primeiro os nabantinos a ganhar vantagem, depois a consentir a igualdade a dois golos, para, de pronto, voltarem a adiantar-se, restabelecendo a tranquilidade no marcador final. Ainda uma nota adicional para destacar a posição de liderança do unionista Pelé (autor de mais um tento) como melhor marcador da prova.
A principal surpresa do fim-de-semana foi o segundo desaire sucessivo do grupo dos Empregados do Comércio, derrotado em Benavente por 1-0 – frente a uma equipa que, apesar da posição aflitiva que continua a ocupar na pauta classificativa, ganhara também no terreno do líder, o que, desde já, afasta definitivamente os escalabitanos de quaisquer aspirações que pudessem ainda subsistir no que respeita à disputa do título.
Regressando aos (muitos) golos, também Fazendense e Torres Novas, empatando a dois tentos – com os torrejanos, por duas vezes, a chegarem à vantagem –, acabaram por se anular mutuamente, no que respeita às possibilidades, agora inexistentes, de chegarem ainda ao título. Nos restantes três desafios, três triunfos dos visitantes: goleada do Cartaxo em Rio Maior (4-0); o Amiense (formação que continua a apresentar o segundo melhor registo na segunda volta) a vencer em Mação, por 2-1; e, no duelo dos últimos, o Barrosense a conseguir, enfim, “quebrar o enguiço” (após nove desaires consecutivos, em todos os jogos da segunda metade do campeonato), ganhando em Santarém, face ao “lanterna vermelha”, por 3-2.
Em função destes desfechos, vão-se definindo as posições. Na frente, e tal como referido já, só Coruchense e União de Tomar podem ainda almejar o título, no que constituiria uma tão hercúlea quão épica tarefa dos tomarenses, que, não dependendo de si, precisariam não apenas de vencer os seus jogos, como esperar que o guia não somasse mais do que um ponto nos seus três últimos encontros, com duas saídas bem difíceis, a Amiais de Baixo e ao Cartaxo (onde encerra a prova), intervaladas pela recepção ao Barrosense (equipa que, curiosamente, na primeira volta, forçou uma igualdade a duas bolas perante a formação de Coruche. Mas, na perspectiva unionista, o calendário não se afigura mais fácil, com deslocações a Santarém e a Amiais de Baixo, recebendo o U. Chamusca.
A esse nível, o campeonato poderá até ficar decidido já na próxima jornada, caso o União de Tomar não consiga vencer os Empregados do Comércio, equipa que é agora o seu concorrente mais directo na disputa do 2.º lugar, e em que um eventual empate poderá beneficiar os nabantinos.
Na cauda da tabela, num cenário cada vez mais provável de despromoção de quatro clubes, Benavente, U. Chamusca, Barrosense e U. Santarém estão em forte risco (nesse cenário os escalabitanos terão já confirmada matematicamente a descida), mantendo-se acesa a disputa entre Rio Maior e Pontével pelo posto (9.º) que garante automaticamente a manutenção, sem ficar dependente das classificações do Campeonato Nacional de Seniores.
Na II Divisão Distrital, disputou-se a 3.ª ronda da fase final, de apuramento de Campeão, com destaque para os triunfos de U. Abrantina e Moçarriense, em terreno alheio, respectivamente em Assentiz e na Glória do Ribatejo, em ambos os casos por 2-1, tendo o U. Almeirim ganho ao anterior líder, Pego – equipa que agora igualou pontualmente, mas na 2.ª posição – por 1-0. Entretanto, o conjunto de Abrantes isolou-se na liderança, com um ponto a mais que o referido duo, com o Moçarriense a três pontos, e o Assentis um ponto mais abaixo.
No Campeonato Nacional de Seniores, terminou a primeira volta da fase final, com o Alcanenense a ganhar ao Torreense (2-1), mas mantendo a vantagem de sete pontos sobre o Fátima (primeira equipa em risco de despromoção), que, por sua vez, ganhou ao At. Ouriense por 2-0, “afundando” ainda mais a equipa de Ourém na posição de “lanterna vermelha”, a qual continua a onze pontos do Torreense (faltando disputar apenas seis jogos). Na próxima jornada, teremos um porventura decisivo Alcanenense-Fátima, que, em caso de vitória do grupo de Alcanena, lhe poderá praticamente possibilitar a tranquilidade da garantia da manutenção no campeonato nacional; por seu lado, o At. Ouriense recebe o Eléctrico de Ponte de Sôr.
A nível distrital, os campeonatos terão nova pausa no próximo fim-de-semana, para disputa (na Sexta-feira Santa) das meias-finais da Taça do Ribatejo, com o seguinte alinhamento de jogos: Empregados do Comércio-Coruchense; e Glória do Ribatejo-Amiense.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 1 de Abril de 2015)




