Archive for 6 Julho, 2014
U. Tomar – Centenário (XL)
(“O Templário”, 03.07.2014)
Na temporada de 1997-98, para conclusão de um campeonato disputado “ao milímetro”, chegava-se à última jornada, com os unionistas a visitar o terreno do principal rival, Ferroviários. A 24 de Maio de 1998, o ambiente era frenético; a esperança na conquista do título repartida entre ambos os contendores e respectivas massas adeptas:
«O União de Tomar partia em vantagem já que levava mais três pontos do que o seu adversário que, para se sagrar campeão, tinha de vencer a equipa tomarense por dois golos de diferença. Assim, a equipa do Ferroviários entrou no jogo a pressionar, e a imprimir muita velocidade, em especial nos primeiros 15 minutos de jogo. Com um futebol rápido e a procurar jogar junto da baliza do União, a equipa da casa conseguiu marcar logo aos 12 minutos por Nuno Légua. Este golo veio ainda dar uma maior emotividade ao jogo, já que, por um golo estava “presa” a decisão de se saber quem subia de divisão. […]
No último minuto da primeira parte, aconteceu então o momento do jogo que abriu quase por completo as portas da 3.ª Divisão ao União de Tomar. Rui Coelho, de um ângulo difícil, marcou para o União, igualando a partida, escassos instantes antes do apito do árbitro para o final do primeiro tempo. Este golo, importantíssimo para a equipa orientada po Mário Ruas, desmoralizou não só a equipa do Ferroviários como a sua massa associativa que também sentiu que a partir dali tudo estava muito mais complicado. […]
A partir do início do segundo tempo e até à meia hora, assistiu-se a um jogo mais calmo, com o domínio do Ferroviários a ser consentido, em parte, pelo União de Tomar. Finalmente, a 8 minutos do fim, o Ferroviários acabaria por marcar.
Este golo veio trazer, de novo, uma grande ansiedade ao jogo, já que o União não podia sofrer mais nenhum golo sem marcar e o Ferroviários ao longo do campeonato tem dado a volta aos jogos nos minutos finais. Talvez por isso, a ansiedade dos sócios e jogadores fosse ainda maior e como tal, a expectativa era grande até ao apito final […].»(1)
Sem ter evitado passar por alguns sustos, quando André Gralha apitou para o final do desafio, com o resultado em 1-2, foi a grande explosão de alegria entre os tomarenses. De forma inesperada no início da época, culminando uma excelente temporada de um jovem colectivo – em particular com uma fantástica primeira volta, com apenas 2 empates cedidos em 15 jogos – o União de Tomar sagrava-se Campeão Distrital pela quinta vez no seu historial, dez anos depois da conquista anterior, assim regressando à III Divisão Nacional.
O clube daria então início ao último ciclo, de quatro anos, nos Campeonatos Nacionais, de que se despediria em 2001-02, na aldeia da Bidoeira de Cima, a 11 de Maio de 2002, curiosamente o mesmo local onde, a 2 de Setembro de 2001, disputara a derradeira partida na Taça de Portugal.
De retorno aos Distritais, o União registaria como melhor série de resultados, 10 vitórias consecutivas no campeonato, sucessivamente, contra todos os adversários da prova (à excepção do Campeão, Riachense), entre Novembro de 2008 e Fevereiro de 2009, vindo a sagrar-se vice-campeão Distrital em 2008-09. Uma série que de alguma forma procuraria replicar no início do ano do Centenário, com 8 jogos de invencibilidade, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2014, numa época em que viria a fazer história, obtendo a maior goleada de sempre em jogos fora de casa, em todo o seu historial, ganhando por 8-0 em Santarém… aos Empregados do Comércio!
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