Archive for 30 Agosto, 2006
O FLAGELO DO DOPING (V)
Ao longo dos tempos, alguns dos maiores desportistas mundiais foram envolvidos em casos de doping, em particular nas modalidades de ciclismo, atletismo, futebol e ténis:
1967 – Jacques Anquetil recusa submeter-se a um controlo anti-doping na sequência do seu record da hora em ciclismo, que não seria homologado;
1975 – Eric de Vlaeminck, múltiplo campeão do mundo de ciclo-cross é internado no serviço de psiquiatria, vítima dos produtos dopantes consumidos no decurso da sua carreira;
1976 – Lasse Viren, campeão olímpico dos 10 000 metros (à frente de Carlos Lopes) não escapa à dúvida e à controvérsia sobre alegadas práticas de transfusões sanguíneas; em sua defesa, argumentaria que o único “suplemento vitamínico” que tomava era o leite de rena… a inexistência de controlos sanguíneos à época faria perdurar a dúvida;
1988 – Pedro Delgado, o espanhol que liderava o “Tour de France”, acusa uma substância “mascarante”, permitindo ocultar o consumo de esteróides anabolizantes; não obstante, manter-se-ia em prova, acabando por obter a vitória;
1988 – O atleta canadiano Ben Johnson acusa positivo no controlo de anabolizantes na sequência da sua vitória na final dos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Seoul; seria eliminado da prova, não sendo homologado o record mundial que estabelecera, tendo sido suspenso por 4 anos; após algumas tentativas de regresso à competição, voltaria a acusar positivo, sendo novamente suspenso;
1991 – Diego Maradona, considerado o melhor jogador de futebol do mundo, acusa cocaína num controlo anti-doping; acusaria a mesma substância em 1997, já depois de, em 1994, ter sido controlado positivamente por efedrina;
1992 – Katrin Krabbe, atleta da ex-RDA acusa positivo; após trocas das amostras utilizadas no teste e na contra-análise, não viria a ser punida, não tendo o caso sido devidamente esclarecido.
O FLAGELO DO DOPING (IV)
Nas edições seguintes dos Jogos Olímpicos, foram identificados:
(i) 7 casos de doping em 1972 (Munique – principalmente efedrina, um estimulante);
(ii) 11 casos em 1976 (Montreal – essencialmente anabolizantes, em vários halterofilistas);
(iii) 1980 (Moscovo) – de forma algo questionável, nenhum caso de doping foi anunciado;
(iv) 12 casos em 1984 (Los Angeles – principalmente nandrolona, um esteróide anabolizante, ingerido por halterofilistas e alguns atletas, com destaque para a grega Anna Verouli e o finlandês Martti Vainio);
(v) 10 casos em 1988 (Seoul – essncialmente furosemida, um diurético que opera como agente “mascarante” de outras substâncias proibidas, atingindo novamente o halterofilismo e, o caso mais mediático, o de Ben Johnson, vencedor da prova dos 100 metros, que acusou estanazolol, um esteróide anabolizante);
(vi) 5 casos em 1992 (Barcelona), dos quais 4 no atletismo, por norefedrina (estimulante) e clembuterol (anabolizante);
(vii) 2 casos em 1996 (Atlanta): a atleta russa Natalya Shekhodanova (estanazolol) e a búlgara Iva Prandzheva (metandienona – esteróide anabolizante);
(viii) 9 casos em 2000 (Sidney), nomeadamente 4 no halterofilismo (furosemida e estanazolol) e 3 nas lutas amadoras (nandrolona e furosemida);
(ix) 25 casos em 2004 (Atenas): 11 no halterofilismo e 2 no basebol (esteróides anabolizantes); 2 no pugilismo; 1 no remo e 1 no ciclismo feminino; e 8 no atletismo (os velocistas gregos Kostas Kenteris e Ekaterini Thanou escaparam a um controlo surpresa nas vésperas do início da prova, alegando um acidente de moto; o húngaro Adrian Annus, lançador de martelo, recusou submeter-se a controlo; o também húngaro Robert Fazekas tentou manipular a amostra; os russos Irina Korzhanenko e Anton Galkin acusaram estanazolol; Olga Shchukina (Uzbequistão) e Aleksey Lesnichiy (Bielorrussia) acusaram clembuterol).



