O Pulsar do Campeonato – 30ª Jornada (Distrital)

25 Maio, 2024 at 11:00 am Deixe um comentário

(“O Templário”, 23.05.2024)

Na retoma do Campeonato de Portugal, iniciando-se a disputa da segunda volta da sua fase final, o U. Santarém registou um deslize, tendo cedido um empate a zero ante o V. Setúbal, o que, desde logo, assegura aos sadinos à promoção à “Liga 3”, ao mesmo tempo que deixa os escalabitanos sem margem de erro, a necessitar de ganhar os dois jogos finais para manter ainda a esperança.

Tendo o Lusitânia ido vencer (1-0) ao Algarve, frente ao Moncarapachense, os açorianos ampliaram para cinco pontos a vantagem face ao U. Santarém, subsistindo seis pontos em disputa.

A Norte, o triunfo (2-1) averbado pelo São João de Ver na recepção ao Limianos originou o reequilíbrio dos três primeiros (igualados na tabela, com sete pontos), com o Pevidém (que conta um único ponto), derrotado por 2-0 em Amarante, já quase arredado da possibilidade de subida.

I Divisão Distrital – Não vacilando, tendo fechado a prova com uma série de nove vitórias consecutivas, confirmando o que, já há algumas semanas, se vinha projectando, o Fátima sagrou-se Campeão Distrital, conquistando a 100.ª edição do campeonato promovido pela A. F. Santarém, somando terceiro título no principal escalão (precisamente 40 anos após o primeiro, e oito épocas decorridas do anterior), o que junta ao título da divisão secundária de há duas temporadas – retornando ao Campeonato de Portugal, após curta passagem de quatro anos pelos Distritais.

Com uma equipa que, à partida, não seria a principal favorita – tendo, aliás, obtido, na derradeira ronda, o seu único triunfo em seis desafios face aos principais rivais (Ferreira do Zêzere, Abrantes e Benfica e Fazendense) – o Fátima, sob a orientação técnica de Gonçalo Carvalho (que volta a vencer o campeonato, dois anos depois de ter alcançado tal feito em Rio Maior), potenciou o rendimento obtido face aos restantes concorrentes, totalizando 21 vitórias e dois empates nos outros 24 encontros (apenas perdeu em Alcanena; tendo empatado em Samora Correia e Ourém).

A chave do título esteve, em boa medida, no triunfo alcançado em Coruche, há cerca de dois meses (23.ª ronda), arrancado “in extremis”, com um golo ao minuto 97, o que proporcionou aos fatimenses alcandorar-se à liderança, que não mais deixariam escapar até final; em notório contraponto face aos desfechos averbados pelos outros candidatos, nas três últimas jornadas, ante a turma do Sorraia (que derrotou o Abrantes e Benfica e o Fazendense, tendo empatado em Ferreira do Zêzere), deixando já o Coruchense (5.º) fortes credenciais para a próxima temporada.

Em 100 anos de competições organizadas pela Associação (celebrando este organismo o seu centenário no próximo dia 19 de Novembro) são trinta os clubes que se sagraram vencedores do seu principal campeonato: 9 vezes – Torres Novas; 8 – U. Operária de Santarém; 7 – Tramagal; 6 – Ac. Santarém e U. Tomar; 5 – Os Leões de Santarém e Ferroviários; 4 – Cartaxo, Alcanenense, Riachense, U. Almeirim e Coruchense; 3 – Alferrarede, Marinhais, Benavente, Samora Correia, U. Rio Maior e Fátima; 2 – Rossiense, Matrena, Amiense e Fazendense; 1 título – Águias Alpiarça, Abrantes FC, Monsanto, Ouriquense, At. Ouriense, Mação, U. Santarém e Rio Maior SC.

No “jogo do título”, que colocava frente-a-frente o 3.º (Abrantes e Benfica) e o 1.º (Fátima) classificados, a igualdade a zero subsistiu durante mais de uma hora, até que, em três escassos minutos (entre os 65 e os 68), os fatimenses, apontando dois tentos (o primeiro deles por Cristiano Aniceto, melhor marcador do campeonato, com um total de 28 golos), logo decidiram a contenda a seu favor. O “ponto de honra” dos abrantinos chegaria já tarde (aos 78 minutos), revelando-se escasso para as necessidades dos anfitriões, que viram confirmada a última posição do pódio.

Em Ferreira do Zêzere, sonhava-se ainda com a conquista do título, mas, de facto, os ferreirenses não conseguiram cumprir o seu papel, não tendo sido capazes de desfazer o nulo na recepção a um forte adversário como, neste final de época, se revelou o Coruchense. Com o 2.º lugar obtido na pauta classificativa, o emblema do Zêzere alcança, não obstante, o melhor desempenho da sua história, tendo garantido já uma inédita estreia na Taça de Portugal, na próxima temporada. Acresce que disputará ainda, já neste Sábado, a Final da Taça do Ribatejo, ante o Alcanenense.

Ficara também reservada para a derradeira ronda a decisão noutra frente, a da luta pela permanência. Todos os três clubes envolvidos triunfaram, mantendo-se, pois, as posições: apenas o At. Ouriense conseguiu a “redenção”, confirmando o 13.º posto, enquanto Forense e Moçarriense acompanham o Vasco da Gama, no imediato regresso ao escalão secundário, depois de, por curiosidade, terem sido precisamente estes os três promovidos no final da época passada.

O At. Ouriense até tinha, em teoria, saída de maior grau de dificuldade, a Mação, para defrontar o 6.º classificado (já com a sua posição fixada desde a ronda anterior); mais envolvida num desafio que assumia, para as suas cores, contornos decisivos, a turma de Ourém viria a ganhar por 2-0.

Tal tornou infrutíferas as vitórias do Forense (3-0, na recepção ao Alcanenense) e do Moçarriense (2-0, no terreno do último classificado, Vasco da Gama), que pagaram a irregularidade revelada ao longo da época: no caso do Forense, os 19 pontos somados na segunda volta não foram suficientes, perante os apenas nove angariados na metade inicial; por seu lado, o Moçarriense registou importante quebra, dos 17 pontos da primeira volta, para apenas dez na segunda metade.

Anota-se o deveras frágil desempenho do Vasco da Gama, tendo obtido um único ponto (empate com o Alcanenense, na 5.ª jornada), acumulando 29 derrotas (25 das quais consecutivas, desde 15 de Outubro), o pior registo de sempre em campeonatos com, pelo menos, oito concorrentes. Fica a esperança num futuro melhor, prometida pelas campanhas das suas equipas dos escalões de formação nesta época: Campeão Distrital de Juvenis e vice-campeão Distrital de Juniores.

As restantes três partidas da 30.ª jornada serviram, principalmente, para cumprir calendário, dado que muito pouco estaria já em jogo. Ainda assim, em disputa directa, o Amiense, ganhando ao Salvaterrense por 3-1 – terceira vitória em cinco jogos sob o comando de Marco Marques, somando-se às cinco que havia averbado até à 25.ª ronda – ultrapassou esse adversário na tabela, terminando a prova no 11.º lugar, afinal quatro pontos acima da “linha de água”.

O Samora Correia teve uma saída airosa, batendo o Cartaxo por categórico 4-1, a fazer “esquecer” a goleada sofrida na semana anterior em Fátima. Por fim, o Torres Novas repetiu o triunfo, pela mesma marca (3-2) que se registara na primeira volta, ante o Fazendense, finalizando mais uma época pautada por grande tranquilidade, terminando no 8.º posto, só a dois pontos do 6.º (Mação).

Uma última curiosidade: o total de golos marcados na competição ascendeu a 820 (média de 3,4), com repartição rigorosamente equitativa (410 golos) pela primeira e pela segunda volta!

II Divisão Distrital – Ainda com três jornadas por realizar, o Águias de Alpiarça (que cedeu apenas um empate em sete encontros disputados, no Entroncamento, somando seis vitórias) garantiu já a promoção à I Divisão Distrital, depois de ter recebido e batido o Tramagal por 3-0.

Também o Entroncamento parece bastante bem caminhado para o mesmo objectivo, tendo “arrancado a ferros” (golo na conversão de grande penalidade, ao minuto 97) o triunfo (1-0) frente ao Marinhais. Surpreendente terá sido o deslize do Glória do Ribatejo, que não foi além do empate (1-1) na recepção ao “lanterna vermelha”, Pego, que registou o primeiro ponto nesta fase final.

Antevisão – No Campeonato de Portugal, o U. Santarém vê-se “forçado” a ganhar, em casa, ao Lusitânia. Neste Sábado (13 horas) disputa-se, em Abrantes, a Final da Taça do Ribatejo, entre Ferreira do Zêzere (vice-campeão) e Alcanenense (9.º classificado no campeonato). No escalão secundário, Tramagal e Glória do Ribatejo têm embate crucial na luta pela 3.ª vaga de promoção.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 23 de Maio de 2024)

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