Archive for 28 Maio, 2023

João Almeida 3.º no “Giro de Itália”

Numa prova de extremo equilíbrio, com os três primeiros separados por escassos segundos até ao penúltimo dia – depois de o Campeão do Mundo, Remco Evenepoel, ter sido forçado a desistir, após o termo da primeira semana, devido a COVID-19, numa altura em que liderava – o esloveno Primož Roglič acabou por fazer a diferença, a seu favor, no contra-relógio de montanha.

O galês Geraint Thomas, que “herdara” a camisola rosa de Evenepoel, mantinha, até anteontem, uma vantagem de 26 segundos sobre Roglič, o qual, por seu lado, tinha 33 segundos de diferença face ao 3.º classificado, o português João Almeida.

No contra-relógio decisivo, Roglič ganhou 40 segundos a Thomas, e 42 segundos a Almeida, consagrando-se assim como vencedor do “Giro”, triunfo que junta às três “Vueltas” conquistadas entre 2019 e 2021, tendo sido 2.º no “Tour” de 2020. Quanto a Thomas, ocupara já as três primeiras posições do “Tour” (1.º em 2018, 2.º em 2019 e 3.º em 2022).

Com uma prova muito regular, reforçando a consistência que faz dele um dos melhores ciclistas mundiais da actualidade, João Almeida, para além de ter sido o vencedor do “Prémio da Juventude” (“Camisola branca”), torna-se no segundo português a terminar uma grande volta no pódio, depois do 3.º lugar de Joaquim Agostinho nas edições de 1978 e 1979 do “Tour” (este, de ambas as vezes, secundando Bernard Hinault e Joop Zootemelk), tendo Agostinho sido ainda 2.º classificado na “Vuelta” em 1974.

Depois de ter terminado já o “Giro” no 4.º lugar (2020) e no 6.º lugar (2021), e a “Vuelta” na 5.ª posição (2022), o jovem João Almeida (24 anos) – também bi-Campeão Nacional de Estrada (em 2021 e 2022) – alcança a sua melhor classificação de sempre, numa prova em que foi ainda vencedor de uma etapa de montanha, no “Monte Bondone” (16.ª etapa, no dia 23 de Maio), onde se impôs, sobre a linha de meta, a Geraint Thomas, o único que, nesse dia, conseguira acompanhá-lo.

Classificação geral final:

1.º Primož Roglič (Eslovénia) – Jumbo-Visma – 85h 29′ 02”
2.º Geraint Thomas (Reino Unido) – Ineos Grenadiers – a 00′ 14”
3.º João Almeida (Portugal) – UAE Team Emirates – a 01′ 15”
4.º Damiano Caruso (Itália) – Bahrain Victorious – a 04′ 40”
5.º Thibaut Pinot (França) – Groupama FDJ – a 05′ 43”
6.º Thymen Arensman (Países Baixos) – Ineos Grenadiers – a 06′ 05”
7.º Edward Dunbar (Irlanda) – Team Jayco AlUla – a 07′ 30”
8.º Andreas Leknessund (Noruega) – Team DSM – a 07′ 31”
9.º Lennard Kamna (Alemanha) – Bora-Hansgrohe – a 07′ 46”
10.º Laurens De Plus (Bélgica) – Ineos Grenadiers – a 09′ 08”

É a seguinte a lista completa dos vencedores da “Volta à Itália”:

  • 5 vitórias – Alfredo Binda (1925, 1927, 1928, 1929 e 1933); Fausto Coppi (1940, 1947, 1949, 1952 e 1953); e Eddy Merckx (1968, 1970, 1972, 1973 e 1974)
  • 3 vitórias – Giovanne Brunero (1921, 1922 e 1926); Gino Bartali (1936, 1937 e 1946); Florenzo Magni (1948, 1951 e 1955); Felice Gimondi (1967, 1969 e 1976); Bernard Hinault (1980, 1982 e 1985)
  • 2 vitórias – Carlo Galetti (1910 e 1911); Costante Girardengo (1919 e 1923); Giovanni Valetti (1938 e 1939); Charly Gaul (1956 e 1959); Jacques Anquetil (1960 e 1964); Franco Balmamion (1962 e 1963); Giuseppe Saronni ((1979 e 1983); Miguel Indurain (1992 e 1993); Ivan Gotti (1997 e 1999); Gilberto Simoni (2001 e 2003); Paolo Salvoldelli (2002 e 2005); Ivan Basso (2006 e 2010);  Alberto Contador (2008 e 2015); Vincenzo Nibali (2013 e 2016)
  • 1 vitoria – Luigi Ganna (1909); Carlo Oriani (1913); Alfonso Calzolari (1914); Gaetano Belloni (1920); Giuseppe Enrici (1924); Luigi Marchisio (1930); Francesco Camusso (1931); Antonio Pesenti (1932); Learco Guerra (1934); Vasco Bergamaschi (1935); Hugo Koblet (1950); Carlo Clerici (1954); Gastone Nencini (1957); Ercole Baldini (1958); Arnaldo Pambianco (1961); Vittorio Adorni (1965); Gianni Motta (1966); Gösta Pettersson (1971); Fausto Bertoglio (1975); Michel Pollentier (1977); Johan De Muynck (1978); Giovanni Battaglin (1981); Francesco Moser (1984); Roberto Visentini (1986); Stephen Roche (1987); Andrew Hampsten (1988); Laurent Fignon (1989); Gianni Bugno (1990); Franco Chioccioli (1991); Evgeni Berzin (1994); Tony Rominger (1995); Pavel Tonkov (1996); Marco Pantani (1998); Stefano Garzelli (2000); Damiano Cunego (2004), Danilo Di Luca (2007); Denis Menchov (2009); Michele Scarponi (2011); Ryder Hesjedal (2012); Nairo Quintana (2014); Tom Dumoulin (2017); Chris Froome (2018); Richard Carapaz (2019); Tao Geoghegan Hart (2020); Egan Bernal (2021); Jai Hindley (2022); Primož Roglič (2023)

28 Maio, 2023 at 6:09 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 30ª Jornada

(“O Templário”, 25.05.2023)

Ao fim de 25 anos, e de 20 épocas no Distrital da I Divisão – após, por várias ocasiões, ter ficado muito próximo do objectivo –, o União de Tomar consegue, enfim, sagrar-se Campeão, garantindo a promoção ao Campeonato de Portugal, regressando, pois, às competições de índole nacional.

Nessas 20 participações no principal escalão do futebol distrital (desde 2002-03) esta foi a 10.ª vez em que o emblema unionista concluiu a prova nos cinco primeiros lugares; ocupando uma das posições do pódio pela 7.ª vez – depois de, em quatro ocasiões (2009, 2015, 2018 e 2022), ter sido vice-campeão; e de ter terminado no 3.º lugar noutras duas edições (em 2016 e 2017).

Um justo prémio para muitos anos de esforços em prol do clube, por parte de órgãos directivos, equipas técnicas (destacando-se as seis temporadas sob a orientação de Eduardo Fortes, a que se seguiram oito épocas sob o comando de Lino Freitas, galardoado com a conquista da Taça do Ribatejo em 2018 – por curiosidade, numa final frente ao Mação) e várias gerações de jogadores.

Um trabalho agora culminado sob a direcção técnica de Marco Marques, repetindo, como treinador, o anterior título de Campeão Distrital, em 1997-98 (então como jogador do União), que junta à conquista, como treinador da equipa de Juniores do clube, da Taça do Ribatejo, em 2013 – vendo coroado de êxito o seu intenso labor e enorme dedicação. Ao Marco, o meu Obrigado!

Destaques – Num campeonato renhido, disputado até ao último dia entre três concorrentes, de que – em largas décadas – havia, até agora, um único antecedente (na época de 1967-68), a forte réplica oferecida por Amiense e Fazendense vem valorizar sobremaneira a conquista do União.

A formação mais regular ao longo de toda a época – na liderança durante um total de 21 (das 30) jornadas, entre as quais as últimas 18 – o U. Tomar entrava para o derradeiro encontro sendo o único a depender apenas de si, “bastando” ganhar ao Mação para confirmar a conquista do título.

Perante este dado, a equipa, com forte personalidade, honrou, desde o início da partida, a missão que tinha a cumprir, assumindo a iniciativa, indo em busca da vitória. Que acabou por ser construída e alcançada com naturalidade. Quando os tomarenses inauguraram o marcador, num remate colocado, de “meia-distância”, desferido por Leandro Filipe, estavam decorridos apenas 17 minutos, tinham demonstrado cabalmente ao que vinham, tendo criado já um par de situações.

O golo tranquilizou o grupo, que manteve a pressão. Mas o melhor estava ainda para vir: não estava completado o minuto inicial do segundo tempo quando Wemerson Silva, com um remate “bombeado”, fez a bola sobrevoar o guardião contrário, estabelecendo o “placard” final de 2-0.

Logo aí começou a formar-se a convicção de que a vitória – e, consequentemente, o título – não escaparia ao União. E assim foi. Até final, os nabantinos, perdulários, não conseguiram aproveitar algumas soberanas ocasiões para voltar a marcar. A grande festa esperava já por eles!

O Amiense, em igualdade pontual face ao líder, tinha também uma tarefa a realizar: a de vencer o seu desafio, recebendo o Torres Novas, na expectativa de algum eventual deslize dos unionistas.

Cedo (apenas com dez minutos decorridos) se colocando em vantagem, o conjunto dos Amiais repetiria a “dose” no segundo tempo, marcando de novo após estarem jogados dez minutos, fixando o resultado em 2-0. Porém, as notícias que chegavam de Tomar não eram as desejadas…

O grupo de Amiais de Baixo, com excelente desempenho nesta época, alcançou, não obstante, magnífico 2.º lugar, superando todas as expectativas – terminando, aliás, com o mesmo número de pontos do Campeão – tendo como prémio a presença na próxima edição da Taça de Portugal.

Por seu lado, o Fazendense – imune à decepção de ter deixado escapar uma situação, que chegou a parecer privilegiada, de poder conquistar o título (quando, depois de ter já derrotado o Amiense, recebia, na 27.ª ronda, o U. Tomar, apenas com um ponto de desvantagem), tendo acabado, inesperadamente, por ver-se relegado para o 3.º lugar, sem sequer ter a consolação do acesso à Taça de Portugal – goleou, em jogo de “final de estação”, o Salvaterrense, por categórico 5-0.

Aqui fica uma palavra de apreço pelo brilhante campeonato realizado pela turma das Fazendas de Almeirim, num estimulante duelo com o União, porventura merecedor de algo mais na pauta final.

Também, em paralelo, um abrir de apetite para a próxima edição do Campeonato Distrital, que se antevê empolgante, com vários clubes com fortes aspirações, a que se juntará ainda o Coruchense.

Surpresas – A grande surpresa da derradeira jornada foi o empate (2-2) cedido pelo Alcanenense – em “rodagem” para a Final da Taça –, na recepção ao Águias de Alpiarça (15.º classificado), que, assim, conseguiu fechar a sua participação neste campeonato a pontuar, após dez derrotas.

O conjunto de Alcanena manteve, ainda assim, a 4.ª posição, mercê de outro desfecho algo imprevisto, por parte do Samora Correia (5.º), derrotado por 2-1 no “derby” municipal, pelo rival Benavente (14.º), o qual, já desde a semana anterior, conhecia o seu destino, acompanhando os alpiarcenses e o Entroncamento AC na despromoção ao escalão secundário.

Confirmações – Nas restantes três partidas os favoritos alcançaram a vitória, destacando-se o Fátima, que, mercê da categórica vitória (3-0) ante o Cartaxo (13.º), ascendeu a uma muito meritória 7.ª posição, ultrapassando, sobre o “risco de meta”, os grupos de Salvaterra e torrejano.

Também o Ferreira do Zêzere finalizou da melhor forma um campeonato irregular, somando o quarto triunfo consecutivo, ao bater (2-1) o At. Ouriense; os ferreirenses igualaram, precisamente, aqueles dois emblemas (formando-se um terceto com 39 pontos), mas, por via do confronto directo, acabaram por quedar-se no 10.º posto, após o Salvaterrense (8.º) e o Torres Novas (9.º).

Igualmente inglória foi a vitória do Abrantes e Benfica no Entroncamento, por 3-2, uma vez que não lhe possibilitou melhorar o modesto 12.º lugar final, em paridade pontual com o At. Ouriense (11.º). A formação da cidade ferroviária tinha já definida a sua posição de “lanterna vermelha”.

II Divisão Distrital – Também neste escalão se assinala evolução surpreendente, do Vasco da Gama, que, depois de ter averbado um único ponto nas quatro primeiras jornadas, encadeou um ciclo de três triunfos sucessivos, tendo vencido nos Riachos por 2-1, igualando, precisamente, o Riachense, no 3.º posto. Ao invés, o Tramagal, derrotado (0-1) em casa pelo Moçarriense, somou terceiro desaire consecutivo, baixando ao 5.º lugar, pese embora apenas a um ponto desse duo.

O Forense, ganhando por renhido 4-3 no reduto do Espinheirense, consolida a sua posição, apresentando-se, a três rondas do termo desta fase final, na liderança destacada – a par do Moçarriense – ambos já com uma boa margem, de cinco pontos de avanço face àquele par.

Antevisão – Este Domingo (13 horas) disputa-se a Final da Taça do Ribatejo, entre Alcanenense e Torres Novas, turmas dirigidas, respectivamente, por José Torcato e Eduardo Fortes. O clube de Alcanena participa na Final pela quarta vez (depois de 2002, 2009 e 2010), ainda sem se estrear como vencedor do troféu, que almeja juntar à Taça conquistada no escalão de Juniores. Já os torrejanos participam na sua terceira Final (após 1986 e 2011), aspirando a bisar o triunfo de 2011.

Na II Divisão Distrital todos os três desafios se afiguram de cariz determinante, em relação à definição dos lugares de subida ao escalão principal: o Forense procurará desforrar-se da pesada derrota (1-5) sofrida, na 1.ª volta, no Tramagal; o Moçarriense recebe o Vasco da Gama, podendo, em caso de triunfo, praticamente selar a promoção; o Riachense visita a turma do Espinheirense.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 25 de Maio de 2023)

28 Maio, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário


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