Archive for 15 Setembro, 2003

“HERÓIS DA BD” (I) – ASTÉRIX

Quem não seja visitante assíduo desta página, não terá porventura ainda conhecimento da estrutura que tenho procurado manter ao longo das últimas semanas: para além dos temas “quotidianos”, em cada semana é desenvolvida uma temática específica; desde a apresentação de um livro (sendo o caso mais recente o da “Mensagem”), à “visita” a cada um dos novos países-membros da União Europeia (tendo sido já “visitados” o Chipre e a Eslováquia), passando pela “semana da história” e, a partir de hoje, a semana de “tema livre”.

A começar, o primeiro “tema livre” será o dos “Heróis da BD”, com uma breve resenha sobre os seus criadores e a “história” da sua publicação. Hoje, a dar o “pontapé de saída”, Astérix.

Criado em 1959 por René Goscinny (argumentista) e Albert Uderzo (desenhador), surgiu na revista “Pilote”; o primeiro álbum, “Astérix, o Gaulês”, apenas foi editado em 1961. Após a prematura morte do primeiro, em 1977, Uderzo assumiu a continuação das aventuras.

O pequeno e simpático gaulês, antepassado do francês contemporâneo, acompanhado de Obélix (com os seus poderes resultantes da queda no caldeirão da poção mágica, na sua infância, e o seu insaciável apetite por javalis) e Panoramix, travará intermináveis querelas com os exércitos romanos de “Julius César”, que, em 50 A.C. “ocupavam toda a Gália, excepto a pequena aldeia que continuava ainda e sempre a resistir”. Viria a dar origem já a duas longas-metragens com actores “de carne e osso” (nomeadamente com Gérard Dépardieu e a belíssima Laetitia Casta).

P.S. Passaram a integrar a lista dos “Recomendados”, o Campo de afectos, o Lamentos de um Pessimista e o Pessoal e… transmissível.

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15 Setembro, 2003 at 6:53 pm 1 comentário

GUINÉ-BISSAU – PAÍS DE FUTURO (II)

A chegada a Bissau – para quem contactava pela primeira vez com a realidade africana – foi um “choque”, começando pelo clima tropical (um “bafo” extremamente quente, à saída do avião, no início de Janeiro, com o “ar pesado” devido ao elevado nível de humidade), pelas sumárias “infra-estruturas” do aeroporto; a primeira visita à cidade de Bissau não deixou de ser uma experiência “enriquecedora”: a singeleza da cidade, os seus edifícios degradados, em contraste com a “agressiva” dinâmica do trânsito automóvel (talvez com cerca de 60 % de “táxis”) e com a imensidão de gente que se acumulava à beira da estrada (entre o aeroporto e a cidade) e no “Mercado do Bandim” (se bem me lembro do nome), vendendo de tudo um pouco (principalmente produção agrícola básica, nomeadamente frutas tropicais).

Mas, ao mesmo tempo, a simpatia calorosa do povo guineense, a sua “reverência” para com os portugueses e o instinto de “portugalidade” que transportavam ainda (durante a semana, era fácil ouvir em espaços públicos a RDP Internacional; ao fim-de-semana, toda a gente vibrava com os relatos de futebol; na segunda-feira, discutiam-se as exibições do Benfica, Porto e Sporting como em qualquer localidade portuguesa…).

Um povo que aparentava contentar-se com pouco; não dispondo de uma infinidade de recursos materiais que temos normalmente no nosso dia a dia, mas, não obstante, um povo “feliz”. A esplanada da “Baiana”, numa das principais praças (“Che Guevara”, mesmo ao lado da EAGB) era o ponto de encontro da comunidade portuguesa, assim como o restaurante “Asa Branca” (se bem me recordo dos nomes, a esta distância temporal). Havia até uma discoteca “Kapital”!

A Guiné era um país absolutamente tranquilo, onde era possível, sem qualquer tipo de receio, andar sozinho na rua à noite (por exemplo, na estrada que ligava o aeroporto à cidade, tendo o Hotel a “meio do caminho”), sem qualquer iluminação pública, ou seja, completamente às escuras.

Nada indicava que, cerca de um mês depois, fosse desencadeada uma guerra, nunca completamente esclarecida, mas que terá sido despoletada tendo por motivação a defesa de interesses de um conjunto de militares. Foi um processo doloroso, em que a Guiné terá sofrido grande destruição.

Procurou-se depois instaurar um regime democrático, mas o processo tem sido muito complexo, desde logo com as divergências entre o primeiro-ministro do governo de transição e o Presidente da República (Kumba Ialá) e, mais tarde, com a morte do líder dos revoltosos de 1998 (Ansumane Mané).

Passaram cinco anos. Em que o país esteve “parado”. Um compasso de espera demasiado longo para quem tem tanto (quase tudo) por fazer.

Ontem, novo “golpe de Estado”, como sempre partindo dos militares; que interesses estarão na sua base? Quais os seus objectivos e consequências? Haverá condições para a realização de eleições minimamente livres? Poderemos esperar alguma evolução na democracia guineense no curto prazo?

Para que a Guiné-Bissau possa vir a singrar no contexto dos países da África Ocidental, para que seja um “país de futuro”, é absolutamente imprescindível (passe o pleonasmo e a evidência que se segue) que possa ser “bem governada”; não dispondo de particulares recursos naturais, é essencial que a cooperação internacional seja utilizada em proveito de todos os guineenses e do real desenvolvimento do país. É fundamental que haja estabilidade política que permita criar as condições para atrair o investimento estrangeiro. Não será uma tarefa fácil, mas depende principalmente dos guineenses!

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15 Setembro, 2003 at 12:33 pm 1 comentário

GUINÉ-BISSAU – PAÍS DE FUTURO (I)

Estive na Guiné-Bissau no ano de 1998, por duas vezes, nos meses de Janeiro e Abril (regressei cerca de um mês antes do “golpe de Estado” de Ansumane Mané), prestando colaboração profissional na EAGB – Electricidade e Águas da Guiné-Bissau, em missão ao serviço do Banco Mundial.

O Banco Mundial concedera financiamento ao Estado da Guiné-Bissau, a afectar especificamente ao investimento em infra-estruturas de distribuição de água e energia eléctrica. A missão seria recorrente, caso não se tivesse seguido uma época conturbada na história do país, com a paralização quase integral da economia, que terá levado a que o Banco Mundial tivesse de vir a perdoar a dívida.

No segundo semestre de 1998, e também na primeira parte de 1999, as instituições bancárias na Guiné-Bissau estiveram inoperacionais; na época, foi Cardoso e Cunha (antigo Comissário Europeu e depois responsável de primeira linha na EXPO98) que investia numa fábrica de cervejas, a qual viria a funcionar como “banco”, pela intermediação que proporcionava, a nível da disponibilização de fundos.

A EAGB reflectia um pouco a realidade do país: fora dirigida nos anos anteriores por responsáveis franceses (da EDF – Electricité de France), que haviam contribuído para que a empresa se organizasse e equipasse, nomeadamente, em termos administrativos, a nível informático, mas com elevados custos decorrentes das “comissões de gestão” impostas. Encontrava-se em processo de reestruturação, com avultados investimentos em grupos geradores eléctricos (operando a fuel/gasóleo, uma fonte de produção de energia extremamente dispendiosa, uma vez que, na ausência de barragens, o país não dispunha de produção hidro-eléctrica) e em infra-estruturas de distribuição de água.

A gestão francesa acabara de partir (a meio de 1997) e deixara os guineenses um pouco “entregues à sua sorte”. Previa-se a abertura de um processo de privatização da empresa, ao qual se supunha viessem a concorrer, pelo menos, a EDP (portuguesa) e a EDF (francesa); projectos que ficaram adiados.

Os franceses tinham uma presença importante, inclusivamente a nível cultural, mas os resultados da sua intervenção não eram efectivamente visíveis. Podia talvez sublinhar-se como intervenção mais “desinteressada” a cooperação prestada pela Suécia.

As infra-estruturas do país, não obstante os então recentes investimentos em curso, transitavam ainda, em larga medida, da época colonial; o país parecia ter parado nos últimos 25 anos, com traços visíveis de degradação, nomeadamente nos próprios edifícios mais importantes de Bissau.

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15 Setembro, 2003 at 8:16 am

1934 – 36 – LONGA MARCHA

“Guerrilheiros comunistas chineses, liderados por Mao Zedong, iniciam a 16 de Outubro de 1934 a Longa Marcha (12 mil quilómetros), para evitar o aniquilamento pelas tropas de Chang Kai-Chek. Quando a marcha termina, após intermináveis sofrimentos por acção natural e humana, apenas sobrevivem 30 mil dos 130 mil participantes iniciais. A partir desse pequeno núcleo de sobreviventes, Mao edifica um poderoso exército que, com forte apoio popular, sobretudo nas regiões rurais, combate com êxito as tropas invasoras japonesas e, depois da derrota destas, o regime nacionalista de Chang Kai-Chek. A vitória final acontece em 1949, com a proclamação da República Popular da China.”

[266]

15 Setembro, 2003 at 8:11 am

"Entrada do dia" (Domingo) – Esquina do Rio

“Canções”

“As grandes canções são como short-stories que davam grandes filmes. Mas a maior parte das boas canções acaba por ficar como bandas sonoras de momentos das nossas vidas. Únicos. Pego no alfabeto e de entre as que começam por C, lembro-me de «Come On Eileen», dos Dexys Midnight Runners.

15 Setembro, 2003 at 8:04 am


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