O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/4 de final

16 Abril, 2023 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 13.04.2023)

A notícia mais relevante (pela negativa) do fim-de-semana foi o consumar da despromoção do Coruchense do Campeonato de Portugal, retornando, dois anos depois, ao Distrital. O emblema do Sorraia iguala, assim, o registo de Alcanenense, Cartaxo e U. Almeirim, como os clubes que mais vezes (cinco cada) foram despromovidos aos regionais, com a particularidade de, no caso do grupo de Coruche, ser a terceira vez em que tal sucede nas últimas oito temporadas.

Tal traduz uma fase de “sobe e desce”: tendo sido promovido ao “Nacional” em 2015, 2017 e 2021, o Coruchense não foi além de duas épocas sucessivas em tal patamar, o que, aliás, alcançou apenas no ciclo que agora finaliza, depois das descidas (“imediatas”) de 2016 e 2018.

Para além dos clubes antes referidos, cada qual com cinco despromoções, realça-se ainda o acumulado de quatro descidas ao Distrital por parte de Alferrarede, Riachense e Torres Novas; tendo o Amiense, Marinhais, Samora Correia, U. Rio Maior e U. Tomar (este nos anos de 1985, 1997 e 2002) baixado a tal escalão em três ocasiões, cada um deles.

Estes movimentos têm, naturalmente, associadas temporadas de subida aos Nacionais (antiga III Divisão, Campeonato Nacional de Seniores, e, por último, ao Campeonato de Portugal) – desde que, na época de 1968-69, foi adoptado o regime de promoções e despromoções de escalão –, com um paralelo de bastante similitude: cinco subidas para Alcanenense, Cartaxo, Coruchense e Riachense (que, contudo, abdicou de uma delas – 2009); quatro para Alferrarede e U. Almeirim; três promoções de Amiense, Marinhais, Samora Correia, Torres Novas e U. Rio Maior.

Os dois candidatos ao título (e subida de Divisão) no actual campeonato foram promovidos à III Divisão Nacional em duas ocasiões: U. Tomar, em 1988 e 1998; Fazendense, em 1996 e 2007.

Destaques – Na Taça do Ribatejo, e tal como sucedera na eliminatória precedente, o Torres Novas voltou a estar em especial evidência, afastando, desta feita em terreno alheio, o Amiense, notável 3.º classificado do campeonato, impedindo a turma dos Amiais de Baixo de ampliar o seu magnífico “record” de 15 presenças nas meias-finais da competição.

Praticamente tendo entrado a perder, os torrejanos, não se descompondo, empatariam antes da meia hora de jogo, colocando-se em vantagem já no quarto de hora final. O Amiense ainda conseguiria restabelecer a igualdade (2-2) já em período de compensação, mas acabou por ser desfeiteado no desempate da marca de “penalty” (fórmula que lhe permitira superar a ronda anterior). Foi o terceiro jogo seguido sem vitória do grupo dos Amiais, proporcionando ao Torres Novas marcar presença nas meias-finais da Taça pela 4.ª vez (após 2017, 2011 e 1986).

Em destaque esteve também o Abrantes e Benfica, confirmando o bom momento que atravessa, apresentando-se igualmente como um dos candidatos a vencer a prova, tendo ido aplicar uma imprevista goleada, por 4-1, a Samora Correia, apurando-se para as meias-finais pela 3.ª vez (depois de ter sido finalista na última época, e de ter atingido também as semi-finais em 2019).

Confirmações – O Alcanenense, batendo o Benavente por categórico 3-0, confirmou um apuramento tranquilo, atingindo as meias-finais da prova pela 8.ª vez (fase que já não alcançava desde uma sequência de quatro qualificações, de 2009 a 2012), perfilando-se, em teoria, como o principal candidato à conquista do troféu, que, por curiosidade, nunca conseguiu vencer (contando três finais perdidas, em 2002, 2009 e 2010).

Também o Fátima confirmou o favoritismo que lhe era creditado, tendo recebido e batido, por 3-1, o Águias de Alpiarça, garantindo, deste modo, a sua estreia nas meias-finais da Taça.

Esses desafios, em que será decidido o acesso à final da “prova rainha”, numa eliminatória a disputar a duas mãos, estão agendados para dia 25 de Abril e 7 de Maio, colocando frente-a-frente, respectivamente: Torres Novas-Abrantes e Benfica; e Alcanenense-Fátima.

Campeonato de Portugal – Depois de ter já desperdiçado alguns “match-points” em jornadas precedentes, o Coruchense enfrentava, na penúltima ronda da prova, numa espécie de final, o Mortágua (equipa imediatamente acima na tabela, com dois pontos à maior), que recebia no seu terreno, sabendo que só a vitória lhe poderia permitir ainda a “salvação”.

O grupo do Sorraia não poderia esperar melhor começo, tendo-se adiantado no marcador logo aos quatro minutos. Viria, porém, a sofrer dois golos entre os 23 e os 30 minutos, operando-se a reviravolta no marcador. Não obstante tenha ainda empatado, outros cinco minutos fatídicos (entre os 66 e os 71) proporcionariam ao adversário repor a vantagem, acabando por ganhar 4-2.

Assim, passando a distar cinco pontos deste rival (e do Sintrense) – e, também, em função do triunfo averbado pelo Sertanense em Loures, resultando no ampliar, de três para seis pontos, da diferença pontual face àquele oponente – o emblema de Coruche vê-se, inapelavelmente, relegado para o Distrital, não podendo já, na derradeira ronda, melhorar o 9.º posto que ocupa na classificação… o primeiro (de um total de seis despromovidos) abaixo da “linha de água”.

Por seu lado, o U. Santarém cumpriu a sua missão, goleando por 4-0 o Marinhense, chegando à entrada para a última jornada no 1.º lugar… contudo, uma posição ilusória e que bem poderá vir a revelar-se inglória, dado que os escalabitanos folgarão (devido à desistência do Rio Maior SC), podendo, pois, ser ultrapassados por Pêro Pinheiro (em igualdade pontual, deslocando-se ao reduto do agora já tranquilo Mortágua) e 1.º Dezembro (apenas um ponto atrás, e que recebe, precisamente, o já sentenciado Coruchense) – caso em que ficariam afastados da fase final.

Antevisão – Na 26.ª ronda da I Divisão Distrital as atenções estarão focadas no “quase derby” U. Tomar-Ferreira do Zêzere, um embate sempre de cariz muito especial, e no Entroncamento AC-Fazendense; sendo os dois primeiros favoritos a ganhar não poderão, contudo, “distrair-se”.

Na luta pela manutenção – sabendo-se já, agora, que serão três os clubes a despromover à II Divisão –, destacam-se as seguintes partidas: Águias Alpiarça-Torres Novas, Benavente-Mação e Samora Correia-Cartaxo; enfrentando os clubes em risco de descida difíceis compromissos.

Na segunda jornada da fase final do escalão secundário destacam-se os embates Moçarriense-Tramagal e Forense-Espinheirense, em que cada ponto conquistado poderá ser determinante.

No Campeonato de Portugal, a expectativa reside, conforme aludido, nos desafios: 1.º Dezembro-Coruchense e Mortágua-Pêro Pinheiro; em que estará em causa o futuro imediato do U. Santarém. Tendo vantagem no confronto directo sobre ambos os concorrentes (em função da superior diferença de golos geral), os escalabitanos só poderão almejar o apuramento para a fase final se o 1.º Dezembro não ganhar ou em caso de algo improvável derrota do Pêro Pinheiro.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Abril de 2023)

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