O Pulsar do Campeonato – 21ª Jornada
19 Março, 2022 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 17.03.2022)
Superada que foi uma fase difícil, com importantes perdas de pontos (cinco no caso do Rio Maior, nas três rondas iniciais da segunda volta; nove por parte do U. Tomar, em três jornadas consecutivas – 18.ª à 20.ª –, a que acresce a eliminação de ambos da Taça do Ribatejo), os dois candidatos ao título não vacilaram – tendo os riomaiorenses alinhado entretanto já outros três triunfos sucessivos no campeonato, face a duas vitórias dos nabantinos na passada semana.
De facto, o desfecho das partidas disputadas em Benavente (3-1, na quarta-feira) e ante o Alcanenense (4-2, no Domingo) proporcionaram ao União continuar a depender de si próprio, na antecâmara do crucial embate do próximo fim-de-semana, em que visitará Rio Maior.
Costuma dizer-se, nestas ocasiões, que “nada ficará decidido” em tal confronto – subsistirão ainda oito rondas por realizar (ou seja, um total de 24 pontos em disputa para cada contendor) –, mas, em paralelo, será também um apelidado “jogo de seis pontos”: caso o U. Tomar venha a vencer, não só igualará o rival na liderança, como passaria a dispor de vantagem no confronto directo; ao invés, ganhando o Rio Maior, dilataria para seis pontos a margem face ao 2.º classificado.
Destaques – Ao contrário das últimas semanas, o realce da 21.ª jornada vai para o desaire sofrido pelo Fazendense na deslocação a Torres Novas, onde perdeu por 2-1, depois de ter chegado a estar em vantagem, voltando a ver os dois da frente distanciar-se (agora a nove pontos do U. Tomar), e sendo igualado no 3.º posto pelo Mação. Uma boa operação para os torrejanos – que até têm denotado alguma irregularidade em casa, onde ganharam apenas pela quarta vez em dez jogos –, integrando um quarteto que reparte o 7.º lugar, apenas um ponto abaixo do Alcanenense.
Em evidência esteve também o Samora Correia, vencendo em Salvaterra de Magos, igualmente por 2-1, ante um adversário que vinha somando bons resultados nas últimas semanas. Os samorenses são outro dos integrantes do tal quarteto (a par, ainda, de Amiense e Benavente), enquanto o Salvaterrense se segue de imediato na tabela, somente a um ponto.
Frente a um adversário (At. Ouriense) ainda em posição delicada (13.º, quatro pontos acima do U. Almeirim e com cinco de vantagem face ao Ferreira do Zêzere), o guia, Rio Maior, experimentou dificuldades para se impor por tangencial 1-0, ainda assim o suficiente para enfrentar o próximo desafio em posição privilegiada, no seu reduto, e com três pontos a mais.
Confirmações – Numa jornada sem especiais surpresas a assinalar, os resultados dos restantes cinco encontros vieram confirmar a “lógica” do futebol, com os emblemas mais credenciados a confirmar o seu superior potencial, a par de repartição de pontos noutro duelo mais equilibrado.
Tal como referido, o U. Tomar bateu (por 4-2) o Alcanenense, uma margem, porém, algo ilusória de “facilidades” que, efectivamente, não se verificaram. Ao contrário, dada a dificuldade dos unionistas em “entrar no jogo”, durante a sua primeira metade, foram os visitantes que, por duas ou três ocasiões, mais perto estiveram de inaugurar o marcador, não fosse a decisiva concentração do guardião tomarense, a par de situações em que os dianteiros adversários foram perdulários.
Na segunda parte, os donos da casa entraram de rompante, marcando logo a abrir (teriam, logo depois, um outro lance de golo invalidado pelo árbitro), mas vindo, contudo, a conceder o tento da igualdade. Já depois de ter sido desperdiçada outra boa oportunidade, valeria, então, a inspiração de Tiago Vieira – nesta fase, com posicionamento em campo diferente do habitual, mais avançado – para recolocar os tomarenses em vantagem, que ampliariam ainda para o 3-1.
Mas, fazendo o União sofrer (quase) até final, a turma de Alcanena reduziria ainda para a margem mínima (2-3), antes de Tiago Vieira completar um notável “hat-trick”, a fixar o “placard”.
O Abrantes e Benfica aproveitou a derrota alcanenense para, goleando o Benavente por 5-2, voltar a assumir a 5.ª posição, pese embora muito atrasado face ao quarteto da frente.
O Mação venceu, também com naturalidade, por convincente 3-0, uma equipa do U. Almeirim, que tarda em conseguir afastar-se da zona perigosa (dependendo do desempenho do Coruchense na fase final do Campeonato de Portugal, poderá até estar, nesta altura, em situação de eventual despromoção). Quanto aos maçaenses, retomaram também o 3.º posto, a par do Fazendense.
O Cartaxo, ganhando por tangencial 2-1 ao “lanterna vermelha”, Glória do Ribatejo, deu importante passo para a tranquilidade – dispõe agora de uma margem de segurança já de nove pontos em relação ao U. Almeirim; e dez pontos de vantagem face ao Ferreira do Zêzere. Em contraponto o grupo da Glória mantém sete pontos de atraso para a “linha de água” (onze pontos, no cenário de virem a ser três os clubes a despromover ao segundo escalão).
Nessa luta pela manutenção, o Ferreira do Zêzere não obteve o desfecho almejado, não indo além do nulo, na recepção ao Amiense. Encurtou, ainda assim, mesmo que ligeiramente, a distância face ao U. Almeirim e ao At. Ouriense, que se posicionam imediatamente acima na tabela.
II Divisão Distrital – O grande destaque da 15.ª jornada foi a surpreendente goleada (5-0) aplicada pela equipa da Ortiga ao Espinheirense, com o Tramagal (vencedor do Aldeiense, por 3-2) a reduzir para seis pontos o seu atraso face ao 2.º classificado da série.
O Águias de Alpiarça (vitória por 2-0 em Benfica do Ribatejo) aproveitou a folga do Forense para igualar pontualmente o líder, pese embora este tenha um jogo a menos. Por seu lado, o Marinhais (goleando, por 7-0, em Coruche, a equipa “B” do Coruchense) mantém-se a sete pontos dos alpiarcenses, contando igualmente um jogo a menos que esse rival na disputa pelo 2.º lugar.
O Fátima ganhou também, em Tomar, perante a equipa “B” do União, por 3-1, mantendo-se a par do Entroncamento em termos pontuais, no comando da série (com os fatimenses igualmente com um jogo a menos disputado) – ambas as equipas confirmaram já, matematicamente, o apuramento para a fase final, juntando-se ao Moçarriense (que folgou também nesta ronda).
Antevisão – De forma incontornável, todas as atenções estarão centradas no empolgante duelo entre Rio Maior e U. Tomar, que poderá ser determinante para o desfecho deste campeonato, com os dois candidatos a reencontrarem-se, depois da igualdade (1-1) registada na primeira volta.
Na II Divisão Distrital, teremos também um aliciante Águias de Alpiarça-Forense, sendo ainda de interesse o U. Atalaiense-Entroncamento AC e o Abrantes e Benfica “S23”-Tramagal.
No arranque da segunda fase (manutenção) da Liga 3 o U. Santarém recebe o Amora (5.º classificado da fase regular), que ficou somente a um ponto da qualificação para disputa da subida.
Também o Campeonato de Portugal tem a primeira jornada da fase final (manutenção), com o Coruchense a ter a visita do V. Sernache, sendo importante começar, desde já, a somar pontos.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Março de 2022)
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