Archive for 17 Junho, 2011
“Grèce : le graphique qui condamne l’Europe, Merkel et Sarkozy”
Je dois à un des commentateurs de ce blog d’avoir trouvé sur Bloomberg un graphique qui, pour moi résume d’une manière frappante la manière irresponsable dont la Commission Européenne, la Banque Centrale Européenne et le Fonds Monétaire International ont gère la crise grecque. Il y a un an, les obligations à trois ans de la Grèce avaient un rendement de 8%. Ce rendement est maintenant de 30%. Le cout théorique de cette hausse dépasse 100 milliards d’euros.
Nous voici maintenant acculés à des solutions qui proviendront de la poche des contribuables de l’Eurozone. Tout cela aurait pu être évité si nous avions à la tête des Etats Europeens et des autorités internationales de vrais dirigeants qui assument leurs responsabilités.
Ou, por cá, na mesma linha, Helena Garrido, dizendo que «Ainda não é tarde para salvar o euro»:
Porque é que a crise da Grécia não se resolve? Porque há países do euro que não querem que o problema se resolva.
Nem sabem a caixa de Pandora que estão a abrir. Hoje é a Grécia, amanhã podem ser, eles, os tais que hoje abandonam os gregos. Entretanto podem ter destruído o sonho de paz e prosperidade na Europa.
A Grécia enganou as autoridades europeias? Há quanto tempo se sabia isso, há quanto tempo se era cúmplice disso? A Grécia não cumpriu o plano que viabilizou o empréstimo? Sim, algumas medidas que estavam nas suas mão não cumpriu, como por exemplo, as privatizações entre as quais estão a tão popular venda de ilhas. Mas há medidas que seria manifestamente impossível cumprir: quem impôs as medidas tinha a obrigação de saber, quer pelo que sabe de economia, como pelo que conhece do funcionamento da sociedade grega, que se estava perante um elevado risco de se entrar no círculo vicioso de austeridade, recessão e maior peso da dívida. A Grécia vai entrar no seu quinto plano de austeridade e as autoridades europeias continuam a insistir que terá de ter um défice público de 2,6% do PIB em 2014, a partir dos 7,5% projectados para este ano.
Alguns países do euro estão, há muito, a condenar a Grécia ao incumprimento que está agora à vista de todos. Aquilo que as agências de “rating” estão a fazer, ao colocar um país europeu da União Monetária como se fosse um dos mais arriscados do mundo, é apenas o reflexo do que se adivinha ser o futuro da Grécia ditado pelos seus parceiros do euro. […]
A crise da dívida no euro não é uma crise da Grécia, de Portugal, da Irlanda. É um problema no euro gerado pela desregulação financeira com epicentro nos Estados Unidos e agravado com a terapia de salvação de todos os bancos com políticas expansionistas aceleradas, a seguir ao colapso da Lehman Brother’s, em 2008.
Ou, noutro registo, citando o Professor Adriano Moreira:
Não recordo, e por isso não usarei certamente com rigor as palavras usadas algures por Soros, quando avisou sobre a fragilidade dos sistemas financeiros em que vivíamos, e a facilidade com que um especulador experimentado, como é comprovadamente o seu caso que não esconde, poderia desequilibrar o sistema de qualquer país. É possível que tenha exagerado no comentário, mas os factos estão a demonstrar que a fragilidade frequenta muitos dos Estados, incluindo o nosso, e que, sem que a identidade de cada um dos povos europeus seja afectada, a crise do Estado é evidente, e que a relação entre ambas as realidades tem graves debilidades no que toca à confiança.
E, ainda:
Parece de insistir sobre a necessidade de uma diplomacia consistente, apoiada em recursos suficientes, para enfrentar um mundo em mudança, em nome de um Estado que se deixou resvalar para a exiguidade ao somar os efeitos da crise mundial com as insuficiências internas de governo e administração. […]
Para a situação portuguesa, aquilo que, por exemplo, Boris Biancheri chamou a necessidade de conciliar o mundo, tem, entre outras exigências, a de conciliar a Europa rica com a Europa pobre, fortalecendo a confiabilidade do projecto europeu, quer para cumprir obrigações assumidas, quer para recuperar das crises, quer para contribuir com imaginação criadora para a reorganização da governança mundial em paz. As divergências que ameaçam o processo europeu apenas tornam mais imperativo o esforço diplomático.
XIX Governo Constitucional
Acaba de ser oficialmente anunciada a composição do XIX Governo Constitucional, que tomará posse na próxima terça-feira, em que se destacam a concentração de diversas pastas num mesmo responsável, reduzindo assim o número total de Ministros a 11 (para além do Primeiro-Ministro) – face aos 16 do anterior Governo; a distribuição dos cargos por 4 elementos do PSD, 3 do CDS e 4 independentes (Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Paulo Macedo e Nuno Crato); e a juventude de alguns dos designados:
- Primeiro-Ministro – Pedro Passos Coelho
- Ministro de Estado e das Finanças – Vítor Gaspar
- Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – Paulo Portas
- Ministro da Defesa Nacional – José Pedro Aguiar-Branco
- Ministro da Administração Interna – Miguel Macedo
- Ministra da Justiça – Paula Teixeira da Cruz
- Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – Miguel Relvas
- Ministro da Economia e do Emprego – Álvaro Santos Pereira
- Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território – Assunção Cristas
- Ministro da Saúde – Paulo Macedo
- Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência – Nuno Crato
- Ministro da Solidariedade e da Segurança Social – Pedro Mota Soares
Para além da surpreendente afectação de algumas pastas (em particular nos casos de Assunção Cristas, Paulo Macedo e Pedro Mota Soares), e da inesperada atribuição do principal cargo (Ministério das Finanças) a Vítor Gaspar, é de notar também a ausência de muitos dos “nomes fortes” que foram sendo repetidamente anunciados na comunicação social ao longo das últimas duas semanas, nomeadamente Eduardo Catroga (autor do programa eleitoral do PSD), Vítor Bento, Fernando Nogueira, António Bagão Félix, António Lobo Xavier, António Carrapatoso, Sevinate Pinto, João Duque, Daniel Bessa, Carlos Costa, Fernando Nobre, Jorge Moreira da Silva, Rui Ramos, ou Fernando Negrão.
«A acção do novo Governo, ao contrário do que por vezes se diz, não vai estar limitada ao cumprimento do memorando de entendimento que foi acordado com as instituições internacionais.
O novo Governo terá muito mais para decidir e fazer, de modo a garantir a justiça social, o crescimento da economia e o combate ao desemprego.»
(Mensagem do Presidente da República a propósito das Eleições Legislativas, 4 de Junho de 2011)





