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O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/2 finais (2.ª mão)

(“O Templário”, 24.04.2025)

Faltando pouco mais de um mês para o termo da temporada, perfilam-se ainda, nesse curto horizonte temporal, nada menos de três aliciantes embates entre Ferreira do Zêzere e Samora Correia, as duas equipas que vêm dominando o futebol distrital nesta época: o primeiro deles, já neste domingo, em Samora, poderá até vir a ditar, desde logo, o novo Campeão Distrital; mais adiante, a Final da Taça do Ribatejo; e, por fim, quase de certeza, a Supertaça Dr. Alves Vieira.

Isto, porque, confirmando o favoritismo de que eram creditados, os emblemas de Ferreira e de Samora garantiram, na passada sexta-feira, o apuramento para a final da Taça: no caso dos ferreirenses, bisando a presença no desafio decisivo, que disputaram igualmente (tendo, aliás, saído vencedores) no ano anterior, no que será a terceira final da história do clube do Zêzere, e em busca da conquista do terceiro troféu na prova; já os samorenses chegam à final pela quinta vez (fase de que se encontravam arredados há 28 anos!), também à procura da sua terceira Taça.

Destaques – Tendo vencido, na 1.ª mão, em Abrantes, por categórica marca de 3-0 (por coincidência, repetindo, precisamente pelos mesmos números, o triunfo ali averbado há um ano, em idêntica fase do torneio), a qualificação do Ferreira do Zêzere para mais uma final mais não seria do que o cumprir de uma “formalidade”. Mesmo que o Abrantes e Benfica cedo (logo aos sete minutos) se tenha colocado em vantagem na partida da 2.ª mão, tal não terá chegado para que pudesse acalentar ainda alguma esperança, tendo os donos da casa empatado meia hora depois.

Na etapa complementar, o bis de Ivan Alves, apontado a meio do segundo tempo, proporcionou aos ferreirenses obter nova vitória, desta feita por tangencial 2-1, mas resultando num desnivelado agregado de 5-1, no conjunto das duas mãos (ainda mais convincente que o 3-0 de 2023-24).

Em Samora, e, contra o que seriam as expectativas, com a eliminatória ainda em aberto (na sequência da igualdade a uma bola registada em Tomar), a turma local, algo paradoxalmente – atendendo ao desempenho de ambas as formações no campeonato – nunca pareceu sentir-se verdadeiramente confortável, mesmo que tenha marcado ainda no quarto de hora inicial.

Desta vez com boa entrada em jogo, coube inclusivamente aos unionistas a primeira grande oportunidade de golo, todavia desaproveitada, dado não terem sido expeditos na concretização do lance. Surpreendentemente, o União conseguira instalar-se no meio-campo contrário, com os samorenses, algo amorfos, a denotar dificuldades em construir jogadas fluidas.

Porém, como tantas vezes tem sucedido, bastaria uma desconcentração defensiva, não perdoada pelos anfitriões, para, na primeira descida à área dos tomarenses, logo chegarem ao golo. Que acabaria por ser o único do desafio, tendo o 1-0 perdurado até final. Ao longo do (muito) tempo que faltava ainda jogar, os visitantes, com grande empenho, mas com escassas alternativas, não teriam ocasião tão propícia para marcar, como a que tinham desperdiçado de início.

Naturalmente, dispondo de outros recursos, e procurando tirar partido do adiantamento contrário (a equipa nabantina acabaria o jogo com os defesas centrais instalados na zona de ataque, na expectativa de algum ressalto), o Samora Correia teria ainda, já na parte final do encontro, um par de outras oportunidades, que também não seriam concretizadas, devido a algum atabalhoamento.

O grupo tomarense, dando boa conta de si, dignificando as cores do clube, teve a virtude de manter incerto até final o desfecho do jogo (e, portanto, da própria eliminatória), tendo ainda, num ou noutro lance de bola parada, procurado assustar o adversário, mas o “placard” não se alteraria.

Fica, em retrospectiva, o registo de uma campanha bem positiva do U. Tomar, que alcançou as meias-finais apenas pela 5.ª vez no seu historial (2003, 2018, 2020, 2021 e 2025 – só na época de 2017-18 tendo logrado chegar à Final, que venceria, conquistando o seu único troféu na prova), tendo sucessivamente afastado as equipas do Salvaterrense, Porto Alto e Fazendense.

I Divisão Distrital – Torres Novas, Mação, Entroncamento AC e Alcanenense aproveitaram o feriado de sexta-feira de Páscoa para realizar, antecipadamente, os encontros da 26.ª jornada da I Divisão Distrital, tendo os donos da casa levado a melhor sobre os respectivos oponentes.

Depois do passo em falso na ronda anterior, com um algo imprevisto desaire sofrido na Glória do Ribatejo, o Torres Novas voltou às vitórias, batendo por 2-1 o Mação, que somou quarta derrota nos últimos cinco jogos. Os torrejanos consolidam, assim, a 4.ª posição, agora com mais quatro pontos que o Coruchense, equipa que, não obstante, conta um jogo a menos realizado.

Em fase ainda pior que a dos maçaenses está a formação de Alcanena, “estacionada” nos 40 pontos há seis jornadas, acumulando, pois, uma série de seis derrotas consecutivas. O Alcanenense perdeu no Entroncamento por 3-1 (destacando-se o “hat-trick” apontado por Elijah Alao),

Com esta segunda vitória sucessiva (superando um ciclo muito negativo de oito derrotas), o Entroncamento AC conseguiu a recolagem pontual (16 pontos) à equipa da Glória do Ribatejo – em paralelo, praticamente sentenciando o destino do “lanterna vermelha” Salvaterrense (sete pontos mais abaixo) –, podendo porventura vir a causar ainda alguma intranquilidade às formações do Águias de Alpiarça (13.º, 20 pontos), Cartaxo (21) e, no limite, até ao Amiense (22).

Liga 3 – Os clubes que participam nas duas séries de disputa de manutenção (tendo já o U. Santarém a permanência garantida) tiveram breve pausa na competição, apenas tendo prosseguido (já com dez jornadas realizadas, do total de 14) a fase final, de apuramento de Campeão, em que o Lusitânia de Lourosa (22 pontos) surge muito bem encaminhado para a promoção, com oito pontos de avanço face ao 3.º (Varzim) e 4.º classificados (Belenenses). Em posição de subida directa está, igualmente, nesta altura, a equipa “B” do Sporting (2.º lugar), que soma 16 pontos.

Campeonato de Portugal – Também esta prova teve um interregno, na transição da fase regular para a fase final, para disputa das quatro vagas de promoção, tendo sido, entretanto, realizado o seu sorteio, que ditou o seguinte alinhamento de jogos para o Fátima (Série B – Sul): deslocação ao terreno do Lusitano de Évora, recepção a O Elvas e visita ao Amora, com a correspondente reciprocidade na segunda volta, que se estenderá até dia 1 de Junho. Todas as equipas partem a “zeros”. Na Série A – Norte participam: Leça, Marco 09, Paredes e V. Guimarães “B”.

Antevisão – Na retoma da I Divisão Distrital – para realização dos seis desafios restantes, da 26.ª jornada –, todas as atenções estarão focadas no empolgante confronto entre Samora Correia e Ferreira do Zêzere, respectivamente vice-líder e comandante, separados por dez pontos. Ficando a faltar apenas doze pontos em compita, até final do campeonato, os ferreirenses farão a grande festa, da conquista do título de Campeão Distrital, caso consigam somar 15.º triunfo consecutivo.

Ao invés, os samorenses, únicos a conseguir retirar pontos ao rival, em todo o campeonato (!), tendo, inclusivamente, ido vencer a Ferreira, procurarão adiar um pouco mais o desfecho do campeonato: caso ganhem, reduzirão o atraso para sete pontos, o que implicaria que o líder necessitasse ainda de obter duas vitórias; num cenário de empate, os ferreirenses poderiam, ainda assim, confirmar o título na semana seguinte, ganhando na recepção ao Torres Novas.

O U. Tomar, que recebe o Cartaxo (noutro ciclo negativo, de cinco derrotas), procurará materializar em pontos os bons indícios que deixou transparecer na partida em Samora Correia.

Na divisão secundária destacam-se as partidas: Marinhais-Forense e Riachense-Vilarense.

Na Liga 3, o U. Santarém tinha agendada, para o feriado de 25 de Abril, a recepção ao Lusitânia, que se reveste de cariz crucial para os açorianos, ainda com esperanças na manutenção. No arranque da fase final do Campeonato de Portugal, o Fátima visita a “cidade-museu”, Évora.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 24 de Abril de 2025)

27 Abril, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 25ª Jornada

(“O Templário”, 17.04.2025)

Foi preciso esperar pela 25.ª jornada (de um total de trinta de que se compõe este campeonato) para, numa raríssima conjugação de resultados, todos os clubes que ocupavam as quatro últimas posições da tabela (Amiense, Glória do Ribatejo, Entroncamento AC e Salvaterrense) averbarem vitórias, numa acesa disputa pela manutenção – sendo que não haviam conseguido, até esta fase já final da prova, somar mais do que dois triunfos numa mesma ronda; anotando-se, aliás, que, em 14 das (24) jornadas precedentes, nenhuma dessas quatro equipas tinha saído vencedora!

Tão inusitada quanto essa combinação vitoriosa foi a coincidência de todos os cinco emblemas classificados entre o 4.º e o 8.º posto terem sido derrotados, o que nunca sucedera (apenas na 19.ª ronda se tinha registado o facto de nenhum deles ter vencido, mas tendo somado quatro empates).

O Ferreira do Zêzere prossegue a sua senda triunfal (ampliando para 14 a fantástica série de vitórias consecutivas), cada vez mais próximo do grande objectivo; se, antes, precisaria de ganhar (no máximo) três jogos para confirmar matematicamente a conquista do título, faltar-lhe-ão, agora, apenas seis pontos – sendo que, por sortilégio do calendário, se desloca, na próxima ronda, ao terreno do vice-líder, Samora Correia, onde, caso venha a ganhar, fará desde logo a festa!

Destaques – Começando, então, uma apreciação mais particularizada sobre os triunfos das equipas da cauda da tabela, as maiores proezas, e, também, as que, potencialmente, se revestirão de principal relevância, terão sido as obtidas pela Glória do Ribatejo e pelo Entroncamento AC – de alguma forma a minorar o impacto da vitória do “lanterna vermelha”, Salvaterrense, que, restando disputar cinco jogos, subsiste a considerável distância, de sete pontos, da “linha de água”.

Na Glória, a turma local teve “alma” para, defrontando o 4.º classificado, Torres Novas (que tinha em curso uma notável série de sete triunfos e dois empates, nos nove desafios disputados na 2.ª volta, e que marcara, nas três rondas anteriores, um impressionante total de 17 golos!) –, e já depois de se ter visto igualada a uma bola no marcador, com um “penalty” sofrido a cinco minutos do termo do tempo regulamentar (10.º jogo consecutivo de Miguel Miguel a marcar) –, ir ainda em busca de uma vitória que poderá ser crucial, fixando o 2-1 final já em período de “descontos”.

Também o Entroncamento AC, naturalmente não querendo dar tréguas, fazendo “prova de vida” (interrompendo uma série muito negativa, de oito derrotas sucessivas, e de nove jogos sem ganhar), conseguiu, ante o 5.º classificado, Coruchense, vencer por 2-1, no que foi, pois, o seu primeiro triunfo nesta segunda parte do campeonato. Cedo tendo inaugurado o marcador (ainda no quarto de hora inicial), permitiria ao grupo do Sorraia empatar poucos minutos volvidos, vindo a chegar ao tento da vitória igualmente já para lá dos noventa minutos.

Perante estes dois desfechos, poderá ter sido algo inconsequente a vitória averbada pelo Salvaterrense ante o U. Tomar, por tangencial 1-0, mercê de um golo apontado a meio da segunda parte. A formação de Salvaterra de Magos contava, até então, um único êxito, na 14.ª jornada (disputada há três meses), no Entroncamento; porém, restando menos um jogo por realizar, viu manter-se um importante atraso em relação à Glória, primeira equipa acima da zona de descida.

Foi, para o U. Tomar (bastante desfalcado), mais um resultado muito negativo (perante um opositor que, nas duas semanas anteriores, sofrera pesadas goleadas, por 3-8, em casa, ante o Torres Novas; e por 5-0, em Ourém), falho de capacidade ofensiva, e, adicionalmente, a revelar também dificuldades para suster as iniciativas do adversário. A melhor oportunidade de golo para os tomarenses só apareceu em tempo de compensação, com um remate de Siaka Bamba à trave…

A última das quatro vitórias dos clubes da parte baixa da pauta classificativa seria, em teoria, mais expectável, atendendo a que o Amiense (então 13.º classificado, tendo subido, entretanto, à 11.ª posição) recebia o Águias de Alpiarça (que, consequentemente, baixou do 12.º ao 13.º lugar), com o conjunto dos Amiais a ganhar por 2-0, quebrando assim um jejum de sete jogos.

Confirmações – Vistas que foram as (imprevistas) derrotas do 4.º e 5.º classificados (Torres Novas e Coruchense, respectivamente), os desaires sofridos por Abrantes e Benfica, Alcanenense e Mação serão mais enquadráveis dentro da lógica, dado terem ocorrido frente aos três clubes do pódio, confirmando, pois, o seu favoritismo – aproveitando, em paralelo, para consolidar, talvez de forma definitiva, as posições que ocupam na tabela, de modo ininterrupto, e, aliás, sem qualquer alteração, há cinco meses, desde a já longínqua 10.ª jornada.

O embate que se antevia mais renhido colocava frente-a-frente o Abrantes e Benfica (6.º) e o Fazendense (3.º); pois, a turma das Fazendas superou este teste com distinção, ganhando, não obstante por via de um solitário golo, marcado à beira do intervalo, numa altura em que jogava – já desde os 30 minutos – em inferioridade numérica, o que teve de aguentar durante uma hora.

Em Mação, a turma local recebia o Samora Correia, acabando por ser derrotada por tangencial 3-4, mas após os samorenses terem chegado ao intervalo em vantagem por 4-1, pelo que nunca a vitória forasteira terá chegado a estar verdadeiramente em causa, isto depois de terem sido também os visitantes a inaugurar o marcador. Esta foi a terceira derrota dos maçaenses nas quatro jornadas mais recentes (apenas tendo vencido em Alcanena).

O comandante, Ferreira do Zêzere, cumpriu o seu papel, precisamente em Alcanena, impondo ao grupo local quarta derrota sucessiva, com os ferreirenses, outra vez, a ganhar por 2-0, desbloqueando o jogo, que não se revelava fácil, apenas na segunda metade do desafio.

Resta abordar o oitavo encontro da jornada, entre o Cartaxo (que desceu ainda uma posição, para o 12.º posto, tendo sido ultrapassado pelo Amiense) e o At. Ouriense (9.º na tabela, completamente isolado, a sete pontos do Mação; e com oito de vantagem em relação ao U. Tomar). Os visitados marcaram primeiro, mas, uma vez mais, mostraram-se impotentes para evitar o que foi a sua quinta derrota consecutiva, tendo chegado ao intervalo já em desvantagem (1-2), com a formação de Ourém a ampliar para 3-1, antes de os cartaxeiros estabelecerem o “placard” final de 2-3.

II Divisão Distrital – Também no escalão secundário se aproxima a hora das decisões, com Porto Alto (nove pontos de avanço, a quatro jornadas do fim) e Tramagal (vantagem de 13 pontos, quanto faltam disputar seis jogos ao seu rival mais próximo, Vasco da Gama) cada vez mais perto de verem confirmado o ansiado regresso à divisão principal do futebol distrital.

O Porto Alto obteve suada vitória, no terreno do Forense (3.º classificado) por 3-2, depois de ter chegado a dispor de vantagem de 2-0, mas tendo permitido ao adversário restabelecer o empate. Já o Tramagal teve uma tarde tranquila (triunfo por 3-1) ante a equipa “B” do Abrantes e Benfica.

Na disputa pelo 2.º lugar das duas séries (que dará acesso ao “play-off” para apuramento do terceiro clube a promover), o Pontével (batendo o U. Almeirim por categórico 3-0), dilatou, para seis pontos, a diferença em relação ao Forense, tirando partido do insucesso deste. O Vasco da Gama não foi além do nulo no reduto do Caxarias, enquanto o Vilarense (igualado em pontos, mas com dois jogos a mais) cedeu comprometedor empate (1-1) caseiro, ante a equipa da Ortiga.

Liga 3 – O U. Santarém voltou a ganhar, por 1-0, na visita às Caldas, reforçando o 2.º lugar, a dois pontos do guia, Académica, quando restam disputar as duas últimas rondas.

Campeonato de Portugal – O Fátima, pese embora tenha sido derrotado (2-0) em Mortágua, beneficiou do desaire do Arronches e Benfica (0-1) na recepção ao vencedor da Série C (O Elvas), para confirmar o 2.º lugar final, garantindo o acesso à fase de promoção à Liga 3, onde enfrentará, para além do emblema raiano, o Lusitano de Évora e o Amora (apurados da Série D).

Antevisão – Realizam-se, no feriado desta sexta-feira de Páscoa, os jogos da 2.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, com o Ferreira do Zêzere a receber o Abrantes e Benfica (com os ferreirenses já com “pé e meio” na final, dado terem vencido em Abrantes por 3-0), enquanto o U. Tomar se desloca a Samora Correia, ainda a poder “sonhar”, depois do 1-1 em Tomar.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Abril de 2025)

20 Abril, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 24ª Jornada

(“O Templário”, 10.04.2025)

A 24.ª jornada do Distrital da I Divisão foi, outra vez, bem recheada de golos, com um total de 34 (afinal, não assim tão longe dos 38 tentos da ronda precedente), mercê de mais algumas goleadas, impostas pelo Abrantes e Benfica (6-0), At. Ouriense (5-0) e Torres Novas (4-0), tendo havido também cinco golos nas partidas disputadas em Samora Correia (4-1) e nas Fazendas (3-2).

No topo da tabela, o Ferreira do Zêzere, pese embora de forma mais sóbria (2-0), somou a sua 13.ª vitória consecutiva no campeonato, estabelecendo novo “record” na presente temporada, superando o primeiro objectivo tão propalado pelo seu treinador, Mário Nelson, o de obter mais pontos (69 – ainda com seis jogos por disputar!) do que os averbados na época anterior (68).

Mas os números são por demais elucidativos da superioridade dos ferreirenses: 74 golos marcados (média acima de três golos por jogo) e somente 12 sofridos (meio golo em média), que lhe conferem também a liderança destacada como melhor ataque e melhor defesa, numa prova quase perfeita, não fosse um grãozinho na engrenagem, que impediu o que seria o pleno de (24) vitórias.

Dos oito clubes da primeira metade da tabela apenas o Alcanenense (de novo) e o Mação não ganharam; enquanto que, das restantes equipas, só At. Ouriense e Águias de Alpiarça venceram.

Destaques – Justamente, o desafio com desfecho mais relevante foi o que colocou frente-a-frente o Águias de Alpiarça e o Entroncamento AC, fulcral na disputa pela permanência, tendo os alpiarcenses triunfado por 3-1 – tendo, aliás, chegado mesmo a dispor de vantagem de três golos, antes de os forasteiros alcançarem o “ponto de honra”, já em período de compensação.

Em função da vitória, o Águias, tendo ampliado, para dez pontos, o diferencial face a este opositor, terá praticamente garantido também a continuidade no escalão principal, cumprindo assim o objectivo da época, deixando a definição dos dois emblemas a despromover a cargo do triunvirato formado por Glória do Ribatejo (13 pontos), Entroncamento AC (10) e Salvaterrense (6).

Deste encontro fica ainda a curiosa nota de um desafortunado jogador do Entroncamento AC ter marcado o que é já o terceiro golo na sua própria baliza (depois do sucedido frente ao Cartaxo e Ferreira do Zêzere, na 15.ª e 18.ª rondas), com a ressalva de que, em qualquer dos três casos, tais lances infelizes acabaram por não ter influência determinante para os desfechos verificados.

Em evidência esteve também o At. Ouriense, que goleou o “lanterna vermelha”, Salvaterrense, por 5-0, não tendo os visitantes conseguido melhor do que suster as ofensivas contrárias quase até ao intervalo, altura em que o grupo oureense desbloqueou o jogo, com um golo a fechar a primeira parte e outro logo a abrir o segundo tempo, quebrando assim a resistência adversária.

Melhor ainda fez o Abrantes e Benfica, em Tomar, chegando à “meia dúzia”, num embate em que, uma vez mais, tal como em Mação e em Torres Novas, o União não só entrou a perder (sofrendo dois golos, logo aos quatro e doze minutos), como, de facto, tinha já o jogo perdido à meia hora.

Numa partida com contornos algo atípicos, os nabantinos foram sancionados com duas grandes penalidades (2.º e 3.º golos) e jogaram em inferioridade numérica durante mais de uma hora, acabando por ver, com alguma naturalidade, o “placard” ampliar-se (depois do 0-3 ao intervalo, o quarto tento dos abrantinos surgiu imediatamente no recomeço…) até um pesado 0-6 final.

Em maré de estatísticas (neste caso negativas), esta foi a 500.ª derrota da história do U. Tomar, em que ficou “em branco”; sendo que a última vez que tinha perdido por 0-6 tinha sido frente ao… Abrantes FC, em Março de 2003, numa época em que concluiu o Distrital na 12.ª posição.

A última nota de destaque vai, outra vez, para o Torres Novas, numa senda imparável de goleadas, tendo, desta feita, aplicado 4-0 ao Cartaxo, mantendo um notável 4.º posto na pauta classificativa. Mais impressionante ainda é a cadência de Miguel Miguel: depois de, na semana passada, ter apontado uma “manita” (cinco golos, e não quatro, como inicialmente constara dos registos associativos), foi agora autor de um “hat-trick”, totalizando 24 golos (que lhe conferem o comando destacado dos “melhores marcadores”), dos quais 17 (!) nas nove jornadas da segunda volta, sendo que o torrejano marcou em todos esses jogos. Formidável!

Confirmações – À parte o volumoso desfecho do desafio em Tomar, não houve outras surpresas, mas até poderia ter havido, em Coruche, onde a formação do Sorraia só no quinto minuto para lá dos noventa conseguiu chegar à vitória (2-1), ante o Alcanenense, depois de ambas as equipas terem marcado no quarto de hora inicial; sendo que o tento do triunfo foi alcançado perante um oponente já reduzido a nove elementos, o que vigorou ao longo dos últimos vinte minutos.

Esta foi a quinta derrota do conjunto de Alcanena nas seis últimas rondas, tendo baixado ao 7.º lugar, ultrapassado pelo Abrantes e Benfica, e somente um ponto à frente do Mação.

Quanto aos maçaenses, com um plantel que, à partida, permitiria aspirar a mais do que o 8.º posto que ocupam, foram batidos no reduto do guia, por 2-0, com o Ferreira do Zêzere, porventura a começar a ter de enfrentar alguma natural fadiga psicológica, a chegar ao primeiro golo já próximo da hora de jogo, só nos derradeiros minutos vindo a surgir o tento da confirmação.

Os ferreirenses repetiram a marca do anterior jogo em casa (ante o Cartaxo), prosseguindo firmes na sua trajectória, cada vez mais próximos do objectivo final, com o ansiado título de Campeão agora somente a três vitórias de distância, quando subsistem ainda seis encontros por disputar.

O Samora Correia, recebendo a equipa da Glória do Ribatejo, até começou por ver-se inesperadamente em desvantagem (com um auto-golo), mas, sem se descompor, os samorenses chegaram ao intervalo já em superioridade, por claro 3-1 (três golos apontados em dez minutos), antes de fixar o resultado em 4-1, à entrada dos últimos dez minutos.

Também o Fazendense chegou, com aparente tranquilidade, a vantagem de 3-0, na recepção ao Amiense, logo no início do segundo tempo; tendo, depois, consentido dois golos na parte final, que, todavia, mais não permitiram aos visitantes que atenuar a derrota, para tangencial 3-2.

II Divisão Distrital – Os líderes mantêm-se seguros, tendo, aliás, o Porto Alto goleado, por 7-0, a frágil equipa do Rebocho (última), mantendo o avanço de nove pontos face ao Pontével (que goleou também, por 5-1, ante a equipa “B” do U. Santarém); já o Tramagal experimentou maiores dificuldades, num reencontro com história, ganhando em Alferrarede pela margem mínima (2-1), beneficiando da folga do Vasco da Gama, para ampliar para onze pontos a sua vantagem.

O destaque maior vai, ainda assim, para o Riachense, que, em fase muito aziaga, chorando, em pouco mais de uma semana, o falecimento do seu jogador Rúben Lopes “Marati” e, logo depois, do presidente do clube, Miguel Cunha, lhes rendeu homenagem, goleando o Caxarias por 9-0!

Liga 3 – Obtendo crucial triunfo, por 2-0, em Oliveira do Hospital, o U. Santarém garantiu já, ainda com três rondas por disputar, a manutenção neste escalão, dado ter ampliado para dez pontos a vantagem em relação, precisamente, a esse opositor, primeiro abaixo da “linha de água”.

Campeonato de Portugal – Também em evidência esteve o Fátima, vencendo (1-0) o rival, Arronches e Benfica, recuperando, à entrada para a derradeira ronda, o 2.º posto (mais um ponto).

Antevisão – Destacam-se, na I Divisão Distrital, os seguintes jogos: Alcanenense-Ferreira do Zêzere, Mação-Samora Correia, Abrantes e Benfica-Fazendense e Salvaterrense-U. Tomar. Na II Divisão as atenções centram-se no Forense-Porto Alto e no Caxarias-Vasco da Gama.

Na Liga 3, o U. Santarém visita o Caldas; necessitando o Fátima de ir vencer a Mortágua (já a salvo da descida) para confirmar o apuramento para a fase final do Campeonato de Portugal, sem depender do desfecho do prélio entre alentejanos: Arronches e Benfica (3.º) – O Elvas (1.º).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 10 de Abril de 2025)

13 Abril, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 23ª Jornada

(“O Templário”, 03.04.2025)

Onze golos em Salvaterra de Magos, nove em Abrantes e sete na Glória do Ribatejo deram o mote para a jornada com mais tentos – total de 38, à excepcional média de 4,75/jogo – das últimas três temporadas (em 15 de Maio de 2022, na 28.ª ronda, haviam sido apontados 39 golos, então com destaque para os 10-0 da goleada imposta pelo U. Tomar ao Cartaxo), como que numa antecipação de um futebol de “fim de estação”, numa prova já com as posições praticamente definidas.

Em contraste face ao sucedido na semana anterior, desta feita, dos oito clubes da primeira metade da tabela, somente o Alcanenense não ganhou; dos restantes oito, não só nenhum conseguiu vencer, como, aliás, apenas Amiense e U. Tomar (empatando entre si) lograram pontuar.

Destaques – Opto, quanto à nota inicial de destaque, pela imponente goleada (8-3) aplicada pelo Torres Novas no reduto do “lanterna vermelha”, Salvaterrense, por três motivos: em primeiro, a veia goleadora dos torrejanos, embalados pelos 5-0 com que tinham derrotado o Abrantes e Benfica no domingo precedente; também, necessariamente, pelo “poker” apontado por Miguel Miguel, alargando para oito a sua magnífica série de jogos consecutivos a marcar (todos os da segunda volta do campeonato), passando a totalizar vinte golos, consolidando a liderança da lista de melhores goleadores; por fim, pela marcha do marcador, sendo que, depois de os forasteiros terem chegado a 3-0 e a 5-1, os anfitriões ainda ripostaram, até ao 3-5, antes da “débacle” final.

Precisamente, o Abrantes e Benfica, que, em Torres Novas, fizera talvez, nas palavras do seu próprio treinador, a pior exibição do seu consulado à frente da equipa, deu uma resposta contundente, com o At. Ouriense (que vinha de dois triunfos) a “pagar a factura”, tendo os abrantinos goleado por também bastante invulgar marca de 7-2.

O desfecho do desafio – saldando-se na 12.ª vitória consecutiva do líder, Ferreira do Zêzere, no terreno do antepenúltimo classificado, Glória do Ribatejo – não seria, só por si, de molde a justificar especial evidência. Não obstante, não só a turma da Glória vinha de um notável êxito em Mação, ao que acresce a expressão do resultado, com os ferreirenses, outra vez em modo “rolo compressor”, a golear por inequívoco 6-1, mesmo que os visitados tivessem ainda conseguido levar o empate (1-1) quase até ao intervalo, altura em que, com dois golos, se definiu o vencedor.

Tal como no caso do Abrantes e Benfica, também o Mação deu boa resposta ao desaire (caseiro) que sofrera na semana anterior, tendo ido vencer – em jogo antecipado, disputado na passada quinta-feira – a Alcanena, por tangencial 1-0, a confirmar a fase negativa que o Alcanenense vem atravessando, acumulando quatro desaires nas cinco últimas rondas (face às três derrotas que averbara até à 18.ª jornada), vendo, não só o Torres Novas e Coruchense afastar-se, como, em paralelo, também o Abrantes e Benfica e Mação a “colar-se”, agora apenas um ponto atrás.

Confirmações – Numa jornada sem surpresas (se tal não for considerado quanto à amplitude do “placard” das três partidas já referenciadas), os restantes quatro encontros pautaram-se pela normalidade, com os favoritos a vencer, mesmo que, em dois casos, por margem tangencial, no Coruchense-Águias de Alpiarça (2-1), tal como no Entroncamento AC-Fazendense (1-2), com as equipas da parte inferior da pauta classificativa a ver cada vez mais complicada a sua missão.

Também o vice-líder, Samora Correia, obteve um triunfo, no Cartaxo, neste caso por 2-0 (resultado que se registava já ao intervalo, tendo os golos sido apontados no quarto de hora final), o que lhe proporciona manter importante margem de quatro pontos em relação ao Fazendense.

Nos Amiais de Baixo, antecipava-se um encontro repartido, com as duas equipas com aspirações a ganhar, mas sem pretender correr demasiados riscos. O Amiense marcou primeiro, tendo o U. Tomar prontamente restabelecido o empate, fixando o que viria a ser o resultado final, de 1-1.

Se os unionistas haviam sido já antes penalizados, deixando escapar preciosos pontos, na recepção ao At. Ouriense (empate) e ao Alcanena (derrota, neste caso, devido a equívoco de arbitragem), na 17.ª e 18.ª rondas, o desperdício ficou ainda bem mais patente neste embate com o Amiense, atendendo ao desempenho das duas equipas no decorrer do segundo tempo: se é verdade que os donos da casa tiveram alguma supremacia na meia hora inicial, na etapa complementar como que se eclipsaram do jogo, concedendo a iniciativa aos tomarenses, que dominaram por completo, não tendo, contudo, concretizado nenhum dos diversos lances de ataque que procuraram desenvolver.

Em qualquer caso, passando a somar 24 pontos, e dispondo agora de 14 pontos de vantagem face à “linha de água”, poderá já dizer-se, doravante, que o União assegurou o objectivo fulcral desta temporada, dado afigurar-se de todo inviável que Entroncamento AC e/ou Salvaterrense (que, em oito jogos na segunda volta, obtiveram, cada qual, um único ponto – seguindo, aliás, com séries de sete e cinco desaires sucessivos, respectivamente) pudessem averbar, nas sete jornadas que restam, média pontual de, pelo menos, dois pontos por jogo.

Também o Amiense – embora ainda não matematicamente descansado – deverá estar a salvo de qualquer desastre, parecendo centrar-se a disputa pela manutenção entre as equipas da Glória do Ribatejo (14.ª posição, com 13 pontos) e Entroncamento AC (10 pontos); a formação do Águias de Alpiarça (17 pontos) estará também já muito próxima da tranquilidade, enquanto, ao invés, o Salvaterrense (último, somente com seis pontos) só pode esperar por uma espécie de “milagre”…

II Divisão Distrital – Também no segundo escalão tudo parece ir-se alinhando no sentido de tendências que não deverão ser já reversíveis, culminando provavelmente no regresso do Porto Alto e do Tramagal à divisão principal. A turma da AREPA obteve categórico triunfo por 3-0 em Marinhais, enquanto os tramagalenses venceram, por concludente 4-1, o At. Pernes.

Beneficiaram ainda, respectivamente, do muito imprevisto desaire do Forense, goleado em casa, por 5-1, pelo U. Almeirim, e – pelo menos de modo temporário – do adiamento do Vasco da Gama-Riachense; dispondo de avanço de nove pontos (Porto Alto) e oito pontos (Tramagal) sobre os seus mais directos perseguidores, quando faltam disputar seis (Série A) e sete rondas (Série B).

Igualmente num fim-de-semana de muitos golos, realce ainda para outras goleadas retumbantes: 8-0 no Vilarense-Alferrarede; 6-0 no Moçarriense-Benavente; e 5-0 no Pontével-Paço dos Negros.

Liga 3 – O U. Santarém sofreu algo comprometedor desaire caseiro (1-2) ante o Sp. Covilhã, isto após ter chegado ao intervalo em vantagem. Valeram, ainda assim, as derrotas do Lusitânia (2-4 em Coimbra, ante a Académica) e, principalmente, do Oliveira do Hospital (1-2 nas Caldas da Rainha), para que os escalabitanos possam manter margem de alguma tranquilidade, de sete pontos face à zona de despromoção, a quatro jornadas do final deste torneio.

Campeonato de Portugal – O Fátima viu travada uma longa série de onze jogos de invencibilidade, concedendo, pois, a primeira derrota da segunda volta, no reduto do comandante, O Elvas, devido a um solitário golo sofrido, depois de, logo aos 25 minutos, se ter visto em inferioridade numérica, por expulsão do seu guarda-redes. Deste resultado decorreu, por agora, a perda do 2.º lugar, em favor dos também alentejanos do Arronches e Benfica (agora com dois pontos a mais), mas subsistindo tal posição ainda por decidir nas duas rondas finais.

Antevisão – Na I Divisão Distrital destacam-se, na 24.ª jornada, o Ferreira do Zêzere-Mação, Coruchense-Alcanenense, U. Tomar-Abrantes e Benfica, mas, sobretudo, o Águias de Alpiarça-Entroncamento, de crucial importância na disputa pela manutenção. Na II Divisão anota-se a reedição de um “derby”, entre dois clássicos do futebol distrital, Alferrarede e Tramagal.

Na Liga 3 o U. Santarém desloca-se a Oliveira do Hospital, num confronto determinante, em que, caso pontue, praticamente confirmará a permanência. No Campeonato de Portugal, o Fátima enfrenta um primeiro “tira-teimas”, em confronto directo, recebendo o Arronches e Benfica.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 3 de Abril de 2025)

6 Abril, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 22ª Jornada

(“O Templário”, 27.03.2025)

À 22.ª jornada, e pela primeira vez neste campeonato, foram mais as vitórias (quatro) dos clubes classificados na segunda metade da tabela, que as obtidas pelas equipas posicionadas nos oito primeiros lugares (só três triunfos, de Ferreira do Zêzere, Samora Correia e Torres Novas). Estiveram, pois, em evidência o At. Ouriense, U. Tomar, Águias de Alpiarça e Glória do Ribatejo, que somaram pontos cruciais para os seus objectivos de se afastarem da zona de despromoção.

Sem alterações substanciais no topo – não obstante o Torres Novas tenha aproveitado o empate entre Fazendense e Coruchense para ascender à 4.ª posição –, a equipa do Águias foi a mais beneficiada pelos desfechos desta ronda, em contraponto ao Entroncamento AC (o mais prejudicado), passando os alpiarcenses a dispor agora de uma margem de segurança de sete pontos em relação à “linha de água”; por seu lado, At. Ouriense (16 pontos de vantagem) e U. Tomar (13 pontos) terão praticamente selado a continuidade no principal escalão do futebol distrital.

Destaques – Recebendo a visita da formação do Alcanenense, aparentemente já algo em descompressão, o Águias de Alpiarça arrancou uma importante vitória, por 2-1; depois de terem chegado ao intervalo já em vantagem, os alpiarcenses marcariam o tento da vitória já no quarto de hora final do desafio, obtendo o quinto triunfo na prova, apenas o segundo na segunda volta, depois de, surpreendentemente, terem derrotado o Samora Correia, na 17.ª jornada.

Em destaque esteve também o Torres Novas, implacável na recepção ao Abrantes e Benfica, tendo assegurado a vitória nos vinte primeiros minutos, com o 3-0 que então se verificava, perante um adversário apático, sem capacidade de reacção. A contagem foi ainda ampliada antes do descanso, vindo o “placard” a ser fixado em 5-0 já nos últimos quinze minutos. O registo de cinco triunfos e dois empates dos torrejanos, na segunda volta do campeonato, apenas é superado pelo líder.

Surpresa – A grande surpresa da jornada chegou-nos de Mação, onde o conjunto local (a atravessar fase muito positiva, vindo de quatro vitórias e um empate nos cinco encontros anteriores) foi batido pela turma da Glória do Ribatejo, por imprevisto 3-1. Os forasteiros, depois de inaugurarem o marcador à beira do intervalo, chegaram inclusivamente a dispor de vantagem de três golos (!), com outros dois tentos, entre os 54 e 67 minutos, não tendo os maçaenses conseguido melhor que o “ponto de honra”. Um resultado que, por ora, permite à Glória “respirar” acima da “linha de água”, pese embora com curta vantagem de três pontos face ao Entroncamento.

Confirmações – Nas restantes cinco partidas os resultados enquadram-se no que seriam as expectativas, mesmo que os dois primeiros, ambos a jogar em casa – Ferreira do Zêzere (vitória por 2-0 ante o Cartaxo, com golos aos 55 e 86 minutos) e Samora Correia (triunfo por tangencial 2-1 ante o Salvaterrense) – tenham experimentado mais dificuldades do que esperariam.

No caso dos samorenses, a recuperar do impacto anímico do desaire sofrido em Abrantes, que os terá afastado da corrida pelo título, e depois de terem chegado a 2-0 no início do segundo tempo, sofreriam ainda pequeno “susto”, quando o “lanterna vermelha” reduziu para a diferença mínima, faltando jogar vinte minutos. Uma derrota que tem como consequência directa o cavar do fosso, agora já para consideráveis sete pontos, que separa o Salvaterrense do último emblema em zona de manutenção (o rival Glória do Ribatejo), vendo, pois, complicar-se deveras “as contas”.

Fazendense e Coruchense, até então 3.º e 4.º classificados, empataram a uma bola (tendo a formação do Sorraia entrado praticamente a ganhar, marcando logo aos três minutos), ampliando para seis o número de embates entre ambos, nas Fazendas, na última década, sem que os visitados tenham conseguido chegar à vitória! Este foi, ainda assim, um desfecho que não terá agradado por completo a nenhum dos contendores: o Fazendense volta a ver o Samora Correia distanciar-se no 2.º lugar (quatro pontos), enquanto o Coruchense foi ultrapassado pelo Torres Novas.

Em Ourém, o grupo local, que atravessara longo jejum de oito jornadas sem ganhar, bisou o triunfo em duas semanas seguidas: depois de ter ido vencer ao Entroncamento, superiorizou-se, pela margem mínima (1-0 – golo apontado ainda no quarto de hora inicial) ante o Amiense, subindo ao 9.º posto, mas, mais importante, tendo, com boa dose de certeza, assegurado a tranquilidade até final da época, dado ser virtualmente insuperável a diferença pontual que regista.

Situação análoga se poderá dizer do U. Tomar, obtendo, num intervalo de quinze dias, dois triunfos (depois de ter goleado o Águias de Alpiarça na 20.ª ronda), somando seis preciosos pontos, que lhe proporcionaram fixar-se no 10.º lugar, apenas três pontos abaixo do At. Ouriense, e com avanço de treze pontos em relação ao adversário que derrotou, Entroncamento AC.

Num confronto de tradicional rivalidade histórica, em que muito estava em jogo, as duas equipas adoptaram abordagem com muitas cautelas, tendo ficado bem patenteada, no caso dos visitantes, a necessidade de, pelo menos, somar um ponto. A estratégia de risco mínimo, conjugada com o factor vento (que se fazia sentir com intensidade), resultou num jogo sem primores técnicos, e, também, sem soberanas oportunidades de golo.

Na segunda metade, com o Entroncamento AC a procurar preservar o nulo no marcador, tal resultaria, mesmo que instintivamente, no recuar das suas linhas, em paralelo, como que convidando os unionistas a assumir a iniciativa. Os tomarenses iam, então, criando mais lances junto da área contrária, acabando mesmo por chegar ao solitário golo que lhes conferiu a vitória, apontado à entrada para o derradeiro quarto de hora. Até final nenhuma das formações teve já engenho para alterar o marcador, que muito serve os interesses dos nabantinos.

II Divisão Distrital – Jogou-se apenas na série mais a Norte, numa ronda sem especiais novidades, tendo os três primeiros averbado vitórias em terreno alheio: o líder Tramagal, no Pego (2-1), mantendo os cinco pontos de vantagem sobre o Vasco da Gama (triunfo por 4-2 na Ortiga), e confortáveis onze pontos de avanço sobre o Vilarense (que ganhou por 1-0 em Pernes). O Riachense, que folgou, baixou ao 4.º lugar, já a oito pontos do vice-líder… a oito jornadas do fim.

Liga 3 – Em partida de acerto de calendário, o U. Santarém obteve um resultado positivo, empatando 1-1 (com os dois tentos apontados nos primeiros cinco minutos, após os escalabitanos terem “entrado a ganhar”) em Angra do Heroísmo, ante o Lusitânia, mantendo assim o 2.º lugar, somente a um ponto do guia, Académica, e, mais relevante, virando para a segunda volta deste mini-torneio (cinco jogos finais) com margem de sete pontos em relação à zona de descida.

Antevisão – A 23.ª ronda da I Divisão Distrital apresenta saídas de algum risco para os quatro primeiros classificados: o Ferreira do Zêzere viaja até à Glória do Ribatejo, onde encontrará uma equipa fortemente moralizada; o Samora Correia visita o Cartaxo; o Fazendense defronta um conjunto do Entroncamento AC, muito carenciado de pontos; enquanto o Torres Novas se desloca também ao Sul do Distrito, para defrontar o Salvaterrense, já em fase de “tudo ou nada”.

Por seu lado, o U. Tomar actua também em reduto alheio, num reencontro com o treinador (Marco Marques) Campeão há duas épocas, sendo que o Amiense ainda não poderá estar descansado.

Na II Divisão, destaque para o embates entre Marinhais e Porto Alto, e Vasco da Gama-Riachense.

Na Liga 3 o U. Santarém recebe o Sp. Covilhã, podendo, em caso de êxito, praticamente confirmar a manutenção. Quanto ao Fátima, no Campeonato de Portugal, visita o terreno do guia, O Elvas (já com o 1.º lugar matematicamente garantido), em compromisso de elevado grau de dificuldade.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Março de 2025)

30 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 21ª Jornada

(“O Templário”, 20.03.2025)

Com dez pontos de avanço, a nove jornadas do final, a questão que se coloca já não é, nesta altura, se o Ferreira do Zêzere se sagrará Campeão Distrital na presente temporada, mas sim, quando festejará este inédito título no seu historial. O comandante necessitará agora, no máximo, de ganhar seis dos nove desafios que lhe resta disputar, para confirmar tal conquista.

Os desfechos da 21.ª ronda foram assaz clarificadores, no que respeita aos dois primeiros classificados, com os ferreirenses a golear em Salvaterra, somando a 10.ª vitória consecutiva no campeonato, enquanto o Samora Correia claudicou em Abrantes, tendo vencido só metade dos seis encontros disputados na 2.ª volta, depois de uma excelente série de doze triunfos sucessivos.

Destaques – Numa partida em que os “extremos se tocaram”, o líder, Ferreira do Zêzere, mesmo reduzido a dez, suplantou o “lanterna vermelha”, Salvaterrense, no reduto deste, goleando por categórica marca de 5-0, em mais um passo da sua caminhada triunfal, elevando a pontuação para 60 pontos (num máximo de 63 pontos possíveis), ao registar a 20.ª vitória na prova!

O Abrantes e Benfica reagiu de forma assertiva ao duplo desaire sofrido ante os ferreirenses (para a Taça e para o campeonato), “passando a factura” ao Samora Correia, precisamente o mais directo perseguidor do guia, tendo os abrantinos vencido por 3-1, alimentando assim a expectativa de poder vir a subir ainda alguns degraus na pauta classificativa, agora a cinco pontos do 4.º posto.

Quem aproveitou o deslize dos samorenses foi, também, o Fazendense, consolidando a 3.ª posição, e aproximando-se bastante do vice-líder, somente a dois pontos. Para tal, o grupo das Fazendas, enfrentando deslocação de algum risco, a Alpiarça, triunfou por seguro 2-0, depois de ter aberto o activo à passagem dos dez minutos, obtendo o tento da confirmação já perto do final.

Num fim-de-semana em que os anteriores quatro clubes do topo da tabela actuaram, todos eles, em terreno alheio, o Torres Novas, de visita aos Amiais, não logrou também levar a melhor, não tendo ido além do empate a uma bola, pese embora tenha ripostado de pronto ao golo dos visitados, obtido aos 65 minutos. Aliás, dos nove primeiros, apenas samorenses e torrejanos não venceram; ao invés, dos sete últimos classificados, só o Amiense conseguiu pontuar (um ponto).

Merece sublinhado especial a vitória (1-0) alcançada pelo At. Ouriense, no terreno do Entroncamento AC, mercê de um tento apontado pouco depois da meia hora de jogo, a conseguir, enfim, colocar termo a uma longa “seca” de oito jogos sem ganhar (desde 15 de Dezembro); um resultado muito penalizador para os visitados, que acumularam quinta derrota consecutiva, tendo averbado, até à data, um único ponto na segunda volta, subsistindo em zona de despromoção.

Surpresa – O cariz surpreendente do desfecho do embate entre Cartaxo e Mação está, em boa verdade, mais nos números (0-4), ou seja, na expressão do triunfo dos maçaenses, do que, propriamente, no vencedor, atendendo ao bom momento que os forasteiros parecem vir atravessando, em contraponto a um desempenho que persiste irregular, da parte dos cartaxeiros. A turma de Mação reparte o 7.º lugar com o Abrantes e Benfica, podendo ainda aspirar a melhorar.

Confirmações – O Alcanenense confirmou, na recepção à equipa da Glória do Ribatejo, o favoritismo que lhe era creditado, mas, em fase menos confiante, os anfitriões não se mostraram muito convincentes, tendo subsistido o nulo até ao intervalo, chegando à vitória mercê de um solitário golo, logo no recomeço do desafio, o suficiente, ainda assim, para igualar o Torres Novas na 5.º posição, somente um ponto atrás do 4.º classificado.

Um lugar que o Coruchense voltou a ostentar, ao vencer em casa, também como seria, em boa medida, expectável, frente ao U. Tomar, por 2-0. Com os nabantinos a confirmar a subida de rendimento que vêm patenteando nas últimas semanas, também neste encontro o 0-0 se manteve, e não só até final da primeira parte, mas, inclusivamente, até próximo dos 70 minutos, traduzindo as dificuldades sentidas pela formação do Sorraia em criar soberanas ocasiões para marcar.

Só um inspirado bis de Carl Kevin Roxenborg (entrado em campo para a última meia hora) conseguiria desbloquear a resistência tomarense, anotando-se, inclusivamente, que o segundo tento foi obtido decorridos já dez minutos do tempo de compensação (devido a interrupção de alguns minutos, para assistência a jogadores, na sequência de um choque entre cabeças).

Nesse entretempo, os unionistas haviam procurado ainda chegar à igualdade, não tendo, contudo, conseguido materializar um ou outro lance em que chegaram a dar maior sensação de perigo.

II Divisão Distrital – Mais uma jornada passada, e não há novidades na frente, em ambas as séries, o que, por conseguinte, significará que, também neste caso, os líderes, Porto Alto (dispondo de nove pontos de vantagem) e Tramagal (com cinco pontos de avanço, e beneficiando de ter um jogo disputado a menos) se encaminham a passos largos para o regresso ao principal escalão.

Neste âmbito, o Porto Alto obteve um importante triunfo, em Benavente, por claro 3-0, por coincidência a mesma marca registada pelo Tramagal, na recepção à U. Atalaiense. Forense (goleando por 5-0, em Santarém, ante a equipa “B” do União local) e Pontével (ganhando 2-1 na Moçarria) são vice-líderes, na série a Sul, disputando com o Marinhais (dois pontos abaixo) o 2.º lugar, que dará acesso ao confronto decisivo, pela subida, ante o 2.º classificado da outra série.

Nesta, o Vasco da Gama não teve dificuldade para bater o Abrantes e Benfica “B”, por 4-1, mantendo uma margem de cinco pontos face ao Riachense (3.º), vencedor por 2-0 ante a Ortiga.

Liga 3 – O U. Santarém não conseguiu desfazer o nulo na recepção ao Caldas, mas segurando a 2.ª posição, a dois pontos da Académica (que foi empatar 2-2 a Oliveira do Hospital), tendo, ainda assim, os escalabitanos (que contam um jogo em atraso) preservado os seis pontos de vantagem face à “linha de água”, mercê também do desaire (2-0) sofrido pelo Sp. Covilhã nos Açores.

Campeonato de Portugal – O Fátima concretizou o que vinha “prometendo” há semanas, conseguindo alcandorar-se ao 2.º lugar – vaga de apuramento para a fase final –, com mais um categórico triunfo, por 3-0, em Pombal, beneficiando da derrota (2-0) do Arronches e Benfica em Alverca, perante a respectiva equipa “B”, tendo agora um ponto à maior, face aos alentejanos.

Entretanto, faltando realizar apenas as três últimas rondas da fase regular da competição, está já matematicamente confirmada a descida aos Distritais de União 1919, Alcains, Sertanense e Pêro Pinheiro, faltando apurar o último emblema a despromover, disputa que envolve ainda seis clubes.

Antevisão – Na I Divisão Distrital, na 22.ª jornada, o encontro de maior cartaz será o que coloca frente-a-frente o Fazendense e Coruchense, respectivamente 3.º e 4.º classificados. Ferreira do Zêzere, recebendo o Cartaxo, e Samora Correia, que terá a visita do Salvaterrense, perfilam-se com amplo favoritismo a somar mais três pontos. O U. Tomar enfrenta mais um importante desafio, recebendo o Entroncamento AC, com a expectativa de poder voltar a ganhar.

No escalão secundário joga-se apenas na série mais a Norte, com o líder, Tramagal, numa curta viagem até ao Pego, enquanto o Vasco da Gama se desloca ao terreno da Ortiga.

A normal sequência das jornadas da Liga 3 e do Campeonato de Portugal regista ligeira pausa, sendo o fim-de-semana aproveitado para acerto de calendário, com o U. Santarém a voar até aos Açores, para defrontar o Lusitânia, que ocupa o último lugar, a quatro pontos da “linha de água”.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 20 de Março de 2025)

23 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 20ª Jornada

(“O Templário”, 13.03.2025)

Quase três meses depois da goleada (7-1) aplicada à equipa da Glória do Ribatejo, a 15 de Dezembro, na que fora a histórica 1.000.ª vitória do clube em jogos oficiais, o União voltou a ganhar, outra vez com uma goleada, num resultado de grande relevância, dado ter sido obtido ante um rival directo, permitindo, em simultâneo, ampliar para dez pontos (20 vs. 10) o diferencial face à “linha de água”, o que deverá proporcionar um final de temporada de maior tranquilidade.

A 20.ª jornada pautou-se, por outro lado, pelos triunfos obtidos pelos agora cinco primeiros classificados (Ferreira do Zêzere, Samora Correia, Fazendense, Torres Novas e Coruchense), com o Alcanenense como principal derrotado (tendo baixado do 4.º ao 6.º posto), salientando-se, em paralelo, a forma categórica como o líder “despachou”, uma vez mais, o Abrantes e Benfica.

Destaques – A principal nota de realce vai, justamente, para a vitória do Ferreira do Zêzere, na recepção ao Abrantes e Benfica, impondo robusta goleada, por 5-1 (isto, imediatamente após ter ido ganhar a Abrantes, no fim-de-semana precedente, para a Taça, por 3-0), no que constitui o 19.º triunfo do comandante, em vinte desafios disputados para o campeonato na presente época!

Parecendo conseguir tornar tudo fácil, nesta sua caminhada rumo a um inédito título de Campeão Distrital, os ferreirenses chegaram a vantagem de 2-0, com dois tentos apontados entre os 33 e os 53 minutos, tendo os abrantinos ripostado ainda, reduzindo a um quarto de hora do final; não vacilando, os anfitriões de imediato reporiam a diferença de dois golos (3-1), apenas dois minutos volvidos, vindo ainda a fechar a contagem com mais outros dois tentos, nos cinco minutos finais, não consentindo veleidades aos forasteiros, impotentes face ao poderio do opositor.

Nas Fazendas de Almeirim defrontavam-se o 3.º e 4.º classificados, até então separados por cinco pontos, com o Alcanenense a jogar uma “última cartada” nas suas aspirações de poder vir ainda a chegar ao pódio. O Fazendense assegurou, com aparente naturalidade, os três pontos, com dois golos sem resposta, aos 25 minutos da 1.ª… e da 2.ª parte, consolidando assim o seu 3.º lugar, passando a dispor de avanço de seis pontos sobre o mais próximo perseguidor, Torres Novas.

O Coruchense superou um mini-ciclo de três rondas sem ganhar, tendo ido bater o At. Ouriense, por tangencial 2-1, pese embora tenha beneficiado de vantagem de dois golos logo no início da segunda parte. Este foi o oitavo jogo consecutivo dos visitados sem conhecer o sabor da vitória – o maior jejum presentemente em curso –, período no qual somaram apenas três pontos (pior registo de entre todos os concorrentes), caindo do 8.º ao 10.º lugar (partilhado com o U. Tomar).

Precisamente, o União, entrando em campo procurando dar sequência ao bom desempenho que apresentara na partida ante o Samora Correia, para a Taça, sentiu, não obstante, dificuldades em assumir o controlo do jogo, perante a exibição desinibida da turma do Águias de Alpiarça. A espaços com toada repartida, os tomarenses viriam a revelar-se mais eficazes, inaugurando o marcador à passagem da meia hora.

Na segunda parte, intensificou-se a pressão dos alpiarcenses, em busca da reposição da igualdade, o que, depois de muito porfiar, e aproveitando o instintivo recuo dos unionistas, viriam a materializar à entrada para os dez minutos finais, isto depois de terem já seriamente ameaçado poder chegar ao golo num par de ocasiões anteriores.

Embalados com o golo obtido, os visitantes, almejando chegar ainda ao triunfo, terão descurado a sua organização defensiva, vindo a permitir que, de forma incrível, o U. Tomar marcasse três golos num curto intervalo de cinco minutos, entre os 88 e os 93! Num desfecho deveras feliz, os nabantinos não só garantiam uma suada vitória, como, inclusivamente, acabaram por golear.

Confirmações – Numa jornada sem surpresas significativas, o vice-líder, Samora Correia, bateu, com tranquilidade, o Amiense, por 2-0, tendo sido também de dois golos (3-1) a diferença registada no “placard” final do Torres Novas-Entroncamento AC, tendo, aliás, os torrejanos chegado ao 3-0, antes de os visitantes marcarem o seu “ponto de honra”.

Mais renhido foi o confronto entre Mação e Salvaterrense, com o “lanterna vermelha” – a quatro pontos da zona de manutenção – a procurar mostrar que não se entregou ainda: os maçaenses abriram o activo logo aos quatro minutos, mas os homens de Salvaterra, com notável resposta, inverteram o resultado, para 1-2, marcando aos 17 e vinte minutos. Porém, o Mação viria a operar outra reviravolta, até aos 4-2, com três tentos obtidos em dez minutos, entre os 26 e 36. Até final, os visitantes já não conseguiriam melhor do que atenuar a derrota para a diferença mínima (4-3).

Na Glória, depois do importante triunfo alcançado precisamente em Salvaterra, no “derby”, o grupo local voltou a pontuar, apesar de, desta feita, não ter sido desfeito o nulo, ante o Cartaxo.

Na pauta classificativa, completados 2/3 do campeonato, o Ferreira do Zêzere, com sete pontos de avanço sobre o Samora, parece estar cada vez mais próximo do objectivo. Anota-se o equilíbrio entre a 4.ª e a 6.ª posição, com Torres Novas, Coruchense e Alcanenense separados, entre cada um deles, por apenas um ponto – Mação e Abrantes e Benfica (que repartem 7.º e 8.º lugar) distam quatro pontos do conjunto de Alcanena, abrindo-se depois um fosso de doze pontos (!) para o trio seguinte: Cartaxo, 9.º, com 21 pontos; At. Ouriense e U. Tomar, ambos com 20.

Na zona mais aflitiva da tabela, o Águias de Alpiarça (13.º, com 14 pontos) regista ainda escassa margem de quatro pontos sobre Glória do Ribatejo e Entroncamento AC, com o Salvaterrense, outros quatro pontos mais abaixo – sendo que estes clubes tiveram a boa nova da confirmação de que serão apenas dois os despromovidos ao segundo escalão no final desta temporada.

II Divisão Distrital – A Sul, o trio da dianteira (Porto Alto, Forense e Pontével) obteve vitórias tangenciais, mantendo posições, destacando-se a goleada (7-0) do Moçarriense no terreno do Benfica do Ribatejo (que sofrera, há um mês, derrota por igual marca, ante o Benavente).

A Norte, Tramagal e Vasco da Gama saíram também vencedores, beneficiando do desaire do Vilarense, batido na Atalaia, por 2-1. O Riachense, goleando, em Abrantes, a equipa “B” local, por 7-2, aproveitou para ascender à 3.ª posição, a cinco pontos do Vasco da Gama, e a dez do guia.

Liga 3 – O U. Santarém foi obter importante triunfo à Serra da Estrela, batendo o Sp. Covilhã por 1-0, mercê de um golo já na fase derradeiro do encontro, na conversão de uma grande penalidade. Os escalabitanos, aproveitando o desaire do Caldas com o Oliveira do Hospital, subiram ao 2.º lugar, subsistindo, todavia, inalterada a margem de seis pontos face à “linha de água”.

Campeonato de Portugal – O Fátima voltou a ganhar, goleando o último classificado, Pêro Pinheiro, por categórico 4-0, mantendo o 3.º lugar. Com uma vantagem de 17 pontos para a zona de despromoção, a quatro jornadas do final da primeira fase, está já garantida, no mínimo, a continuidade neste escalão. União 1919, Alcains, Sertanense e Pêro Pinheiro parecem encaminhar-se, inapelavelmente, para os Distritais, restando determinar o último despromovido.

Antevisão – Os extremos tocam-se, com a visita do Ferreira do Zêzere a Salvaterra de Magos, tendo o Samora Correia saída de elevado grau de dificuldade, a Abrantes. Tal como sucede, por maioria de razão, com o U. Tomar, que viaja até Coruche, para defrontar o actual 5.º classificado.

Benavente-Porto Alto e Moçarriense-Pontével concitam atenções na próxima ronda da II Divisão.

Na Liga 3, cabe ao U. Santarém receber o Caldas, que se lhe segue de imediato, na classificação, somente a dois pontos. No Campeonato de Portugal, o Fátima desloca-se a Pombal, ainda com a mira num possível 2.º lugar, que lhe proporcionaria o apuramento para a fase final da competição.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Março de 2025)

16 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/2 finais

(“O Templário”, 06.03.2025)

O U. Tomar prossegue a sua boa campanha na Taça do Ribatejo: depois de ter afastado o Fazendense, voltou a surpreender pela positiva, empatando, no jogo da 1.ª mão das meias-finais, com o vice-líder do campeonato, Samora Correia – equipa que, nos últimos 17 jogos disputados, ganhou quinze! E o resultado da partida do passado domingo até poderia ter sido de maior sensação, dado que só a dez minutos do final os nabantinos deixaram escapar a vitória.

Implacável continua o Ferreira do Zêzere, comandante incontestado do Distrital, actual detentor da Taça do Ribatejo, e que tem já “pé e meio” no que será a sua segunda final consecutiva na competição, terceira no historial do clube, tendo ido ganhar categoricamente a Abrantes, por diferencial que não deverá possibilitar recuperação aos abrantinos.

Destaques – Por curiosidade, U. Tomar e Samora Correia como que reataram uma disputa que, pese embora num contexto distinto, havia sido bruscamente coarctada há cinco anos, também nas meias-finais da Taça do Ribatejo, então suspensas, devido à pandemia, depois de os tomarenses terem ido vencer a Samora por 1-0, no final de Fevereiro de 2020 – não tendo as duas equipas voltado a cruzar-se nesta prova, desde essa altura.

Outra vez com entrada afirmativa em campo, à semelhança do que sucedera na semana anterior, nas Fazendas de Almeirim, o União cedo inaugurou o marcador, desta feita, colocando-se em vantagem ainda antes de decorridos os dez minutos iniciais, na sequência de um pontapé de canto, com o defesa, Renato Cruz, recente reforço do clube, a rematar para o fundo da baliza.

E, perante uma algo entorpecida equipa samorense, os unionistas criariam ainda outras situações de perigo, por via de sucessivos lançamentos em profundidade, destacando-se o remate à trave, por Miguel Abreu, cerca dos 40 minutos, que poderia ter originado um muito inesperado 2-0.

Na segunda parte, a fisionomia do jogo alterou-se, como seria expectável, com o Samora Correia a assumir decididamente o controlo, forçando o oponente a recuar no terreno, também face às dificuldades físicas dos seus elementos, mesmo que não tenham sido muitas as ocasiões soberanas para marcar, apenas tendo evitado o desaire já na parte final, fixando o resultado em 1-1.

Pelo que, em suma, mantendo-se claro favoritismo dos samorenses na eliminatória, os nabantinos podem continuar ainda a sonhar com o que, a ocorrer, se constituiria numa grande surpresa.

Em encontro antecipado para Sábado, 1 de Março, o Ferreira do Zêzere deslocou-se a Abrantes, tendo, por coincidência, repetido exactamente o resultado que ali obtivera, em circunstâncias análogas (1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo), no ano anterior (no final de Março de 2024), voltando a derrotar a formação do Abrantes e Benfica por 3-0!

Os ferreirenses colocaram-se em vantagem pouco depois do primeiro quarto de hora, praticamente sentenciando o desfecho da eliminatória com mais dois tentos, obtidos num curto intervalo de três minutos, logo no reatamento da partida, aos 52 e 55 minutos, não tendo concedido hipótese de reagir aos donos da casa, os quais, não se “entregando”, estarão já decerto algo conformados.

Numa breve retrospectiva do historial dos quatro semi-finalistas na Taça, Samora Correia e Ferreira do Zêzere contam dois troféus conquistados, cada (1983 e 1994, pelos samorenses; 1990 e 2024, pelos ferreirenses); face a um título do U. Tomar (2018), enquanto o Abrantes e Benfica não conseguiu melhor que uma presença na Final (2022), não obstante ter atingido as meias-finais pela quarta época sucessiva (depois de ter alcançado a mesma fase já no ano de 2019).

Por seu lado, esta é a oitava presença dos samorenses nas meias-finais, fase que os ferreirenses atingem pela sexta vez, tendo o U. Tomar chegado a esta fase em cinco ocasiões, quatro delas nas últimas oito épocas (2018, 2020, 2021 e 2025), depois da estreia, em 2003.

Liga 3 – O U. Santarém realizou o seu segundo jogo na fase de disputa de manutenção da Liga 3, tendo, num embate crucial, ante o Oliveira do Hospital, averbado muito importante triunfo, para mais, por boa margem, de 2-0 (golos obtidos na parte final de cada uma das partes).

Após a 3.ª das dez rondas – registando, todavia, um jogo a menos (adiado para 22 de Março, nos Açores) –, os escalabitanos, somando onze pontos, ocupam a 3.ª posição, a um do Caldas e a dois do líder, Académica (vencedor, ante o Sp. Covilhã), mas, mais importante, tendo ampliado para seis pontos o diferencial face ao adversário que defrontaram no passado domingo, que é, nesta altura, a primeira equipa em zona de despromoção ao Campeonato de Portugal; mantendo-se o Lusitânia (derrotado nas Caldas) no último lugar da classificação, somente com dois pontos.

Campeonato de Portugal – Melhor continua a ser a trajectória do Fátima no Campeonato de Portugal, tendo averbado mais um triunfo, em Alverca, frente à equipa “B” do emblema local, por 1-0, subsistindo os fatimenses nos lugares do pódio, dois pontos atrás do vice-líder, Arronches e Benfica – com o comandante, O Elvas, a garantir praticamente o apuramento para a fase final, dado dispor de mais dez pontos que o Fátima, a cinco jornadas do termo da fase regular.

Por seu turno, o Fátima, com um invejável total de 40 pontos, tem virtualmente assegurada, no mínimo, a manutenção neste escalão, dispondo de 14 pontos de vantagem face à “linha de água”.

Antevisão – No regresso da I Divisão Distrital, realce para o reencontro, de imediato, agora em Ferreira, entre o Ferreira do Zêzere e o Abrantes e Benfica, com os abrantinos a procurarem alguma “desforra”; quanto ao Samora Correia, é claro favorito na recepção ao Amiense.

Também de interesse serão as partidas entre Fazendense e Alcanenense, respectivamente 3.º e 4.º classificados, separados por cinco pontos, jogando a turma de Alcanena importante cartada no âmbito das suas eventuais esperanças de alcançar ainda um lugar no pódio; assim como, noutro plano, da busca da tranquilidade, o U. Tomar-Águias de Alpiarça, em que se espera que os unionistas possam confirmar, de forma mais consistente, os sinais positivos que vêm transmitindo.

No escalão secundário, o líder da Série A, Porto Alto, deverá somar mais três pontos, recebendo a visita da agremiação de Rio Maior, destacando-se o confronto entre Pontével e Benavente. A Norte, o comandante, Tramagal tem uma difícil saída, ao terreno do Espinheirense, anotando-se ainda o U. Atalaiense-Vilarense, com os visitantes a não poder desperdiçar pontos.

Na Liga 3, o U. Santarém viaja até à Serra da Estrela, para defrontar o Sp. Covilhã, equipa que se lhe segue, de imediato, na pauta classificativa (4.ª), com dois pontos de diferença.

No Campeonato de Portugal, o Fátima, recebendo o “lanterna vermelha”, Pêro Pinheiro, terá todas as condições para garantir definitivamente a tranquilidade, e poder aspirar ainda a mais altos voos.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 6 de Março de 2025)

9 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 19ª Jornada

(“O Templário”, 27.02.2025)

Com o triunfo das três equipas da frente, voltou a ampliar-se a distância face ao grupo “perseguidor”, salientando-se a particularidade de, entre os clubes anteriormente classificados entre o 4.º e o 15.º lugar, só o Cartaxo ter também vencido na 19.ª ronda – num desfecho, aliás, imprevisto, alcançado no terreno do 4.º classificado (Alcanenense); enquanto o 5.º e o 6.º (Torres Novas e Coruchense), tal como o 7.º e o 8.º (Abrantes e Benfica e Mação), empataram entre si.

Destaques – A grande “novidade” veio de Salvaterra de Magos, do “derby” municipal, onde a equipa da Glória do Ribatejo conseguiu, enfim, regressar às vitórias, de que se encontrava arredada há já mais de quatro meses, voltando a ganhar, uma volta inteira decorrida da prova – depois de um terrível ciclo em que somou treze derrotas e um único empate –, outra vez frente ao rival, Salvaterrense, adversário frente ao qual obteve os seus únicos triunfos neste campeonato: depois do 2-1 em casa, 3-2 no reduto contrário, no passado domingo.

Os visitantes começaram por inaugurar o marcador, logo no quarto de hora inicial, tendo, contudo, consentido o empate ainda antes da meia hora de jogo. Já em período de compensação do primeiro tempo, mais dois golos, um para cada lado, com a Glória a recolocar-se em vantagem, e o Salvaterrense a igualar de imediato. Na segunda metade, os forasteiros colocar-se-iam, pela terceira vez (desta feita definitiva) em superioridade no marcador.

Um êxito que é tão mais importante atendendo a que estes dois grupos partilhavam a condição de “lanterna vermelha”, tendo a turma da Glória do Ribatejo obtido notável impulso anímico, vendo reduzir-se para apenas um ponto a desvantagem face à “linha de água” (Entroncamento AC).

Outra nota a destacar, pelo inusitado desfecho, é a do empate (4-4) na recepção do Águias de Alpiarça ao At. Ouriense, numa partida empolgante, com as duas equipas – ambas ainda em situação não tranquila a nível pontual – a “dar o litro” em prol do melhor resultado possível.

Os alpiarcenses cedo chegaram a dispor de vantagem de dois golos, tentos apontados ainda no quarto de hora inicial, tendo, depois, chegado ainda ao 3-1, à passagem da meia hora. Porém, o grupo de Ourém, não desarmando, operou sensacional reviravolta, para 3-4, tendo marcado aos 40, 60 e 75 minutos. Já na fase derradeira, o Águias estabeleceria a igualdade final, a quatro bolas.

No que respeita ao topo da tabela, o comandante, Ferreira do Zêzere, cujo desafio nos Amiais fora antecipado para a passada quinta-feira, deparou-se com um “osso duro de roer”, tendo o nulo no marcador subsistido até cerca dos 70 minutos. A resistência dos donos da casa apenas então foi quebrada, com dois golos dos ferreirenses em menos de dez minutos, sendo que o Amiense viria a chegar ainda ao ponto de honra (1-2), já em tempo de compensação. Depois de uma série de dez vitórias nas dez primeiras rondas, o guia segue, agora, com oito triunfos sucessivos!

Mais tranquila foi a missão do vice-líder, Samora Correia, que não teve grandes dificuldades para levar de vencida, também em terreno alheio, a equipa do Entroncamento AC, impondo-se por convincente 3-0, com tentos apontados aos 20, 50 e 90 minutos), repondo, pois, o diferencial para o 1.º lugar em sete pontos (chegara a ser de dez pontos, entre quinta-feira e domingo…).

Surpresa – O Cartaxo volta a marcar presença neste segmento da “surpresa da jornada”, mas, desta vez, pela positiva, tendo ido vencer ao reduto do Alcanenense por 2-1; sendo que dispôs, aliás, de vantagem de dois golos (marcados aos quatro e aos quarenta minutos) durante toda a segunda parte, com a formação de Alcanena a reduzir já depois dos noventa. Foi assim quebrado o ciclo de três vitórias do Alcanenense, no imediato com implicações no dilatar do atraso face ao 3.º lugar (ocupado pelo Fazendense, agora a cinco pontos), minoradas dado os quatro concorrentes seguintes na pauta classificativa terem empatado, nos encontros entre eles disputados.

Confirmações – As confirmações advêm, nesta semana, do equilíbrio entre as turmas que, em confronto directo, disputavam o 5.º e 6.º lugares (Coruchense e Torres Novas), assim como a 7.ª e 8.ª posições (Abrantes e Benfica e Mação).

Em Coruche, foram os torrejanos a marcar primeiro, tendo o grupo do Sorraia fixado o empate (1-1) já na compensação. Em Abrantes, o nulo manteve-se até final, o que, por ora, não possibilita, quer a Abrantes e Benfica, quer a Mação, ascender na classificação. Por curiosidade, também o Torres Novas, assim como o emblema de Abrantes, viram igualmente interrompidas séries de três triunfos (tal como sucedeu com o Alcanenense); ao invés, o Coruchense avançou para o terceiro jogo sem ganhar, depois dos expressivos desaires sofridos ante os dois primeiros classificados.

São agora sete os pontos que separam o 4.º (Alcanenense – 37) do 8.º classificado (Mação – 30), distando o Torres Novas (5.º) um ponto do conjunto de Alcanena, com o Coruchense (6.º) outro ponto mais abaixo, enquanto o Abrantes e Benfica (7.º) passou a contar 33. Por seu lado, continua a ser de dez pontos o fosso entre o 8.º e o 9.º posto (agora partilhado entre At. Ouriense e Cartaxo).

Resta a ingrata missão de abordar a campanha do U. Tomar neste campeonato, outra vez goleado (5-0), nas Fazendas de Almeirim – tendo encaixado nada menos de trinta golos (!), nos oito jogos que leva sem conseguir ganhar (desde a goleada aplicada à Glória do Ribatejo, em meados de Dezembro), nos quais acumulou seis derrotas, continuando estacionado nos 17 pontos, o que não lhe permitirá ainda descansar quanto ao objectivo primordial da continuidade no escalão principal.

O União até teve boa entrada em jogo, assumindo a iniciativa no quarto de hora inicial, mas, a partir do primeiro golo sofrido (próximo da meia hora) não mais conseguiria reagir, assistindo ao implacável avolumar do “placard”, com outros quatro golos, aos 38, 52, 55 e 87 minutos, anotando-se a singularidade de o Fazendense ter sido o único visitado a ganhar nesta ronda.

II Divisão Distrital – O Porto Alto, ganhando por tangencial 1-0 em Almeirim, beneficiou do desaire do Pontével (0-3, na Moçarria), dispondo agora de um já confortável avanço de oito pontos sobre o duo de perseguidores (Forense e Pontével) – sendo que Marinhais, Moçarriense e Benavente poderão ainda acalentar a aspiração de vir eventualmente a chegar ao 2.º lugar.

A Norte, o líder, Tramagal, folgou, vendo reduzir-se para cinco pontos a vantagem sobre o Vasco da Gama (triunfo por 4-2, ante o At. Pernes), destacando-se a soberba goleada (8-1!) imposta pelo Vilarense (agora, outra vez, na 3.ª posição) ao anterior 3.º classificado, Espinheirense.

Liga 3 – O jogo que o U. Santarém deveria ter disputado nos Açores, ante o Lusitânia, foi adiado. Em função dos (outros) resultados da 2.ª ronda, os escalabitanos caíram até ao 4.º lugar, somente com três pontos mais que o Oliveira do Hospital, primeira equipa em zona de despromoção.

Campeonato de Portugal – O Fátima, recebendo o Sertanense, foi penalizado pelo facto de, muito cedo (vinte minutos), se ter visto em inferioridade numérica, tendo, ainda assim, resistido, e conseguido pontuar, por via do empate a um golo, do que decorreu, todavia, a baixa à 3.ª posição.

Antevisão – Os campeonatos distritais sofrem uma pausa, para disputa da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, com U. Tomar e Samora Correia a “retomarem” uma contenda que, há exactos cinco anos, ficara abruptamente interrompida pela pandemia, nesta mesma eliminatória, de apuramento de finalista (então, depois de os tomarenses terem vencido em Samora). O Ferreira do Zêzere desloca-se a Abrantes, para o primeiro de dois embates sucessivos entre ambos.

Na Liga 3, o U. Santarém enfrenta outro desafio crucial, tendo a visita, precisamente, do Oliveira do Hospital. No Campeonato de Portugal, o Fátima desloca-se a Alverca, para defrontar a equipa “B” do clube local, esta temporada menos exuberante que no ano anterior, ocupando o 6.º posto.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Fevereiro de 2025)

2 Março, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 18ª Jornada

(“O Templário”, 20.02.2025)

Com 60% da prova disputada, o campeonato da presente época apresenta uma configuração algo inusual, com notória partição da pauta classificativa em duas metades iguais, com o 8.º e o 9.º classificado separados por dez pontos! A 18.ª ronda foi, aliás, bem paradigmática a este respeito: dos oito primeiros, sete saíram vencedores (só o Coruchense perdeu); dos oitos últimos, nenhum logrou vencer e só Cartaxo e Salvaterrense não perderam … dado terem jogado entre si.

Destaques – Foi, pois, uma jornada sem grandes surpresas, em que os clubes teoricamente mais apetrechados confirmaram o seu favoritismo. Começando pela forma natural como o líder, Ferreira do Zêzere arrumou a contenda a seu favor, na recepção ao Entroncamento AC, aplicando uma goleada por 5-0, rapidamente tendo despachado o seu trabalho, com o 3-0 que se registava já ao intervalo, no que constitui o 7.º triunfo consecutivo no campeonato (ou, de modo ainda mais ilustrativo da superioridade que vem patenteando, o 17.º, nos 18 jogos até à data realizados).

Categórica foi também a vitória averbada pelo Samora Correia, que bateu o Coruchense por 3-0 (hat-trick do nigeriano Mathew Okoro), com a turma do Sorraia a encaixar, em apenas oito dias, nada menos de sete golos sem resposta (praticamente metade dos que sofrera em toda a primeira volta – quinze), nas deslocações aos terrenos dos dois primeiros classificados, o que, para já, lhe custou descer da 4.ª à 6.ª posição (e, agora, apenas com dois pontos sobre o 7.º classificado).

O Fazendense superou um mini-ciclo de três jogos sem ganhar, impondo-se, não sem experimentar dificuldades, na visita a Ourém, onde ganhou ao At. Ouriense por tangencial 1-0, golo apontado à passagem da meia hora de jogo, preservando assim o último lugar do pódio.

Em Tomar, o União voltou a entrar a perder – tal como sucedera em Mação e em Torres Novas – , sofrendo o primeiro golo do Alcanenense somente com um minuto decorrido, ou seja, mais cedo ainda do que sucedera nesses dois desaires. Todavia, este foi um encontro com cariz bem distinto, com os tomarenses a dar muito boa réplica, empatando a meio do primeiro tempo… para se verem de novo em desvantagem pouco depois da meia hora, e, outra vez, restabelecer a igualdade (2-2) apenas três minutos volvidos. Só que a formação de Alcanena, muito oportuna a explorar as falhas contrárias, chegaria ao 3-2, logo outros quatro minutos depois, isto é, ainda antes dos quarenta!

Em qualquer caso, numa partida que, pela toada de “parada e resposta” no marcador, terá tido mais similitudes com o jogo da Taça, ante o Fazendense, os unionistas só acabariam por sair derrotados (2-3) devido a um lapso de apreciação do lance em que fariam o 3-3, já próximo do final do tempo regulamentar – no qual, conforme reconhecido pela generalidade dos intervenientes (incluindo o responsável pelo emblema de Alcanena, José Torcato) e observadores diversos, terá havido um equívoco grosseiro, ao ser sancionado um “fora-de-jogo” inexistente.

Assinala-se ainda o desfecho do desafio entre Torres Novas e Águias de Alpiarça, em que os torrejanos, beneficiando de grande eficácia – pese embora defrontando um adversário que tem evidenciado alguma subida de rendimento –, chegaram a estar a golear por 4-0 (!), acabando o “placard” final (4-2) por, de alguma forma, ficar amenizado, por via dos dois tentos apontados pelos alpiarcenses na parte derradeira do jogo, aos 85 minutos e já em tempo de compensação.

Perfilando-se os três emblemas do pódio com relativamente significativo diferencial pontual (sete pontos entre 1.º e 2.º classificados, sendo de doze pontos o atraso do Fazendense), houve como que um reagrupamento nas posições imediatamente a seguir: o Alcanenense (4.º) está apenas a dois pontos do conjunto das Fazendas; o Torres Novas, outros dois pontos mais abaixo, sendo seguido de perto (somente a um ponto) pelo Coruchense; com o Abrantes (7.º) também próximo.

Surpresa – Se surpresa (ainda que relativa) houve no passado Domingo, ela registou-se no Cartaxo, onde a turma local, a distância muito longínqua do que prometia no arranque da temporada, voltou a ter desempenho aquém do que seria expectável, não tendo conseguido desfazer o nulo, na recepção ao até então “lanterna vermelha”, Salvaterrense.

Confirmações – Para além dos casos relativos a outras partidas já antes mencionadas, também o Abrantes e Benfica (ganhando por 3-2 na Glória do Ribatejo) e o Mação (vitória por 2-0, na recepção ao Amiense) confirmaram cabalmente o favoritismo que lhes era conferido, com abrantinos e maçaenses, paulatinamente em recuperação, posicionados ainda no 7.º e 8.º lugares, respectivamente (separados por três pontos), mas tendo reduzido de forma significativa a desvantagem face aos clubes acima, com o Abrantes somente a dois pontos do 6.º classificado.

Por seu lado, o Amiense partilha com o Cartaxo e o U. Tomar, o 10.º posto, cada qual com 17 pontos, com margem de onze pontos face à “linha de água”, ainda sem poder repousar; subsistindo Salvaterrense e Glória do Ribatejo (agora igualados na cauda da tabela) em zona de despromoção.

II Divisão Distrital – Jogou-se, no último fim-de-semana, apenas na Série B (14.ª jornada, primeira da segunda volta), com o Tramagal a dar mais um importante passo rumo a um ansiado regresso ao principal escalão, tendo recebido e batido o Vilarense (então um dos vice-líderes) por convincente marca de 3-0.

Os tramagalenses dispõem de avanço de oito pontos sobre o Vasco da Gama (com difícil triunfo, por 2-1, no Pego), tendo o Espinheirense ascendido à 3.ª posição (após golear o Mindense por 6-0), mas já a dez pontos do guia. Riachense e Vilarense estão ainda mais atrasados (onze pontos).

Liga 3 – No arranque da fase de disputa da manutenção (com a realização da primeira de dez jornadas), o U. Santarém recebeu a Académica, tendo o 0-0 subsistido até final do prélio. Os escalabitanos foram alcançados na 2.ª posição pelo Sp. Covilhã, ambos dois pontos abaixo dos academistas, e, agora, com (ainda curta) vantagem de quatro pontos em relação à zona de descida.

Campeonato de Portugal – Começam a faltar adjectivos para qualificar a prestação do Fátima, que segue agora num magnífico ciclo de seis vitórias consecutivas, tendo ido vencer – por curiosidade, frente a outro emblema de Coimbra – ao terreno do União 1919, por 2-1, na 19.ª ronda da prova, continuando a repartir a vice-liderança com o Arronches e Benfica.

Perante um desempenho de muito bom nível, será hora de “olhar para cima” e já não para baixo, com a “linha de água” a distantes 14 pontos, a sete jogos do termo da fase regular do campeonato.

Antevisão – A 19.ª jornada do Distrital da I Divisão tem início agendado para esta quinta-feira, dia 20, com a visita do comandante, Ferreira do Zêzere, ao sempre difícil reduto dos Amiais de Baixo, não obstante os ferreirenses disponham de claro favoritismo. No Domingo, o Samora Correia viaja até ao Entroncamento, sendo também de interesse a disputa directa em jogo no Coruchense-Torres Novas. Por seu lado, o U. Tomar tem mais uma complicada saída, às Fazendas.

De sublinhar ainda o “derby” municipal entre o par que ocupa o último lugar, Salvaterrense-Glória do Ribatejo, em que uma eventual vitória poderá constituir importante suplemento de ânimo; mas, ao invés, uma derrota poderá significar o princípio do ditar da sentença de baixa de escalão.

Na Liga 3, o U. Santarém viaja até aos Açores, à cidade de Angra do Heroísmo, para defrontar o último (6.º) classificado, Lusitânia, sendo fulcral pontuar.

No Campeonato de Portugal, que avança já para a 20.ª ronda, o Fátima terá a visita do Sertanense, em posição muito precária, actual penúltimo classificado, a seis pontos do último lugar de manutenção (Sp. Pombal, 9.º na tabela), que poderá surgir motivado pela vitória obtida ante o Pêro Pinheiro, último da classificação – sendo os fatimenses, ainda assim, favoritos a ganhar.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 20 de Fevereiro de 2025)

23 Fevereiro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

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