Archive for Janeiro, 2008
Palavras que odeio (*)
Deadline
(*) Inspirado no Pedro Correia (Corta-Fitas)
Este blogue tem andado um pouco ao abandono neste início de ano, fundamentalmente pelos malfadados deadlines… não obstante, convido-o a ir passando por aqui, dado que haverá novidades em breve… (já amanhã e – em particular – com incidência no próximo Domingo de manhã).
Primárias no Michigan – Resultados
São os seguintes os resultados das Primárias ontem realizadas no Estado de Michigan:
Republicanos
Mitt Romney – 38,9 % – 23 delegados (dispondo agora de 42 delegados)
John McCain – 29,7 % – 6 delegados (somando um total de 13 delegados)
Mike Huckabee – 16,1 % – 1 delegado (passando a dispor de 32 delegados)
Ron Paul – 6,3 %
Fred Thompson – 3,7 % (mantendo um total de 3 delegados)
Rudy Giuliani – 2,9 %
Duncan Hunter – 0,3 % (mantendo 1 delegado)
Obtendo a segunda vitória (em 4 Estados em que houve já votações – Iowa, Wyoming, New Hampshire e Michigan) – na sequência de forte investimento nestes primeiros Estados -, Mitt Romney continua a lutar por uma possível nomeação, com a derrota de McCain a fazer aumentar a incerteza sobre o desfecho de uma corrida que está “para durar”. Com uma estratégia inversa à de Romney, Giuliani continua a somar péssimos resultados (ainda sem qualquer delegado eleito), minimizando as perdas pelo facto de os 3 principais opositores (Romney, McCain e Huckabee – este sofrendo ontem um novo revés no Michigan) terem vindo a repartir entre si os triunfos.
Democratas
Hillary Clinton – 55,4 % (mantendo um total de 24 delegados)
Dennis Kucinich – 3,7 %
Mike Gravel – 0,4 %
Barack Obama – não concorreu (mantendo um total de 25 delegados)
John Edwards – não concorreu (mantendo um total de 18 delegados)
“Uncommitted” – 39,9 %
Penalizado pela antecipação da data da votação, o Estado de Michigan não elegerá qualquer delegado à Convenção Democrata, motivo pelo qual Obama e Edwards não participaram na eleição de ontem, deixando o campo aberto para uma elevada percentagem de votos (55 %) em Hillary Clinton, mas com o voto “de protesto” (“Uncommited” – ou seja, voto sem indicação de um candidato) a atingir 40 %.
Seguem-se – já no próximo Sábado – as votações no Nevada (caucus – Democratas e Republicanos) e na Carolina do Sul (Primárias – Republicanos).
Eleições Presidenciais EUA – 2008 (XI)
![]()
Realizam-se hoje as Primárias de Michigan (Estado com cerca de 10 milhões de habitantes, com capital em Lansing, não obstante a maior cidade ser a de Detroit).
Os habitantes de Michigan (com aproximadamente 80 % de população de raça branca e cerca de 15 % de afro-americanos) elegem 30 delegados à Convenção Republicana.
As últimas sondagens mantêm em suspenso a possibilidade de vitória para Mitt Romney (29 %) ou John McCain (27 %), com Mike Huckabee distante (apenas 12 %)… e Giuliani a continuar “fora da corrida”.
No que respeita aos Democratas, Obama e Edwards não participarão… subsistindo nos boletins de voto a opção Hillary Clinton (para além de Kucinich e Gravel). E isto porque – na sequência da antecipação da data de realização destas eleições – o Democratic National Committee (DNC) decidiu que o Michigan não elegeria qualquer delegado à Convenção (teria normalmente direito a eleger um total de 128 delegados)!
Com vitórias dos candidatos Republicanos de 1976 a 1988, o Michigan passou, a partir de então, a ser um Estado em que os Democratas têm garantido a vitória:
2004 – Kerry (D) 51,2% / Bush (R) 47,8%
2000 – Gore (D) 51,3 % / Bush (R) 46,1%
1996 – Clinton (D) 52,5% / Dole (R) 38,8%
1992 – Clinton (D) 43,8% / Bush (R) 36,4%
1988 – Bush (R) 53,6% / Dukakis (D) 45,7%
1984 – Reagan (R) 59,2% / Mondale (D) 40,2%
1980 – Reagan (R) 49,0% / Carter (D) 42,5%
1976 – Ford (R) 51,8% / Carter (D) 46,4%
Blasfémias.net / f-world
Dada a situação de bloqueio pelo blogger – já há mais de uma semana – o Blasfémias passa a estar disponível em novo endereço.
Pela mesma razão, o f-world passou a integrar a plataforma de blogues do Sapo.
Vídeos da MSNBC disponíveis para blogues
Visit msnbc.com for Breaking News, World News, and News about the Economy
Pela primeira vez nos EUA, uma cadeia nacional de televisão (MSNBC.com) disponibiliza os seus vídeos para difusão pública por via de blogues ou outras páginas pessoais, fornecendo os códigos para essa publicação.
(via Jornalismo & Internet)
Fotos das eleições presidenciais nos EUA
Num projecto conjunto do The New York Times e da Aiga (associação profissional de design), encontra-se já disponível uma compilação de fotografias das eleições presidenciais nos EUA, da autoria de cidadãos “anónimos”.
(via Jornalismo & Internet)
Web TV / Postais ilustrados
Web TV é um novo blogue, criado por Nuno Fernandes no âmbito de elaboração de Tese de Mestrado (Universidade da Beira Interior), visando “Acompanhar o desenvolvimento em Portugal do fenómeno, o crescimento das Web Televisões que já existem e o nascer de novos projectos“.
Também Madalena Oliveira, Moisés de Lemos Martins e Maria da Luz Correia deram início a um novo projecto na blogosfera, tendo por temática os Postais ilustrados: “Os postais ilustrados: para uma socio-semiótica da imagem e do imaginário” é, na verdade, o título de um projecto que, a partir da Universidade do Minho, estamos a empreender, para perceber como as ilustrações veiculadas pelo bilhete-postal contribuem para a construção do imaginário popular e de que modo permitem fazer o retrato sociológico das representações identitárias dos povos em diferentes regiões de Portugal.”
(via Jornalismo e Comunicação)
O Lago dos Cisnes
Num país em que parece ser da praxe não cumprir horários, com a institucionalização – quase como regra universalmente aceite – do “quarto de hora” de tolerância, uma coisa que me irrita solenemente é chegar atrasado a um “compromisso”. Mais ainda do que ter de esperar (e, tantas vezes, desesperar) por outrém.
Dito isto, a nota importante a reter (se ainda houver disponibilidade de bilhetes…) é de que a Companhia Nacional de Bailado apresenta no Teatro Camões, em Lisboa – com as últimas actuações agendadas para hoje (21 horas) e amanhã (16 horas) -, “O Lago dos Cisnes”, com música de Tchaikovsky, numa coreografia de Mehmet Balkan.
O que tem isto a ver com o intróito? Se pensa assistir ao espectáculo, uma recomendação: chegue a horas!
Na última Sexta-feira, passavam 2 minutos das 21 horas (hora anunciada para o início do bailado), ainda com algumas dezenas de pessoas a afluir à sala, já o espectáculo tinha – com pontualidade britânica – principiado, sendo os espectadores retardatários (nos quais me incluia…) encaminhados para as galerias, onde se viram forçados a assistir a toda a primeira parte (cerca de uma hora).
Fazendo mea culpa pelo atraso, não posso deixar de questionar: num espectáculo deste cariz – em que a concentração dos bailarinos é decisiva, não podendo, compreensivelmente, ser afectada por ruído -, dar início à apresentação à hora precisa, não constitui, de alguma forma, uma insensibilidade face a quem pagou bilhetes que têm preços até 50 euros?
Ah… na sua previsão de tempo necessário à deslocação até à sala de espectáculos, não esqueça de dar um pequeno desconto, tomando em consideração alguns minutos adicionais, necessários para contornar os tapumes das obras actualmente em curso na zona do Parque dos Nações em que se situa o Teatro Camões. É que o espectáculo vale mesmo a pena!
Escrever direito por linhas tortas
Em três dias consecutivos, três decisões governamentais vieram encarreirar o que parecia destinado a descarrilar.
Quando, na passada Terça-feira, ouvi um Secretário de Estado defender (tão) convictamente (apontando vantagens para os beneficiários…) a mais abstrusa das medidas que porventura algum Governo democraticamente eleito já adoptara em Portugal – a de pagar retroactivos de reformas (nalguns casos de valor inferior a 10 euros por pensionista) repartidos em 14 mensalidades (que podiam atingir a módica quantia de 60 cêntimos!) -, receei pela minha sanidade mental; confesso que pensei que, das duas uma: ou o referido responsável não alcançava as implicações do que anunciava ou nos tomava a todos por “parvos”. Felizmente, o bom senso acabou por imperar, com o Ministro a vir, no dia seguinte (na sequência da vaga de contestação que imediatamente se gerou), desdizer o seu Secretário de Estado.
No dia seguinte José Sócrates quebraria finalmente o “tabu” sobre a ratificação do Tratado de Lisboa. Inevitavelmente, sem poder ignorar as pressões de diversos líderes europeus, assim como a “recomendação” do Presidente da República, não teve pejo em deixar cair uma promessa eleitoral – a da realização de um referendo ao Tratado Constitucional Europeu – decidindo-se pela via parlamentar. Claro que era dispensável a alegação de que o Tratado de Lisboa é “uma coisa diferente”… mas esta é, não obstante – e a meu ver – a melhor opção. Honestamente, alguém pensaria que um eventual referendo desta natureza (geralmente objecto de instrumentalização para discussão de política interna) teria uma participação que se aproximasse sequer dos 50 %? Em consciência, terá o cidadão comum a capacidade – ou, sequer, interesse – em ler, descodificar e interpretar este Tratado? Seria uma oportunidade para debater a Europa, para informar os portugueses? Para além do meu cepticismo sobre a sua eficácia (in)formativa, com que custos se faria esse debate?
Hoje, contrariando o “jamais” do Ministro da tutela, em mais um recuo motivado por pressões externas, o Governo abandona o projecto do novo Aeroporto na Ota, subordinando-se – nesta “decisão prévia e preliminar” – às conclusões de estudo do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que, numa análise comparativa, apontou como localização preferencial Alcochete. Também aqui, esta inflexão de estratégia parece vir a conduzir à opção mais correcta.
Sob uma forte onda de contestação ao seu estilo de governação (o qual não advogo), por alguns considerado “autoritário”, “arrogante”, “faltando à sua própria palavra”… chegando até ao extremo de ser apelidado como “censório” e “ditatorial”, o facto objectivo é de que – vendo-se compelido a adoptar uma postura não autista, acabando por ter de dar ouvidos à envolvente externa – Sócrates toma decisões, escrevendo direito (mesmo que por linhas tortas), em flagrante contraponto ao contexto hoje vigente a nível das principais forças de oposição parlamentar, aparentemente falhas de ideias, sem efectivas medidas alternativas a propor.
New Hampshire – Resultados
Com cerca de 96 % dos votos contados, são os seguintes os resultados das Primárias ontem realizadas no Estado de New Hampshire:
Democratas
Hillary Clinton – 39,2 % – 9 delegados (passando a dispor no total de 24 delegados)
Barack Obama – 36,4 % – 9 delegados (dispondo agora de um total de 25 delegados)
John Edwards – 16,9 % – 4 delegados (dispondo assim de um total de 18 delegados)
Bill Richardson – 4,6 %
Dennis Kucinich – 1,4 %
Mike Gravel – 0,1 %
Contrariando as sondagens, e limitando assim a consolidação de uma “vaga de fundo” de Obama, Hillary Clinton venceu (embora por escassa margem) as Primárias de New Hampshire, indiciando que a nomeação Democrata deverá ser disputada até final (para já ainda com Edwards a procurar “não descolar” definitivamente… não obstante a crescente inevitabilidade da bipolarização em torno de Hillary e Obama).
Republicanos
John McCain – 37,2 % – 7 delegados (dispondo agora de 7 delegados)
Mitt Romney – 31,6 % – 4 delegados (dispondo assim de um total de 19 delegados)
Mike Huckabee – 11,2 % – 1 delegado (passando a dispor de 31 delegados)
Rudy Giuliani – 8,6 %
Ron Paul – 7,6 %
Fred Thompson – 1,2 % (dispondo de um total de 3 delegados)
Duncan Hunter – 0,5 % (dispondo de 1 delegado)
Do lado Republicano, com vitórias repartidas nos 3 Estados em que houve já votações (Iowa, Wyoming e New Hampshire – respectivamente para Huckabee, Romney e McCain), é ainda difícil ter uma visibilidade de quem poderá vir a ser o nomeado… até porque Giuliani ainda “não entrou na corrida” (não contando para já com qualquer delegado eleito).
P. S. Na sequência dos escassos resultados obtidos – ainda sem qualquer delegado eleito – Bill Richardson abdicou também da sua candidatura, reduzindo-se o campo Democrata a apenas 5 candidatos (embora apenas 3 “efectivos”, já que Kucinich e Gravel não terão qualquer aspiração).



