Archive for 13 Setembro, 2003
INCÊNDIOS, NOVAMENTE…
Socorro-me das questões da “Visão” desta semana: “Como é possível que os fogos lavrem mal o mercúrio sobe nos termómetros? É normal haver uma «época de fogos», tal como existem a época balnear e a de caça? Portugal aprendeu com a calamidade de há um mês? Que futuro para a nossa floresta? Quem é responsável?”
A origem dos incêndios “só pode ser o fogo posto”; trata-se portanto de um crime, que é imperioso evitar, prevenir, controlar, punir!
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“QUINTO IMPÉRIO”
Na sequência da apresentação da “Mensagem”, deixo mais uma nota: o “Quinto Império”acontecerá em 2025, segundo conta Jorge Marques no seu livro “D. Sebastião morreu velho no México casado com uma índia”, obra recentemente editada pela Campo das Letras.
Nesta “ficção da história”, D. Sebastião, depois de perder a batalha, teria fugido, disfarçado de árabe, vivendo no palácio de um sultão, tendo sido aprisionado pelos espanhóis em Granada, sendo posteriormente pirata e companheiro de Francis Drake, acabando por se converter à cultura maia.
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“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (VI)
A III Parte – “Encoberto” integra: (i) “Os Símbolos” (“D. Sebastião”, “O Quinto Império”, “O Desejado”, “As Ilhas Afortunadas” e “O Encoberto”; (ii) “Os Avisos” (“O Bandarra”, “António Vieira” e “Terceiro”); (iii) “Os Tempos” (“Noite”, “Tormenta”, “Calma”, “Antemanhã” e “Nevoeiro”).
Começa por mostrar-se a convicção no regresso do “Desejado” – o mito central do sebastianismo – (“É Esse que regressarei”), não correspondendo porém, necessariamente, a um ente individual, devendo, em alternativa, consubstanciar-se no conjunto do povo português, agindo sob a vontade de Deus.
O “Encoberto” surge como uma alusão à misteriosa Ordem dos Rosa-Cruz, em cujos princípios se deverá basear o Quinto Império (“Grécia, Roma, Cristandade, / Europa – os quatro se vão”):
“Quando virás, ó Encoberto,
Sonho das eras português,
Tornar-me mais que o sopro incerto
De um grande anseio que Deus fez?”
Também o Padre António Vieira foi um dos profetas do Quinto Império, manifestando na sua “História do Futuro” o seu místico sebastianismo. No decurso das suas missões no Brasil, escreveu um tratado designado “Esperanças de Portugal, Quinto Império do Mundo”.
Em “Os Tempos”, os irmãos “Poder” e “Renome” representam, respectivamente, o Império português e a fama que universalizou Portugal.
E, depois da “Tormenta”, vem a “Calma”… O “Antemanhã” representa aquilo por que é necessário passar antes do despertar.
O “Nevoeiro” antecede a chegada da luz (segundo o mito, D. Sebastião voltaria numa manhã de nevoeiro); na confusão do nevoeiro:
“Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem”.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!”
“Valete, Fratres”.
E, com este “Adeus irmãos”, termino aqui esta brevíssima apresentação da “Mensagem”.
Para amanhã – e a fechar esta semana de Pessoa -, fica a promessa de um dos mais belos poemas: “Tabacaria”.
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1933 – ESTADO NOVO
“Nova Constituição Política estabelece um regime antiparlamentar. É reforçada a censura prévia à Imprensa. Os direitos individuais são subordinados ao interesse nacional determinado pelo poder.”
[256]
1933 – HITLER CHANCELER
“Com a Alemanha mergulhada em crise política, Adolfo Hitler é nomeado chanceler. Dissolve o Reichstag (Parlamento alemão, onde o Partido Nacional-Socialista dispõe de maioria relativa) e, num clima de intimidação dos adversários e fazendo apelo ao orgulho nacionalista ressentido dos compatriotas, promove eleições, de que sai vencedor. É o princípio da ditadura nazi, com a extinção dos sindicatos e dos partidos. O incêndio do Reichstag (presumivelmente de autoria nazi) é atribuído aos comunistas, sendo o pretexto para as perseguições de todos os opositores ao regime, tratados como criminosos e traidores. Os judeus começam a ser perseguidos. Neste ambiente político, a Alemanha assina uma concordata com a Igreja e abandona a Sociedade das Nações.”
[255]
"Entrada do dia" (Sexta) – Retorta
“Famílias”
“Quando começam a discutir as famílias de cada um, dá-me sempre vontade de ir dormir uma sesta. Evoco mentalmente uma sala enorme povoada por uma mole indistinta de vultos, vultos esses que não conseguimos diferenciar uns dos outros em vista da sua semelhança extrema”.
Pode ler o texto completo no Retorta.



