Decisão pelos Superdelegados?

8 Fevereiro, 2008 at 8:56 am 1 comentário

Parece começar a causar alguma perturbação entre os Democratas estado-unidenses a possibilidade de – dado a situação praticamente de empate entre Hillary Clinton e Barack Obama – virem a ser os Superdelegados (cujo número total ascende a 796, tendo direito a participar na Convenção, independentemente dos resultados das Primárias – integrando nomeadamente membros do Congresso, Governadores e líderes nacionais do Partido) a decidir quem virá a ser o candidato Democrata às eleições presidenciais.

A título de exemplo, cito de cor algumas das mensagens esta madrugada enviadas à CNN por eleitores Democratas:

– “Hillary Clinton e Barack Obama deveriam acordar numa estratégia que permitisse ao Partido Democrata garantir a Casa Branca pelos próximos 16 anos: dois mandatos de Hillary Clinton como Presidente e Obama como Vice-Presidente, adquirindo a experiência que ainda lhe falta, para assumir depois outros dois mandatos como Presidente”.

– “Hillary Clinton e Barack Obama deveriam abdicar da disputa da nomeação, cedendo a posição de candidato a Al Gore”.

– “Foi a primeira vez que votei numas eleições; se a Convenção não respeitar (na selecção do candidato) os resultados do voto popular, nunca mais irei votar”.

– “Num país em que o Presidente já foi designado por um Juíz do Tribunal, não me repugna a ideia de que possa vir a ser escolhido por cerca de 800 Superdelegados“.

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  • 1. joberto luiz de sales's avatar joberto luiz de sales  |  11 Fevereiro, 2008 às 12:10 am

    Os superdelegados e o dilema democrático americano

    A grande questão das eleições americanas, hoje, é a seguinte: Mr. Obama está ficando na frente de M. Clinton no que se refere aos candidatos eleitos, permanecendo atrás da senadora quando se trata dos superdelegados. Ora, se essa questão permanecer dessa forma, a decisão será tomada na Convenção Democrata. O dilema político é que esta Convenção escolha o candidato por meio dos superdelegados, não eleitos.
    De que valeria, então, o voto dos eleitores? Configurar-se-ia a situação constantemente denunciada pelo Sem. Obama, de a política americana ficar submetida ao “esquema de Washington”, isto é, as decisões políticas que vinculam a maioria serem tomadas por um pequeno número de pessoas.
    A contradição foi maravilhosamente captada pela CNN:
    “Com as vitórias de Obama em Louisiana, Nebraska, Washington e as Ilhas Virgens no Sábado, o Senador por Illinois tomou a liderança entre os delegados eleitos sobre a Sen. Clinton – 918/885, e acordo com cálculos da CNN de Domingo à tarde.
    Mas, se se conta a diferença entre superdelegados, 223/131, a S. Clinton ainda está liderando a disputa democrata, entre 1,108 e 1,049, de acordo com os cálculos de domingo da CNN”.
    E então, a CNN cita as seguintes frases de Obama:
    “Os problemas são grandes e as mudanças também são muito grandes para jogar o velho jogo de Washington com os mesmos velhos jogadores de Washington e esperar que disso resulte uma diferença”. Disse para uma multidão em Richmond, Virgínia. “As pessoas esperam virar a página. Elas desejam escrever um novo capítulo na história da América”.
    Site: http://edition.cnn.com/2008/POLITICS/02/10/feb.9.contests/index.html, em 10/02/2008
    Ora, é evidente que se a indicação do candidato democrata à eleição presidencial dos EUA for decidida pelos superdelegados obviamente que se colocará a seguinte questão: e os votos dos eleitores de nada valem? Pra que servem as primárias se, no final, são delegados não eleitos que decidem? Realmente, nesse caso, estaria em cheque todo o sistema pré-eleitoral para escolha de candidatos na América. Além disso, um grande sentimento de frustração tomaria conta de boa parte dos eleitores que se mobilizaram tão intensamente nesse processo das primárias, repercutindo sobre as fontes de legitimação do poder naquele país.
    Assim, o dilema americano se coloca da seguinte forma: se permanecer a diferença entre delegados eleitos e superdelegados, como foi colocado acima, será que estes últimos deixarão que Obama e seus eleitores realmente escrevam “o capítulo novo da história da América”? Ou manterão um modelo em que um pequeno número de pessoas decidem mesmo contra a vontade da maioria?
    Joberto Luiz de Sales

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