O Pulsar do Campeonato – 18ª Jornada

20 Fevereiro, 2022 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 17.02.2022)

Numa “cimeira” ao mais alto nível, em dois desafios que reuniram as quatro melhores equipas do campeonato, os dois clubes que repartem o 3.º lugar derrotaram os dois que partilham a liderança, tendo o Fazendense conseguido quebrar enfim – após 18 jogos – a invencibilidade do Rio Maior. Quanto ao U. Tomar, soçobrou em Mação, numa espécie de “hara-kiri”, jogando os últimos 15 minutos reduzido a nove elementos, averbando o seu segundo desaire nesta temporada.

Já se antevia, à partida, que estes seriam dois embates de exigência máxima para os guias da prova; o que não se esperaria talvez é que, depois de se terem colocado, ambos, em vantagem (no caso do Rio Maior, com dois golos nos seis minutos iniciais!) e de terem voltado para a segunda parte nessa condição, de “vencedores”, acabassem por baquear – os unionistas com dois tentos consentidos em dois minutos; os riomaiorenses sofrendo o ponto da derrota no derradeiro minuto.

Tendo sido, pois, interrompido um magnífico ciclo de onze triunfos consecutivos – todos os jogos disputados desde que, a 31 de Outubro de 2021, empatara com o Rio Maior – o U. Tomar igualou a segunda melhor série vitoriosa de todo o seu historial (já registada, anteriormente, entre 16 de Novembro de 1997 e 25 de Janeiro de 1998), quedando-se, todavia, a três êxitos do seu máximo, de 14 vitórias (alcançado entre 20 de Março e 2 de Outubro de 1988).

Destaques – O primeiro realce da 18.ª ronda vai para o Fazendense, que, depois de se ver a perder por 0-2 com pouco mais de cinco minutos de jogo, teve a enorme força mental (e física) para, enfrentando um dos líderes, ainda invicto, conseguir operar sensacional reviravolta no marcador, acabando por ganhar por 3-2. Para tal seriam determinantes, em especial, dois golos: o 1-2, logo a abrir a segunda parte e o tento da vitória, em cima do minuto 90, perante um atónito Rio Maior.

Os riomaiorenses denotaram, assim, inesperadas fragilidades, de um sector que tinha sido, até agora, a sua grande fortaleza: com uma média inferior a 0,5 golos sofridos por jogo, nos 17 primeiros encontros do campeonato, consentiram, num único desafio, três golos!

Precisamente, o terceiro golo da turma das Fazendas de Almeirim veio salvar, “in extremis”, a posição do U. Tomar, até então em risco de perder, após 18 jornadas, a liderança da competição (mesmo que “à condição”, uma vez que mantém um jogo em atraso, a disputar em Benavente).

Os tomarenses sentiram dificuldades, como raramente experimentaram nesta época, para impor a sua toada característica, que consiste em assumir, desde início, o controlo e a iniciativa do jogo. Em Mação, frente a um adversário de grande valor, a primeira parte foi repartida, mesmo que com alguma ligeira supremacia dos unionistas, a qual, depois de uma ou outra ocasião de maior perigo, viria a traduzir-se em golo (através de uma grande penalidade) já próximo do intervalo.

Porém, na segunda metade, os maçaenses surgiram particularmente aguerridos, empurrando o oponente para o seu meio-campo, forçado a defender-se. A pressão dos homens da casa resultaria, à entrada do quarto de hora final, no tento do empate, do que decorreria o tal deslaçar emocional dos nabantinos. Alguma falta de “fair-play” nos festejos do golo, suscitou reacção intempestiva, sancionada com cartão vermelho.

O U. Tomar via-se reduzido a dez elementos, para, de imediato, num lance ambíguo – depois de ser assinalada falta a seu favor, o árbitro reverteria o seu juízo, optando pela decisão contrária –, sendo que, do livre, surgiria o segundo golo do Mação. Entre os 75 e os 78 minutos, o União sofria dois golos… e duas expulsões. Paradoxalmente, a jogar apenas com nove elementos, teria uma forte reacção, chegando mesmo a ameaçar poder restabelecer a igualdade.

Em partida de forte intensidade – tendo sido mostrados 12 cartões amarelos (sete aos tomarenses) e três vermelhos (o Mação teria também um jogador expulso já na compensação) –, num reduto adverso e frente a rival poderoso, subsiste a impressão de que o União poderia ter pontuado.

Em função destes desfechos reduziu-se ligeiramente, de 12 para 9 pontos, o “fosso” entre os dois primeiros e o duo que ocupa a 3.º posto, o que, contudo, não deverá constituir alteração profunda no escalonamento entre os dois pares, atendendo ainda ao facto de o União ter um jogo a menos.

Confirmações – Num fim-de-semana sem (outras) surpresas de monta, assinalam-se três nulos no “placard” final, nos confrontos Abrantes e Benfica-Cartaxo (duas equipas em momento de forma menos afirmativo), Benavente-Salvaterrense (mantendo-se muito a par, separados por um ponto, numa disputa que transita já da temporada precedente, então no escalão secundário) e Samora Correia-At. Ouriense, sendo de registar que os samorenses empataram nove dos seus últimos 15 jogos, não tendo vencido nas seis jornadas mais recentes.

Ademais, para além das derrotas dos dois comandantes, perderam também os três emblemas da cauda da tabela, pese embora, todos eles, por tangencial 1-2: o U. Almeirim, em Amiais de Baixo, ante o Amiense; o Ferreira do Zêzere em Alcanena, frente ao Alcanenense, que prossegue a sua bela campanha, tendo reforçado a 5.ª posição; o Glória do Ribatejo, em casa, ante o Torres Novas, começando a ver muito ameaçada a possibilidade de manutenção (a sete pontos do 14.º classificado, U. Almeirim, e já com onze pontos de atraso do 13.º, At. Ouriense).

II Divisão Distrital – Os favoritos consolidaram as respectivas posições, mercê dos triunfos alcançados: 4-0 do Forense, frente ao Coruchense “B”; 3-0 do Águias de Alpiarça, perante o U. Santarém “B”; 5-1 do Entroncamento, no terreno do Vilarense; 3-2 no Fátima-U. Atalaiense; e 3-1 no Moçarriense-Ortiga (11.ª vitória da formação da Moçarria em outros tantos desafios).

Ainda com seis jornadas por disputar, os cinco clubes vencedores antes referidos parecem muito bem encaminhados para assegurar a presença na fase final, subsistindo em aberto, nesse cenário, uma vaga, a decidir entre Espinheirense (folgou) e Tramagal (vencedor frente ao Pego, por 3-0).

Liga 3 – O U. Santarém vem acusando alguma dificuldade competitiva neste escalão (somando quatro vitórias em 19 jogos), tendo perdido por 2-0 na Amora, baixando ao penúltimo lugar, com 16 pontos, somente um ponto acima do Oriental Dragon (este ainda com dois jogos em atraso).

Campeonato de Portugal – Também o Coruchense foi derrotado, por tangencial 2-1, em Sacavém, ante o Sacavenense. O grupo do Sorraia voltou ao 6.º lugar, apenas seis pontos abaixo do duo da liderança (Sintrense e Belenenses), quando falta jogar apenas as duas últimas rondas.

Antevisão – Na I Divisão Distrital avultam, na 19.ª jornada, os embates Torres Novas-Mação e At. Ouriense-Fazendense, cabendo aos dois guias receber, nos respectivos redutos, o Samora Correia (em Tomar – com o União a procurar voltar às vitórias) e o Alcanenense (em Rio Maior). No segundo escalão destacam-se o Porto Alto-Forense e o Entroncamento AC-Riachense.

Na Liga 3, o U. Santarém terá a visita do líder destacado da sua série, U. Leiria (primeiro clube a garantir o apuramento para a fase final). No Campeonato de Portugal, o Coruchense recebe o Sp. Ideal, visando uma vitória que lhe proporcione, em especial, afastar-se da parte baixa do quadro.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 17 de Fevereiro de 2022)

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