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Centenário da Associação de Futebol de Santarém (1924-2024)

3. Palmarés Distrital

No terceiro e último artigo desta pequena série, a pretexto dos 100 anos da Associação de Futebol de Santarém (“AFS”), aniversário celebrado a 19 de Novembro, o mote é o palmarés distrital.

Desde a criação do Campeonato de futebol por parte da “AFS”, no ano de 1925, em cem edições disputadas, são trinta os clubes que se sagraram vencedores da sua principal competição:

  • 9 vezes – Torres Novas (incluindo-se nesta contagem o título conquistado pelo então denominado Torres Novas F.C., em 1928-29);
  • 8 – U. Operária de Santarém;
  • 7 – Tramagal;
  • 6 – Ac. Santarém; e U. Tomar;
  • 5 – “Os Leões” de Santarém; e Ferroviários;
  • 4 – Cartaxo; Alcanenense; At. Riachense; U. Almeirim; e Coruchense;
  • 3 – Alferrarede; Marinhais; Benavente; Samora Correia, U. Rio Maior; e Fátima;
  • 2 – Rossiense; Matrena; Amiense; e Fazendense;
  • 1 – Águias de Alpiarça; Abrantes FC; Monsanto; Ouriquense; At. Ouriense; Mação; U. Santarém; e Rio Maior SC.

Começou por vincar superioridade a equipa de “Os Leões” de Santarém, que ganhou os três primeiros torneios (1925 a 1927 – tendo vencido também em 1930), a que se seguiu a supremacia da U. Operária de Santarém (com seis títulos conquistados, logo entre 1928 e 1935, os cinco últimos consecutivos). O predomínio dos grupos da capital do Distrito prosseguiria, depois, com o triunfo, noutras cinco edições (entre 1936 e 1941), por parte da Académica de Santarém.

Até 1946, ano em que se registou a unificação do campeonato (até então, geralmente repartido em diferentes zonas), apenas o mencionado Torres Novas F.C., Matrena (1938) e U. Tomar (1942 e 1943) se tinham intrometido na dominância dos clubes escalabitanos, que, nessa altura, somavam já 18 títulos (U. Operária, com oito; Académica, com seis; e “Os Leões”, com quatro)!

Surgiria então, como novo vencedor, o Ferroviários, com três campeonatos conquistados até 1952. Já depois do primeiro título ganho (1950) pelo ressurgido C. D. Torres Novas – e do último de “Os Leões” (1953) – assinalam-se outros dois ciclos de cinco títulos sucessivos, primeiro por parte do emblema torrejano (de 1955 a 1959), e, de imediato, do Tramagal (de 1960 a 1964).

Num período em que o Campeão Distrital não dispunha da prerrogativa de disputar exclusivamente os Nacionais, os tramagalenses somariam ainda mais dois títulos (1966 e 1967).

De facto, até ao ano de 1968, apuravam-se os primeiros classificados (geralmente quatro) do Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Santarém para participar, nessa mesma época, na III Divisão Nacional – tendo o U. Tomar sido o único clube a conseguir, em 1964-65, sagrar-se, numa única temporada, Campeão Distrital e Campeão Nacional da III Divisão (sendo, então, promovido à II Divisão); por curiosidade, também o Coruchense (1953-54) e “Os Leões” (1962-63) haviam sido Campeões da III Divisão, em épocas em que, no Distrital, não tinham ido além do 4.º e do 2.º lugar, respectivamente. O Tramagal viria a ser vice-campeão da III Divisão na temporada de 1966-67, garantindo também, por fim, a subida à II Divisão Nacional.

Só a partir da época de 1968-69 se iniciou novo modelo, com a promoção do Campeão Distrital (em alguns anos, também do vice-campeão, como ocorreu em 1976, 1987, 1990, 1995, 1997, 2004, 2005 e 2012) aos Nacionais (III Divisão; actualmente, ao “Campeonato de Portugal”), deixando, pois, de integrar o lote de concorrentes ao Distrital na temporada subsequente.

A partir daí, a conquista do título de Campeão como que se “democratizou”, apenas o At. Riachense tendo tido oportunidade de – para além dos triunfos de 2001 e 2013 – bisar o 1.º lugar (2009 e 2010), e isto, somente pelo facto de ter abdicado da promoção, na primeira destas épocas.

Não obstante, vários outros clubes se evidenciaram, vencendo também o campeonato por mais de uma vez em relativamente curtos intervalos de tempo, em especial nos seguintes casos: Alferrarede (1970, 1973 e 1980); Marinhais (1982, 1987 e 1990); Samora Correia (1983, 1994 e 1997); Coruchense (2015, 2017 e 2021); Alcanenense (1969 e 1974); Amiense (1971 e 1977); U. Tomar (1988 e 1998); U. Rio Maior (1992 e 2002); U. Almeirim (1993 e 2000); Fazendense (1996 e 2007); Cartaxo (2006 e 2011); e, por último, o Fátima, actual detentor do título (2016 e 2024).

Não se encontrarão disponíveis estatísticas fiáveis sobre a integralidade dos campeonatos promovidos pela “AFS”, destacando-se, com base nas pesquisas realizadas, os seguintes “rankings”, de entre cerca de uma centena de equipas que disputaram o principal escalão de futebol do Distrito:

  • No que respeita a participações, o extinto Ferroviários, do Entroncamento, é líder, com, pelo menos, 60 presenças, seguindo-se os também históricos Benavente (pelo menos 56), Tramagal (51), Amiense (50), Coruchense e Alcanenense (46 cada), D. Torres Novas e U. Tomar (43 cada), Cartaxo (41) e At. Riachense (40).
  • Em relação a vitórias (e, inerentemente, pontuação total), o Amiense é o comandante destacado, a rondar as sete centenas de vitórias (num pouco mais de 1.400 jogos realizados, o que constituirá também “record”), seguido por Ferroviários e Benavente (próximos de seis centenas de triunfos cada), Coruchense, Torres Novas, Riachense, Tramagal e Cartaxo (cerca de cinco centenas); U. Tomar (442) e Alcanenense (cerca de 430).
  • No que concerne a golos marcados, só Amiense (mais de 2.200), Benavente (com um total acumulado de ordem similar) e Ferroviários superaram já a marca dos dois mil golos obtidos, de que Coruchense e Torres Novas se aproximarão. Por seu turno, o Benavente é o grupo com mais golos sofridos (cerca de dois mil), seguindo-se o Ferroviários (cerca de 1.800).

Virando agulha para a Taça do Ribatejo, competição introduzida pela “AFS” na temporada de 1976-77, tem em curso a disputa da 48.ª edição, constando do seu palmarés, todavia, apenas 46 troféus atribuídos, dado ter sido suspensa, nas meias-finais, a prova de 2020, devido à pandemia.

O “rei” incontestável da designada “prova rainha” é o Fazendense, com cinco Taças ganhas (2006, 2012, 2014, 2016 e 2022). Seguem-se-lhe, com três troféus conquistados, o Tramagal, At. Riachense, Amiense e Coruchense. Por seu lado, Águias de Alpiarça, Alferrarede, Samora Correia, Cartaxo, U. Rio Maior, Mação, U. Santarém, Torres Novas e Ferreira do Zêzere (actual detentor da Taça) venceram a competição por duas vezes cada. Por fim, com um título, temos: Lagartos do Sardoal, Pego, Vasco da Gama, Benavente, Ferroviários, Azinhaga, Abrantes FC, Monsanto, Ouriquense, U. Tomar e Glória do Ribatejo – num total de 25 emblemas laureados.

Foram também, entretanto, já disputadas, desde a época de 1992-93, trinta edições da “Supertaça Dr. Alves Vieira”, com o seguinte palmarés: At. Riachense, Coruchense, Fazendense e Torres Novas (3 troféus cada); Samora Correia, Ferroviários, U. Rio Maior, Alcanenense, Mação e Fátima (2 cada); Alferrarede, Abrantes FC, Monsanto, Amiense, Cartaxo e At. Ouriense (1 cada).

Num exercício teórico de “consolidação” das três competições, são os seguintes (de um total de 36 titulares) os clubes mais galardoados a nível Distrital, no seio da Associação de Futebol de Santarém:

  • 14 Troféus – Torres Novas (9 Campeonatos + 2 Taças + 3 Supertaças);
  • 10Tramagal (7+3+0), Riachense (4+3+3), Coruchense (4+3+3) e Fazendense (2+5+3);
  • 8 Operária de Santarém (8+0+0) e Ferroviários (5+1+2);
  • 7 Tomar (6+1+0), Cartaxo (4+2+1), Samora Correia (3+2+2) e U. Rio Maior (3+2+2);
  • 6 Santarém (6+0+0), Alcanenense (4+0+2), Alferrarede (3+2+1) e Amiense (2+3+1);
  • 5“Os Leões” de Santarém (5+0+0), Fátima (3+0+2) e Mação (1+2+2).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Novembro de 2024)

24 Novembro, 2024 at 12:30 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 9ª Jornada

(“O Templário”, 21.11.2024)

O líder destacado, Ferreira do Zêzere, superou com distinção mais uma prova que se colocava na sua caminhada, tendo ido vencer, com alguma naturalidade, a Mação, no que constitui já o sexto triunfo dos ferreirenses extra-muros, tendo disputado, até agora, apenas três encontros em casa.

A consistência que vem patenteando, semana após semana, é um forte indício da probabilidade de sucesso no cumprimento do objectivo para esta temporada, mesmo que estejamos ainda em fase relativamente prematura do campeonato.

Destaques – O Ferreira do Zêzere, com um golo praticamente a abrir (logo aos dez minutos) e outro quase a fechar (a cinco minutos do final), não deu possibilidade ao Mação – que vinha de uma goleada (0-4) sofrida em casa, ante o Alcanenense – de rectificar tal desaire com um desfecho positivo, tendo os visitantes, até agora com desempenho muito afirmativo nesta temporada, triunfado por 2-0, relegando o seu adversário para desvantagem já substancial, de dez pontos.

A este afastar de um competidor pelos lugares cimeiros, aliou-se o nulo registado no embate entre Alcanenense e Coruchense, duas formações que vêm dando muito boa conta de si nas últimas semanas (ambos tinham vencido os respectivos quatro últimos jogos), mas, que, desta feita, se neutralizaram, ampliando-se a diferença da turma de Alcanena face ao comandante para sete pontos; por seu turno, o grupo do Sorraia, penalizado pelo mau arranque, dista já onze pontos.

Pelo que, nesta altura, Fazendense e Samora Correia se perfilam como os mais directos concorrentes do guia, não obstante se posicionem cinco pontos atrás do conjunto ferreirense.

A formação das Fazendas deslocou-se ao reduto do Amiense, onde triunfou inapelavelmente, por convincente 3-0, tendo marcado no termo da primeira parte e a findar o tempo regulamentar, isto já depois de ter confirmado a vantagem, chegando aos 2-0 à entrada do último quarto de hora. O Fazendense apenas cedeu pontos no empate caseiro, precisamente ante os samorenses, e pela derrota sofrida em Coruche, somando, pois, sete triunfos nas nove rondas disputadas.

Por seu lado, o Samora Correia somou sexta vitória consecutiva, num ciclo muito positivo, ao ganhar, também em terreno alheio, na Glória do Ribatejo, por 2-1, mas com a particularidade de o tento decisivo ter sido alcançado cinco minutos para além dos noventa, em período de compensação, no que, em paralelo, constitui o quinto desaire sucessivo dos visitantes. Com desempenho muito similar ao do Fazendense, e para além da igualdade na partida entre ambos, o conjunto samorense apenas perdeu um jogo, por coincidência, também com o Coruchense.

A última nota de realce vai para a primeira vitória do Entroncamento AC no presente campeonato, na recepção ao Águias de Alpiarça (tal como a equipa da Glória, com uma série de cinco desaires), igualmente por 2-1, o que proporcionou à turma da cidade ferroviária sair da zona de despromoção, em que ficara imersa desde a 3.ª ronda, precisamente por troca com o adversário.

Surpresa – Hesitei quanto à categorização a atribuir ao desfecho da partida entre Cartaxo e Torres Novas, mas que, em qualquer caso, não deixará de constituir surpresa, mesmo que a confirmar, quer a tendência histórica do confronto entre ambos os emblemas, como a evolução recente do respectivo desempenho: os torrejanos ganharam, por tangencial 1-0, resolvendo bem cedo (estavam decorridos dez minutos) a contenda a seu favor, tal como sucedera na semana anterior.

Sucede que, por um lado, numa estatística verdadeiramente incrível, esta foi a 11.ª vez consecutiva, desde o ano de 2014, em que o Cartaxo não conseguiu, no seu reduto, ganhar ao Torres Novas, tendo-se registado quatro empates, e, agora, a 7.ª vitória dos torrejanos! Acresce, por outro, que os cartaxeiros, com trajectória irreconhecível nesta época, acumularam a quarta derrota sucessiva no presente campeonato, ao passo que os forasteiros somaram seis triunfos nas sete rondas mais recentes, o que lhes proporcionou ascender a um notável 5.º lugar na tabela.

Confirmações – Os outros dois resultados enquadram-se no que seriam as expectativas, com a vitória do Abrantes e Benfica (terceira sucessiva no campeonato) frente ao U. Tomar, e o triunfo do At. Ouriense no terreno do “lanterna vermelha”, Salvaterrense (quarto desaire sucessivo).

Em Abrantes, o União terá tido a melhor entrada em campo, desde o início da temporada, com a equipa, de forma personalizada, a assumir a iniciativa, surpreendendo o adversário. Porém, não se tendo tal materializado em golos, o tento abrantino, apontado aos 17 minutos, logo numa das suas primeiras investidas, não terá deixado de abalar a confiança dos tomarenses.

A partir daí, os anfitriões, mais seguros, como que “pegaram no jogo”, acabando por não surpreender o ampliar da contagem, à passagem dos 40 minutos, na sequência de um pontapé de canto, a aproveitar com eficácia mais uma falha de concentração dos opositores. Na segunda parte, o Abrantes optou por gerir o resultado, concedendo posse de bola aos unionistas, que, contudo, revelaram limitada objectividade.

Em Salvaterra de Magos, o At. Ouriense chegou, até com bastante maior facilidade do que seria previsível, a uma categórica vantagem de 3-0, com tentos averbados aos 20, 27 e 55 minutos. A meritória, e digna de nota, reacção dos donos da casa, com dois golos de “rajada”, pouco depois da hora de jogo, ficou aquém das necessidades do Salvaterrense, que não evitou mais uma derrota, outra vez pela diferença mínima, de 2-3, como sucedera em Torres Novas (0-1), e, pelo mesmo “placard” de 2-3, também quinze dias antes, na recepção ao Samora Correia.

II Divisão Distrital – Jogou-se apenas na Série B (Norte), com destaque para a goleada (4-0) do Tramagal na recepção ao Pego, prosseguindo os tramagalenses um percurso totalmente vitorioso nos quatro jogos já realizados. Não obstante, o guia continua a ser o Vasco da Gama (já com cinco partidas disputadas), tendo vencido o Ortiga por 4-1, dispondo de um ponto de vantagem.

Também o Caxarias e Vilarense registam – tal como o Tramagal – doze pontos (mas, à semelhança do Vasco da Gama, tendo jogado nas cinco jornadas já decorridas), depois de terem batido, respectivamente, a equipa “B” do Abrantes (3-1) e o At. Pernes (3-0).

Antevisão – No Distrital da I Divisão, que atinge a 10.ª jornada, destacam-se, principalmente, os seguintes três desafios: Ferreira do Zêzere-Alcanenense, Samora Correia-Mação e Fazendense-Abrantes e Benfica, envolvendo seis das equipas com maior potencial, nos quais, sendo os anfitriões favoritos, se projecta que os visitantes possam oferecer forte réplica.

Quanto ao U. Tomar, reencontra, três semanas depois, o Salvaterrense, procurando repetir o triunfo, que, a ocorrer, poderá revelar-se de crucial importância para o desenrolar da época.

Tendo a Série A da divisão secundária tido um breve interregno no passado fim-de-semana, o realce vai, na retoma da prova, com a 5.ª jornada, para a partida entre Porto Alto e Marinhais. Na Série B (que avança para a 6.ª ronda) as atenções estarão centradas no Riachense-Vasco da Gama.

A Liga 3 e o Campeonato de Portugal continuam em pausa, dado disputar-se a eliminatória relativa aos 1/16 avos de final da Taça de Portugal, já sem qualquer representante do Distrito.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Novembro de 2024)

24 Novembro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

Centenário da Associação de Futebol de Santarém (1924-2024)

2. Participação dos clubes filiados na Taça de Portugal

Neste segundo artigo evocando o Centenário da Associação de Futebol de Santarém (“AFS”) apresenta-se uma súmula das participações dos seus representantes na Taça de Portugal.

Nas 85 edições da “prova rainha”, desde a estreia na época de 1938-39, participaram na competição cerca de 750 clubes, de Norte a Sul, estendendo-se às ilhas, e, até 1974, alargando-se inclusivamente às então designadas “províncias ultramarinas”. Desse número, 40 correspondem a emblemas com filiação na “AFS”, tendo somado um total de 439 participações, ao longo de 69 temporadas, desde a presença inaugural, do Operário Vilafranquense, em 1940-41.

Tal como sucede a nível de presenças nos campeonatos nacionais, também o Torres Novas é o clube com maior número (42) de participações na Taça de Portugal, sendo, neste caso, seguido de perto pelo U. Tomar (39), Fátima e U. Santarém (38 cada). U. Almeirim (30), Alcanenense (28), Cartaxo (25) e U. Rio Maior (22) registam também mais de vinte presenças.

Tendo começado por dispor de um único representante nas primeiras nove edições em que participaram formações do Distrito (até ao ano de 1965), o “record” é de 14 equipas (na época de 1990-91), tendo-se reduzido, desde 2012, a um lote de quatro ou cinco participantes – depois de, entre 1977 e 2002 ter oscilado, na quase totalidade das temporadas, entre nove e onze.

Nas 439 participações, em 170 delas os clubes filiados não lograram superar a 1.ª eliminatória, sendo que, noutras 97, se quedaram pela 2.ª ronda. Registam-se, pela positiva, 89 participações em estágios mais adiantados do torneio, a partir dos 1/32 avos de final (num total de 55 vezes nesta fase – incluídas duas presenças na 4.ª eliminatória, na época de 1970-71).

Se restringirmos a análise a partir do patamar dos 1/16 avos de final, a amostra reduz-se, pois, a 34 presenças, sendo que a última delas ocorreu já há dez anos, por via do At. Riachense.

Dessas 34 rondas em fase mais avançada, destaca-se o U. Tomar, com cinco participações nos 1/4 de final (1969, 1970, 1973, 1974 e 1975), uma nos 1/8 de final (1976) e uma nos 1/16 avos de final (1972). Só “Os Leões” de Santarém (em 1956) conseguiram alcançar igualmente os 1/4 de final, contando ainda com outras três ocasiões (1948, 1949 e 1969) em disputa de ronda equivalente aos 1/16 avos de final. Nas cinco oportunidades dos tomarenses de poder aceder às meias-finais, viram-se arredados pelo Sporting (duas vezes), Leixões, CUF e Olhanense; tendo “Os Leões” de Santarém (depois de superarem V. Setúbal e Atlético) sido afastados pelo FC Porto.

Marcaram ainda presença nos 1/8 de final: (i) o Torres Novas, por duas vezes (1973 e 1976) – tendo os torrejanos disputado igualmente os 1/16 avos de final noutras duas ocasiões (1992 e 1995); (ii) o Fátima (1993), sendo que os fatimenses chegaram aos 1/16 avos de final noutras três vezes (2006, 2009 e 2010); para além (iii) do Operário Vilafranquense, na estreia, em 1941.

A eliminatória correspondente aos 1/16 avos de final foi também atingida por: U. Almeirim (1971, 1975 e 1986); Benavente (1977 e 1978); Cartaxo (1980 e 1987); Samora Correia (1985 e 1987); At. Riachense (1989 e 2015); Abrantes FC (2006 e 2008); e G. D. Coruchense (1955).

Nos 870 desafios realizados envolvendo equipas da “AFS” ficaram memoráveis, especialmente, as vitórias obtidas frente a adversários a militar na I Divisão: os mencionados triunfos de “Os Leões” de Santarém (1955-56) ante V. Setúbal (4-1) e Atlético (3-2); 1-0 no Marinhais-Salgueiros (1982-83); 1-0 no U. Santarém-Belenenses (1976-77); 2-1 no Cartaxo-Sp. Braga (1986-87); tendo o U. Tomar vencido o Leixões (4-2 em 1967-68; e 2-1 em 1975-76) e a CUF (1-0 em 1969-70).

O Cartaxo foi ainda o único a empatar (também em 1986-87) com o Benfica (que venceu os outros sete encontros com emblemas do Distrito). Em seis jogos frente ao Sporting, regista-se um único empate (do U. Tomar, em 1974-75). O FC Porto venceu todos os cinco desafios disputados.

Ao invés, não foi possível evitar alguns pesados desaires: 14-1 no Benfica-At. Riachense; 9-0 no V. Setúbal-U. Rio Maior, Paços de Ferreira-At. Riachense e Benfica e Castelo Branco-Amiense; 8-0 no Benfica-U. Almeirim, Sp. Espinho-Amiense, Olhanense-Fátima e Estarreja-U. Rio Maior; para além de dez derrotas por 0-7 (duas do Cartaxo, Torres Novas e do U. Tomar; uma do Amiense, Azinhaga, Matrena e “Os Leões” de Santarém).

Por outro lado, o U. Santarém regista a maior goleada a favor, tendo vencido, fora de casa, o Tabuense, por 10-0. O U. Tomar bateu o Condestável por 9-1; enquanto o Torres Novas ganhou ao Eléctrico de Ponte de Sôr por 8-0, a mesma marca obtida pelo Monsanto ante o Mirandense.

Fátima (em 93 jogos) e U. Tomar (97 jogos) são os que somam mais vitórias na prova (43 cada), seguidos por Torres Novas (35), U. Santarém (31), U. Almeirim (30) e Alcanenense (25).

No quadro em anexo apresenta-se síntese de todas as 439 participações dos clubes filiados na Associação na Taça de Portugal, indicando-se, para cada equipa, a fase atingida, época a época.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 14 de Novembro de 2024)

(clicar na imagem para ampliar)

17 Novembro, 2024 at 12:30 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 8ª Jornada

(“O Templário”, 14.11.2024)

O facto de ter registado um jogo em atraso, logo da ronda inaugural, tem feito com que o Alcanenense se posicionasse na tabela um pouco abaixo do que potencialmente poderia alcançar, em caso de triunfo em tal partida, agendada para esta quarta-feira, ante o At. Ouriense. É que, em tal cenário, a turma de Alcanena partilharia a vice-liderança com Fazendense e Samora Correia.

Isto não invalida, em qualquer caso, algum espanto pela categórica goleada (4-0) aplicada pelos pupilos de José Torcato em Mação, precisamente frente ao anterior 2.º classificado, que, num só desafio, sofreu tantos golos quantos concedera nas sete jornadas anteriores.

De resto, na frente, nada de novo, com o Ferreira do Zêzere a somar o oitavo triunfo em outros tantos desafios realizados no campeonato, ampliando para cinco pontos a vantagem sobre os seus mais directos perseguidores. Mas não foi “linear” essa vitória, como adiante se verá…

Destaques – A grande nota de realce foi, efectivamente, a goleada do Alcanenense em Mação, proporcionada por uma entrada “a todo o gás”: aos seis minutos, com dois golos de rajada, a formação de Alcanena tinha já (mais de) meio caminho andado para a vitória, tendo chegado a 3-0 ainda antes do intervalo. Perante a impossibilidade de reacção por parte dos maçaenses, a contagem viria a ser fixada pelos visitantes… aos seis minutos do segundo tempo.

Noutro embate que constituía um dos pontos de interesse do passado Domingo, o Samora Correia impôs-se ao Cartaxo, ganhando por 2-0, com golos aos 28 e 45 minutos, firmando a sua candidatura aos lugares de topo (somando quinto êxito consecutivo), enquanto, em paralelo, os cartaxeiros (terceiro desaire sucessivo) não deverão já poder esperar “milagres” deste campeonato, a longínquos quinze pontos do comandante, partilhando o 9.º lugar com o U. Tomar.

Justamente, os unionistas, noutro encontro de maior aliciante da última ronda, mercê do facto de receberem a equipa orientada pelo seu anterior responsável técnico, Marco Marques, voltaram a ganhar – depois da vitória alcançada em Alpiarça, e do triunfo do fim-de-semana precedente, para a Taça, ante o Salvaterrense –, desta feita por tangencial 1-0.

Após onze jogos sucessivos sem conseguir manter a sua baliza inviolada, desde o mês de Março, os tomarenses, num jogo sem grandes primores exibicionais, mostraram-se sempre mais inconformados com o nulo que perduraria até ao quinto minuto do tempo de compensação, altura em que, na sequência de um livre, conseguiram desfeitear o guardião contrário, desfazendo a expectativa de pontuar por parte dos homens dos Amiais, acabando por justificar o resultado.

Um desfecho favorável que possibilitou aos nabantinos distanciar-se da zona perigosa da tabela, agora já com uma margem de sete pontos (9-2) face à “linha de água” (penúltimo classificado).

O último destaque vai para o triunfo (2-1) do Abrantes e Benfica em Ourém, perante o At. Ouriense, tendo os abrantinos chegado, aliás, a dispor de dois tentos de vantagem, apontados em escassos três minutos, entre os 35 e os 38. A turma de Abrantes subiu ao 8.º posto, já afastada da parte inferior da classificação, pese embora diste quatro pontos do lugar imediatamente acima.

Confirmações – Numa jornada sem imprevistos de maior – à parte, claro, a expressão da vitória do Alcanenense em Mação – o Glória do Ribatejo não deixou, contudo, de começar por surpreender, no terreno do guia, em Ferreira do Zêzere.

De facto, os forasteiros colocaram-se em vantagem, não uma, mas por duas vezes: o grupo da Glória inaugurou o marcador aos nove minutos; os ferreirenses empataram aos quinze; tendo os visitantes marcado o 1-2 aos 33. Valeu aos anfitriões terem restabelecido de novo a igualdade apenas outros quatro minutos volvidos, tendo atingido o intervalo já em posição de vencedores, por 3-2. Na segunda metade, com maior normalidade, o Ferreira do Zêzere chegou aos 5-2.

Também dentro da lógica se pode enquadrar a vitória (quarta sucessiva) do Coruchense (só a quatro pontos do 2.º lugar), em Alpiarça, frente ao Águias (somando, por seu lado, quarta derrota consecutiva), por 3-0, mas num confronto que, necessariamente, ficou deveras condicionado pelo facto de os alpiarcenses se terem visto reduzidos a nove elementos, por via de duas expulsões, aos 25 e 35 minutos; só depois disso o conjunto do Sorraia chegaria aos (três) golos.

O Fazendense bateu, com aparente tranquilidade, o penúltimo classificado, Entroncamento AC, por 4-1, mas deverá atentar-se que as equipas saíram empatadas a um golo para o intervalo, apenas na etapa complementar se tendo desnivelado o marcador. Uma inaudita curiosidade se assinala: os vinte golos até agora marcados pelo grupo das Fazendas no campeonato foram apontados, todos eles, por apenas três jogadores (Carlos Bacalhau e Torres Gomez, sete cada, e Pedro Costa, que fez um “hat-trick, com seis tentos – perseguidores do ferreirense Rodrigo Antunes, com oito)!

Por fim, o Torres Novas bateu o “lanterna vermelha”, Salvaterrense, pela margem mínima, mercê de um golo obtido logo aos quinze minutos, não se tendo alterado o “placard” até final.

Outra curiosidade ainda: em função dos desfechos da 8.ª ronda, marcaram-se exactamente 200 golos, à média de 25 por jornada, equivalente, portanto, a uma média geral de 3,125/jogo.

II Divisão Distrital – Houve surpresa grande na Série A, com a derrota caseira (0-1) de um dos guias, Marinhais, ante o anterior “lanterna vermelha”,  QT-SC Rio Maior. Forense e Porto Alto repartem agora o comando, mantendo, ambos, o pleno de quatro vitórias. Assinala-se também a vitória do Pontével (igualando o Marinhais no 3.º lugar) na recepção ao Moçarriense, por 2-1.

Na Série B, o Vasco da Gama, goleando (8-0) a equipa “B” do Abrantes e Benfica (com os três últimos golos apontados aos 86, 87 e 88 minutos…) mantém a liderança isolada, com dez pontos, um a mais que o Tramagal (vencedor por 3-1 na Atalaia), mas com a particularidade de os tramagalenses – que contam um jogo a menos – terem vencido os três encontros já disputados.

Vilarense (ganhando por 2-0 no Pego) e Caxarias (triunfo por 4-1 em Alferrarede) estiveram também em evidência, partilhando o 3.º posto, com o mesmo número de pontos do Tramagal.

Liga 3 – O U. Santarém, não tendo conseguido evitar novo desaire, perdendo, outra vez pela margem mínima (0-1), na Tapadinha, frente ao histórico Atlético, baixou à 6.ª posição, que, aliás, reparte com o 1.º Dezembro, a três pontos do lugar (4.º) de acesso à fase final; por seu turno, os alcantarenses partilham a vice-liderança com a Académica, só a dois pontos do Belenenses.

Campeonato de Portugal – O Fátima, em excelente fase, somou quarta vitória sucessiva, ganhando em Pêro Pinheiro por 1-0, ascendendo ao 4.º posto, apenas a dois pontos do par que ocupa a 2.ª posição (Arronches e Benfica e Peniche), numa série com o comando destacado de O Elvas. Os fatimenses (15 pontos) dispõem já de margem de cinco pontos face à “linha de água”.

Antevisão – Na I Divisão Distrital temos dois “jogos grandes” em perspectiva na 9.ª jornada: Mação-Ferreira do Zêzere, e Alcanenense-Coruchense. De especial interesse serão também o Abrantes e Benfica-U. Tomar, Amiense-Fazendense e Glória do Ribatejo-Samora Correia.

No escalão secundário destacam-se os embates: entre Porto Alto e Marinhais; e Tramagal e Pego.

Quer a Liga 3, como o Campeonato de Portugal, terão um interregno de duas semanas, apenas sendo retomadas as respectivas provas na viragem do mês de Novembro para Dezembro.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 14 de Novembro de 2024)

17 Novembro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

Centenário da Associação de Futebol de Santarém (1924-2024)

1. Participação dos clubes filiados em Campeonatos Nacionais

A Associação de Futebol de Santarém (“AFS”) completa, no próximo dia 19 de Novembro, 100 anos de existência. Evocando esta efeméride, “O Templário” publicará um conjunto de três artigos: o primeiro com uma resenha das participações dos clubes da Associação em Campeonatos Nacionais (I, II e III Divisão, Liga 3 e Campeonato de Portugal); outro com uma súmula das participações dos representantes do Distrito na Taça de Portugal; e um último, com breve síntese do palmarés de cem temporadas de provas distritais já disputadas, desde o ano de 1924.

Em nove décadas de Campeonatos Nacionais (desde o seu arranque, sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol, na temporada de 1934-35) regista-se um total de sete centenas de clubes que disputaram tais competições, dos quais 39 filiados na Associação de Futebol de Santarém (com a particularidade de se incluírem os casos do Alhandra e do Alverca, até ao ano de 1947).

Desde os pioneiros U. Entroncamento, Sport Coruchense e U. Operária de Santarém, que participaram na edição inaugural da II Liga (abrangendo um total de 34 clubes), na referida época de 1934-35, até ao U. Santarém (Liga 3) e Fátima (Campeonato de Portugal), únicos representantes do Distrito nos Nacionais presentemente em curso, ascende a um total de 544 o número de presenças de filiados da “AFS” em campeonatos de cariz nacional.

Encabeça a lista de participações o Torres Novas, com um total de 52 campeonatos nacionais disputados, sendo o rival mais próximo o U. Tomar, com 42; logo abaixo na tabela surgem, precisamente, o U. Santarém (38) e o Fátima (37). Alcanenense e “Os Leões” de Santarém (32 cada), e U. Almeirim (31) completam o leque de emblemas com mais de três dezenas de presenças – anotando-se a sucessão (por fusão) operada, em 1969, a nível do clube escalabitano.

No que respeita, estritamente, ao número de clubes a disputar tais campeonatos, o “apogeu” do Distrito (também fruto da orgânica de competições então vigente, alargando a mais de duas centenas o total de participantes – o que compara com os actuais 112) registou-se na década de 90, com um máximo de dez clubes do Distrito nas épocas de 1990-91, 1995-96, 1997-98, 1998-99, 1999-00 (e 2000-01) – integrando, fundamentalmente, a então III Divisão Nacional.

Neste âmbito, terá de assinalar-se o significativo declínio verificado a partir da temporada de 2008-09, com uma queda abrupta, de cinco clubes, para apenas dois na época imediata, sendo que, no último decénio, a representação do Distrito tem sido, sistematicamente, limitada a dois ou três emblemas. Lastima-se, pois, a dificuldade de permanência em tal grau de competitividade por parte da generalidade dos recentes Campeões Distritais – casos do Riachense (2013), At. Ouriense (2014), Coruchense (2015, 2017 e 2021), Mação (2018), U. Almeirim (2020), Rio Maior SC (2022) e, por último, do U. Tomar (2023).

Em termos qualitativos, mais profícua se revelou a década de 70 (oscilando geralmente entre os sete e os nove representantes do Distrito), tendo chegado a ter um clube na I Divisão e outros três na II Divisão (na temporada de 1969-70); um no escalão principal e dois no secundário (1971-72, 1972-73 e 1975-76); ou três na II Divisão Nacional (1970-71, 1973-74, 1976-77 e 1977-78). Na época de 1991-92 (já noutro esquema competitivo) foram quatro os clubes na “II Divisão B”.

A nível individual, o U. Tomar justifica posição de singular destaque, dado ter sido o único clube do Distrito a militar (por seis vezes, em três ciclos de duas temporadas) na I Divisão Nacional, no seu auge, entre os anos de 1968 e 1976 – com um sublinhado especial para as vitórias averbadas ante FC Porto e Sporting –, fase coroada com a glória maior do título de Campeão Nacional da II Divisão (1973-74), a que junta ainda a disputa da Final dessa prova em 1967-68 (num total de 16 participações neste escalão); para além de se ter sagrado igualmente Campeão Nacional da III Divisão de 1964-65 (tendo sido ainda vencedor de Série nas épocas de 1982-83 e 1989-90).

Por seu turno, os clubes que mais próximo estiveram de poder aspirar a chegar ao escalão máximo do futebol português foram: (i) Torres Novas (total de 24 presenças na II Divisão), justamente na temporada de 1967-68 (2.º classificado da Zona Norte, imediatamente após o U. Tomar); (ii) “Os Leões” de Santarém (25 participações no escalão secundário), vencedor da Série B em 1953-54 (tendo sido 4.º na fase final) e 3.º classificado da Zona Norte em 1954-55 (5.º na fase final); (iii) G. D. Coruchense (5 presenças na II Divisão), 2.º classificado da Zona Sul em 1955-56 (5.º na fase final) e 3.º da Zona Sul em 1956-57 (6.º na fase final); e, mais recentemente, (iv) Fátima, único a disputar (por três vezes) a actual Liga 2 (registando mais 14 presenças na II Divisão “B”), tendo sido 8.º classificado em 2009-10, ainda assim algo distante dos dois lugares de promoção.

Relativamente a conquistas, a nível nacional – e para além do já citado caso do U. Tomar –, detalha-se da seguinte forma o palmarés dos emblemas do Distrito:

  • Fátima – Campeão Nacional da II Divisão “B” (2008-09); Vencedor da Série C e vice-campeão Nacional da II Divisão “B” (2006-07); Vencedor da Zona Sul da II Divisão “B” (2011-12); Vencedor da Série D da III Divisão (1990-91 e 1999-00);
  • U. Santarém – Campeão Nacional da III Divisão (1974-75 e 1984-85); Vencedor da Série C do Campeonato de Portugal (2023-24); Vencedor da Série D da III Divisão (1993-94);
  • “Os Leões” de Santarém – Campeão Nacional da III Divisão (1962-63); Vencedor da Série C da III Divisão (1967-68);
  • G. D. Coruchense – Campeão Nacional da III Divisão (1953-54);
  • Tramagal – Vencedor da Série C e vice-campeão Nacional da III Divisão (1966-67);
  • Cartaxo – Vencedor da Série D da III Divisão (1976-77 e 1979-80):
  • Torres Novas – Vencedor da Série C da III Divisão (1965-66);
  • U. Rio Maior – Vencedor da Série D da III Divisão (1980-81);
  • Samora Correia – Vencedor da Série E da III Divisão (1988-89);
  • Alcanenense – Vencedor da Série D da III Divisão (1995-96);
  • Abrantes FC – Vencedor da Série D da III Divisão (2003-04);
  • Monsanto – Vencedor da Série D da III Divisão (2007-08 e 2010-11).

Num prisma histórico – e para além de “Os Leões” – começaram por notabilizar-se a U. Operária de Santarém, Académica de Santarém, Matrena, Águia Vilafranquense, Operário Vilafranquense, Ferroviários e Alhandra, com várias presenças na II Divisão Nacional, na década de 40.

Precisamente, tendo em consideração a sucessão de “Os Leões” por parte do U. Santarém, a agremiação escalabitana regista a mais extensa série de participações em campeonatos nacionais, num total de 63 épocas consecutivas, entre 1938-39 e 2000-01. Após um interregno de 18 temporadas, o U. Santarém é actualmente o clube preponderante do Distrito, militando na Liga 3.

Nos anos 60 predominaram, ainda “Os Leões”, bem como Torres Novas, Tramagal, Matrena e U. Tomar; para, na década de 70, e para além de tomarenses, escalabitanos (então já por via do U. Santarém) e torrejanos, despontarem igualmente o Alferrarede, U. Almeirim, Amiense, Cartaxo e Alcanenense; vindo a evidenciar-se, no decénio de 80, U. Rio Maior, Samora Correia e Fátima.

Só a partir dos anos 90 se tornam mais assíduos nos Nacionais o Benavente, G. D. Coruchense, At. Riachense e Fazendense, surgindo já na década de 2000 epifenómenos como o Abrantes FC e Monsanto. Mais recentemente, o Alcanenense teve também um novo ciclo, entre 2012 e 2018.

No quadro em anexo apresenta-se síntese de todas as 544 participações dos emblemas filiados na “AFS” em campeonatos de índole nacional, nos seus vários escalões, indicando-se a pontuação obtida por cada clube, época a época, no respectivo escalão – as pontuações indicadas a cor verde traduzem casos de promoção; as apresentadas a cor vermelha correspondem a descidas de divisão.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 7 de Novembro de 2024)

(clicar na imagem para ampliar)

10 Novembro, 2024 at 12:30 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Pré-eliminatória

(“O Templário”, 07.11.2024)

Dos nove clubes da II Divisão Distrital que disputaram a pré-eliminatória da Taça do Ribatejo apuraram-se três para os 1/8 de final; não obstante, apenas um deles, o Vilarense, logrou impor-se a um adversário de escalão superior, o Amiense. Para além da formação de Vilar dos Prazeres, avançam também na prova o Porto Alto e o U. Almeirim (que afastaram equipas do seu campeonato), juntando-se assim à U. Atalaiense, emblema que, por sorteio, ficara isento.

Ao invés, quedaram-se por esta ronda prévia quatro clubes da I Divisão: para além do Amiense, também o Coruchense, At. Ouriense e Salvaterrense, eliminados por primodivisionários.

Nos 1/8 de final teremos, pois, quatro embates entre clubes do escalão principal (Mação-Ferreira do Zêzere, Fazendense-Cartaxo, Samora Correia-Glória do Ribatejo e Abrantes e Benfica-Torres Novas), e outros quatro entre formações de divisão diferente (U. Tomar-Porto Alto, Alcanenense-U. Atalaiense, Entroncamento AC-U. Almeirim e Águias de Alpiarça-Vilarense).

Destaques – A principal nota de realce do passado Domingo foi a imprevista vitória do Vilarense, na recepção ao Amiense, por renhido 3-2; o grupo dos Amiais esteve em vantagem por duas ocasiões, tendo os homens da casa restabelecido a igualdade outras tantas vezes, chegando ao 2-2 aos 45 minutos. Quando se antecipava que a decisão fosse adiada para a marca de grande penalidade, a turma de Vilar apontaria o tento da vitória, em cima do minuto noventa.

O “jogo grande” desta eliminatória inicial, colocando frente-a-frente dois dos clubes com melhor palmarés na prova (o “recordista” Fazendense, com cinco troféus conquistados, e o Coruchense, com três taças ganhas) saldou-se por um nulo, com as duas formações a neutralizar-se, o que, todavia, mais não seria que o adiar da “desforra” do conjunto das Fazendas, mais eficaz no termo de uma longa série de tentativas da marca de grande penalidade, vencendo por 8-7.

Nos outros dois desafios entre emblemas da I Divisão, o Mação superou, com aparente tranquilidade, o At. Ouriense, ganhando por 2-0, tendo o desfecho sido definido em curto intervalo de cinco minutos, entre os 17 e os 22; já o U. Tomar experimentou maiores dificuldades do que se poderia supor, para levar de vencida (3-1) o “lanterna vermelha” do campeonato, Salvaterrense.

Os tomarenses começaram por voltar a ser surpreendidos, vendo-se em desvantagem pouco depois da meia hora de jogo. Tal como sucedera no Entroncamento, outra vez com reacção positiva, bastaram cinco minutos para repor a igualdade, para, no início do segundo tempo, com mais dois golos apontados, confirmarem o triunfo, fixando o “placard” final por volta da hora de jogo. Daí até final, os unionistas optaram por gerir o resultado, não permitindo outras veleidades.

As maiores emoções estavam, ainda assim, reservadas para os confrontos entre clubes de escalão diferente. Começando pelo desafio em que o actual detentor do troféu, Ferreira do Zêzere (líder destacado do campeonato, com o pleno de sete vitórias), recebendo o Moçarriense, correu sérios riscos de, sensacionalmente, poder ser afastado da prova, vendo-se em desvantagem durante largo período, apenas na fase final conseguindo operar a recuperação, acabando por triunfar por 2-1.

Situação análoga se registou nos Riachos, onde a turma local, Riachense, esteve também a ganhar por 1-0 até próximo do final do encontro, por curiosidade, ante o finalista vencido da última edição da prova, o Alcanenense, mas tendo os visitantes revertido tal desvantagem, vencendo igualmente por 2-1.

Merece ainda nota de saliência a goleada aplicada pelo Porto Alto (próximo adversário do U. Tomar) na receção ao Rebocho, ganhando por categórica marca de 6-0. A formação da “AREPA” segue com quatro vitórias na presente edição da Taça (incluindo os três jogos da fase de Grupos, entre clubes da II Divisão), somando já quinze golos marcados, face a apenas dois tentos sofridos.

Surpresa – Para além da proeza do Vilarense, eliminando o Amiense, o desfecho mais imprevisto terá sido o verificado no U. Almeirim-Tramagal, em que os almeirinenses (que ocupam, por agora, modesto 7.º lugar na sua série da II Divisão) golearam por 5-2, e isto depois de os tramagalenses terem, com aparente facilidade, chegado a dispor de vantagem de dois golos, até perto do intervalo, com os anfitriões a reduzir aos 42 minutos. Na segunda metade, dois tentos entre os 73 e 76 minutos, e outros dois apontados já em período de compensação estabeleceram o resultado.

Confirmações – O Águias de Alpiarça, vencendo no terreno do Pontével por 2-0, assim como o Abrantes e Benfica, superando, em casa, o Forense, por igual marca, confirmaram o favoritismo que lhes era atribuído, perante rivais de escalão inferior.

Liga 3 – Depois de, há pouco mais de quinze dias, ter ido ganhar a Oliveira do Hospital (em encontro que se encontrava em atraso da 1.ª ronda), o U. Santarém não conseguiu melhor que empatar a duas bolas, na recepção a este mesmo adversário, na abertura da segunda volta do campeonato (10.ª jornada), e mercê de um tento apontado somente ao minuto 90+7, depois de, por duas vezes, os escalabitanos terem estado a perder.

Este foi já o quarto jogo sucessivo em que o U. Santarém não logrou ganhar em casa, depois dos desaires sofridos ante o Caldas, Belenenses e Sp. Covilhã. Em função deste resultado, baixou ao 6.º lugar (a par do Caldas), não obstante apenas a um ponto do 3.º e 4.º (Atlético e Académica).

Campeonato de Portugal – A atravessar fase muito positiva, o Fátima somou terceiro triunfo sucessivo (após ter batido o União 1919 e o Sertanense), batendo o vice-líder, Alverca “B”, por inesperada marca de 3-0, o que proporcionou aos fatimenses – somando agora 12 pontos em oito jogos – escalar até à 5.ª posição, já com alguma margem de segurança (quatro pontos) em relação à “linha de água”, mesmo que estejamos ainda no primeiro terço da prova, isto tendo por objectivo a realização de uma época o mais tranquila possível, afastando-se da zona perigosa da tabela.

Antevisão – Na retoma da I Divisão Distrital, para disputa da 8.ª ronda, o maior ponto de interesse para os tomarenses será o desafio U. Tomar-Amiense, que marcará o retorno de Marco Marques a uma casa onde obteve grandes sucessos, ao serviço do emblema unionista, quer enquanto jogador, tal como treinador (“bisando” a conquista do título de Campeão Distrital pelo União).

As atenções estarão também centradas no embate entre o vice-líder, Mação, e o Alcanenense, assim como no Samora Correia-Cartaxo. Por seu lado, o comandante, Ferreira do Zêzere, dispõe de amplo favoritismo na recepção à equipa da Glória do Ribatejo, como sucede também no Fazendense-Entroncamento AC, partidas em que não se antecipam eventuais surpresas.

No escalão secundário destacam-se, na 4.ª jornada, os seguintes desafios: Pontével-Moçarriense e Porto Alto-Benavente (Série A); Alferrarede-Caxarias e Pego-Vilarense (Série B).

Na Liga 3, o U. Santarém viaja até Lisboa, para defrontar o Atlético, actual 3.º classificado. Por seu turno, o Fátima, no Campeonato de Portugal, desloca-se ao terreno do Pêro Pinheiro, que, algo inesperadamente, ocupa, por agora, o penúltimo lugar (igualado com o 11.º classificado).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 7 de Novembro de 2024)

10 Novembro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 7ª Jornada

(“O Templário”, 31.10.2024)

Qual “rolo compressor”, parecendo perseguir a senda triunfal registada pelo U. Almeirim há cinco anos – que, então, vencera todos os quinze jogos da primeira volta do campeonato – o Ferreira do Zêzere, não só somou sétimo triunfo consecutivo (nas sete rondas realizadas), como o fez no terreno de um dos adversários teoricamente mais fortes, no que constitui já a quinta vitória extra-muros por parte dos ferreirenses, que, até à data, contam só duas partidas disputadas no seu reduto.

Em paralelo, os rivais não denotam ter capacidade para acompanhar o ritmo imposto pelo líder, vindo, gradualmente, a ceder pontos, registando já o 2.º classificado (agora, o Mação) um atraso de quatro pontos, enquanto Fazendense e Samora Correia distam cinco pontos do comandante. Mais atrasados, ainda: o Cartaxo ficou a longínquos doze pontos; o Abrantes e Benfica está a 13!

Destaques – O primeiro destaque vai, pois, para a vitória averbada pelo Ferreira do Zêzere no Cartaxo, por 2-0, com tentos na parte final de cada uma das partes, em mais uma grande demonstração de força por parte dos ferreirenses, que não dão mostras de poder vacilar.

Com impacto relevante no posicionamento dos primeiros classificados realça-se também o (algo imprevisto) desfecho registado no Coruchense-Fazendense, com a turma do Sorraia a impor a primeira derrota ao grupo das Fazendas, e logo por números bem convincentes (3-0)! Em apenas cerca de quinze minutos a equipa de Coruche arredou o adversário de qualquer veleidade de pontuar: tendo inaugurado o marcador aos quarenta minutos, bastaram dez minutos da segunda parte para fixar o “placard”, sem que os visitantes tivessem conseguido esboçar reacção.

Em evidência pela positiva – parecendo sair da crise de resultados – esteve, enfim, o Abrantes e Benfica, a bater o Torres Novas por renhido 3-2: os torrejanos cedo se colocaram em vantagem, estavam apenas completados os cinco minutos iniciais do desafio, mas os abrantinos tiveram boa reacção, empatando outros escassos cinco minutos volvidos, e concretizando a reviravolta no marcador pouco depois da meia hora de jogo. Numa altura em que estava já reduzido a dez elementos, o Torres Novas ainda conseguiria restabelecer a igualdade (2-2), mesmo em cima do intervalo. A equipa da casa viria a obter o tento da vitória… a cinco minutos do termo do encontro.

As equipas do Mação – agora, a par do comandante, a única também ainda invicta – e do Samora Correia confirmaram o favoritismo de que eram creditadas, frente a opositores da parte baixa da tabela, mas com números e contornos bem distintos.

Os maçaenses, goleando, com aparente facilidade (4-0, não obstante com dois golos obtidos nos cinco minutos finais), um grupo da Glória do Ribatejo, que vem denotando algumas fragilidades, tendo somado já o terceiro desaire caseiro (em quatro jogos realizados no seu terreno).

O conjunto de Salvaterra, batido pelos samorenses por tangencial 2-3, oferecendo boa réplica, começando por abrir o activo, e, já depois de os visitantes terem operado a reviravolta no marcador, tendo ainda reposto o empate (a dois golos), para, de imediato, sofrer o tento decisivo.

Surpresa – Não poderá deixar de considerar-se de algum modo surpreendente o desfecho registado no encontro entre Entroncamento AC e U. Tomar, que se saldou por uma igualdade a duas bolas, sendo que a surpresa esteve mesmo à beira de ser ainda maior.

Até então “lanterna vermelha”, com o pior ataque (apenas um golo marcado) e a defesa mais batida da prova (19 golos sofridos), contando um único ponto, averbado logo na estreia, mercê de um nulo caseiro ante o Glória do Ribatejo, registando, pois, uma série de cinco derrotas sucessivas (a última delas, em Ourém, por impactante marca de 7-0), não se projectaria que o Entroncamento AC pudesse sair vencedor deste embate, mesmo que se saiba que “não há dois jogos iguais”.

Pois, foi o que esteve prestes a suceder: apesar de o União ter entrado melhor na partida, a verdade é que seriam os visitados a marcar, logo à passagem dos dez minutos, tendo, no decurso do tempo, desaproveitado outras ocasiões, mas vindo a aumentar, ainda assim, a vantagem para 2-0, aos 65 minutos. Com o jogo aparentemente perdido, já dentro do último quarto de hora, valeria aos tomarenses uma reacção bem positiva, reduzindo para 1-2, tendo, na sequência do intensificar da pressão, Wemerson Silva bisado, estabelecendo o marcador final, na conversão de uma grande penalidade, no derradeiro lance, já com os seis minutos de tempo de compensação cumpridos.

Confirmações – Nas outras duas partidas, o Alcanenense confirmou o favoritismo, derrotando o Águias de Alpiarça por convincente 4-1, mesmo depois de ter começado por sofrer um pequeno susto, tendo os forasteiros marcado o primeiro golo da contenda, chegando-se ao intervalo em situação de igualdade; por seu lado, Amiense e At. Ouriense dividiram os pontos, numa animada disputa, concluída com o “placard” em 3-3, depois de a turma da casa ter chegado a dispor, por duas vezes, de dois golos de vantagem (2-0 ao intervalo; 3-1 aos 75 minutos) – tendo os visitantes marcado o golo da igualdade no nono minuto do tempo de compensação!

Na metade inferior da pauta classificativa – e tendo o Abrantes e Benfica dado um pequeno “pulo”, até aos oito pontos, pese embora mantenha o 9.º posto –, temos, agora, Amiense e U. Tomar emparelhados na 10.ª posição, ambos com seis pontos, um a mais que o duo formado por At. Ouriense (este com um jogo ainda em atraso) e Glória do Ribatejo; nos três últimos lugares, encontram-se o Águias de Alpiarça (três pontos), Entroncamento AC (dois) e Salvaterrense (um).

II Divisão Distrital – Na série mais a Sul continuam a ser três os clubes com o pleno de pontos (nove), após a disputa das três primeiras jornadas: Porto Alto (que foi golear a Rio Maior, por 4-0), Forense (também com goleada, por 5-0, no Paço dos Negros) e Marinhais (2-1 em Almeirim). Mas o resultado mais em destaque terá sido o 0-4 registado no Benavente-Pontével, agora com estas duas formações imediatamente abaixo do trio da liderança, a par do Moçarriense.

A Norte o guia, Vasco da Gama, cedeu um empate caseiro (3-3) ante o Alferrarede, tendo visto Caxarias, Vilarense e Tramagal (todos vencedores nesta ronda) aproximar-se, só a um ponto. O Riachense goleou a jovem equipa “B” do Abrantes e Benfica por inapelável 9-1!

Liga 3 – O U. Santarém foi surpreendido, tendo sido derrotado, em casa, pelo Sp. Covilhã, por tangencial 1-0, partilhando, no final da primeira volta da prova, o 3.º posto com Caldas e Sporting “B”, a dois pontos do vice-líder, Atlético, e a cinco do comandante, Belenenses (que sofreu o seu primeiro desaire, num reencontro de históricos, em Coimbra, frente à Académica).

Campeonato de Portugal – Foram boas as notícias chegadas da Sertã, onde o Fátima conseguiu arrancar três preciosos pontos, mercê, igualmente, de um solitário golo, que lhe permitem subir à 7.ª posição, pese embora apenas dois pontos acima da “linha de água”.

Antevisão – Os Distritais sofrem a primeira interrupção, para disputa da pré-eliminatória da Taça do Ribatejo, em que se realçam os seguintes confrontos (únicos três – do total de dez jogos – entre emblemas primodivisionários): um aliciante Fazendense-Coruchense (numa espécie de “desforra” do encontro do passado Domingo), Mação-At. Ouriense e U. Tomar-Salvaterrense.

Na Liga 3, na abertura da segunda volta (10.ª ronda), o U. Santarém volta a actuar no seu terreno, tendo a visita do Oliveira do Hospital, actual penúltimo classificado (9.º), apresentando-se como favorito. Na 8.ª jornada do Campeonato de Portugal o Fátima recebe o vice-líder, Alverca “B”, ainda invicto na competição, em jogo que, portanto, se antevê de elevado grau de dificuldade.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 31 de Outubro de 2024)

3 Novembro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 6ª Jornada

(“O Templário”, 24.10.2024)

É verdade que estamos ainda numa fase inicial do campeonato (decorridos 20%), mas não será usual o significativo diferencial de pontuação entre os clubes da parte cimeira e os da segunda metade da tabela: abriu-se um fosso, já de oito pontos (à 6.ª ronda), entre o 5.º e o 9.º classificado!

Tal decorre do conjugar de duas tendências antagónicas: por um lado, para além do trio da frente (Ferreira do Zêzere, Fazendense e Mação) subsistir invicto, mantendo, aliás, os ferreirenses o pleno de triunfos (tendo os mais directos rivais cedido um e dois empates, respectivamente), também Torres Novas e Samora Correia têm tido bom desempenho; em contraposição com o arranque titubeante, sobretudo do Abrantes e Benfica (que reparte a tal 9.ª posição com Amiense, U. Tomar e Glória do Ribatejo), todos, agora, já a quatro pontos do 8.º classificado, Coruchense.

Destaques – O principal realce da jornada vai, precisamente, para a categórica derrota infligida ao Abrantes e Benfica pelo Samora Correia, com os samorenses a marcar três golos sem resposta: abrindo o activo ainda no quarto de hora inicial; aumentando a contagem à beira do intervalo; e fixando o 3-0 final também com quinze minutos decorridos no segundo tempo, não tendo os abrantinos revelado capacidade de reagir à adversidade, pelo menos em termos de efectividade. Este foi o terceiro desaire do Abrantes e Benfica, que conta uma única vitória, logo na estreia.

Também em evidência esteve o Mação, que continua a registar trajectória de solidez, tendo recebido e batido o Cartaxo, que, por seu lado, vem denotando alguma instabilidade, mesmo que o desfecho tenha sido um tangencial 2-1, e com o tento da vitória a ser apontado já em período de compensação. Também os cartaxeiros se voltaram a atrasar, partilhando o 7.º posto com o Coruchense, já a distantes nove pontos do comandante. Não será uma desvantagem insuperável, mas começa a ser de recuperação problemática.

Justamente, o Coruchense, que tivera má entrada na prova, com dois desaires caseiros nas duas primeiras partidas (frente ao Mação e ao Ferreira do Zêzere), tendo, de seguida, vencido o Samora Correia, ainda em casa, por 4-1, somou agora segundo triunfo sucessivo, depois de, na semana anterior, ter derrotado o At. Ouriense. Só que, desta feita, tal vitória foi obtida em terreno alheio, em Tomar, ante o União, que volta a dar um “passo atrás”.

Os unionistas até tiveram um bom início de desafio, assumindo a iniciativa, mas demasiadas falhas deitaram tudo a perder: à passagem dos quinze minutos, a turma do Sorraia vencia já por 2-0. Os tomarenses ainda reduziram, pouco depois da meia hora, mas, noutro erro, originando a sanção com segunda grande penalidade, viram-se novamente com desvantagem de dois golos (1-3), mesmo a findar a primeira parte. O 2-3, alcançado logo aos cinco minutos do segundo tempo, fez ressurgir a esperança, perante as fragilidades defensivas que o Coruchense ia denotando. Mas, na parte final, a equipa nabantina, parecendo apresentar alguma quebra em termos físicos, não conseguiria evitar a derrota, perante um adversário que parecia poder estar ao seu alcance.

Confirmações – Numa ronda sem grandes surpresas a assinalar, os outros cinco desfechos enquadram-se na lógica, mesmo que haja a assinalar a expressão da goleada (7-0) aplicada pelo At. Ouriense ao Entroncamento AC: depois de 2-0 ao intervalo, no segundo tempo os golos sucederam-se a uma cadência inapelável, aos 48, 60, 70, 73 e 87 minutos.

O Alcanenense, em deslocação à Glória do Ribatejo, terá sentido algumas dificuldades para levar de vencida o adversário, mas, para tal, acabaria por bastar o solitário golo marcado logo aos dez minutos. A formação de Alcanena, que soma dez pontos, é agora 6.ª classificada, subsistindo o emblema da Glória a par de abrantinos, tomarenses e amienses.

O Torres Novas impôs-se por 3-2 ao Amiense, tendo-se colocado em vantagem por três vezes: o grupo dos Amiais ainda empatou em duas ocasiões, mas acabaria por sair derrotado devido ao terceiro golo sofrido, já dentro dos cinco minutos finais.

O vice-líder, Fazendense, teve uma tarde relativamente tranquila, pese embora o sobressalto sofrido com o tento do Águias de Alpiarça, a abrir o marcador; mas os homens das Fazendas restabeleceriam a igualdade no minuto imediato, livrando-se de maiores sustos. Pouco depois (mais sete minutos volvidos), consumavam a reviravolta, estabelecendo o 3-1 final à meia hora.

Os últimos são, neste caso, também os primeiros: o líder, Ferreira do Zêzere goleou também, com alguma naturalidade, o Salvaterrense (um dos “lanternas vermelhas”, a par do Entroncamento AC) por inequívoca marca de 4-0: ao fim do minuto inicial já os ferreirenses assumiam a condição de vencedor, que confirmaram com outros dois golos a fechar o primeiro tempo, chegando ao 4-0 à passagem da hora de jogo.

II Divisão Distrital – Não ficou aquém das expectativas o embate entre os dois recém-despromovidos, e supostos candidatos a retornar ao escalão principal, com o Forense a ganhar ao Moçarriense por renhido 4-3, isto depois de os forasteiros terem ensaiado o que, a concretizar-se, teria sido uma sensacional recuperação, a partir da desvantagem de 1-4.

Benavente e Marinhais (com goleadas de 5-1 em Rio Maior e de 4-0 face à equipa “B” do U. Santarém) integram, a par de Porto Alto e Forense, um quarteto de líderes, na Série A, com vitórias nas duas jornadas iniciais. Na Série B, só o Vasco da Gama conseguiu tal registo, sendo guia isolado, à frente do Alferrarede (empate a uma bola com o Riachense), que conta quatro pontos.

Assinala-se ainda o triunfo do Vilarense no reduto do Espinheirense, por 5-3, depois de ter chegado a estar a perder por 1-3!

Taça de Portugal – Como seria expectável, já não subsiste qualquer representante do Distrito na “prova rainha”. O U. Santarém, último resistente, foi batido pelo Moreirense (que milita na I Liga), por tangencial 1-2, na 3.ª eliminatória (1/32 avos de final) da competição.

Antevisão – Na 7.ª ronda do escalão principal, as atenções estarão focadas, sobretudo, no confronto entre Cartaxo e Ferreira do Zêzere, com a liderança a ser colocada à prova. Outro ponto de especial interesse será o Coruchense-Fazendense, enfrentando o perseguidor do guia também uma difícil saída. Anota-se ainda o encontro entre Abrantes e Benfica e Torres Novas. Quanto ao U. Tomar, com uma curta deslocação ao Entroncamento, terá boa oportunidade de poder voltar a somar pontos, mas, para tal, será necessário maior rigor.

Na divisão secundária do Distrital, destacam-se as partidas U. Almeirim-Marinhais, Benavente-Pontével, Tramagal-Espinheirense e Vasco da Gama-Alferrarede.

Na retoma da Liga 3, para disputa da 9.ª jornada (já a encerrar a primeira volta), o U. Santarém recebe o Sp. Covilhã, que oferecerá certamente mais dificuldades do que a sua posição na pauta classificativa (8.º e antepenúltimo) poderia deixar adivinhar.

O Campeonato de Portugal é igualmente reatado, com a 7.ª ronda, na qual o Fátima se desloca à Sertã, para defrontar uma equipa do Sertanense, também a passar por dificuldades, actualmente a fechar a classificação da série (a par do Mortágua), mas, afinal, apenas dois pontos abaixo dos fatimenses, pelo que se tratará de um embate que se antevê repartido.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 24 de Outubro de 2024)

27 Outubro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 5ª Jornada

(“O Templário”, 17.10.2024)

Cinco jogos, cinco vitórias, com a particularidade de quatro (!) delas terem sido obtidas em terreno alheio, guia isolado do campeonato, melhor ataque (13 golos marcados) e melhor defesa (3 golos sofridos) – números que, por coincidência partilha com o vice-líder Fazendense –, o Ferreira do Zêzere promete uma época que poderá vir a ser memorável para as suas cores.

Por seu lado, o U. Tomar reencontrou-se, enfim, com as vitórias, de que estivera arredado durante sete jogos, desde há… sete meses; um triunfo determinante para que possa serenar.

Destaques – Depois de ter vencido já em Coruche, o Ferreira do Zêzere volta a estar em destaque, tendo ido ganhar, desta feita, no reduto de um dos clubes de maior potencial da competição, o Abrantes e Benfica, por 2-1. Foi uma vitória difícil, suada, “arrancada a ferros”, depois de os abrantinos se terem colocado em vantagem pouco depois da meia hora de jogo. Os ferreirenses restabeleceram a igualdade logo a abrir a segunda parte, mas o tento decisivo só chegaria aos 90+3 minutos. Em qualquer caso, o mais importante foi conseguido.

Não desarmando na perseguição ao comandante, o Fazendense obteve também um bom triunfo, igualmente por 2-1, na deslocação a Alcanena, numa partida com contornos diferenciados: os visitantes marcaram logo aos seis minutos, tendo ampliado a contagem já nos derradeiros dez minutos; o Alcanenense não conseguiria ir além do “ponto de honra”, também já em período de compensação. A turma das Fazendas – que conta já três vitórias fora de casa, frente a adversários renomados como são os casos de U. Tomar, Torres Novas e Alcanenense – apenas cedeu pontos no empate caseiro ante o Samora Correia.

Precisamente, os samorenses estiveram também em evidência, ao ir ganhar a Amiais de Baixo, por renhido 3-2, o que lhes proporciona continuar a partilhar o 4.º posto com o Torres Novas, agora apenas um ponto abaixo do Mação, a três do Fazendense, e a cinco do líder.

Anota-se que foi, aliás, a turma do Amiense a marcar primeiro, logo aos quatro minutos, tendo, inclusivamente, ampliado a contagem para 2-0, apenas cinco minutos volvidos. Porém, não conseguiria segurar essa vantagem, com o Samora Correia rapidamente a reduzir para 1-2, à passagem do quarto de hora; e, num período frenético, a empatar a meio da primeira parte! Na etapa complementar, consumar-se-ia a inversão no marcador, pouco depois da hora de jogo.

Numa ronda com cinco vitórias extra-muros, o Torres Novas obteve a marca mais dilatada, goleando uma fragilizada equipa do Entroncamento AC por 5-0, números bastante pesados, a denotar um “baixar de braços” na parte final do desafio por parte dos visitados.

O último triunfo fora de casa, que se realça, foi averbado pelo U. Tomar, tendo ido ganhar a Alpiarça, batendo o Águias por 2-1, obtendo um sucesso fora de portas, o que os unionistas não alcançavam há quinze jogos, desde Maio de 2023 (em Salvaterra, na penúltima ronda da época 2022-23, na “antecâmara” da conquista do título de Campeão Distrital).

Não tendo tido boa entrada em jogo, concedendo a iniciativa ao adversário, os tomarenses viram os alpiarcenses adiantar-se no marcador à meia hora, saindo para o descanso em desvantagem. Não obstante, no segundo tempo, num intervalo de apenas quatro minutos, entre os 51 e os 55, o União operou a reviravolta, com dois tentos, que lhe proporcionaram tão importante triunfo, não sem que a equipa tivesse ainda de sofrer, para preservar a vantagem até final.

Surpresa – Em função do desempenho evidenciado até esta jornada, não se esperaria que o Salvaterrense lograsse pontuar ante um dos, até então, 2.º classificados, Mação. Os maçaenses até começaram por marcar cedo, por volta dos doze minutos, e, quando esperariam ter os três pontos “garantidos”, acabariam por vir a sofrer o tento do empate (1-1) aos 90+6 minutos, no que constitui o primeiro ponto somado pelos homens da Salvaterra de Magos neste campeonato.

Confirmações – Ao invés, eram expectáveis as vitórias: do Coruchense, pese embora por magro 1-0, mercê de um golo alcançado já no último quarto de hora; assim como do Cartaxo, que se esmerou, obtendo o seu melhor resultado desta época, goleando o Glória do Ribatejo por 5-1.

Na sequência dos desfechos do passado Domingo, temos agora um trio na cauda da tabela, somente com um ponto somado (cada), integrando At. Ouriense (ainda com um jogo em atraso), Salvaterrense e Entroncamento AC; imediatamente acima, posiciona-se o Águias de Alpiarça (três pontos); tendo-se formado um quarteto, entre o 9.º e o 12.º lugar, igualado a cinco pontos, do qual fazem parte ilustres nomes como os de U. Tomar, Abrantes e Benfica e Amiense, para além da formação da Glória do Ribatejo. O Coruchense é 8.º classificado, com mais um ponto (seis).

II Divisão Distrital – No arranque do campeonato do escalão secundário – este ano englobando 25 concorrentes, repartidos em duas séries, sendo que, ao contrário do que vinha sendo habitual, não haverá fase final, de apuramento de Campeão, mas sim, directamente, a Final entre o vencedor de cada série, disputando os dois 2.º classificados a terceira vaga de promoção – esteve em grande evidência o Moçarriense, ao golear, por 7-1, o Rebocho.

Ainda na Série A, o Forense obteve também um bom triunfo (por tangencial 1-0) em Pontével. Já na Série B, foi impróprio para cardíacos o Vilarense-Tramagal, tendo os forasteiros acabado por se impor, por disputado 4-3. Por seu lado, o Caxarias bateu a U. Atalaiense por 4-1. O outro recém-despromovido da I Divisão, Vasco da Gama, foi mais comedido, ganhando por 2-1 ao Pego.

Liga 3 – Em jogo de acerto de calendário, o U. Santarém voltou a averbar importante vitória na condição de visitante, desta feita em Tábua, frente ao Oliveira do Hospital, por 2-1, em encontro da 1.ª jornada, que tinha sido adiado. Os escalabitanos ascenderam assim a um notável 3.º lugar, somente a dois pontos do Atlético, e a seis do comandante, Belenenses.

Antevisão – A 6.ª jornada da I Divisão Distrital integra alguns aliciantes embates, nomeadamente o U. Tomar-Coruchense (dois recentes Campeões Distritais, esta temporada distantes dos lugares cimeiros), o Samora Correia-Abrantes e Benfica, o Mação-Cartaxo (envolvendo quatro clubes com aspirações), ou o Torres Novas-Amiense, entre emblemas com largo historial na prova.

Na II Divisão Distrital, que avança para a sua 2.ª ronda, destacam-se as partidas: Forense-Moçarriense (um embate entre candidatos à subida, depois de terem disputado, na época anterior, o escalão principal); Porto Alto-U. Almeirim; Espinheirense-Vilarense; e Pego-Caxarias.

A Liga 3, assim como o Campeonato de Portugal, continuam em pausa, para disputa da 3.ª eliminatória (1/32 de avos de final da Taça de Portugal), fase da competição em que o Distrito conta um único representante, o U. Santarém – que, depois de ter afastado dois adversários dos Distritais (Sacavenense e Monção) enfrenta agora (no seu terreno) o Moreirense, da I Liga.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Outubro de 2024)

20 Outubro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 4ª Jornada

(“O Templário”, 10.10.2024)

Depois de dois empates, duas derrotas, em Alcanena, e em casa, ante o Fazendense. Por curiosidade – e embora as temporadas não sejam comparáveis, dado o U. Tomar não ser, esta época, mais do que candidato a fazer um campeonato tranquilo – também em 2022-23, quando se sagraram Campeões, os unionistas haviam perdido em Alcanena e, em Tomar, com o Fazendense.

Destaques – Porém, mesmo que estes desaires não sejam comprometedores em termos pontuais, urge, em termos anímicos, começar a somar pontos. Até porque a derrota do passado Domingo poderá, de alguma forma, deixar marca, dados os seus expressivos números (1-4) – tendo, aliás, a turma das Fazendas chegado mesmo ao 4-0 –, em qualquer caso, margem que terá sido demasiado dilatada face ao que as duas equipas exibiram dentro de campo.

Os forasteiros colocaram-se em vantagem próximo da meia hora de jogo, tendo ampliado a contagem ainda antes dos dez minutos da segunda metade; para, com outros dois tentos de rajada, aos 70 e 72 minutos, selarem o desfecho da partida – destaca-se o segundo jogo seguido de Carlos Bacalhau a bisar, somando já cinco tentos, liderando a tabela de goleadores. O União, não se entregando, viria a obter o seu ponto de honra já no derradeiro quarto de hora.

Ao invés, o Ferreira do Zêzere prossegue a sua senda triunfal, tendo goleado, pela mesma marca (4-1) o até então ainda invicto Amiense. E até foram os homens dos Amiais a provocar um susto, marcando primeiro; valeu, em primeira instância, um auto-golo, em cima do intervalo, a restabelecer a igualdade. Na etapa complementar os ferreirenses impuseram os seus argumentos, com mais três golos apontados, mantendo a liderança isolada, com dois pontos de avanço.

Em destaque esteve também o Mação – o outro vice-líder, a par do Fazendense – que, num embate entre aspirantes aos lugares de topo, acabou por ter alguma felicidade, derrotando o Abrantes e Benfica por 2-0, com os dois tentos apontados já em período de compensação (aos 91m, também mercê de um tento na própria baliza, confirmando a vitória aos 90+8 minutos). Foi o primeiro desaire dos abrantinos, mas que, tendo cedido outros dois empates, baixaram ao 8.º lugar.

O Torres Novas obteve um bom triunfo ante o Coruchense, por tangencial 2-1, com a singularidade de todos os três golos terem sido concentrados num intervalo de apenas quatro minutos: os torrejanos abriram o activo à meia hora; o grupo do Sorraia ainda empatou, apenas três minutos volvidos; para, logo no minuto imediato, os visitados chegarem ao golo da vitória.

No Cartaxo, os locais continuam a ceder pontos (terceiro empate em quatro rondas disputadas), tendo, aliás, evitado a derrota, outra vez, praticamente ao cair do pano, empatando a duas bolas na recepção ao Alcanenense, que mantém o bom desempenho que vem registando, partilhando a 4.ª posição com o Samora Correia e o Torres Novas, mas contando um jogo em atraso.

Os comandados de José Torcato entraram “a todo o gás”, marcando logo no primeiro minuto, e dilatando a vantagem para 2-0 aos nove minutos. Terá sido muito importante o facto de os cartaxeiros terem logrado reduzir no minuto seguinte; porém, só conseguiriam restabelecer a igualdade já dentro dos cinco minutos finais.

Surpresa – Não seria porventura expectável que o Águias de Alpiarça, que vinha de três desaires sofridos em outros tantos desafios disputados, pudesse sair vitorioso da deslocação a Ourém. Pois, foi o que sucedeu, tendo o At. Ouriense (goleado na semana anterior nas Fazendas) perdido por 1-2: os alpiarcenses chegaram mesmo ao 2-0, aos nove e 58 minutos; tendo os donos da casa reduzido para a diferença mínima apenas com seis minutos decorridos no tempo de compensação.

Com este triunfo o Águias deu um salto, para o 12.º posto, relegando o U. Tomar para o 13.º lugar, enquanto o At. Ourém (menos um jogo) partilha a penúltima posição com o Entroncamento AC.

Confirmações – Nos restantes dois jogos assinalam-se triunfos caseiros, mais previsível o do Samora Correia ante o Entroncamento AC (por 3-1, anotando-se que os visitantes ainda chegaram ao intervalo empatados a um), mas também dentro do expectável, no “derby” do município de Salvaterra de Magos, com a turma da Glória do Ribatejo a bater o Salvaterrense por 2-1, depois, de, também nesta partida, as duas formações terem ido para o descanso igualadas a uma bola.

O conjunto da Glória, com um arranque positivo, emparceira na tabela com equipas cotadas como são as do Abrantes e Benfica ou do Amiense, igualados a cinco pontos, à frente do Coruchense (11.º classificado), que soma apenas três, fruto de uma vitória, tendo sofrido já três desaires. Já o Salvaterrense mantém a posição de “lanterna vermelha”, só com derrotas (quatro).

Taça do Ribatejo – Chegou ao fim a fase prévia desta prova (três jornadas), na qual participaram os clubes da II Divisão Distrital, tendo garantido o apuramento os seis vencedores de série (Forense, Vilarense, Tramagal, Porto Alto, Riachense e Rebocho), assim como os quatro melhores de entre os 2.º classificados, a determinar de acordo com regras de alguma complexidade.

Liga 3 – O U. Santarém, em viagem aos Açores, obteve um bom triunfo em Angra do Heroísmo, ante o Lusitânia (seu rival na disputa pela subida na época passada), por 2-1, tendo o tento decisivo sido apontado já em período de “descontos”, isto depois de, logo aos vinte minutos, os escalabitanos terem começado por se colocar em vantagem.

Ainda com um jogo em atraso, o U. Santarém subiu ao 5.º posto, somente a dois pontos do trio que reparte a vice-liderança – Atlético, Sporting “B” e Caldas, estes já seis pontos abaixo do comandante destacado, Belenenses.

Campeonato de Portugal – O Fátima deu a melhor resposta às inquietações que poderiam começar a pairar, tendo, por fim, à 6.ª jornada, averbado a primeira vitória, por 1-0, ante o União 1919. Somando aos três empates registados, os fatimenses totalizam agora seis pontos, o suficiente para, pela primeira vez, transpor a “linha de água” (ocupam agora o 9.º lugar, a par com o Benfica e Castelo Branco), tendo, pois, deixado a zona de despromoção… o que, no final da temporada, será igualmente relevante para as contas do Distrital (caso o Fátima venha a conseguir assegurar a manutenção, serão apenas dois os clubes a despromover à II Divisão Distrital).

Antevisão – Na 5.ª ronda do escalão principal do Distrital destaca-se o confronto entre Abrantes e Benfica e Ferreira do Zêzere, um sério desafio à campanha triunfal do guia, mesmo que os ferreirenses entrem em campo bastante mais moralizados. Outro embate que se projecta de alta intensidade será o Alcanenense-Fazendense.

Por seu lado, o U. Tomar desloca-se a Alpiarça, onde encontrará uma equipa do Águias muito mais confiante, depois da vitória arrancada em Ourém.

Arranca neste Domingo o campeonato do escalão secundário, realçando-se os encontros: Pontével-Forense (Série A), Vilarense-Tramagal (Série B)

Na Liga 3 estará em pausa a sequência regular do campeonato, aproveitando-se para colocar em dia jogos em atraso, como é o caso do Oliveira do Hospital-U. Santarém, da 1.ª jornada. Também o Campeonato de Portugal sofre um interregno, com a 6.ª ronda agendada apenas para dia 27.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 10 de Outubro de 2024)

13 Outubro, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

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