Archive for Março, 2008
A manifestação
ESTÁ NA HORA, ESTÁ NA HORA DE A MINISTRA …
Logo de manhã apresentei-me no posto da PSP para dizer que ia hoje a Lisboa. Agora passei por lá só para confirmar o regresso a casa e descansar as autoridades: parece-me que a polícia tem os manifestantes contados e se amanhã aparece gente a mais podem acabar os pastéis de bacalhau e as chamuças. Sim, porque eu acredito que o Governo só mandou contar os manifestantes para organizar uma recepção bué fixe aos stôres que amanhã vão à manif.
(Waldorf, no Blogue dos Marretas)
«Hooligans em Lisboa»
Diz Emídio Rangel, no Correio da Manhã:
«Confesso que tenho vergonha destes pseudoprofessores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações e transformaram-se em soldados do Partido Comunista, para todo o serviço. Maria de Lurdes Rodrigues é uma ministra determinada. Bem haja pela sua coragem. Por ter introduzido um sistema de avaliação dos professores, por ter chamado os pais a intervir, por ter fechado escolas sem alunos, por ter prolongado os horários e criado as aulas de substituição, por ter resolvido o problema da colocação dos professores, por ter introduzido o Inglês, por levar a informática aos lugares mais recônditos do País. Estas entre outras medidas já deram frutos…»
(CAA, no Blasfémias)
"as ondas, mas de longe"
“Corria o Verão de 1996. Durante uma semana, não houve telejornal das TVs privadas – nessa época a RTP ainda mantinha um alinhamento menos tablóide nos noticiários – que não arrancasse com crimes de sangue. Era uma ‘onda’. Fizeram-se debates e anúncios inflamados, interpelações e declarações dramáticas. Portugal “deixara” de ser “um país seguro”. Na altura, ouvi sobre o assunto o sociólogo Nelson Lourenço, então na Universidade Nova, que trabalhava muito o tema da violência. “Quanto menos violenta é uma sociedade, mais percepciona a violência e mais reage a ela”, disse o universitário, hoje reitor da Universidade Atlântica. E explicou-se: o Portugal de há 100 anos era muito mais violento que o da actualidade, mas a ressonância dessa violência era muito menor.
[…]
Quer isto dizer que não devemos preocupar-nos? Que o que sucedeu na última semana não tem importância? Claro que devemos preocupar-nos com o facto de ter havido seis (ou sete, ainda não é certo) mortes violentas em poucos dias. Mas confundir isso com “um aumento da criminalidade” é um pouco como dizer, no dia das enxurradas de 18 de Fevereiro, que 2008 não vai ser um ano seco. As ondas são assim: vistas de perto fazem um grande efeito, mas de longe fundem-se no mar.”
(Fernanda Câncio, no 5dias.net)
"Avante!" clandestino
Em dia de (87º) aniversário, o Partido Comunista Português disponibilizou ontem no seu site, 43 anos de arquivos das edições do seu órgão oficial, o jornal Avante!, no período em que a sua publicação era clandestina, de 1931 até ao 25 de Abril de 1974.
Taça UEFA – 1/8 Final
Anderlecht – Bayern Munich – 0-5
Fiorentina – Everton – 2-0
Marseille – Zenit St.-Petersburg – 3-1
Bolton – Sporting – 1-1
Glasgow Rangers – Werder Bremen – 2-0
Bayer Leverkusen – Hamburger – 1-0
Tottenham – PSV Eindhoven – 0-1
Benfica – Getafe – 1-2
Benfica – Quim, Nélson, Luisão (29m – Zoro), Edcarlos, Léo, Katsouranis, Cristián Rodríguez, Di María (62m – Mantorras), Rui Costa, Sepsi e Óscar Cardozo
Getafe – Óscar Ustari, Cosmin Contra, Belenguer, Cata Díaz, Lucas Licht, Albín, Casquero, Pablo Hernández, Esteban Granero (45m – Mario Cotelo), De la Red (73m – Celestini) e Braulio (61m – Manu)
0-1 – De la Red – 25m
0-2 – Pablo Hernández – 67m
1-2 – Mantorras – 76m
Cartões amarelos – Braulio (21m), De la Red (35m), Lucas Licht (82m), Casquero (85m) e Pablo Hernández (90m)
Cartão vermelho – Óscar Cardozo (9m)
Árbitro – Grzegorz Gilewski (Polónia)
Numa partida em que parecia querer demonstrar uma coesão e um futebol colectivo que tem estado arredado do clube nesta época, o Benfica, por culpas próprias, conjugadas com alguma infelicidade, cedo ofertou vantagem ao seu oponente.
Quando – logo aos 9 minutos – o seu único avançado, Óscar Cardozo, repetindo um gesto que já esboçara no último jogo contra o Sporting (face a Tonel), agrediu com uma cotovelada um jogador adversário, sendo expulso com cartão vermelho directo, o Benfica tomou consciência que este seria um desafio difícil, perante uma equipa (estreante nas provas europeias) que, em 8 jogos na edição desta época na Taça UEFA, sempre marcara (sendo o seu resultado típico o… 2-1).
O aviso chegaria logo aos 17 minutos, com Quim a responder com uma excelente defesa, adiando o golo… até aos 25 minutos, em que uma desatenção de Léo, perdendo a bola em zona proibida, e um ressalto (in)feliz do remate de De la Red em Edcarlos trairia inapelavelmente o guardião benfiquista.
E, quando, decorridos apenas mais 4 minutos, Luisão teve de abandonar o relvado, ressentindo-se de uma lesão, receou-se o pior. Nessa fase, o que se pedia era que o Benfica procurasse manter a serenidade, não se entregando.
Beneficiando do facto de o Getafe – especializado num sistema de jogo que explora velozes contra-ataques – não assumir deliberadamente uma toada ofensiva, a equipa benfiquista conseguiria controlar o jogo, dispondo mesmo de uma soberana ocasião para empatar a partida, ainda na fase inicial da segunda parte.
Como que adormecendo o jogo, sem criar oportunidades de perigo, o Getafe acabaria por – pouco depois de, com a entrada de Mantorras, o Benfica parecer querer assumir, não obstante a inferioridade numérica, uma toada ofensiva -, em nova jogada rápida, chegar ao segundo golo, iam decorridos 66 minutos, colocando alguma injustiça no marcador.
Para, no minuto seguinte, Edcarlos, a um metro da linha de golo, colocar o pé por baixo da bola, fazendo-a subir e embater no poste, em mais um momento de grande infelicidade… e imperícia.
O sinal de inconformismo perante a adversidade sairia dos pés de Mantorras, num remate potente, de meia-distância, com o Benfica finalmente a chegar ao golo.
Com o golo e com o apoio do (escasso) público, a equipa animar-se-ia, à entrada dos dez minutos finais, superando-se em termos de atitude e entrega ao jogo, acreditando, indo em busca do golo do empate.
Teria ainda uma oportunidade para tal, num livre marcado por Rui Costa, com a bola a ser desviada para canto, numa fase de grande confusão nas imediações da área da equipa espanhola, então algo desconcentrada e perdendo o controlo do jogo. Contudo, nos derradeiros cinco minutos, o Benfica acusaria o desgaste de um encontro pratcamente disputado na íntegra com um jogador a menos.
Numa das melhores e mais esforçadas exibições dos últimos meses – a par do jogo em Guimarães – o Benfica acaba por averbar uma derrota com algum travo de injustiça, tornando muito complexas as possibilidades de apuramento nesta eliminatória.
Em Inglaterra, o Sporting conseguiu alcançar um promissor empate a um golo (mais uma vez com Vukcevic a resolver), partindo para a 2ª mão em vantagem na eliminatória, em busca do almejado apuramento para os 1/4 Final da Taça UEFA.
E se…?
Escreve Nuno Gouveia, no seu (excelente) blogue de acompanhamento das eleições presidenciais estado-unidenses:
“Nunca nos tempos modernos assistimos a Brokered Conventions, mas se esse for o caso, ainda há uma réstia de esperança para uma grande teoria que já li algures. No meio do processo de indecisão, surge uma terceira figura, que reúne o consenso do partido e emerge como o candidato democrata. E esse nome é… Al Gore. Improvável… mas não impossível. Seria uma história que faria as delícias dos jornalistas, dos analistas e dos… republicanos.”
Esta será – porventura mais do que esta outra – uma verdadeira questão de retórica (?).
Nesta fase parece-me mais que improvável; seria uma verdadeira revolução. Não julgo que, neste momento, Al Gore aceitasse candidatar-se a estas eleições. Mas, por outro lado, não consigo deixar de pensar que os Democratas continuam a sentir-se de alguma forma órfãos em relação a Gore, aparentemente sem capacidade para optar entre Barack Obama e Hillary Clinton.
La Gran Guía de los Blogs 2008
La Gran Guía de los Blogs 2008 – disponível para download em PDF – é uma publicação originada por uma tripla motivação: a vontade de abrir um novo espaço de reflexão sobre o estado da blogosfera; abrir uma nova via de acesso ao denso mas interessante debate gerado pela blogosfera; e promover e estimular a presença do espanhol na rede.
Trata-se de uma publicação sob a forma de anuário, sujeito a renovação e ampliação, de consulta obrigatória para quem se interessa pelo fenómeno.
E se os 26 delegados de John Edwards viessem a ser decisivos?
Eis uma interrogação que poderá vir a ser mais do que uma questão de retórica…
Numa disputa tão acerrimamente disputada como tem sido – e promete continuar a ser, possivelmente até ao último momento – a de Barack Obama e Hillary Clinton, consumada como parece a impossibilidade de um deles atingir o número de delegados eleitos que lhe confeririam automaticamente a nomeação, para além do papel de arbitragem que se adivinha para os “Superdelegados”, os 26 representantes eleitos em nome de John Edwards poderão vir a ter uma palavra final a dizer…
Agora que são finalmente conhecidos os resultados – quanto ao número de delegados eleitos – das votações de ontem, mais uma vez se constata que nem sempre os vencedores da noite eleitoral ganham em termos aritméticos: já aquando da “Super Tuesday”, com os triunfos de Hillary Clinton na California e em New York, a candidata surgira como vitoriosa; apurados os resultados finais, viria de facto a perder em número de delegados eleitos (833, face a 848 de Barack Obama); ontem, emergindo novamente como vencedora, acabaria por vir efectivamente a perder nos caucus do Texas e, em termos globais, recuperar apenas 6 delegados, reduzindo a sua desvantagem de 156 para 150 delegados (elegeu 188 representantes, face a 182 de Obama).
Ou – sem prejuízo da crucial importância da vitória no Ohio, a qual, a não ter ocorrido, poderia significar o termo das aspirações de Hillary Clinton) – de como as vitórias nas noites (televisivas) eleitorais nem sempre têm correspondência na fria linguagem dos números…
Liga dos Campeões – 1/8 Final (2ª mão) – act.
Barcelona – Celtic – 1-0 / 3-2 (4-2)
Manchester United – Lyon – 1-0 / 1-1 (2-1)
FC Porto – Schalke – 1-0 / 0-1 (1-1) – 1-4 g.p.
Inter – Liverpool – 0-1 / 0-2 (0-3)
Real Madrid – Roma – 1-2 / 1-2 (2-4)
AC Milan – Arsenal – 0-2 / 0-0 (0-2)
Chelsea – Olympiakos – 3-0 / 0-0 (3-0)
Sevilla – Fenerbahce – 3-2 / 2-3 (5-5) – 2-3 g.p.
Numa partida intensa de emoção, jogando cerca de 40 minutos em inferioridade (por expulsão de Fucile, aos 82 minutos), o FC Porto conseguiria – já com um jogador a menos, e a apenas cerca de 5 minutos do termo da partida – escapar ao espartilho que constituía a necessidade imperiosa de marcar… sem sofrer. A equipa portuguesa, então com alguma felicidade (não obstante as oportunidades de golo antes desperdiçadas ou anuladas pelo guarda-redes alemão), anulava a desvantagem, forçando o prolongamento.
Não havendo alteração do marcador nesse período extra de 30 minutos – com mais uma incrível perdida de Quaresma -, tornou-se inevitável o recurso ao desempate por pontapés da marca de grande penalidade… no qual o FC Porto acabaria por não ser feliz, muito por mérito de Manuel Neuer, com duas excelentes defesas (a segunda delas estupenda) opondo-se aos remates de Bruno Alves e Lisandro López.
Depois das eliminações de equipas como o AC Milan (Campeão Europeu em título), Real Madrid e Sevilla, ou o Lyon, subsistem em prova 3 equipas inglesas (Manchester United, Chelsea e Arsenal… com o Liverpool bem colocado para se formar um quarteto), Barcelona, Roma, Schalke e o surpreendente Fenerbahce.
P. S. Actualização a 11.03.2008 – O Liverpool, vencendo novamente, desta vez em Itália, completa o fabuloso quarteto inglês nos 1/4 Final da Liga dos Campeões, ao mesmo tempo que dita a eliminação da segunda das equipas de Milão a quedar-se pelos 1/8 Final da prova.
A Expressão na Rede – O Caso dos Blogues
No próximo dia 6 de Março, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa, terá lugar a apresentação, a cargo de Eduardo Pitta, do livro de Luís Carmelo A Expressão na Rede – O Caso dos Blogues (Magna Editora).
Autor e apresentador juntar-se-ão depois a um conjunto de pessoas convidadas a debater “o modo como as linguagens seculares (que aprendemos sem ter em conta a rede) se moldam, hoje em dia, à rede e mais concretamente aos blogues.” A moderação é da responsabilidade de Paulo Gorjão e os bloggers presentes serão: Carla Hilário Quevedo, Isabela, Pedro Rolo Duarte e Vasco M. Barreto.
Hillary Clinton vence Texas, Ohio e Rhode Island
Dando provas de grande resiliência, Hillary Clinton conseguiu ontem deter o momentum de Barack Obama (que acumulara mais de uma dezena de vitórias consecutivas), surgindo como vencedora desta segunda “Super Tuesday”, derrotando o seu competidor em Estados cruciais como o Texas (neste caso, com a nuance de Obama – vencendo os caucus – angariar mais delegados) e Ohio (para além de Rhode Island).
Mais do que a expressão numérica destas vitórias (expressa em percentagem de votos ou em número de delegados eleitos), numas eleições com o cariz das Primárias Democratas, em que é decisiva a gestão das expectativas, Hillary parece renascer, ao mesmo tempo que consegue suscitar de novo a dúvida sobre a capacidade de Obama de se impor em Estados em que as eleições presidenciais se irão decidir.
Na sequência das votações de ontem parece definitivamente afastado o cenário de abdicação de um dos concorrentes; muito provavelmente, a disputa prosseguirá até à Convenção, com o papel de árbitro a ser assumido pelos Superdelegados.
No campo Republicano, ao contrário, a competição terminou ontem, com John McCain a atingir finalmente o número de delegados que lhe conferirão a nomeação como candidato.
Democratas
Texas (193 delegados)
– Hillary Clinton – 51 % (65 delegados) / 44 % (caucus – 29 delegados)
– Barack Obama – 48 % (61 delegados) / 56 % (caucus – 38 delegados)
Ohio (141 delegados)
– Hillary Clinton – 54 % (74 delegados)
– Barack Obama – 44 % (67 delegados)
Rhode Island (21 delegados)
– Hillary Clinton – 58 % (13 delegados)
– Barack Obama – 40 % (8 delegados)
Vermont (15 delegados)
– Barack Obama – 59 % (9 delegados)
– Hillary Clinton – 39 % (6 delegados)
Com os resultados provisórios até agora apurados, Hillary Clinton conquista 187 delegados adicionais (passando a acumular um total de 1 232 delegados eleitos); Barack Obama, com mais 183 delegados, soma agora um total de 1 384 eleitos.
Republicanos
Texas – Resultados provisórios
– John McCain – 51 % (121 delegados)
– Mike Huckabee – 38 % (16 delegados)
Ohio ( delegados) – Resultados provisórios
– John McCain – 60 % (79 delegados)
– Mike Huckabee- 31 %
Rhode Island ( delegados) – Resultados provisórios
– John McCain – 65 % (13 delegados)
– Mike Huckabee – 22 % (4 delegados)
Vermont ( delegados) – Resultados provisórios
– John McCain – 72 % (17 delegados)
– Mike Huckabee – 14 %



