O Pulsar do Campeonato – 27ª Jornada

30 Abril, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 27.04.2023)

Do “decisivo” embate entre os dois primeiros classificados resultou o… adiar da decisão. Nessa “quase final”, entre Fazendense e U. Tomar, a ter havido um vencedor, qualquer que fosse, ficaria em posição muito privilegiada para vir a conquistar o tão almejado título de Campeão Distrital.

Assim, face à igualdade verificada, ficam, ambos os contendores, com três “finais” pela frente, nas três rondas que subsistem por disputar: o União, mantendo a liderança, volta a ser o único clube a depender de si próprio, sendo que três vitórias lhe garantirão tal título (aliás, muito possivelmente, bastar-lhe-á registar os mesmos desfechos que o adversário vier a obter); mas, se o Fazendense conseguir somar um único ponto a mais, que seja, acabará por ter a primazia.

Até ao termo do campeonato, quer os unionistas, quer o grupo das Fazendas, terão dois jogos em casa e apenas um fora: os tomarenses começam pela recepção ao At. Ouriense, deslocando-se de seguida a Salvaterra de Magos, finalizando a prova recebendo o Mação; já o Fazendense terá a visita do Ferreira do Zêzere, desloca-se a Ourém, e conclui com a recepção ao Salvaterrense.

Para além de se verificar a curiosidade de dois adversários comuns – ao longo de praticamente toda a época, o Fazendense encontra sempre a equipa que, na jornada precedente, defrontou o U. Tomar –, nesta equação da disputa do título poderá ainda vir a ter uma palavra a dizer o Amiense, que, prosseguindo a brilhante campanha que vem realizando, aproveitou para encurtar distâncias.

Afigura-se, ainda assim, uma possibilidade remota, uma vez que, tendo agora dois pontos de atraso do Fazendense, e três face ao U. Tomar, teria desvantagem no confronto directo perante qualquer deles (diferença desfavorável de 14 golos, no “score” global, em relação ao grupo das Fazendas), assim como num cenário de eventual igualdade pontual entre os três emblemas.

Destaques – Todas as atenções estavam focadas, na 27.ª jornada, no prélio disputado nas Fazendas de Almeirim, entre o vice-líder e o líder, com grande afluência de público, afecto às duas equipas, a dar uma cor especial ao espectáculo. E, começando precisamente por aí, é grato registar e enaltecer a correcção com que os adeptos visitados acolheram os visitantes, inclusivamente perante um desfecho da partida que não foi o que pretenderiam para as suas cores.

Como foi o desafio? O União teve muito boa entrada, começando por estar “por cima” no jogo, com maior posse de bola, denotando confiança, porém, sem ter criado oportunidades junto da baliza contrária. A partir de meio do primeiro tempo o Fazendense conseguiria equilibrar a toada do encontro, procurando explorar os lances de bola parada, tendo logo uma primeira ocasião de muito perigo, a que os tomarenses ripostariam de pronto, ainda nos 25 minutos iniciais, com os dois guarda-redes, de ambos os lados, a mostrar reflexos apurados.

No decurso da primeira parte, de assinalar ainda o forte susto sofrido pelos nabantinos, cerca dos 40 minutos (bola a esbarrar com estrondo na trave, com o guardião unionista a negar o golo na recarga), e, mesmo a encerrar, outro livre em zona perigosa, mas sem consequências.

Na segunda metade o Fazendense, ciente da “conveniência” de ganhar este crucial encontro, assumiria mais a iniciativa. Essas investidas acabariam por frutificar com a conquista, aos 73 minutos, de uma grande penalidade, de cuja conversão decorreria o tento dos homens da casa.

O técnico tomarense, Marco Marques, foi lesto a reagir, arriscando de imediato, trocando um defesa central e um defesa lateral, por um médio e um avançado (Guilherme Nunes), que viria, sete minutos volvidos – somente quatro minutos após ter entrado em campo –, a ter influência determinante, tendo sido o autor do remate que, depois de ressaltar num defesa contrário, resultou no tento do empate. Tal como sucedera na ronda anterior, com Guilherme Camargo (que entrara a três minutos do final), autor do golo da vitória ante o Ferreira, o União voltava a ter “estrelinha”.

Até ao fim, nos dez minutos de tempo regulamentar, mais os dez minutos de período de compensação, seria necessário sofrer bastante, perante a intensa pressão exercida pelo Fazendense, empurrando o União para o seu sector mais recuado – tendo, não obstante, esboçado ainda um par de contra-ataques –, mas sem que qualquer das turmas tivesse conseguido alterar o “placard”, com nota de realce para intervenções determinantes do guardião Ivo Cristo.

O U. Tomar saiu das Fazendas como líder – festejou, junto dos seus adeptos, tal condição –, mas nada está decidido, tendo ainda muito trabalho pela frente, para poder concretizar o seu objectivo.

Conforme aludido, o Amiense continua em muito bom plano (cinco vitórias nos últimos seis jogos), tendo ido ganhar a Salvaterra de Magos por 2-0… mantendo-se “à espreita”, nada tendo já a perder, dado que, no mínimo, garantiu já um notável 3.º lugar.

Desta ronda fica ainda a confirmação “matemática” da despromoção do Entroncamento AC (derrotado por tangencial 3-2 em Ourém) à II Divisão Distrital, o que, em paralelo, permite garantir, desde logo, a permanência do At. Ouriense no escalão principal.

O mesmo se aplica (manutenção já garantida) ao Abrantes e Benfica, que – depois de uma longa e difícil de compreender fase negativa de resultados – conseguiu “dar a volta”, tendo somado quarta vitória consecutiva (sexta, contando com os jogos da Taça), derrotando, curiosamente pela mesma marca (3-2), o “aflito” Benavente, o qual voltou a cair abaixo da “linha de água”.

E isso, porque noutro desafio de cariz determinante na luta pela manutenção, o Cartaxo se impôs por categórico 3-0 ao Águias de Alpiarça – conjunto que, tendo somado oitavo desaire consecutivo, sem conseguir ganhar há 13 longas jornadas, parece também encaminhar-se a passos largos para a descida (passou a distar quatro pontos do seu adversário desta ronda).

Um desfecho também muito importante foi o alcançado pelo Ferreira do Zêzere, derrotando o Samora Correia por 3-1 (apenas o segundo triunfo ferreirense na segunda volta), a ampliar para sete pontos a sua agora já “confortável” margem de segurança face à zona de despromoção.

Confirmações – Torres Novas e Alcanenense confirmaram que estão, ambos, já mais “com a cabeça na Taça” que no campeonato, não tendo desfeito o nulo na partida que disputaram.

O mesmo se poderá dizer do Fátima, que acabou por ser batido em Mação, por tangencial 1-0, devido a um tento sofrido já no termo do período de compensação do desafio.

II Divisão Distrital – Depois de disputadas apenas as primeiras três rondas (de um total de dez) nesta fase final parece haver quatro candidatos… a três lugares de promoção ao escalão principal.

O Tramagal esteve em grande evidência, goleando o anterior guia isolado, Forense, por 5-1. Os tramagalenses repartem agora o comando com esse rival e com o Riachense, vencedor (por muito renhido 4-3, com o golo decisivo apontado já na compensação) frente ao Espinheirense. Segue-se, apenas a um ponto (cinco, face a seis pontos do trio da frente), o Moçarriense, que deixou escapar vantagem de dois tentos no reduto do Vasco da Gama, acabando por empatar a duas bolas.

Antevisão – Após a disputa da 1.ª mão das meias-finais da Taça do Ribatejo, no feriado de 25 de Abril, as atenções voltam a estar concentradas no campeonato, necessariamente, no Fazendense-Ferreira do Zêzere e no U. Tomar-At. Ouriense, dispondo os candidatos ao título de maior favoritismo. Por seu turno o Amiense recebe um adversário difícil, Mação (em luta pelo 5.º lugar).

Na II Divisão destaca-se o embate Riachense-Moçarriense, tal como o Espinheirense-Tramagal.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Abril de 2023)

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