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O Pulsar do Campeonato – 29ª Jornada (Distrital)

(“O Templário”, 16.05.2024)
Tal como na época passada – então, envolvendo U. Tomar, Amiense e Fazendense – também nesta temporada chegamos à derradeira jornada do Campeonato Distrital da I Divisão com três clubes a lutar ainda pela conquista do título, desta vez: Fátima, Ferreira do Zêzere e Abrantes e Benfica.
Com um “jogo do título”, colocando frente-a-frente o líder, Fátima, e o 3.º classificado, Abrantes e Benfica (separados por três pontos), os cenários são, este ano, mais simples, dado haver apenas nove combinações de resultados possíveis: cinco das quais favorecem as pretensões do Fátima (face a duas para o Ferreira do Zêzere, e uma para o Abrantes e Benfica); subsistindo ainda uma outra combinação – de igualdade pontual a três, no final das 30 jornadas – em que a decisão do Campeão (entre Ferreira do Zêzere e Abrantes) dependeria da diferença de golos no tal embate.
O apuramento no novo Campeão Distrital resume-se aos seguintes desfechos possíveis:
- Fátima (1.º, com 68 pontos) será Campeão: (a) ganhando em Abrantes; ou (b) empatando, mas, neste caso, só se o Ferreira do Zêzere não vencer o seu desafio;
- Ferreira do Zêzere (2.º, com 67 pontos) será Campeão: (a) ganhando ao Coruchense, mas apenas desde que o Fátima não vença; ou (b) empatando, desde que o Abrantes e Benfica ganhe ao Fátima, mas não por mais de dois golos de diferença;
- Abrantes e Benfica (3.º, com 65 pontos) será Campeão: ganhando ao Fátima e (a) desde que o Ferreira do Zêzere seja derrotado pelo Coruchense; ou (b) se o Ferreira do Zêzere empatar, necessitando, nesse caso, ganhar ao Fátima, pelo menos, por três golos à maior.
No outro pólo da tabela, são também três as equipas a procurar alcançar a única vaga de “salvação”, visando a permanência, partindo o At. Ouriense (13.º, com 26 pontos) em vantagem, face a Forense (14.º com 25 pontos) e Moçarriense (15.º, com 24 pontos). Todavia, em caso de empate pontual, o grupo de Ourém perderia no confronto directo com ambos os adversários.
Das 27 combinações possíveis de resultados, nos três desafios que envolvem estes clubes, o At. Ouriense beneficia de quinze delas, face a oito a favorecer o Forense, e quatro para o Moçarriense.
I Divisão Distrital – Somando a sua oitava vitória consecutiva, o Fátima teve, desta vez, uma abordagem algo distinta, na partida com o Samora Correia: o primeiro golo chegou relativamente “tarde” (estavam decorridos 27 minutos) e só à beira do intervalo os fatimenses ampliaram a vantagem. Para, na segunda metade, entrarem a “todo o gás”, com mais três golos (a estabelecer o 5-0) em dez minutos. Com um “poker” do melhor marcador do campeonato, Cristiano Aniceto (totaliza já 27 golos) a contagem só pararia aos 7-0 (um quarto de hora antes do final)!
A dúvida que usualmente se suscita nestas circunstâncias é se poderão vir a fazer falta, na última ronda, os golos agora “esbanjados”. Quanto ao Samora fica a curiosidade de ter sido interveniente em várias goleadas neste campeonato: vitórias por 7-0 em Alcanena, 6-0 nos Foros de Salvaterra e 6-2 no campo do Vasco da Gama; derrotas por 1-6 em Mação, para além deste 0-7.
O perseguidor mais directo, Ferreira do Zêzere, não vacilou, triunfando pela quarta vez na Moçarria, em outras tantas visitas, desde o ano de 2018, por categórico 3-0. Os ferreirenses, com uma missão difícil no último dia, esperam poder tirar partido do confronto entre abrantinos e fatimenses para conquistarem um inédito título, tal como o seria a inerente subida aos Nacionais.
Depois do imprevisto desaire caseiro da semana anterior, ante o Coruchense – que lhe custou a possibilidade de ter a decisão, nas suas mãos, perante o seu público, na derradeira ronda –, o Abrantes e Benfica reagiu da melhor forma, entrando praticamente a ganhar em Torres Novas, onde venceu por 3-1, depois de ter chegado a dispor de vantagem de 3-0 até ao último minuto.
Pela segunda semana seguida o Coruchense desferiu rude golpe nas aspirações dos candidatos ao título: primeiro, com a vitória em Abrantes; agora, tendo batido o Fazendense por tangencial 1-0, o suficiente para afastar a formação das Fazendas, não só de qualquer esperança no título, como, inclusivamente, no 2.º lugar e à almejada qualificação para disputar a Taça de Portugal.
Dos restantes encontros da 29.ª jornada, a nota de maior realce vai para o triunfo, por 2-0, do Amiense, no terreno do Alcanenense, o que proporcionou aos comandados de Marco Marques garantir, desde já, a permanência no principal escalão, podendo, enfim, respirar de alívio.
Para além do Moçarriense, também o Forense foi derrotado, por 1-2, na deslocação ao Cartaxo, não dando a sequência pretendida à notável recuperação empreendida, o que lhe custou ter voltado a cair em zona de despromoção.
E isto porque o At. Ouriense, recebendo o “lanterna vermelha”, Vasco da Gama, não desperdiçou a oportunidade de somar três preciosos pontos, ganhando por 3-1 (marcando só na segunda parte, após os forasteiros terem chegado ao intervalo em vantagem), voltando a transpor a “linha de água”, fugindo aos lugares de descida em que estivera durante quase toda a segunda volta.
Num jogo pouco mais do que para cumprir calendário, o Mação (que, entretanto, se isolou na 6.ª posição) foi vencer a Salvaterra de Magos por 2-1, mantendo-se o Salvaterrense num seguro 11.º lugar, já absolutamente tranquilo.
II Divisão Distrital – Na abertura da segunda volta da fase final o Glória do Ribatejo foi vencer a Marinhais, no “derby”, por 2-0; o mesmo desfecho averbado pelo líder, Águias de Alpiarça, na deslocação ao Pego, frente a uma equipa que soma por derrotas os seis encontros disputados.
Por seu lado, o Tramagal obteve importante triunfo, mercê de um solitário tento, na recepção ao Entroncamento. A disputa pelas três vagas de promoção parece reservada aos quatro primeiros: Águias (16 pontos), com mais três pontos que o Entroncamento AC, seguindo-se, outros três pontos mais abaixo, o Glória do Ribatejo, que mantém um ponto de vantagem face ao Tramagal.
Antevisão – Após um breve interregno, é retomada a fase final do Campeonato de Portugal, com a ronda de abertura da sua segunda metade, cabendo ao U. Santarém receber a visita do V. Setúbal, líder isolado, que conta por vitórias os três jogos até agora disputados. Com margem de erro limitada, os escalabitanos necessitam imperiosamente de pontuar, de preferência, vencendo.
No Distrital, as atenções estarão focadas em duas frentes: na luta pelo título e promoção ao Campeonato de Portugal, nos embates Abrantes e Benfica-Fátima (sendo os fatimenses os únicos a depender de si próprios, “bastando-lhes” vencer) e Ferreira do Zêzere-Coruchense; na disputa pela permanência, no Mação-At. Ouriense, Forense-Alcanenense e Vasco da Gama-Moçarriense.
Na divisão secundária, destaca-se o Águias de Alpiarça-Tramagal, parecendo o Entroncamento AC e o Glória do Ribatejo favoritos a somar os três pontos, recebendo, respectivamente, o Marinhais e o Pego.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Maio de 2024)
O Pulsar do Campeonato – 28ª Jornada (Distrital)

(“O Templário”, 09.05.2024)
A fechar a primeira volta de um mini-torneio (composto por seis jornadas), de promoção à “Liga 3”, o U. Santarém conseguiu, no seu primeiro jogo em casa, estrear-se a ganhar, recebendo e batendo o Moncarapachense, por 2-1. Desfeiteados nas duas rondas iniciais, os escalabitanos entraram praticamente a perder, frente aos algarvios, que marcaram logo ao terceiro minuto. Reagindo de forma positiva, os santarenos empataram próximo do intervalo, para, ainda na fase inicial da segunda metade, chegar ao golo que lhes proporcionou uma importante vitória.
No embate entre os dois primeiros, o histórico V. Setúbal levou a melhor, somando o terceiro êxito em outros tantos desafios nesta fase final, impondo-se por 3-1 face ao Lusitânia, somando o pleno de (nove) pontos. A turma açoriana dispõe, agora, de três pontos de vantagem sobre o conjunto escalabitano, sendo que o U. Santarém poderá vir a beneficiar de ter duas partidas no seu terreno na segunda volta, recebendo precisamente os actuais dois primeiros classificados.
A Norte, igualmente nesta fase final do Campeonato de Portugal, o Limianos lidera, com duas vitórias e um empate, depois de ter derrotado o Pevidém (4.º e último classificado, que conta apenas um ponto) por tangencial 2-1. O Amarante “rectificou” o desaire caseiro da semana anterior, tendo ido vencer a São João de Ver, mercê de um solitário tento, com estas duas equipas a partilhar a 2.ª posição, a três pontos do comandante.
I Divisão Distrital – Faltando disputar apenas duas jornadas, e mesmo que o Fátima tenha de enfrentar uma espécie de “final”, em Abrantes, no derradeiro dia, não se afigurará fácil vir a retirar os fatimenses do 1.º lugar. O desembaraço com que têm resolvido a seu favor, logo nos minutos iniciais, os sucessivos desafios que vêm enfrentando denota uma equipa com elevado grau de confiança, sendo, aliás, a partir desta jornada, a única a depender exclusivamente de si própria.
Numa deslocação de risco aos Foros de Salvaterra, para defrontar um adversário (Forense) que vem empreendendo notável recuperação (o que lhe proporcionou sair da zona de despromoção), o Fátima somou sétimo triunfo sucessivo (acumulando dez vitórias e um empate nas últimas onze jornadas). E fê-lo, outra vez, com mais uma impressiva prova de força: antes do quarto de hora tinha já dois golos de vantagem; aos vinte minutos ampliou a marca para 3-0, tendo vindo a consentir o único tento já na parte final do encontro, saindo vencedor por confortável 3-1.
Ao invés, o Abrantes e Benfica, que vinha também de seis vitórias consecutivas, sofreu um deslize que poderá vir a ter impacto significativo nas contas finais, ao perder, no seu reduto, ante uma boa equipa do Coruchense (5.º classificado, com a posição final já definida), por 2-1, um desfecho que parece apontar para um equilíbrio que não terá sido real: a formação do Sorraia, que ganhou pela quarta ronda seguida, marcou cedo, e controlou todo o jogo, apontando segundo tento ainda antes do intervalo; o ponto de honra dos abrantinos apenas chegaria já em tempo de compensação.
O Ferreira do Zêzere, fazendo o seu papel (tendo em curso uma série de seis triunfos), venceu com tranquilidade (2-0) ante o At. Ouriense, entrando a ganhar, e confirmando a vitória à beira do intervalo, num bis de “Zé” Maria. Os ferreirenses beneficiaram, pois, do desaire dos abrantinos (que baixaram ao 4.º posto, em igualdade pontual com o 3.º classificado, Fazendense), para ascender à vice-liderança, mantendo a diferença de apenas um ponto face ao comandante, Fátima.
O Fazendense (que somou quinta vitória seguida), mantendo o atraso de três pontos em relação ao líder, continua a sonhar em poder chegar ao topo – mesmo que tenha, em teoria, calendário mais difícil –, tendo vencido, na recepção ao também aflito Moçarriense, por 3-1. O grupo das Fazendas ainda apanhou um susto, quando os forasteiros empataram a uma bola, mesmo a findar a primeira parte, mas, na etapa complementar, com mais dois golos, selou o triunfo.
É, pois, ocasião, para recordar o percurso que os quatro candidatos terão de enfrentar até final: o Fátima (65 pontos) recebe o Samora Correia, tendo o possível “jogo do título” em Abrantes; o Ferreira do Zêzere (64 pontos) desloca-se à Moçarria, tendo ainda a visita do Coruchense; o Fazendense (62 pontos) terá duas deslocações, a Coruche e a Torres Novas; o Abrantes e Benfica (62 pontos) vai também a Torres Novas, recebendo o Fátima, no tal embate “decisivo”.
Num confronto entre os clubes que ocupavam o 6.º e 7.º lugares, em Samora Correia, com a equipa local a receber a visita do Torres Novas, a repartição de pontos terá sido um desfecho lógico, atendendo também à fase menos positiva que os dois conjuntos vinham atravessando. Marcaram primeiro os samorenses, tendo os torrejanos fixado o 1-1 ainda antes do intervalo.
Quem, no imediato, tirou partido de tal empate, foi o Mação, vencedor por tangencial 1-0 ante o Amiense, mercê de um tento apontado ainda no quarto de hora inicial. Os maçaenses igualaram o Samora Correia na 6.ª posição, deixando para trás o Torres Novas.
Nas outras duas partidas da 28.ª jornada, Salvaterrense e Cartaxo confirmaram matematicamente a permanência no principal escalão: os homens de Salvaterra foram vencer ao terreno do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama (que continua a registar um único ponto averbado na pauta classificativa), por 2-0; já os cartaxeiros conseguiram resgatar um ponto, empatando 1-1, com um golo no derradeiro minuto, em Alcanena, com o Alcanenense, no 9.º lugar, a três pontos do 6.º.
A luta pela manutenção ficou limitada a quatro equipas – também concentradas num intervalo de três pontos, como sucede com o quarteto da frente – das quais duas acabarão por vir a ser despromovidas (acompanhando o Vasco da Gama): Amiense (26 pontos); Forense (25 pontos); e, nesta altura, abaixo da “linha de água”, Moçarriense (24 pontos) e At. Ouriense (23 pontos).
Nas duas derradeiras semanas da competição, teremos o seguinte calendário: o Amiense desloca-se a Alcanena e recebe o Salvaterrense; o Forense viaja até ao Cartaxo e terá a visita do Alcanenense; o Moçarriense recebe o Ferreira do Zêzere, terminando o campeonato no campo do Vasco da Gama; o At. Ouriense recebe o Vasco da Gama e finaliza a prova em Mação.
II Divisão Distrital – A última ronda da primeira volta da fase final ficou assinalada por triunfos dos visitantes: Águias de Alpiarça e Entroncamento AC parecem embalados para a promoção à divisão principal, tendo ido vencer, respectivamente, a Marinhais (2-0) e à Glória do Ribatejo (2-1). Por seu turno, o Tramagal, mesmo com maiores dificuldades do que poderia ser expectável, levou de vencida o Pego (2-1), com o tento decisivo apontado apenas em tempo de compensação, somando três pontos, indispensáveis para poder continuar a acalentar esperanças na subida.
Antevisão – O Campeonato de Portugal estará em pausa esta semana. Na I Divisão Distrital, cabe ao Fátima, desta feita, ser o único dos candidatos a jogar em casa, recebendo o Samora Correia, perfilando-se os fatimenses com natural favoritismo. Os outros três emblemas do topo da tabela enfrentarão certamente dificuldades, mesmo que de grau diferenciado, com realce para o Coruchense-Fazendense; em Torres Novas, o Abrantes e Benfica procurará reagir de pronto ao desaire caseiro da passada semana; o Ferreira do Zêzere viaja até à Moçarria, enfrentando um adversário a precisar de pontuar, sendo, ainda assim, mais provável que volte com os três pontos.
No escalão secundário, destaca-se o “derby” Marinhais-Glória do Ribatejo, crucial para as aspirações dos visitados; como determinante poderá ser também o Tramagal-Entroncamento AC.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Maio de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Meias-finais

(“O Templário”, 02.05.2024)
Com duas derrotas sofridas nos dois primeiros encontros disputados (ambos em reduto alheio) na fase final do Campeonato de Portugal, de promoção e apuramento dos finalistas, e pese embora nada esteja ainda decidido, começam a fragilizar-se as aspirações do U. Santarém ao regresso à Liga 3. Para poder chegar ainda a tal desiderato os escalabitanos (que receberão ainda os três rivais) necessitariam de um percurso praticamente sem falhas daqui até ao termo deste torneio.
De facto, depois da tangencial derrota, no arranque, em Setúbal, ante o histórico Vitória, o U. Santarém, de viagem até Angra do Heroísmo, foi novamente desfeiteado, pelo Lusitânia, desta feita por 3-1 (tendo, aliás, os visitados chegado a dispor de vantagem de 3-0, logo nos minutos iniciais da segunda metade). Por seu lado, tendo averbado segundo triunfo (os dois no seu terreno), os açorianos perfilam-se como candidatos à subida.
E isto porque, no outro jogo da série mais a Sul, também os vitorianos voltaram a vencer, outra vez por 2-1, agora no Algarve, diante do Moncarapachense, frente ao qual tiveram também vantagem de 2-0. Desta forma, Lusitânia e V. Setúbal, tendo somado, cada um, seis pontos, parecem beneficiar de posição privilegiada face à concorrência, ainda sem pontuar.
A Norte, tivemos outros dois empolgantes desafios, disputados “taco-a-taco”, em toada de parada e resposta, com os forasteiros a imporem-se, pelo mesmo desfecho, de 3-2: o S. João de Ver, ganhando em Pevidém, destacando-se por ter realizado já duas partidas na condição de visitante; o Limianos, triunfando em Amarante.
Também neste caso temos, na pauta classificativa, dois pares, por ora mais equilibrados: os vencedores desta 2.ª ronda, somando quatro pontos; os vencidos, com o ponto que tinham averbado na estreia, no jogo em que se cruzaram directamente.
Taça do Ribatejo – Os clubes que jogaram a 2.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo em casa confirmaram, com maiores ou menores dificuldades, a qualificação para a Final, mercê dos triunfos que, um mês antes, haviam obtido, respectivamente, nas Fazendas e em Abrantes.
O Ferreira do Zêzere garantiu, apenas pela segunda vez no seu historial – depois de ter conquistado o troféu em 1990 – a presença em tal Final da Taça do Ribatejo, agendada para o próximo dia 25 de Maio (a disputar em Abrantes), na qual enfrentará o Alcanenense, que repete a presença no desafio decisivo, que registara na última temporada, avançando para a sua quinta Final da “prova-rainha”, mas ainda em busca de se estrear como vencedor.
Em anos recentes – e antes de ter sido finalista na época precedente – a turma de Alcanena não tinha ido além dos 1/8 de final, por três vezes sucessivas, entre 2020 e 2022. Nesta temporada, para chegar ao jogo decisivo, o Alcanenense afastou sucessivamente o Pontével, o Tramagal e o Marinhais, acabando por superar o Fazendense, emblema com maior palmarés na competição, acumulando um total de cinco troféus conquistados (nos anos de 2006, 2012, 2014, 2016 e 2022).
Mas teve ainda de sofrer um pouco: partindo para a 2.ª mão com uma vantagem de dois golos, o grupo de Alcanena parecia ter o “assunto arrumado” quando, à passagem dos dez minutos da segunda parte, se colocou novamente a vencer por 2-0, portanto com um diferencial agregado de quatro tentos, em seu favor. Até que, na derradeira meia hora, “puxando dos galões”, o Fazendense apontou três golos, operando sensacional reviravolta no marcador, que só não foi mais extraordinária, porque lhe ficou a faltar mais um, para forçar o desempate.
O resultado final de 2-3 não impediu o Alcanenense de, para já, fazer a festa. Resta-lhe, agora, a parte (ainda mais) difícil, que será a de tentar contrariar uma tendência bastante negativa, de quatro finais perdidas, em 2002, 2009, 2010 e 2023.
Por seu turno, o Ferreira do Zêzere teve uma tarde bastante mais tranquila, ancorado na realisticamente insuperável vitória de 3-0 que arrancara em Abrantes. Num encontro em que os abrantinos deram, como seria expectável, mostras de maior inconformismo, procurando assumir a iniciativa, os ferreirenses preocuparam-se, sobretudo, em gerir o tempo, que corria a seu favor. Apesar de todo o labor da formação do Abrantes e Benfica, o nulo não se alteraria até final.
Tendo vencido a Taça na já distante temporada de 1989-90, e depois de ter sido semi-finalista por três vezes seguidas, entre 1999 e 2001, o melhor que os ferreirenses haviam conseguido, desde então, tinham sido as presenças nos quartos-de-final, em 2016, 2018 e 2019.
Agora, com um percurso deveras avassalador na presente edição da Taça do Ribatejo, o emblema do Zêzere – também em acesa disputa por um inédito título de Campeão Distrital – perfila-se como o principal candidato à conquista do troféu, depois de ter goleado por 7-1 frente ao Vasco da Gama, e por 6-1, em Ourém, ante o At. Ouriense, culminando com o 3-0 da 1.ª mão das meias-finais; em contraponto a uma equipa do Alcanenense, que ocupa discreto 9.º lugar no campeonato.
A propósito da I Divisão Distrital, por lapso meu, na passada semana, não estava a incluir, na indicação relativa às séries de vitórias actualmente em curso por parte do quarteto da frente, os triunfos da jornada em causa (27.º), pelo que, efectivamente, Fátima e Abrantes e Benfica tinham somado então a respectiva 6.ª vitória consecutiva (9.ª nas dez últimas rondas); o Ferreira do Zêzere averbou o 5.º triunfo sucessivo; tendo o Fazendense ganho pela quarta vez seguida!
Antevisão – No Campeonato de Portugal, o U. Santarém recebe o Moncarapachense, sem “margem de erro”, sendo fundamental a vitória. No outro encontro da série, quem sair vencedor do V. Setúbal-Lusitânia terá dado um passo decisivo para a subida à Liga 3.
No regresso da I Divisão Distrital, para o seu tramo final, com três decisivas jornadas, agendadas para os dias 5, 12 e 19 de Maio, o Fátima começa por enfrentar uma ameaçadora saída até aos Foros de Salvaterra, com o Forense empenhado em preservar a posição (acima da “linha de água”) que tanto lhe custou alcançar.
Caberá aos outros três candidatos jogar em casa nesta 28.ª ronda: Ferreira do Zêzere e Fazendense serão, em condições normais, amplamente favoritos, face ao At. Ouriense e ao Moçarriense – não ignorando, todavia, que se trata de outros dois conjuntos com grande necessidade de pontuar, para procurar escapar à sentença da despromoção ao escalão secundário; por seu lado, o Abrantes e Benfica encontra uma boa equipa, não obstante já tranquila no seu 5.º lugar, o Coruchense.
No fecho da primeira volta da fase final da II Divisão, realce para as partidas Glória do Ribatejo-Entroncamento AC e Marinhais-Águias de Alpiarça (cruzando-se os quatro primeiros classificados); enquanto o Tramagal visita o Pego, onde também apenas o triunfo lhe poderá servir.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Maio de 2024)
O Pulsar do Campeonato – 27ª Jornada (Distrital)

(“O Templário”, 25.04.2024)
O Campeonato de Portugal teve a sua jornada de arranque da fase final, de promoção e de apuramento dos finalistas da prova, com sortes distintas para os dois clubes que se apuraram na Série C, tendo o Lusitânia entrado com o “pé direito”, enquanto o U. Santarém foi desfeiteado. Por seu lado, a Norte, temos, para já, os quatro concorrentes igualados, mercê de dois empates.
O Lusitânia recebeu o grupo algarvio do Moncarapachense – que visa o regresso à Liga 3, após ter sido despromovido no final da época passada – e esteve em evidência, triunfando por 2-0. Os açorianos entraram praticamente a ganhar, confirmando a vitória a meio do segundo tempo.
Já o U. Santarém, enfrentando um exigente desafio, no terreno de um histórico do futebol português, terá abordado o encontro de forma algo inibida, tendo o V. Setúbal inaugurado o marcador à passagem do primeiro quarto de hora. Os escalabitanos deram boa resposta, restabelecendo a igualdade menos de dez minutos volvidos. Porém, logo na abertura da etapa complementar, os sadinos marcariam novo golo, que fixaria o resultado, a seu favor, em 2-1.
Limianos e São João de Ver proporcionaram uma partida empolgante, com os forasteiros a colocar-se em vantagem à beira do intervalo, para, na segunda parte, em cerca de um quarto de hora, os homens de Ponte de Lima operarem reviravolta no marcador. Já nos derradeiros cinco minutos, a turma de São João de Ver chegaria ao tento do empate, a duas bolas.
Pevidém e Amarante repartiram também os pontos no embate que disputaram, pese embora não tenham conseguido desfazer o nulo.
I Divisão Distrital – Mais uma jornada passada (já 27) e nada de novo na frente. Os dois emblemas da liderança, Fátima e Abrantes e Benfica, somaram, ambos, a respectiva 6.ª vitória consecutiva (num total de nove nas últimas dez rondas); o Ferreira do Zêzere averbou 5.º triunfo sucessivo (sete nas oito jornadas mais recentes); o Fazendense ganhou pela quarta vez seguida.
Fatimenses e abrantinos continuam igualados no comando, seguidos de imediato, somente a um ponto, por ferreirenses; a turma das Fazendas posiciona-se apenas dois pontos mais abaixo.
Num campeonato renhido como não haverá memória, esta será, pois, ocasião propícia a recordar o que reserva o calendário aos quatro candidatos, para as três rondas finais:
- Fátima – Deslocação a Foros de Salvaterra; recepção ao Samora Correia; e um eventual “jogo do título”, em Abrantes;
- Abrantes e Benfica – Recepção ao Coruchense; visita a Torres Novas; e o tal confronto “especial” com o Fátima, no reduto abrantino;
- Ferreira do Zêzere – Recepção ao At. Ouriense; deslocação à Moçarria; e recepção ao Coruchense;
- Fazendense – Recepção ao Moçarriense; deslocações a Coruche e Torres Novas (neste caso, para defrontar dois adversários que, na primeira volta, lhe impuseram duas inesperadas derrotas caseiras, que poderão fazer toda a diferença nas contas finais).
Ou seja, o Fazendense parece, nesta altura, em situação menos “privilegiada” para alcançar o título, desde logo pelo atraso de três pontos face aos guias, e, também, por ter apenas mais um jogo em casa. Também o Fátima terá duas saídas, de grau de exigência distinto, mas, seguramente, nas quais não esperará encontrar facilidades. Veremos qual o impacto que poderá ter o facto de ser dirigido por Gonçalo Carvalho, que conhece bem a situação de ter de defender a liderança nas jornadas derradeiras, missão de que teve pleno sucesso, há duas temporadas, em Rio Maior.
Anota-se a particularidade de o tal “jogo do título”, agendado para o último dia da prova, poder, paradoxalmente, acabar por não propiciar a qualquer dos clubes que o irão disputar sagrar-se Campeão: em caso de empate entre Abrantes e Benfica e Fátima – e no pressuposto de que averbem desfechos idênticos aos do Ferreira do Zêzere nas próximas duas rondas – poderiam ser, nesse cenário, os ferreirenses a fazer a grande festa de uma inédita promoção aos Nacionais!
Regressemos, por ora, ao passado (recente): o Fátima, tal como tinha feito nos Amiais de Baixo e no Cartaxo, voltou, agora em casa, frente ao Alcanenense, a “entrar a todo o gás”, marcando logo no primeiro minuto. As coisas terão acalmado até final do primeiro tempo, para, no arranque da segunda metade, mais dois tentos em três minutos terem sentenciado o desfecho a seu favor. Os fatimenses chegariam mesmo à goleada, ganhando por 4-0.
O Abrantes e Benfica chegou também a 3-0 na Moçarria, neste caso, ainda na primeira parte, ampliando igualmente para 4-0 antes da hora de jogo, mas, porventura, “relaxando” cedo demais, permitiria ao Moçarriense reduzir até à diferença tangencial, de 3-4 (pese embora o terceiro golo dos visitados tenha surgido já no sexto minuto do tempo de compensação)!
Bastantes mais dificuldades teve o Ferreira do Zêzere, para regressar de Salvaterra de Magos com os três pontos: mesmo com a turma da casa reduzida a dez elementos desde os 35 minutos, seriam precisos outros tantos para que os ferreirenses alcançassem o solitário golo que lhes garantiu uma preciosa vitória, numa fase em que “é proibido perder pontos”. Até final, os forasteiros preocuparam-se, sobretudo, em preservar tão magra vantagem.
Por seu turno, também o Fazendense, em visita a Ourém, se desembaraçou de um adversário em situação difícil na tabela, triunfando por categórica marca de 3-0.
O Coruchense colocou termo na disputa pelo 5.º lugar, ao receber e bater o Samora Correia por 3-1, dilatando para sete pontos o diferencial face a esse preciso rival, que mantém o 6.º posto.
Isto porque o Torres Novas foi surpreendido, no seu reduto, perdendo ante o Forense, por 2-3, após ter chegado, com aparente facilidade, a 2-0, a meio da primeira parte. Mas, abrandando a intensidade, permitiu aos forasteiros – que chegaram a ter, à 20.ª ronda, um atraso, aparentemente irrecuperável, de dez pontos face à linha de água (e 13 pontos em relação ao Moçarriense) – voltar a sair da zona de descida, pela primeira vez em quinze jornadas.
O Amiense não conseguiu melhor do que o empate (1-1) na recepção ao Cartaxo, resultado que servirá mais os interesses dos cartaxeiros, praticamente a salvo de maiores preocupações, ao contrário dos comandados de Marco Marques, com curta margem de dois pontos da zona perigosa.
Mação e Vasco da Gama cumpriram calendário, com os maçaenses a ganhar por 3-1, no 14.º desaire dos visitantes, em outros tantos desafios realizados “fora de portas”.
II Divisão Distrital – Águias de Alpiarça e Entroncamento AC, vencedores, respectivamente, frente ao Glória do Ribatejo (por 4-2) e Pego (3-1) destacam-se, contando já seis pontos de avanço face ao 4.º classificado, Marinhais, derrotado no Tramagal (também por 3-1). Faltam, todavia, ainda seis “longas jornadas” para as decisões finais sobre quem subirá ao escalão principal.
Antevisão – No Campeonato de Portugal, o U. Santarém viaja até aos Açores, para defrontar o líder, Lusitânia. As emoções da recta final dos Distritais estarão em pausa no próximo fim-de-semana, dando lugar à 2.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, com Ferreira do Zêzere e Alcanenense visando confirmar / preservar a vantagem que adquiriram, nas visitas a Abrantes (3-0) e Fazendas (2-0), portanto, aparentemente, já com tudo decidido… ou não será assim?
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 25 de Abril de 2024)
O Pulsar do Campeonato – 26ª Jornada (Distrital)

(“O Templário”, 18.04.2024)
Numa semana de transição entre a fase regular e a fase final do Campeonato de Portugal, a competição sofreu um pequeno hiato, portanto sem a realização de qualquer jogo. Não obstante, foi uma semana com várias notícias e focos de atenção.
Começando pelo princípio: num fecho de temporada fértil em decisões de índole administrativa, o clube de Rabo de Peixe foi também sancionado com derrota por 0-3 – a que acresceu a dedução de dois pontos –, devido a utilização irregular de jogador, no desafio da 25.ª jornada, ante o Alverca “B”, o qual terminara, dentro de campo, com uma igualdade a uma bola.
Em função de mais este ajustamento, foi actualizada a pauta classificativa final da prova – sem incidência a nível dos dois clubes apurados para a segunda fase, assim como em termos das cinco equipas despromovidas –, que ficou assim ordenada: 1.º U. Santarém (55 pontos); 2.º Lusitânia (51); 3.º Marinhense (50); 4.º Alverca “B” (39); 5.º União 1919 (38); 6.º Benfica e Castelo Branco (37); 7.º Peniche (37); 8.º Sertanense (37); 9.º Mortágua (37); 10.º Fontinhas (32); 11.º Rabo de Peixe (28); 12.º V. Sernache (25); 13.º Gouveia (21); 14.º U. Tomar (17).
Procedeu-se, por outro lado, ao sorteio da fase de promoção e de apuramento dos finalistas da competição, a disputar em seis jornadas, agendadas para os dias 21 e 28 de Abril, 5, 19 e 26 de Maio e 2 de Junho, com o seguinte alinhamento na ronda inaugural: Limianos-S. João de Ver e Pevidém-Amarante (Série 1 – Zona Norte); V. Setúbal-U. Santarém e Lusitânia-Moncarapachense (Série 2 – Zona Sul). Os escalabitanos deslocar-se-ão, de seguida, aos Açores, para defrontar o Lusitânia, terminando a primeira volta com a recepção ao Moncarapachense.
No que respeita ao U. Tomar, tenho de fazer uma correcção, à referência de que Nuno Rodrigues fora “totalista” na presente temporada: disputou, de facto, um total de 26 jogos, mas incluindo a partida a contar para a Taça de Portugal; no campeonato “falhou” apenas o desafio da 19.ª jornada, ante o Peniche, devido a suspensão por ter completado uma série de cinco cartões amarelos.
Outra “despedida” ocorreu também, com o termo de um ciclo como treinador do U. Tomar por parte de Marco Marques, que ostenta um palmarés singular ao serviço do clube, único a sagrar-se Campeão Distrital enquanto jogador (1997-98) e treinador (2022-23), troféus a que junta ainda a única Taça do Ribatejo que o União conquistou no escalão de Juniores (2012-13). Para além do título de Campeão averbado na época precedente, finalizara já a temporada de 2021-22 no 2.º lugar (tendo, nessa circunstância, assumido a direcção técnica da equipa unionista à 26.ª jornada).
Por coincidência, Marco Marques assumiu, entretanto, novo compromisso, como responsável técnico da turma do Amiense (que terminara o campeonato de 2022-23 em igualdade pontual com o então Campeão, U. Tomar), precisamente a partir da 26.ª ronda da época ainda em curso.
I Divisão Distrital – Fazendo, assim, a transição para o Distrital – tendo Marco Marques tido estreia muito positiva, como adiante se verá –, após mais uma jornada disputada, tudo se mantém em suspenso no que respeita à luta pelo título. Restam disputar quatro rondas, e o quarteto do topo não “desarma”, não parecendo disposto a abdicar das suas (legítimas) aspirações.
O líder, Fátima, era o único a actuar em terreno alheio, tendo-se “desembaraçado”, com distinção, da deslocação ao Cartaxo: entrando, de novo – tal como sucedera na semana anterior, nos Amiais – a “todo o gás”, os fatimenses resolveram a contenda em vinte minutos, altura em que chegaram a 3-0, depois de terem marcado logo aos quatro e seis minutos; ampliariam ainda para 4-0 antes do intervalo, para, na segunda metade, consentirem a redução do marcador até 4-2. Em particular evidência esteve, uma vez mais, Cristiano Aniceto, com um “hat-trick” (segundo, nesta edição), ampliando a vantagem na liderança dos melhores marcadores da prova, totalizando já 20 golos.
O co-líder, Abrantes e Benfica, deu também significativa prova de força, goleando o At. Ouriense por 6-0, depois de ter chegado aos 3-0 em cerca de meia hora, e a 4-0, também no primeiro tempo.
Ferreira do Zêzere (3.º, somente um ponto abaixo do par de comandantes) e Fazendense (que ocupa o 4.º posto, a três pontos dos guias) venceram de forma segura, em ambos os casos por 2-0, respectivamente ante o Mação e o Salvaterrense, actuais 9.º e 11.º classificados.
Mas, com efeito, todos os seis primeiros saíram vitoriosos da 26.ª jornada, tendo Coruchense e Samora Correia triunfado também. Entrando na acesa luta pela permanência – e para além do desaire sofrido pelo At. Ouriense – Moçarriense e Forense viram complicar-se a sua situação.
A turma da Moçarria, numa “seca” de vitórias que se prolonga já há nove jogos (nos quais somou apenas quatro pontos), foi impotente para travar o Samora Correia, que, à semelhança do Fátima e do Abrantes e Benfica, chegou também a 3-0 na primeira parte. O Moçarriense mais não conseguiu que alcançar o ponto de honra, fixando o resultado em 3-1, um desfecho que provocou a queda para o último lugar acima da “linha de água”, somente um ponto acima do At. Ouriense.
Mais inesperado foi o desnível no marcador registado no Forense-Coruchense, com o grupo do Sorraia a golear por 4-0, interrompendo um notável ciclo de quatro vitórias e um empate do Forense, nas cinco partidas anteriores, que lhe proporcionaram importante recuperação pontual.
Retomemos então a vitoriosa estreia do novo técnico do Amiense, que se impôs em Boleiros, por convincente 4-1, ante um Vasco da Gama que, porém, acumulou incrível 21.ª derrota consecutiva, atingindo a marca da centena de golos sofridos, no que se arrisca a ser um dos piores desempenhos de sempre em campeonatos do principal escalão da A. F. Santarém. Um triunfo que, no imediato, possibilitou ao grupo dos Amiais – único dos oito clubes da segunda metade da tabela a vencer, tendo todos os outros perdido – voltar a transpor a “linha de água”, subindo à 12.ª posição.
Para além do já despromovido Vasco da Gama, temos, nesta altura, seis concorrentes na disputa por quatro vagas de manutenção: Cartaxo (29 pontos) e Salvaterrense (28) parecem ter boa margem de segurança (sem, contudo, poder “adormecer”), face a um quarteto intervalado, em escada, por apenas um ponto: Amiense (25); Moçarriense (24); At. Ouriense (23); Forense (22).
No único embate entre clubes já absolutamente tranquilos, Alcanenense e Torres Novas repartiram os pontos, empatando a dois golos: os visitados marcaram primeiro; os torrejanos igualaram a abrir a segunda metade, operando a reviravolta a cinco minutos do final, acabando a formação de Alcanena por restabelecer o empate em tempo de compensação.
II Divisão Distrital – Entroncamento AC e Águias de Alpiarça prosseguem a sua caminhada, mesmo que, desta feita, se tenham neutralizado, empatando a zero. Tal permitiu ao Glória do Ribatejo, que, também no período de compensação, chegou ao golo que lhe conferiu a vitória (1-0) ante o Tramagal, a formação de um trio na liderança, todos com sete pontos, à 3.ª jornada.
O Marinhais teve mais dificuldades do que seria expectável para levar de vencida, também por tangencial 1-0, o Pego, mas, aumentando o seu pecúlio para quatro pontos, está bem dentro da luta. O Tramagal é, por ora, a principal decepção, contando por derrotas os três jogos disputados.
Antevisão – Para além da já referida agenda da ronda de arranque da fase final do Campeonato de Portugal, destacam-se, na I Divisão Distrital, os embates: Salvaterrense-Ferreira do Zêzere, Moçarriense-Abrantes e Benfica, At. Ouriense-Fazendense e Fátima-Alcanenense. Na II Divisão, realce para o Águias Alpiarça-Glória do Ribatejo, e para o “decisivo” Tramagal-Marinhais.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 18 de Abril de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 26ª Jornada

(“O Templário”, 11.04.2024)
Caiu o pano sobre a fase regular do Campeonato de Portugal. No caso do U. Tomar, em época de estreia neste escalão, esta foi uma despedida amarga, em que, pese embora tudo estar já definido, também com o seu rival da última jornada matematicamente despromovido, ficou bem patenteado o diferencial de argumentos de que uma e outra equipa podem, presentemente, dispor.
Avançam para a 2.ª fase, de apuramento dos quatro clubes a promover à “Liga 3”, os seguintes oito emblemas, repartidos em duas zonas: Limianos, Pevidém, Amarante e São João de Ver (Zona Norte); U. Santarém, Lusitânia, V. Setúbal e Moncarapachense (Zona Sul). Serão promovidos os dois primeiros classificados de cada série, apurando-se para a Final os dois vencedores de zona.
É mais numeroso o lote de despromovidos aos campeonatos regionais, num total de vinte clubes: Montalegre, Vilar de Perdizes, Portosantense, Mirandela, Ribeirão, Florgrade, Oliveira do Douro, Valadares Gaia, Lamelas, Vila Meã, Fontinhas, Rabo de Peixe, V. Sernache, Gouveia, U. Tomar, Juventude de Évora, Vasco da Gama Vidigueira, Oriental, Real e Imortal.
Destaques – Na Série C, com a questão da descida de divisão resolvida no fim-de-semana anterior, as atenções estavam focadas na disputa pelo 2.º lugar, entre Lusitânia e Marinhense.
A turma açoriana, que partia para a derradeira ronda com vantagem de três pontos (e de quatro tentos, na diferença global de golos), viajando até Alverca, cumpriu a sua missão, sem ter necessidade de correr grandes riscos, “trancando” a sua baliza, garantindo o nulo que selou o apuramento… mesmo que este tenha sido o único ponto averbado nas três jornadas finais.
Foi, pois, infrutífera e inglória a goleada aplicada pelo Marinhense, na recepção ao Gouveia, com o “placard” final de 6-3, depois de o grupo da Marinha ter chegado à marca de 4-0 (de que, em teoria, necessitaria), ainda antes dos dez minutos do segundo tempo; tendo vindo ainda a ampliar a contagem até aos 6-1, para nos últimos cinco minutos, consentir dois tentos aos serranos. Ficou a faltar-lhe, para alcançar a almejada qualificação, um golo… do Alverca “B”.
Em evidência esteve, uma vez mais, o União 1919, vencedor, em Mortágua (que vinha de um imprevisto triunfo em Angra do Heroísmo, precisamente ante o Lusitânia), mercê de um solitário golo, somando terceira vitória sucessiva, alcandorando-se, na pauta classificativa final, a um muito bom 4.º lugar, ultrapassando, sobre a “linha de meta”, nada menos de quatro concorrentes.
De facto, posicionou-se – um único ponto abaixo dos conimbricenses – um lote de cinco equipas, todas igualadas a 37 pontos, classificadas, pois, entre o 5.º e o 9.º posto (último acima da “linha de água”), respectivamente: Benfica e Castelo Branco, Alverca “B”, Sertanense, Mortágua e Peniche – posições na tabela não considerando outras eventuais decisões administrativas.
Em jogo de “fim de estação”, o U. Tomar, já “desligado” da competição – tendo acumulado nove desaires nas dez últimas rondas do campeonato – foi goleado, pelo Rabo de Peixe, por 0-4.
Frente a um adversário com “outro andamento”, os tomarenses entraram praticamente a perder, sofrendo um golo logo no primeiro minuto, tendo os açorianos aumentado a vantagem pouco depois da meia hora. Logo no minuto inicial da segunda parte ficariam reduzidos a dez elementos, mostrando-se, até final, impotentes para travar o desnivelar do marcador: os forasteiros marcaram o terceiro tento aos 65 minutos, fixando o resultado já em período de compensação.
Em dia de despedidas, terminou a sua carreira o “capitão” Nuno Rodrigues, com mais de três centenas de jogos oficiais ao serviço do União (em número que se aproximará a um total de 330, marco da maior relevância, entre os jogadores que mais vezes envergaram a camisola unionista) – único totalista (26 jogos) nesta época –, ao longo de doze temporadas, desde 2006-07.
Como se despedira também da actividade profissional, José Nunes, motorista do clube há cerca de quatro décadas. Como deverá ser também a altura de renovação da Direcção do U. Tomar, tendo o seu Presidente anunciado que não se recandidatará às eleições a agendar oportunamente.
Num balanço da época – da qual, necessariamente, tirão de extrair-se ilações – o União termina no último lugar, só com 17 pontos, muito distante do que seria o objectivo. A conjugação de uma série equilibrada (a meio da tabela) com o facto de os três últimos classificados (V. Sernache, Gouveia e U. Tomar) terem obtido relativamente poucos pontos fez com que o último clube a assegurar a manutenção tenha somado um total de 37 pontos (tantos como o 5.º classificado)!
Confirmações – Nos outros três desafios não houve grandes surpresas, com o líder, U. Santarém, a confirmar, com naturalidade, a sua posição, batendo o V. Sernache por 3-0 (dois tentos entre os 18 e 20 minutos; tendo o terceiro sido apontado só no final da partida).
Sertanense e Fontinhas, já sem objectivos concretos, não desfizeram o nulo. Por fim, o Peniche ganhou por 2-0 ao Benfica e Castelo Branco, o que, algo paradoxalmente, não lhe trouxe qualquer benefício na classificação, tendo, todavia, custado a perda da 4.ª posição aos albicastrenses.
I Divisão Distrital – A jornada prometia, com o quarteto da frente com deslocações de algum risco, mas das quais se saíram, todos, a contento; aliás, três deles, com triunfos expressivos.
Em maior evidência esteve o Fazendense – como que a querer sacudir uma fase menos boa – goleando em Mação por implacáveis 5-0: entrando a ganhar no primeiro minuto, chegou aos 3-0 a meio da segunda parte, marcando ainda mais dois tentos nos minutos derradeiros do encontro.
O Ferreira do Zêzere goleou também, no reduto do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama, por 4-0. Por seu lado, o Fátima foi ganhar a Amiais de Baixo por 3-0, empurrando o Amiense para uma impensável posição de descida ao escalão secundário, a cinco jornadas do final do campeonato. Mais difícil, por tangencial 1-0, foi a vitória arrancada pelo Abrantes e Benfica em Salvaterra.
O Forense deu continuidade à sua excelente fase, com quatro vitórias e um empate, recuperando de dez pontos de atraso face à “linha de água”, para apenas um! Foi vencer à Moçarria, por 3-1, arrastando o Moçarriense para essa disputa pela permanência, só dois pontos acima do Amiense.
E isto, também, porque o At. Ouriense prossegue igualmente o seu trabalho, tendo recebido e derrotado o Samora Correia, por igual marca (3-1), posicionando-se, pela primeira vez, na segunda volta, ao fim de dez rondas, em zona de manutenção.
A meio da tabela, o Coruchense impôs-se por tangencial 1-0 face ao Alcanenense, enquanto o Torres Novas ganhou, não sem dificuldade, por 3-2, na recepção ao Cartaxo.
II Divisão Distrital – Águias de Alpiarça (vencendo por apertado 3-2 no Tramagal) e Entroncamento AC (impondo-se por categórico 3-0 em Marinhais) são os únicos com o pleno de seis pontos, após a disputa das duas primeiras rondas da fase final. A turma da Glória do Ribatejo, goleando por 6-0 no Pego, veio colocar ainda mais em evidência a fragilidade dos pegachos.
Antevisão – Na I Divisão Distrital, realce, na próxima (26.ª) ronda para as partidas: Cartaxo-Fátima; Ferreira Zêzere-Mação; Fazendense-Salvaterrense; e Abrantes e Benfica-At. Ouriense. Na divisão secundária temos um embate entre os comandantes, Entroncamento AC-Águias Alpiarça; e um confronto de relevância para as contas finais, entre Glória do Ribatejo e Tramagal.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Abril de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – Acerto de calendário

(“O Templário”, 04.04.2024)
Ainda antes da derradeira ronda do Campeonato de Portugal, e em função dos resultados dos jogos de “acerto de calendário” disputados no final da passada semana – assim como, por outro lado, da sanção aplicada ao União 1919, punido com derrota administrativa (0-3) no desafio que realizara (e vencera, por 2-1) frente ao Lusitânia, da 18.ª jornada – são já conhecidos todos os (cinco) clubes despromovidos às competições de índole regional; assim como, em paralelo, aquele emblema açoriano ficou em posição privilegiada para alcançar o apuramento para a fase final.
Também a nível Distrital, após a disputa da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, parecem antever-se, desde já, os clubes que poderão vir a garantir a qualificação para a Final.
Destaques – Começando pelo “princípio”, em termos cronológicos: com a atribuição de derrota ao União 1919, na partida ante o Lusitânia, e mercê desses três pontos ganhos “na secretaria”, o grupo de Angra do Heroísmo (2.º classificado, só dois pontos abaixo do líder, U. Santarém) dispõe, à entrada para a última jornada, de três pontos de vantagem face ao Marinhense. Tendo-se registado, no confronto directo entre os pretendentes à última vaga de apuramento, duas vitórias caseiras, pela mesma marca (2-0), a formação da Marinha Grande necessitará, não só de recuperar o atraso pontual, como de uma diferença desfavorável de quatro tentos, a nível geral de golos.
E isto porque, no passado Sábado, em desafio da 8.ª ronda, que se encontrava ainda pendente (desde 1 de Novembro, portanto, há cinco meses!), o Marinhense, recebeu e bateu o Fontinhas, por 3-1. O que teve por consequência imediata a despromoção deste outro clube dos Açores ao respectivo campeonato regional, acompanhando também, na descida de escalão, o Rabo de Peixe.
O conjunto da Praia da Vitória começara ainda por se colocar em vantagem no marcador, aos 59 minutos, a qual, porém, seria de muito efémera duração, tendo a turma da Marinha Grande restabelecido a igualdade logo no minuto seguinte. Num embate de cariz dramático – com uns, a lutar pelo acesso à fase final, “obrigados” a ganhar, e outros, em desespero para tentar evitar a despromoção, “proibidos” de perder – o empate subsistiria até ao 95.º minuto…
Reduzido a dez elementos desde o minuto 61, o Fontinhas não resistiria, todavia, ao tempo de compensação, vindo a sofrer dois tentos, aos 90+5 e 90+7 minutos, que sentenciaram a sua queda. Com três pontos a menos que o Peniche, e desvantagem no confronto directo com esse rival, os açorianos vêem consumar-se a segunda descida de divisão sucessiva, depois de, na época anterior, terem disputado a “Liga 3”. Respiraram de alívio, enfim, Alverca “B”, Sertanense, União 1919 (que, inesperadamente, se vira também colocado em risco, devido à tal derrota administrativa), para além, claro, do próprio Peniche, último (9.º classificado) acima da “linha de água”.
Em síntese, descem aos Regionais os seguintes cinco clubes: Fontinhas e Rabo de Peixe (Açores), V. Sernache (A. F. Castelo Branco), Gouveia (A. F. Guarda) e U. Tomar (A. F. Santarém).
Já antes, no feriado de Sexta-feira Santa, o Alverca “B” dera passo decisivo para garantir a permanência. Forçados a repetir o jogo (da 14.ª jornada) que tinham realizado em Coimbra, ante o União 1919 – devido ao facto de, na altura, terem recorrido a quatro pausas para substituições, excedendo o limite regulamentar – os ribatejanos conseguiram, por coincidência, repetir o preciso desfecho que haviam averbado a 7 de Janeiro, voltando a vencer por 2-1 (tendo chegado a 2-0).
Depois de uma série, extremamente negativa, de sete desaires consecutivos, o Alverca “B” conseguiu, com um empate e esta vitória, estancar os danos, assegurando a manutenção. Tal como os conimbricenses, teriam ainda de sofrer, durante mais um dia, até conhecerem o desfecho do Marinhense-Fontinhas, para confirmarem, ambos, o atingir do objectivo para esta temporada.
Uma última nota para assinalar, a título de curiosidade, que é, agora – por fim, com o calendário em dia (e após as decisões administrativas determinadas pela Federação Portuguesa de Futebol) – possível fazer uma espécie de “flashback” sobre a evolução “ajustada” da classificação da Série: confirma-se que o Alverca “B” liderou até à 12.ª ronda (à excepção da 9.ª, em que o União 1919 ascendera a tal posição); Marinhense e Lusitânia partilhavam o comando no final da primeira volta; sendo que o Lusitânia passou a ser o clube com maior pontuação acumulada, entre a 14.ª e a 23.ª jornada; emergindo, assim, o U. Santarém como guia apenas nas duas rondas mais recentes.
Taça do Ribatejo – Os embates da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo – envolvendo três dos quatro primeiros classificados do campeonato – tiveram resultados porventura imprevistos, com os forasteiros a saírem vencedores, sem que os anfitriões conseguissem marcar.
Em Abrantes, com desempenho muito aquém do que tem mostrado no campeonato, o Abrantes e Benfica foi claramente batido, por 0-3, pelo Ferreira do Zêzere.
Nas Fazendas de Almeirim, o emblema mais titulado da competição, Fazendense, foi surpreendido pelo Alcanenense (actual 7.º classificado no campeonato), perdendo por 0-2.
Salvo muito inesperadas reviravoltas – nos desafios da 2.ª mão, agendados para 28 de Abril –, ferreirenses (vencedores da Taça em 1990) e alcanenenses (finalistas na última temporada, ainda em busca do seu primeiro troféu) perfilam-se como favoritos a disputar a Final da prova.
Antevisão – Com tudo já decidido a nível dos clubes despromovidos, a 26.ª e última jornada do Campeonato de Portugal terá como maior foco de interesse o confronto entre Alverca “B” e Lusitânia, em que bastará aos açorianos pontuar para confirmarem a qualificação para a fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à Liga 3 – única vaga que subsiste, para se conhecer quem acompanhará U. Santarém, V. Setúbal e Moncarapachense, na Zona Sul dessa fase decisiva.
O Lusitânia poderá, inclusivamente, vir a terminar a fase regular da prova no 1.º lugar, caso vença e o U. Santarém não conseguisse ganhar ao V. Sernache, o que, contudo, não se afigura provável.
Mas, na eventualidade de o Lusitânia vir a sofrer um desaire em Alverca, o Marinhense poderia ainda chegar ao apuramento para a fase final, necessitando, para tal, de ganhar ao Gouveia, revertendo o diferencial de quatro golos face aos açorianos – sendo que, num cenário em que o Lusitânia perdesse por 0-1 e o Marinhense ganhasse por 3-0, estes dois emblemas ficariam rigorosamente empatados: 50 pontos, 40 golos marcados, 23 sofridos, e com igualdade também no confronto directo (2-0 no desafio disputado nos Açores; 2-0 na partida realizada na Marinha)!
O U. Tomar despede-se desta sua época de estreia no Campeonato de Portugal, recebendo a equipa açoriana do Rabo de Peixe, como referido antes, igualmente despromovida.
Na retoma da I Divisão Distrital, com a realização da 25.ª jornada (de um total de 30), o duo que reparte a liderança joga fora: o Fátima, em Amiais de Baixo, perante um inesperadamente “aflito” Amiense; o Abrantes e Benfica, frente ao aparentemente tranquilo Salvaterrense. Como fora de casa actuarão também o 3.º e 4.º classificados: o Ferreira do Zêzere é claro favorito na visita ao Vasco da Gama; por seu lado, o Fazendense terá a saída que se antevê mais problemática, viajando até Mação. Uma ronda que promete…
No escalão secundário, na 2.ª jornada da fase final, destaque para o Tramagal-Águias de Alpiarça e para o Marinhais-Entroncamento AC; cabendo ao Pego receber a turma da Glória do Ribatejo.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 4 de Abril de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 25ª Jornada

Últimas decisões só… na última jornada
(“O Templário”, 28.03.2024)
Chegados à penúltima ronda (25.ª) do Campeonato de Portugal – no caso da Série C, ainda com dois jogos em atraso, agendados para este final de semana – o U. Santarém confirmou já o 1.º lugar, estando também quase tudo decidido a nível das despromoções (o Rabo de Peixe juntou-se na desdita a V. Sernache, Gouveia e U. Tomar). Resta apurar o 2.º classificado (Lusitânia ou Marinhense), que garantirá também a qualificação para a fase final, assim como o quinto clube a despromover, que sairá do lote formado por Sertanense, Peniche, Alverca “B” e Fontinhas.
Numa jornada atípica, os dois primeiros da tabela foram derrotados, do que tirou maior benefício a turma da Marinha Grande, que, em caso de vitória no desafio que tem em atraso, em que receberá o Fontinhas, igualará pontualmente o Lusitânia, face ao qual procurará, por outro lado, recuperar também uma desvantagem de dois tentos, a nível da diferença global de golos.
Destaques – Foi um desfecho que seria, em boa medida, expectável, mas a maior nota de destaque vai, justamente, para o Marinhense, que se deslocou a Cernache do Bonjardim, ali somando um importante triunfo, por 2-0, perante uma equipa do V. Sernache já conformada: praticamente entrando a ganhar, tendo inaugurado o marcador logo aos sete minutos, teria pela frente uma longa espera, só marcando o ponto da confirmação e da tranquilidade já em período de compensação.
Também crucial, pese embora noutro plano, o da luta pela manutenção, poderá ter sido a vitória alcançada pelo Peniche em Gouveia (tal como o V. Sernache, também já matematicamente despromovido à entrada para esta ronda), onde se impôs por 3-1, somando o seu sexto sucesso em terreno alheio, completando a prova, na condição de visitante, com um notável registo de seis vitórias, um empate e seis derrotas (apenas o U. Santarém conseguiu melhor desempenho)!
Os serranos ainda começaram por chegar à vantagem, que preservaram até ao intervalo; porém, na segunda metade, os penichenses não deram hipóteses, marcando aos 52, 72 e 75 minutos.
Outra nota de realce vai para o União 1919, que recebeu o líder, U. Santarém, ganhando por tangencial 1-0, assim colocando termo a um excelente ciclo de invencibilidade dos escalabitanos, que perdurava há 13 jogos, assim como quebrou a respectiva série de sete triunfos sucessivos. Tal proporcionou aos conimbricenses, com uma prova muito regular, ascender a brilhante 4.º lugar.
Surpresa – A grande surpresa da jornada chegou de Angra do Heroísmo, onde, inesperadamente, o Mortágua foi ganhar, ao terreno do vice-líder, Lusitânia, por 3-2, no que constitui o único desaire caseiro sofrido pelos açorianos, depois de uma campanha quase “perfeita”, com dez vitórias e somente dois empates cedidos. Pois, na “Hora H”, o Lusitânia vacilou, e, no imediato, terá deixado de depender de si próprio, uma vez que tem agora “a palavra” o Marinhense.
Os ilhéus marcaram primeiro, pouco depois do quarto de hora, mas foram surpreendidos pelos dois tentos apontados pelo Mortágua, aos 32 e 40 minutos. Logo no recomeço, o Lusitânia restabeleceu a igualdade (2-2), podendo supor-se que partiria para a vitória; porém, seriam os forasteiros a fixar o marcador, a seu favor, a dez minutos do final, garantindo o seu objectivo.
Confirmações – Nos restantes três encontros, havia dois de grande importância na disputa pela permanência, e um outro, sobretudo com a particularidade de se tratar de um clássico regional. Os desfechos enquadram-se na lógica: vitória (2-0) do Fontinhas sobre o U. Tomar, e igualdades a uma bola nas outras duas partidas.
A formação da Praia da Vitória jogava cartada decisiva, sendo “obrigatório” ganhar, para poder continuar a alimentar a esperança de evitar o que seria uma segunda descida de divisão sucessiva. Na primeira metade, pese embora a maior iniciativa adoptada pelos visitados, o nulo não se desfez, com o U. Tomar bem posicionado. Porém, tudo se alteraria nos minutos iniciais do segundo tempo, com os açorianos a marcarem por duas vezes, de “rajada”, aos 53 e 55 minutos.
Até final, registaram-se algumas peripécias, com expulsões de dois jogadores unionistas (aos 65 e 76 minutos), tendo o Fontinhas ficado também reduzido a dez elementos a partir dos 67 minutos, mas o resultado subsistiria inalterado. O U. Tomar completou as suas deslocações nesta época com o magro pecúlio de apenas dois empates alcançados, em Peniche e Cernache do Bonjardim.
Rabo de Peixe e Alverca “B” tinham um embate de “vida ou morte” (em termos classificativos, neste campeonato, entenda-se), com os açorianos a necessitar também, indispensavelmente, de vencer. Marcaram cedo, logo aos sete minutos, mas não lograram preservar a vantagem, consentindo o tento da igualdade a cerca de vinte minutos do final, com os ribatejanos a conseguir, enfim, estancar a sangria de sete derrotas consecutivas.
Um desfecho que ditou automaticamente a despromoção do conjunto de Rabo de Peixe, mas que deixa ainda a jovem equipa do Alverca “B” longe da tranquilidade, tendo caído do 1.º lugar isolado (e com um jogo a menos) à 18.ª ronda, para o último acima da “linha de água” (9.º), com escassos dois pontos de vantagem face ao Fontinhas – tendo, ambos, dois jogos por disputar.
Num clássico regional, entre Benfica e Castelo Branco e Sertanense – curiosamente os únicos dois totalistas, que participaram, nas onze últimas temporadas, em todas as edições do “Campeonato Nacional de Seniores” / “Campeonato de Portugal”, desde a extinção, em 2012-13, da antiga III Divisão – o empate (1-1) garantiu matematicamente a continuidade dos albicastrenses nos Nacionais, deixando também o grupo da Sertã muito próximo desse objectivo.
I Divisão Distrital – A 24.ª jornada foi a ronda dos “3-1”… desfecho que se registou em cinco dos oito desafios, em todos eles com triunfo dos anfitriões: no Fátima-Torres Novas; Abrantes e Benfica-Mação; Ferreira Zêzere-Amiense; Alcanenense-Moçarriense; e no Forense-At. Ouriense.
Vitória por resultado diferente (4-1) apenas a averbada pelo Fazendense, na recepção ao agora já matematicamente despromovido Vasco da Gama. Nos restantes dois prélios, outros tantos empates: a zero, no Samora Correia-Salvaterrense; a um, no Cartaxo-Coruchense.
O realce vai para o difícil triunfo dos abrantinos, que se viram forçados a operar reviravolta, depois de os maçaenses terem chegado ao intervalo a ganhar, apontando os três golos na 2.ª parte.
Fátima e Ferreira do Zêzere tiveram a situação mais controlada, tendo chegado, ambos, a vantagem de 2-0, antes de confirmarem o desfecho, marcando o 3-1, no caso dos ferreirenses também com os seus três tentos obtidos na etapa complementar (entre os 65 e 85 minutos).
De destacar ainda a fantástica recuperação que o Forense vem empreendendo, tendo somado dez pontos (três triunfos e um empate) nas últimas quatro rondas, mais do que nas vinte anteriores!
II Divisão Distrital – Duas situações de maior notoriedade se salientam no arranque da fase final, de apuramento de Campeão e de promoção ao escalão principal: a estrondosa goleada (8-1!) aplicada pelo Águias de Alpiarça ao Pego; e o primeiro desaire do Tramagal na prova, derrotado no Entroncamento por 4-2. No “derby”, Glória do Ribatejo e Marinhais empataram (1-1).
Antevisão – O curso regular dos campeonatos é interrompido no fim-de-semana. No Campeonato de Portugal será ocasião de acerto de calendário, com a disputa do Marinhense-Fontinhas (8.ª jornada) e a repetição do União 1919-Alverca (14.ª ronda). A nível distrital, estão agendados para o feriado os embates da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, envolvendo três dos quatro primeiros classificados: Abrantes e Benfica-Ferreira Zêzere; e Fazendense-Alcanenense.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 28 de Março de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 24ª Jornada

(“O Templário”, 21.03.2024)
Uma conjugação de resultados bem favorável – ganhando o seu desafio e beneficiando do inesperado desaire caseiro do Marinhense – proporcionou ao U. Santarém garantir desde já (ainda com duas rondas por disputar) o apuramento para a fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à Liga 3. São, aliás, já conhecidos os nomes de metade dos clubes que disputarão tal fase: U. Santarém e V. Setúbal (na Zona Sul); Amarante e S. João de Ver (Zona Norte).
Ao invés, têm também o seu destino antecipadamente traçado – baixa aos campeonatos distritais – onze dos vinte clubes a despromover nesta temporada: Portosantense, Mirandela, Ribeirão, Lamelas, Valadares Gaia, Vila Meã, V. Sernache, Gouveia, U. Tomar, Real e Imortal.
Destaques – No jogo grande da 24.ª jornada enfrentavam-se o 1.º e o 2.º classificados, respectivamente U. Santarém e Lusitânia. E a partida não terá defraudado as expectativas, intensamente disputada, e apenas decidida mesmo ao “cair do pano”.
Os açorianos cedo se colocaram em vantagem, marcando logo ao minuto cinco; mas os escalabitanos, muito confiantes, não se deixaram abalar, restabelecendo a igualdade apenas dez minutos volvidos. À passagem dos quarenta minutos o Lusitânia ficou reduzido a dez elementos, o que, necessariamente condicionou todo o decurso da segunda metade. Ainda assim, só ao minuto 94 o U. Santarém chegaria ao tento que lhe proporcionou um tão precioso quão árduo triunfo, por sofrido 2-1. O bastante para “carimbar” o primeiro objectivo da época.
Também o Sertanense deverá ter – pese embora ainda disso não possa ter a certeza matemática – somado os pontos (35) suficientes para a manutenção nos Nacionais, ao ganhar, em Tomar, por 2-0, partilhando, aliás, nesta altura, o 5.º posto da pauta classificativa com o União 1919.
Ao contrário do sucedido na semana anterior, o U. Tomar não conseguiu, desta feita, o necessário rigor defensivo, para impedir que o adversário pudesse chegar ao golo. A turma da Sertã, sempre com mais iniciativa, inaugurou o marcador por volta dos 35 minutos. No segundo tempo, os unionistas, repartindo mais o jogo, tudo tentaram para chegar ao empate, mas mostraram-se ineficazes a nível da criação de reais oportunidades de golo. Acabaria, inclusivamente, por ser o Sertanense a fixar o 2-0 final, no minuto noventa, na conversão de uma grande penalidade.
Está a pontos de se tornar um caso de estudo a desastrosa fase que o Alverca “B” atravessa, em que tudo parece correr de mal a pior: líderes isolados até à 18.ª jornada (mesmo tendo, então, um jogo a menos), os ribatejanos começaram por ter uma terrível sequência, defrontando e perdendo com os (actuais) três primeiros classificados no espaço de uma semana (entre 11 e 18 de Fevereiro, foram derrotados pelo Marinhense, Lusitânia e U. Santarém) – ao mesmo tempo que viam anulado o jogo que tinham vencido em Coimbra, devido a excesso de interrupções para substituições.
A partir daí, seguiram-se outros desaires, a princípio completamente imprevisíveis (em casa, com o Mortágua e o Sertanense), tal como a derrota em Tomar, e, de novo em Alverca, no passado Domingo, batidos ainda pelo Fontinhas, por 0-1. Ou seja, sete derrotas consecutivas, “estacionando” nos 32 pontos (que tinham chegado a ser 35, antes da anulação do jogo de Coimbra), marca que poderá não chegar para a permanência. A queda livre chegou já ao 8.º lugar!
Surpresa – Imediatamente após ter constituído a surpresa pela negativa (derrota caseira ante o Peniche), o União 1919 protagonizou a surpresa pela positiva, indo ganhar ao terreno de um candidato à subida, que mantém a 3.ª posição, o Marinhense, por 1-0, mercê de um tento apontado à passagem da meia hora de jogo, também de grande penalidade. Um deslize que só não terá sido, no imediato, mais gravoso para a turma da Marinha, dado que o Lusitânia perdeu também.
Confirmações – Na intensa luta pela manutenção, confirmou-se o favoritismo dos visitados nos restantes três encontros da jornada: Benfica e Castelo Branco, Mortágua e Peniche somaram importantes triunfos, tendo, em paralelo, ficado já sentenciado o desfecho da temporada para V. Sernache e Gouveia, enquanto o Rabo de Peixe se vê colocado em posição bastante aflitiva.
Os albicastrenses, que não ganhavam há cinco rondas, viram-se e desejaram-se para se impor por “apertada” marca de 3-2, na recepção ao Gouveia. Os serranos, que jogavam uma última cartada, ainda conseguiram operar reviravolta no marcador, de 1-0 para 1-2, aos 50 minutos. Porém, o Benfica e Castelo Branco empatou apenas dois minutos depois, acabando por vir a consumar a vitória, o que deixa o Gouveia com um intransponível atraso de dez pontos face à “linha de água”.
O Mortágua recebeu e bateu o Rabo de Peixe por 2-1, depois de ter chegado a 2-0, com o ponto de honra dos açorianos a ser obtido em período de compensação.
Por seu lado, o Peniche – praticamente entrando a ganhar, ao marcar logo ao terceiro minuto, e mesmo ficando em inferioridade aos 40 minutos – ganhou por 2-0 ao V. Sernache (que terminaria reduzido a nove unidades, com duas expulsões já “nos descontos”), clube que, agora a seis pontos do 9.º classificado, precisamente aquele rival, não poderá já superiorizar-se num eventual desempate envolvendo os penichenses, pelo que está também virtualmente despromovido.
As duas “vagas” ainda em aberto em termos de descida parecem, por agora, mais próximas dos emblemas açorianos (Rabo de Peixe, a quatro pontos do 9.º lugar; Fontinhas, a três pontos, mas com um jogo em atraso) – pelo que a situação do Peniche não é ainda, de todo, confortável, num sobressalto que se estenderá, pelo menos, ao Alverca “B”, quatro pontos acima do Fontinhas. Mortágua (34 pontos), Sertanense e União 1919 (35) deverão estar, provavelmente, já a salvo.
I Divisão Distrital – Sucedem-se, a cada jornada, as reviravoltas no topo da tabela. Após a 23.ª ronda, temos como novo “líder”, o Fátima, posição que reparte com o Abrantes e Benfica, ambos com 50 pontos, só um a mais que o Ferreira do Zêzere… tendo o Fazendense caído para 4.º.
O Fátima superou uma saída de muito elevado grau de dificuldade, ganhando em Coruche por 2-1 (bis do melhor marcador, Cristiano Aniceto), tendo chegado ao tento da vitória ao minuto 97!
Por seu lado, os ferreirenses deixaram para trás o desaire sofrido em Abrantes, impondo-se por categórica marca de 3-0 frente a um dos anteriores guias, o Fazendense (todos os golos no segundo tempo, o último já no tempo de compensação), com a turma das Fazendas, aparentemente, a oscilar, tendo somado só um ponto nos dois últimos jogos, depois de uma série de seis triunfos.
Já os abrantinos, garantiram a “óbvia” vitória no terreno do “lanterna vermelha”, Vasco da Gama (que acumula 22 derrotas em 23 jogos, 18 consecutivas), goleando, com tranquilidade, por 5-0.
Menos expectável seria outra goleada, aplicada pelo Mação ao Samora Correia, por 6-1, no que constitui a quarta derrota dos samorenses nas últimas cinco jornadas.
Do 8.º ao 15.º classificados, todos empataram (sete desses oito clubes repetiram, aliás, o desfecho de há duas semanas), tudo subsistindo inalterado a nível da disputa pela manutenção: 0-0 no “derby” Salvaterrense-Forense; 1-1 no Alcanenense-At. Ouriense; e 2-2 no Moçarriense-Cartaxo e no Amiense-Torres Novas (tendo o grupo dos Amiais recuperado de desvantagem de dois golos).
Antevisão – Na penúltima jornada do Campeonato de Portugal destacam-se os encontros: V. Sernache-Marinhense; Rabo de Peixe-Alverca “B”; Gouveia-Peniche; e Fontinhas-U. Tomar.
Na I Divisão Distrital, o quarteto da frente joga em casa, realçando-se o Fátima-Torres Novas e o Abrantes e Benfica-Mação. Arranca também, neste Domingo, a fase final do escalão secundário.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Março de 2024)
O Pulsar do Campeonato – Campeonato de Portugal – 23ª Jornada

(“O Templário”, 14.03.2024)
Agora já liberto da pressão da “obrigatoriedade” de somar pontos, beneficiando também da situação de quebra de confiança por parte do adversário – que, até há pouco mais de um mês (à 18.ª jornada), liderava o campeonato –, o U. Tomar voltou a ganhar, o que não conseguia quase há dois meses, desde a 15.ª ronda, somando o seu 5.º triunfo na prova (em onze jogos em casa).
No topo, U. Santarém e Lusitânia deram passos importantes na sua caminhada para a fase final. Na parte baixa da tabela, o Gouveia está quase “condenado”, sendo que não se poderá ainda matematicamente garantir que o outrora líder, Alverca “B”, esteja já a salvo do risco de descida, ainda com dez (!) clubes envolvidos na luta pela manutenção, quando restam disputar três jogos.
Destaques – O destaque maior da 23.ª ronda vai, necessariamente, para o triunfo do Lusitânia, na recepção ao Marinhense (2-0, com golos apontados logo na fase inicial de cada uma das partes), num embate entre o 2.º e 3.º classificados, agora separados por seis pontos, mas com o grupo da Marinha (já a oito pontos do líder, U. Santarém) a continuar a dispor de um jogo em atraso.
Justamente, os escalabitanos desenvencilharam-se a contento do difícil compromisso que tinham, na deslocação aos Açores, ganhando ao Rabo de Peixe, mercê de um solitário tento, alcançado ao findar da metade inicial da partida. O U. Santarém está a cinco pontos de garantir a qualificação, mas, no melhor dos cenários, poderia até alcançar tal objectivo já no próximo Domingo.
A outra nota de realce é o triunfo do U. Tomar, ante o Alverca “B”, por 1-0, golo averbado pelo novo “reforço” unionista, o colombiano Juan Mosquera (que se estreara na semana anterior), agravando ainda mais a crise de resultados do rival ribatejano, com uma incrível série de seis desaires sucessivos… por coincidência, o ciclo, de igual extensão, que os unionistas superaram.
Os forasteiros, dispondo de outros argumentos, procuraram, naturalmente, impor o seu poderio, mas uma equipa tomarense a mostrar-se muito solidária, com forte entreajuda, foi procurando repartir o jogo, resistindo a fases de maior intensidade ofensiva contrária, acabando por – ao contrário do que sucedera noutras ocasiões – ser bafejada com a eficácia de ter marcado um golo, talvez em duas oportunidades soberanas de que dispôs neste encontro. Uma saída digna.
Surpresa – A maior surpresa foi a derrota (0-1) caseira sofrida pelo União 1919, na recepção a um aflito Peniche (golo obtido a meio do segundo tempo), logrando, por via deste desfecho, voltar a transpor a “linha de água”, pese embora um único ponto acima do emblema de Rabo de Peixe.
Confirmações – A acesa luta pela manutenção passava também por outros dois confrontos directos, entre Sertanense e Gouveia e Fontinhas e Mortágua, com os resultados, de alguma forma, enquadrados no que seriam as expectativas.
O conjunto da Sertã somou terceira vitória (2-1) nos últimos quatro desafios disputados, igualando o Alverca “B” e o União 1919 no 5.º lugar. Para os serranos foi o terceiro desaire seguido (quarto nos últimos cinco jogos), distando já sete pontos da zona de salvação, cada vez mais uma quimera.
O Fontinhas registou o terceiro empate nas últimas quatro partidas, continuando a denotar enormes dificuldades em libertar-se da zona de despromoção. Bem melhor está o Mortágua, que voltou a pontuar, depois de ter somado três vitórias nas rondas anteriores, dispondo, nesta recta final, de uma margem de quatro pontos em relação a tal sector de maior risco.
No prélio restante, de rivalidade regional, V. Sernache e B. C. Branco repartiram também os pontos (1-1), num confronto com “história”: os donos da casa colocaram-se em vantagem a vinte minutos do final, quando estavam (já desde a metade inicial) em inferioridade numérica, vindo a sofrer o tento do empate ao minuto 97, então já reduzidos somente a nove elementos em campo. Um golo que terá garantido a tranquilidade aos albicastrenses, enquanto os homens de Cernache – tal como o Fontinhas, com três igualdades nas quatro partidas mais recentes – repartem, precisamente com essa turma açoriana, preocupante 11.ª posição, a três pontos do Peniche.
No total, nos sete desafios, registou-se o magro pecúlio de apenas dez golos, marca apenas superada (pela negativa) pelos nove tentos da 17.ª jornada.
I Divisão Distrital – O Distrital está ao rubro, com um trio (Fazendense, Fátima e Abrantes e Benfica) igualado na liderança, e o 4.º classificado (Ferreira do Zêzere) somente um ponto abaixo!
No “jogo grande” da 22.ª jornada, o Abrantes e Benfica recebeu e bateu o Ferreira do Zêzere por 2-1, originando esta incomum aglomeração no topo da tabela. Os abrantinos chegaram a vantagem de dois golos, marcando à passagem do quarto de hora e aos 75 minutos, não tendo os ferreirenses conseguido melhor que reduzir para a diferença mínima ao “cair do pano”.
Por seu lado, o Fazendense, recebendo o Amiense – os dois clubes que, na época passada, disputaram o título com o U. Tomar até à derradeira ronda –, não conseguiu desfazer o nulo, vendo, assim, interrompida uma série triunfal de seis jornadas, desde o início da segunda volta.
Para o conjunto dos Amiais foi um ponto que poderá ser importante na procura de escapar a uma inesperada despromoção ao escalão secundário, mesmo que, no imediato, tenha ficado ainda mais “apertado” pelo At. Ouriense, que obteve uma imprevista vitória, na deslocação ao Cartaxo, por empolgante 4-3, depois de ter estado a perder por 0-2, e de virar o “placard” até ao 4-2.
Numa ronda repleta de golos, esse não foi o único 4-3: o mesmo desfecho se registou também no Samora Correia-Vasco da Gama, sendo que os forasteiros por duas vezes estiveram em vantagem (a 1-0 e a 3-2), vindo a consentir a reviravolta nos últimos cinco minutos do desafio.
Surpreendente foi igualmente o triunfo (por categórico 3-0) do Forense, ante o Mação. O Alcanenense goleou (4-0) o Salvaterrense, tendo apontado os quatro golos, “de rajada”, entre os 53 e os 66 minutos. O Coruchense impôs-se em Torres Novas por 2-0. Por fim, o Fátima teve mais dificuldades do que poderia esperar, para bater o Moçarriense, por tangencial 3-2.
II Divisão Distrital – Terminou a fase regular deste campeonato, tendo garantido o apuramento para a fase final, de apuramento de Campeão e de promoção à I Divisão Distrital, as equipas do Glória do Ribatejo, Marinhais, Águias Alpiarça, Entroncamento AC, Tramagal e Pego.
Os pegachos cederam um incrível empate (1-1) caseiro ante o “lanterna vermelha”, Abrantes e Benfica “B” (que, até então, acumulara 13 derrotas, em todos os jogos, desde a primeira até chegar à derradeira ronda). Beneficiaram, não obstante, do desaire sofrido pelo Caxarias, batido, no último minuto (2-3), no seu reduto, pelo Tramagal, após ter estado em vantagem a 1-0 e 2-1.
Antevisão – No Campeonato de Portugal teremos um embate crucial, entre os dois primeiros classificados, com o U. Santarém a receber o Lusitânia; enquanto o U. Tomar recebe o Sertanense.
Na I Divisão Distrital, o Ferreira do Zêzere volta a ter compromisso do mais alto grau de dificuldade, com a visita do guia, Fazendense. O Fátima terá também saída muito complicada, a Coruche. O Abrantes e Benfica é óbvio favorito na deslocação ao terreno do Vasco da Gama, último classificado (contando só 1 ponto), com série muito negativa, de 17 desaires sucessivos.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 14 de Março de 2024)



