Archive for Julho, 2014
Mundial 2014 – Holanda – Argentina (1/2 Finais)
0-0
Jasper Cillessen, Ron Vlaar, Stefan De Vrij, Bruno Martins Indi (45m – Daryl Janmaat), Dirk Kuyt, Daley Blind, Nigel De Jong (62m – Jordy Clasie), Georginio Wijnaldum, Wesley Sneijder, Arjen Robben e Robin Van Persie (96m – Klaas-Jan Huntelaar)
Sergio Romero, Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay, Marcos Rojo, Lucas Biglia, Javier Mascherano, Enzo Pérez (81m – Rodrigo Palacio), Lionel Messi, Ezequiel Lavezzi (101m – Maxi Rodríguez) e Gonzalo Higuaín (82m – Sergio Agüero)
Desempate da marca de grande penalidade
Ron Vlaar permitiu a defesa a Sergio Romero
0-1 – Lionel Messi
1-1 – Arjen Robben
1-2 – Ezequiel Garay
Wesley Sneijder permitiu a defesa a Sergio Romero
1-3 – Sergio Agüero
2-3 – Dirk Kuyt
2-4 – Maxi Rodríguez
Num perfeito contraste com a outra partida das 1/2 Finais, Holanda e Argentina protagonizaram um desafio em que ambas as equipas, encaixando perfeitamente uma na outra, se anularam, praticamente sem ocasiões de golo durante os noventa minutos, com a Holanda – mais contida e arriscando menos do que era habitual em anos anteriores – sem qualquer remate à baliza no primeiro tempo (contra dois dos argentinos).
A equipa sul-americana pareceu entrar mais determinada, denotando algum ascendente no quarto de hora inicial, mas rapidamente o equilíbrio seria reposto. À medida que o tempo ia avançando, não se vislumbrava a possibilidade de uma das selecções chegar ao golo, não obstante a Holanda ter acabado por exercer maior pressão na fase final.
Curiosamente, no prolongamento, seriam os argentinos a beneficiar de duas situações de maior perigo para a baliza contrária, mas sem a eficácia necessária. No desempate da marca de grande penalidade, desta vez Van Gaal tinha já esgotado as substituições, mantendo portanto o guarda-redes titular em campo, pelo que acabaria por ser Sergio Romero o herói da noite. Argentina e Alemanha reeditam as Finais dos Mundiais de 1986 (então com vitória dos sul-americanos, liderados por Maradona) e de 1990 (em que os alemães conquistaram o seu último título).
Cartões amarelos – Bruno Martins Indi (45m) e Klaas-Jan Huntelaar (105m); Martín Demichelis (49m)
Árbitro – Cuneyt Çakir (Turquia)
Arena de São Paulo – São Paulo (21h00)
“Ohne Worte!”

«Ohne Worte!” – Sem palavras! (via)
A outra perspectiva, a do vexame, nos jornais brasileiros, aqui.
Mundial 2014 – Brasil – Alemanha (1/2 Finais)
1-7
Júlio César, Maicon, David Luiz, Dante, Marcelo, Luiz Gustavo, Fernandinho (45m – Paulinho), Oscar, Bernard, Hulk (45m – Ramires) e Fred (69m – Willian)
Manuel Neuer, Philipp Lahm, Jérôme Boateng, Mats Hummels (45m – Per Mertesacker), Benedikt Höwedes, Bastian Schweinsteiger, Sami Khedira (76m – Julian Draxler), Thomas Müller, Toni Kroos, Mesut Özil e Miroslav Klose (58m – André Schürrle)
0-1 – Thomas Müller – 11m
0-2 – Miroslav Klose – 23m
0-3 – Toni Kroos – 24m
0-4 – Toni Kroos – 26m
0-5 – Sami Khedira – 29m
0-6 – André Schürrle – 69m
0-7 – André Schürrle – 79m
1-7 – Oscar – 90m
Um completo naufrágio, sofrendo, inacreditavelmente, quatro golos num curtíssimo período de seis minutos, a somar ao golo inaugural sofrido logo aos 11 minutos, espelham uma imagem – obviamente excessiva – da incapacidade brasileira para lidar com o futebol colectivo da Alemanha, sem possibilidade sequer de esboçar qualquer reacção, a partir do momento em que se viu a perder, numa noite em que tudo saiu mal ao Brasil, perfeitamente desnorteado – sofrendo a pior e mais humilhante derrota da sua história -, e em que os alemães, perante tantas facilidades, desperdiçaram ainda mais duas ou três soberanas ocasiões de golo.
Um jogo que ficará para a história – tivemos hoje a oportunidade de assistir ao fazer da história “ao vivo” -, um resultado para a “eternidade”, como fica, no imediato, o record alcançado por Miroslav Klose, ao marcar o seu 16.º golo em (4) fases finais do Campeonato do Mundo, tornando-se no melhor marcador de sempre em Mundiais.
Cartão amarelo – Dante (68m)
Árbitro – Marco Rodriguez (México)
Estádio Mineirão – Belo Horizonte (21h00)
U. Tomar – Centenário (XL)
(“O Templário”, 03.07.2014)
Na temporada de 1997-98, para conclusão de um campeonato disputado “ao milímetro”, chegava-se à última jornada, com os unionistas a visitar o terreno do principal rival, Ferroviários. A 24 de Maio de 1998, o ambiente era frenético; a esperança na conquista do título repartida entre ambos os contendores e respectivas massas adeptas:
«O União de Tomar partia em vantagem já que levava mais três pontos do que o seu adversário que, para se sagrar campeão, tinha de vencer a equipa tomarense por dois golos de diferença. Assim, a equipa do Ferroviários entrou no jogo a pressionar, e a imprimir muita velocidade, em especial nos primeiros 15 minutos de jogo. Com um futebol rápido e a procurar jogar junto da baliza do União, a equipa da casa conseguiu marcar logo aos 12 minutos por Nuno Légua. Este golo veio ainda dar uma maior emotividade ao jogo, já que, por um golo estava “presa” a decisão de se saber quem subia de divisão. […]
No último minuto da primeira parte, aconteceu então o momento do jogo que abriu quase por completo as portas da 3.ª Divisão ao União de Tomar. Rui Coelho, de um ângulo difícil, marcou para o União, igualando a partida, escassos instantes antes do apito do árbitro para o final do primeiro tempo. Este golo, importantíssimo para a equipa orientada po Mário Ruas, desmoralizou não só a equipa do Ferroviários como a sua massa associativa que também sentiu que a partir dali tudo estava muito mais complicado. […]
A partir do início do segundo tempo e até à meia hora, assistiu-se a um jogo mais calmo, com o domínio do Ferroviários a ser consentido, em parte, pelo União de Tomar. Finalmente, a 8 minutos do fim, o Ferroviários acabaria por marcar.
Este golo veio trazer, de novo, uma grande ansiedade ao jogo, já que o União não podia sofrer mais nenhum golo sem marcar e o Ferroviários ao longo do campeonato tem dado a volta aos jogos nos minutos finais. Talvez por isso, a ansiedade dos sócios e jogadores fosse ainda maior e como tal, a expectativa era grande até ao apito final […].»(1)
Sem ter evitado passar por alguns sustos, quando André Gralha apitou para o final do desafio, com o resultado em 1-2, foi a grande explosão de alegria entre os tomarenses. De forma inesperada no início da época, culminando uma excelente temporada de um jovem colectivo – em particular com uma fantástica primeira volta, com apenas 2 empates cedidos em 15 jogos – o União de Tomar sagrava-se Campeão Distrital pela quinta vez no seu historial, dez anos depois da conquista anterior, assim regressando à III Divisão Nacional.
O clube daria então início ao último ciclo, de quatro anos, nos Campeonatos Nacionais, de que se despediria em 2001-02, na aldeia da Bidoeira de Cima, a 11 de Maio de 2002, curiosamente o mesmo local onde, a 2 de Setembro de 2001, disputara a derradeira partida na Taça de Portugal.
De retorno aos Distritais, o União registaria como melhor série de resultados, 10 vitórias consecutivas no campeonato, sucessivamente, contra todos os adversários da prova (à excepção do Campeão, Riachense), entre Novembro de 2008 e Fevereiro de 2009, vindo a sagrar-se vice-campeão Distrital em 2008-09. Uma série que de alguma forma procuraria replicar no início do ano do Centenário, com 8 jogos de invencibilidade, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2014, numa época em que viria a fazer história, obtendo a maior goleada de sempre em jogos fora de casa, em todo o seu historial, ganhando por 8-0 em Santarém… aos Empregados do Comércio!
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Mundial 2014 – 1/4 Final
1/8 FINAL 1/4 FINAL 1/2 FINAIS FINAL
1-1
2-1
2-0
---
2-0
-
0-1
2-1
2-1
0-0
1-1
-
1-0
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1-0
2-1
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Melhores marcadores
6 golos – James Rodriguez (Colômbia)
4 golos – Neymar (Brasil), Lionel Messi (Argentina) e Thomas Müller (Alemanha)
3 golos – Arjen Robben (Holanda), Robin van Persie (Holanda), Karim Benzema (França), Enner Valencia (Equador) e Xherdan Shaqiri (Suíça)
2 golos – Tim Cahill (Austrália), Mario Mandžukić (Croácia), Gervinho (Costa do Marfim), Luis Suárez (Uruguai), André Ayew (Gana), Clint Dempsey (EUA), Memphis Depay (Holanda), Ivan Perišić (Croácia), Wilfried Bony (Costa do Marfim), Jackson Martinez (Colômbia), Ahmed Musa (Nigéria), Asamoah Gyan (Gana), Islam Slimani (Argélia), Alexis Sánchez (Chile), Bryan Ruiz (Costa Rica), Abdelmoumene Djabou (Argélia), Mats Hummels (Alemanha) e David Luiz (Brasil)
Marcadores (1/4 Final) – Mats Hummels (Alemanha), Thiago Silva (Brasil), David Luiz (Brasil), James Rodriguez (Colômbia) e Gonzalo Higuaín (Argentina)
É o seguinte o alinhamento dos jogos das 1/2 Finais:
- 08.07.2014 (21h00) – Brasil – Alemanha (Belo Horizonte)
- 09.07.2014 (21h00) – Holanda – Argentina (São Paulo)
Depois dos excelentes jogos dos 1/8 Final, as partidas dos 1/4 Final foram bastante menos exuberantes, sem que qualquer das equipas se tivesse evidenciado particularmente, mas sendo de notar o jogo agressivo protagonizado pelo Brasil, impedindo a Colômbia de explanar o seu futebol, apenas tendo conseguido assustar os brasileiros nos derradeiros dez minutos, enquanto França e Bélgica foram praticamente inofensivas, perante o maior poderio dos respectivos adversários; por fim, é de sublinhar a campanha da Costa Rica (vitoriosa perante o Uruguai e a Itália, tendo empatado com a Inglaterra, Grécia e Holanda), a forçar a Holanda ao desempate da marca de grande penalidade, com a particularidade de o seleccionador holandês ter substituído o guarda-redes aos 121 minutos, fazendo entrar o guardião suplente, especialista na defesa de grandes penalidades, o que acabaria por revelar-se determinante, tendo defendido dois remates dos costa-riquenhos.
Nas 1/2 Finais acabam por agrupar-se quatro dos principais favoritos à conquista do título de Campeão do Mundo, em dois empolgantes duelos América do Sul-Europa.
No desempate da marca de grande penalidade entre a Holanda e a Costa Rica (4-3): Celso Borges marcou; Robin van Persie marcou; Bryan Ruiz permitiu a defesa a Tim Krul; Arjen Robben marcou; Geancarlo Gonzalez marcou; Wesley Sneijder marcou; Christian Bolaños marcou; Dirk Kuyt marcou; Michael Umaña permitiu a defesa a Tim Krul.
Mundial 2014 – 1/8 Final
1/8 FINAL 1/4 FINAL 1/2 FINAIS FINAL
1-1
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2-0
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2-0
-
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2-1
2-1
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1-1
-
1-0
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2-1
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Melhores marcadores
5 golos – James Rodriguez (Colômbia)
4 golos – Neymar (Brasil), Lionel Messi (Argentina) e Thomas Müller (Alemanha)
3 golos – Arjen Robben (Holanda), Robin van Persie (Holanda), Karim Benzema (França), Enner Valencia (Equador) e Xherdan Shaqiri (Suíça)
2 golos – Tim Cahill (Austrália), Mario Mandžukić (Croácia), Gervinho (Costa do Marfim), Luis Suárez (Uruguai), André Ayew (Gana), Clint Dempsey (EUA), Memphis Depay (Holanda), Ivan Perišić (Croácia), Wilfried Bony (Costa do Marfim), Jackson Martinez (Colômbia), Ahmed Musa (Nigéria), Asamoah Gyan (Gana), Islam Slimani (Argélia), Alexis Sánchez (Chile), Bryan Ruiz (Costa Rica) e Abdelmoumene Djabou (Argélia)
Marcadores (1/8 Final) – David Luiz (Brasil), Alexis Sánchez (Chile), James Rodriguez (Colômbia) – 2, Giovani dos Santos (México), Wesley Sneijder (Holanda), Klaas-Jan Huntelaar (Holanda), Bryan Ruiz (Costa Rica), Sokratis Papastathopoulos (Grécia), Paul Pogba (França), Joseph Yobo (Nigéria – p.b.). André Schürrle (Alemanha), Mesut Özil (Alemanha), Abdelmoumene Djabou (Argélia), Ángel di María (Argentina), Kevin De Bruyne (Bélgica), Romelu Lukaku (Bélgica) e Julian Green (EUA)
No desempate da marca de grande penalidade, no Brasil-Chile (3-2): David Luiz marcou; Pinilla permitiu a defesa a Júlio César; Willian rematou ao lado; Alexis Sánchez permitiu a defesa a Júlio César; Marcelo marcou; Aranguiz marcou; Hulk permitiu a defesa a Claudio Bravo; Marcelo Díaz marcou; Neymar marcou; Gonzalo Jara rematou ao poste.
No Costa Rica-Grécia (5-3): Celso Borges marcou; Konstantinos Mitroglou marcou; Bryan Ruiz marcou; Lazaros Christodoulopoulos marcou; Giancarlo González marcou; José Holebas marcou; Joel Campbell marcou; Theofanis Gekas permitiu a defesa a Keylor Navas; Michael Umaña marcou.
É o seguinte o alinhamento dos jogos dos 1/4 Final:
- 04.07.2014 (21h00) – Brasil – Colômbia (Fortaleza)
- 04.07.2014 (17h00) – França – Alemanha (Rio de Janeiro)
- 05.07.2014 (21h00) – Holanda – Costa Rica (Salvador)
- 05.07.2014 (17h00) – Argentina – Bélgica (Brasília)
Nuns 1/8 Final com a particularidade de todos os 8 vencedores de grupo terem confirmado o apuramento para a fase seguinte, o equilíbrio foi, ainda assim, a nota dominante, com nada menos de cinco jogos a chegar ao prolongamento (e dois ao desempate da marca de grande penalidade) – curiosamente, tendo Alemanha e Bélgica, depois do zero no final do tempo regulamentar, marcado logo a abrir o prolongamento, enquanto a Argentina a apenas dois minutos do seu termo conseguiria desfazer o nulo -, tendo Holanda e França evitado tal já nos minutos finais das respectivas partidas; a Colômbia foi, portanto, o único vencedor a obter a qualificação de forma mais “categórica”.
Entretanto, a Europa recuperou já a sua posição de superioridade, avançando com 4 selecções (apenas Grécia e Suíça foram eliminadas nesta fase), subsistindo 3 da América do Sul e, o outsider, Costa Rica, da confederação da América do Norte e Central.






