Archive for 22 Fevereiro, 2008
Publicidade a medicamentos na televisão
Em tempos, a publicidade na televisão era dominada pelas marcas de detergentes; as bebidas, em especial as cervejas, e, em anos mais recentes, os Bancos e operadores de comunicações e Internet, são também dos principais investidores no mercado publicitário.
De um dia para o outro, parece terem sido descobertos os benefícios (comerciais) da publicidade televisiva a medicamentos, a que somos agora abundantemente submetidos.
Sujeita a regras restritivas específicas, naturalmente que (noutra faceta da idiossincrasia portuguesa, que é a proverbial capacidade de improviso e de “dar a volta às situações”) de pronto foram encontradas formas de contornar as imposições legais: haverá alguém que consiga – no curto espaço de duração de um spot publicitário (10 a 20 segundos) – ler as legendas que cobrem praticamente, em letras de reduzida dimensão, e de cor algo translúcida, toda a metade inferior do écran?
Ou, de forma similar às divulgações legalmente obrigatórias no que respeita, por exemplo, a anúncios a venda de automóveis ou de concessão de créditos, haverá alguém que consiga acompanhar o ritmo, de forma a ler o texto que, noutro anúncio a medicamentos, corre (literalmente, em excesso de velocidade) em rodapé?
Nesta como noutras matérias, qual a vantagem de ter leis excessivamente sofisticadas que não são respeitadas (ou que são “cumpridas” por via sinuosa)?