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Bósnia-Herzegovina – Portugal (Mundial 2010 – “Play-off”)
Ancorado numa tão preciosa como frágil vantagem obtida no encontro da 1ª mão, Portugal entrou em campo em Zenica, frente à Bósnia, algo retraído, concedendo a iniciativa (e a posse de bola) ao adversário.
Que, curiosamente, não assumiu a esperada pressão e ataque continuado, procurando ao invés surpreender a equipa portuguesa em lances rápidos, provocando alguns momentos de tensão nas imediações da área, a exigirem cortes / alívios expeditos.
Por seu lado, Portugal apenas a espaços conseguia libertar-se e sair para o ataque, tendo beneficiado da primeira ocasião de perigo à passagem dos 25 minutos, com Raul Meireles a rematar, mas a possibilitar a oposição do guardião adversário.
A partida ia decorrendo numa toada movimentada, não obstante algo morna em termos de jogadas de ataque, com um remate surpresa da equipa bósnia, de meia distância, aos 35 minutos, levando novamente algum perigo à baliza portuguesa, não obstante a bola ter saído bastante por cima.
Cerca dos 40 minutos, outro momento em que Portugal se aproximou da área da Bósnia, mas com passes demasiado curtos, num interminável rendilhado, acabaria por perder a posse de bola.
Para, quase a concluir a primeira parte, a defesa portuguesa ser excessivamente cerimoniosa, permitindo aos avançados bósnios internarem-se até à imediação da pequena área, felizmente sem consequências.
A abrir o segundo tempo, um rasgo de génio de Nani em plena área bósnia, repleto de técnica, a afastar a defesa do lance, mas não conseguindo fazer o “mais fácil”… Na resposta Pjanić remataria com perigo, com a bola quase a rasar o poste.
Mas a equipa portuguesa surgira transfigurada, assumindo o domínio do jogo, instalando-se no meio terreno adversário. O corolário lógico, logo aos 10 minutos, na sequência de uma excelente combinação, a desmarcar Raul Meireles na zona central, à entrada da área, que, com toda a calma (e tempo), começou por controlar a bola, desferindo depois um remate cruzado, ao poste mais distante, sem hipótese de defesa. Estava feito o golo que praticamente garantia a qualificação!
Nos minutos imediatos, como que atordoada pelo rude golpe sofrido (passava a necessitar de marcar três golos… uma autêntica missão impossível), a equipa bósnia sentiu-se algo perdida, dando espaços para a manobra da selecção nacional, que poderia ter ampliado a vantagem por mais de uma ocasião (Raul Meireles poderia ter bisado…).
Já depois de cenas deploráveis, na sequência da expulsão de Salihović – com objectos a serem arremessados para o relvado, atingindo o árbitro assistente -, obrigando a uma interrupção de alguns minutos, Portugal desperdiçaria nova e soberana ocasião de golo.
Aos 80 minutos, numa iniciativa esporádica da Bósnia, Džeko ainda poderia ter igualado o marcador, mas falhou o alvo. Na jogada seguinte, a defesa portuguesa concederia novas facilidades.
Até final, haveria ainda tempo para mais três oportunidades de golo para Portugal: aos 84 minutos, com Edinho a obrigar o guarda-redes a defesa difícil; aos 88 minutos, Bruno Alves a não conseguir desviar eficazmente; e, mesmo a finalizar, já no 94º minuto, a mais escandalosa perdida, novamente por Edinho.
Culminando uma campanha algo titubeante, Portugal garantia – com mais facilidades do que previsto – o apuramento para o Mundial, na sexta presença consecutiva em fases finais de grandes provas internacionais de futebol (todas as edições dos Campeonatos da Europa e do Mundo), desde 2000.
Bósnia-Herzegovina – Kenan Hasagić, Sanel Jahić, Safet Nadarević e Boris Pandža; Senijad Ibričić, Zlatan Bajramović (83m – Džemal Berberović), Haris Medunjanin (45m – Zlatan Muslimović), Miralem Pjanić e Sejad Salihović; Vedad Ibišević e Edin Džeko
Portugal – Eduardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Duda; Pepe, Nani (73m – Edinho), Raul Meireles, Tiago e Simão Sabrosa (80m – Deco); Liedson (90m – Miguel Veloso)
0-1 – Raul Meireles – 56m
Cartões amarelos – Sanel Jahić (25m), Safet Nadarević (37m), Edin Džeko (58m), Sejad Salihović (76m) e Džemal Berberović (90m); Simão Sabrosa (27m)
Cartão vermelho – Sejad Salihović (76m)
Árbitro – Roberto Rosetti (Itália)
Todos os jogos da 2ª mão dos play-off na Europa tiveram como desfecho no final do tempo regulamentar o resultado de 1-0! A Grécia foi vencer à Ucrânia, tendo a Eslovénia vencido e eliminado a Rússia; enquanto a França perdia em casa perante a Irlanda, vendo-se obrigada a prolongamento, em que, beneficiando de um golo bastante “polémico”, alcançou também a qualificação. Na zona africana, no desempate, disputado no Sudão, a Argélia derrotou o Egipto… por 1-0. Por fim, no play-off América do Sul / América do Norte e Central, jogado entre Uruguai e a Costa Rica, o empate a um golo favoreceu a equipa uruguaia, que havia vencido a primeira mão.
Concluída a fase de qualificção, são as seguintes as 32 selecções com apuramento garantido para a Fase Final do Mundial: Brasil, Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai; EUA, México, Honduras; Dinamarca, Suíça, Eslováquia, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Sérvia, Itália, Holanda, Portugal, Grécia, Eslovénia, França; Austrália, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte; Nova Zelândia; Ghana, Costa do Marfim, Nigéria, Camarões, Argélia e África do Sul.
i – Problemas e soluções
Mais uma excelente primeira página do jornal i, com um jornalismo que não se limita a noticiar os problemas, mas também a procura de soluções.