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Portugal – Dinamarca (Liga das Nações – 1/4 de final)
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot (81m – Francisco Trincão), Rúben Dias, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Bernardo Silva, Vítor Ferreira “Vitinha” (99m – Rúben Neves), Bruno Fernandes, Francisco Conceição (81m – Nélson Semedo), Rafael Leão (62m – Diogo Jota) e Cristiano Ronaldo (90m – Gonçalo Ramos)
Dinamarca – Kasper Schmeichel, Rasmus Kristensen, Joachim Andersen, Jannik Vestergaard, Patrick Dorgu (97m – Conrad Harder), Christian Eriksen (83m – Morten Frendrup), Morten Hjulmand, Christian Nørgaard (83m – Victor Froholdt), Gustav Isaksen (73m – Victor Kristiansen), Rasmus Højlund (73m – Mika Biereth) e Jesper Lindstrøm (65m – Andreas Skov Olsen)
1-0 – Joachim Andersen (p.b.) – 38m
1-1 – Rasmus Kristensen – 56m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 72m
2-2 – Christian Eriksen – 76m
3-2 – Francisco Trincão – 86m
4-2 – Francisco Trincão – 91m
5-2 – Gonçalo Ramos – 115m
Cartões amarelos – Rúben Dias (50m) e Diogo Jota (75m); Christian Eriksen (50m), Christian Nørgaard (66m), Joachim Andersen (105m) e Jannik Vestergaard (120m)
Árbitro – Slavko Vinčić (Eslovénia)
A propósito de resultados ilusórios: a selecção de Portugal esteve à beira de ser eliminada – e esse teria sido até o desfecho mais lógico perante o desempenho de ambas as equipas no decurso dos noventa minutos de tempo regulamentar; ou, ainda com maior acuidade, se tivermos também em consideração o jogo da primeira mão.
Salvo quase ao soar do gongo, por um golo de Trincão, a equipa portuguesa teria, logo de seguida, a felicidade de o mesmo Trincão marcar no primeiro minuto do prolongamento, alcançando um bis que consubstanciou um ponto de viragem que viria a ser definitivo, complementado ainda, já próximo do termo dessa extensão do tempo de jogo, com mais um golo de Gonçalo Ramos, numa fase em que a Dinamarca “entregara já os pontos”.
E, veja-se lá como são as coisas: tudo parecia começar a ficar bem encaminhado logo aos cinco minutos, quando Portugal beneficiou de uma grande penalidade… que, contudo, Cristiano Ronaldo não conseguiria converter em golo.
Parecendo acusar esse contratempo, a equipa mostrou-se algo ansiosa, acumulando falhas, e não conseguindo fluidez de jogo para construção de oportunidades, perante um opositor bem organizado.
Mas a sorte sorriria de novo aos portugueses quando o defesa dinamarquês, involuntariamente, acabou por introduzir a bola na sua baliza, na sequência de um pontapé de canto. O resultado ao intervalo era, apesar de tudo, animador, face à produção desenvolvida.
Na segunda parte a Dinamarca surgiria mais afoita: já depois de Hjulmand ter ameaçado, viria mesmo a restabelecer o empate, também na marcação de um canto, estavam cumpridos apenas os primeiros dez minutos.
O ritmo de jogo intensificar-se-ia à entrada para os vinte derradeiros minutos, primeiro, com Portugal a recolocar-se em vantagem (igualando novamente a eliminatória), num lance de insistência, com Bruno Fernandes a rematar de meia distância, ao poste, com Cristiano Ronaldo, muito oportuno, a fazer a recarga com êxito.
Mas seria “sol de pouca dura”: um lapso de Rúben Dias, a perder a bola em zona comprometedora, proporcionou uma rápida transição contrária, com a Dinamarca, outra vez, a empatar o jogo e a fazer, de novo, pender a eliminatória a seu favor.
Já numa fase de algum desespero, Roberto Martínez arriscaria enfim, apostando em Francisco Trincão, por troca com Diogo Dalot. E, outra vez, Portugal seria feliz: bastariam cinco minutos em campo para marcar um golo determinante; novamente Bruno Fernandes com intervenção na jogada, a cruzar para a área, tendo Schmeichel rechaçado a bola, que sobraria para Nuno Mendes, de imediato a fazer o último passe, para a finalização de Trincão. Estava garantida a “vida extra” do prolongamento.
Aí, tendo já refrescado o ataque, com a entrada de Gonçalo Ramos para o lugar de Cristiano Ronaldo, não poderia tal período ter começado melhor: logo no primeiro minuto, o tal bis de Trincão (também numa recarga, depois de Schmeichel ter defendido o remate, precisamente de Gonçalo Ramos) colocava Portugal, pela primeira vez, ao fim de 180 minutos, em vantagem na eliminatória.
O jogo entrara numa espiral algo caótica, já sem grandes tácticas e pouco rigor nas marcações e posicionamento, abrindo espaços, o que o mesmo Gonçalo aproveitaria para fixar o placard num 5-2, que traduz uma expressão ilusória de facilidades que, todavia, nunca existiram, neste duro confronto entre Portugal e a Dinamarca.
O almejado prémio é a presença na “Final Four” da Liga das Nações, a disputar na Alemanha, em que a selecção nacional enfrentará, nas meias-finais, exactamente a formação germânica.
Dinamarca – Portugal (Liga das Nações – 1/4 de final)
Dinamarca – Kasper Schmeichel, Rasmus Kristensen, Jannik Vestergaard, Joachim Andersen, Gustav Isaksen (87m – Patrick Dorgu), Morten Hjulmand, Christian Eriksen (86m – Jonas Wind), Christian Nørgaard, Joakim Mæhle, Mika Biereth (69m – Rasmus Højlund) e Jesper Lindstrøm (69m – Andreas Skov Olsen)
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot (66m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Renato Veiga (76m – Gonçalo Inácio), Nuno Mendes, Vítor Ferreira “Vitinha”, João Neves (86m – Bernardo Silva), Bruno Fernandes, Pedro Neto, Rafael Leão (76m – Rúben Neves) e Cristiano Ronaldo
1-0 – Rasmus Højlund – 78m
Cartões amarelos – Diogo Dalot (57m) e Vítor Ferreira “Vitinha” (59m)
Árbitro – Irfan Peljto (Bósnia-Herzegovina)
A Dinamarca podia ter definitivamente arrumado, a seu favor, esta eliminatória, tal o desperdício de flagrantes ocasiões de golo. Numa exibição deplorável da selecção portuguesa – ausente de campo, sem conseguir pegar no jogo – um resultado de, pelo menos, 4-0 não escandalizaria ninguém, perante o que se passou esta noite em Copenhaga.
Na equipa portuguesa salvou-se Diogo Costa, a defender uma grande penalidade (a remate de Christian Eriksen), para além de uma mão cheia de outras boas intervenções, a evitar outros tantos golos, num dos casos quase como que por milagre, com a bola, caprichosamente, em sucessivas carambolas, não se percebendo bem como não acabou dentro da baliza.
Falha de intensidade, em contraponto notório à agressividade colocada em campo pela selecção dinamarquesa, a formação portuguesa praticamente limitou-se a ver jogar, com Cristiano Ronaldo, plantado na frente, sem qualquer intervenção digna de registo, desde logo porque a bola não lhe chegava.
Um desempenho difícil de compreender e de justificar, perante a aposta num eixo do meio-campo formado pela dupla Vitinha e João Neves, que, muito recentemente (ao serviço do Paris Saint-Germain), subjugara o todo poderoso Liverpool, em pleno Anfield Road. Repleto de equívocos, o “plano de jogo” nunca carburou, e Portugal andou sempre a correr atrás da bola, em posse do adversário.
As estatísticas do jogo são bem elucidativas: a Dinamarca bateu o seu record de iniciativas de ataque, enquanto Portugal chegou ao minuto 90 com um único remate à baliza, apenas tendo feito a segunda tentativa (um remate frouxo, sem qualquer perigo) já em período de compensação.
A equipa nacional só pareceu esboçar alguma iniciativa, nos cinco minutos finais, após a entrada de Bernardo Silva, mas era tarde – isto depois de, a um quarto de hora do fim, Roberto Martínez ter transmitido um claro sinal de que ficaria satisfeito com o nulo que então se verificava, com as substituições operadas, numa clara aposta no reforço da tracção atrás.
Mas a Dinamarca viria a marcar apenas dois minutos volvidos (depois de, no lance imediatamente anterior, ter desperdiçado uma das várias ocasiões de que dispôs)… e Portugal viu-se desarmado, impotente para responder.
A verdade é que Roberto Martínez, tendo adquirido, logo de entrada, muito relevante capital de simpatia, pelo esforço de se expressar em português (e de forma bastante correcta – o que é muito difícil para um espanhol), começa já a ter demasiado tempo a dar a ideia de estar a desperdiçar a matéria-prima de que dispõe, que não demonstra evolução que possa ser visível.
A sua declaração de que precisamos de jogos como este, para aprender – ao mesmo tempo que reconheceu ter sido este o pior jogo desde que assumiu o comando técnico –, soou a incapacidade para dar a volta, e fazer da selecção uma equipa na verdadeira acepção do termo.
O crédito de que dispõe estará ao nível mais baixo de sempre. O desafio imediato é de monta: o de, perante um adversário que, agora, ganhou importante suplemento anímico de confiança, operar a reviravolta na eliminatória, de forma a poder marcar presença na “Final-Four”.
Mundial 2026 – Sorteio da Fase de Qualificação
Realizou-se hoje, em Zurique, o sorteio da Fase de Qualificação para o Mundial 2026 de Futebol, no que respeita à zona europeia, com a seguinte constituição dos Grupos:
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Alemanha/Itália Suíça Portugal/Dinam. França/Croác. Eslováquia Suécia Grécia Ucrânia I. Norte Eslovénia Escócia Islândia Luxemburgo Kosovo Bielorrússia Azerbaijão Grupo E Grupo F Grupo G Grupo H Espanha/P.Baixos Portugal/Dinam.Espanha/P.Baixos Áustria Turquia Hungria Polónia Roménia Geórgia Irlanda Finlândia Bósnia-Herzeg. Bulgária Arménia Lituânia Chipre Malta San Marino Grupo I Grupo J Grupo K Grupo L Alemanha/Itália Bélgica Inglaterra França/Croác. Noruega País de Gales Sérvia Chéquia Israel Macedónia N. Albânia Montenegro Estónia Cazaquistão Letónia I. Faroé Moldova Liechtenstein Andorra Gibraltar
A Europa terá direito a um total de 16 selecções na Fase Final do Mundial, tendo os 54 países participantes sido repartidos em seis grupos de quatro equipas e seis grupos de cinco equipas.
Apenas o vencedor de cada um dos doze grupos de qualificação terá acesso directo à referida Fase Final; os doze segundos classificados disputarão (juntamente com quatro selecções a apurar com base na “Liga das Nações”), em sistema de “play-off” (com quatro semi-finais e quatro “finais”, para determinação das restantes quatro vagas de apuramento).
Em função do seu desempenho na “Liga das Nações”, Portugal tem já assegurado, caso aplicável (se não for vencedor do seu Grupo), um lugar nos “play-off”.
A composição definitiva de alguns dos grupos depende ainda das eliminatórias dos 1/4 de final da “Liga das Nações”:
- Alemanha-Itália – vencedor integrará o Grupo A; o derrotado, o Grupo I
- Portugal-Dinamarca – vencedor, no Grupo F; derrotado, no Grupo C
- França-Croácia – vencedor, no Grupo D; derrotado, no Grupo L
- Espanha-Países Baixos – vencedor, no Grupo E; derrotado, no Grupo G
Croácia – Portugal (Liga das Nações – 6.ª Jornada)
Croácia – Dominik Livaković, Josip Šutalo, Duje Ćaleta-Car, Joško Gvardiol, Ivan Perišić (58m – Luka Sučić), Luka Modrić (78m – Nikola Moro), Mateo Kovačić (45m – Mario Pašalić), Borna Sosa (45m – Kristijan Jakić), Andrej Kramarić, Martin Baturina e Igor Matanović (63m – Ante Budimir)
Portugal – José Sá, Nélson Semedo, Tomás Araújo (63m – Tiago Djaló), Renato Veiga, João Cancelo, Otávio Monteiro (71m – Francisco Conceição), João Neves, Vítor Ferreira “Vitinha”, Nuno Mendes (80m – Diogo Dalot), João Félix e Rafael Leão (71m – Fábio Silva)
0-1 – João Félix – 33m
1-1 – Joško Gvardiol – 65m
Cartões amarelos – Renato Veiga (90m) e Fábio Silva (90m)
Árbitro – Davide Massa (Itália)
A concluir esta fase de “qualificação” da “Liga das Nações”, com o apuramento para os quartos-de-final (tal como o 1.º lugar do Grupo) já garantido desde a ronda anterior, a selecção de Portugal manteve a constância da inconstância exibicional, que tem sido o seu timbre nesta edição da prova.
Outra vez, duas partes (muito) distintas: a primeira a parecer deixar a promessa de uma possível vitória; a segunda, em que só com alguma sorte se acabou por evitar a derrota.
A equipa portuguesa entrou melhor, a dominar praticamente desde início, e criando perigo logo à passagem do quarto de hora.
Depois, com o passar do tempo, a intensidade baixou, tendo a Croácia equilibrado, pelo que o golo acabou por surgir num lance de inspiração de Vitinha, com uma assistência, ainda antes do meio-campo, a dar “meio golo” a João Félix, que, com boa execução técnica, não desperdiçou a oportunidade.
A turma croata mantinha a toada de jogo, e assustaria ainda antes do intervalo, com um remate de Kramarić a embater no poste, depois de desvio em Tomás Araújo.
A necessitar pontuar, para garantir o apuramento, a Croácia arriscou para a segunda parte, intensificando a pressão, vindo mesmo a chegar ao empate, com cerca de vinte minutos decorridos.
Faltava ainda bastante tempo, e até final, pese embora as tentativas ensaiadas por Roberto Martínez, por via das substituições operadas, seria sempre a equipa da casa a estar mais perto do golo, com o guardião José Sá a ser colocado à prova em várias ocasiões, com a bola a atingir os ferros da baliza portuguesa por mais um par de vezes.
Já em período de compensação, com a equipa portuguesa “empurrada contra as cordas”, Diogo Dalot salvaria o empate. Um final de partida que não deixou saudades, a implicar a devida reflexão sobre as suas causas.
Portugal – Polónia (Liga das Nações – 5.ª Jornada)
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot, António Silva, Renato Veiga, Nuno Mendes (88m – Nuno Tavares), Bernardo Silva (76m – Samuel “Samu” Costa), João Neves (45m – Vítor Ferreira “Vitinha”), Bruno Fernandes, Pedro Neto (83m – Francisco Trincão), Cristiano Ronaldo e Rafael Leão (83m – João Félix)
Polónia – Marcin Bułka, Kamil Piątkowski, Jan Bednarek (45m – Sebastian Walukiewicz), Jakub Kiwior, Bartosz Bereszyński (32m – Jakub Kamiński), Mateusz Bogusz (45m – Dominik Marczuk), Taras Romanczuk, Piotr Zieliński, Nicola Zalewski, Krzysztof Piątek (80m – Antoni Kozubal) e Kacper Urbański (72m – Adam Buksa)
1-0 – Rafael Leão – 59m
2-0 – Cristiano Ronaldo (pen.) – 72m
3-0 – Bruno Fernandes – 80m
4-0 – Pedro Neto – 83m
5-0 – Cristiano Ronaldo – 87m
5-1 – Dominik Marczuk – 88m
Cartões amarelos – João Neves (25m), Bruno Fernandes (25m), Cristiano Ronaldo (45m) e Nuno Tavares (90m); Marcin Bułka(56m)
Árbitro – Donatas Rumšas (Lituânia)
O clássico bordão do jogo com duas partes distintas é aplicável, com toda a propriedade, neste caso. Depois de uma primeira parte cinzenta – a dada altura ter-nos-emos tornado porventura demasiado exigentes, ao ponto de não ficarmos plenamente satisfeitos com uma goleada de 5-1 à Polónia… –, a selecção portuguesa deu, em especial na meia hora final, uma espécie de recital.
Não terá sido mera coincidência que a notável exibição da equipa lusa na segunda metade do desafio tenha coincidido com a entrada em campo de Vitinha: obviamente, não só pela acção individual que teve, mas, sobretudo, pela forma como o colectivo passou a carrilar.
Após o segundo golo de Portugal, a selecção polaca “entregou-se”, tendo ficado à deriva nos dez minutos finais, em que sofreu mais três tentos. É, por outro lado, dificilmente compreensível (ou talvez não, vá lá…) a desconcentração da equipa portuguesa que, no lance imediatamente após o 5-0, consentiu um golo, a “manchar” o belo desempenho alcançado.
Nem sempre regular durante todo o tempo de jogo, com mais oscilações entre “altos” e “baixos” do que seria desejável, a verdade é que a selecção portuguesa volta a cumprir com distinção uma fase de qualificação, desta feita da “Liga das Nações”, tendo garantido desde já o 1.º lugar no Grupo, e consequentemente apuramento para os quartos-de-final, em que beneficiará, pois, do estatuto de “cabeça-de-série”.
No plano individual, Cristiano Ronaldo (a ampliar para 135 a sua contagem de golos ao serviço da selecção, atingindo o total de 910 golos na carreira) passou também a ostentar o “record” de maior número de triunfos em jogos internacionais de selecções (132 vitórias, em 217 jogos), superando a marca de 131 jogos vencidos, do espanhol Sergio Ramos.
Escócia – Portugal (Liga das Nações – 4.ª Jornada)
Escócia – Craig Gordon, Anthony Ralston (88m – Nicky Devlin), John Souttar, Grant Hanley, Andrew “Andy” Robertson, Ryan Christie (67m – Ryan Gauld), Billy Gilmour, Scott McTominay, Kenneth “Kenny” McLean, Ben Doak (67m – Lewis Morgan) e Ché Adams (83m – Lyndon Dykes)
Portugal – Diogo Costa, João Cancelo (88m – Nélson Semedo), Rúben Dias, António Silva, Nuno Mendes, Bruno Fernandes, João Palhinha (61m – Rúben Neves), Vitinha (88m – João Félix), Francisco Conceição (61m – Bernardo Silva), Cristiano Ronaldo e Diogo Jota (61m – Rafael Leão)
Cartões amarelos – Scott McTominay (27m); Diogo Jota (18m), João Palhinha (50m) e Rúben Dias (83m)
Árbitro – Lawrence Visser (Bélgica)
Do “dia” para a “noite”, a qualidade da exibição da equipa portuguesa, do jogo na Polónia para o jogo na Escócia. Parecendo apática, a selecção nacional nunca conseguiu aproximar-se do brilhantismo que revelara na fase inicial do desafio anterior, numa partida em que, naturalmente, assumiu maior iniciativa, exerceu mais pressão, mas em que criou poucas oportunidades de golo, também contrariadas pelo notável desempenho do veterano guardião Craig Gordon, nesta noite.
Não obstante a rotação empreendida por Roberto Martínez, procurando dar minutos ao maior número de jogadores, e manter a frescura física e vivacidade, foi um jogo falho de dinâmica, em que o jogo “não carburou”, não fluiu, usando e abusando de cruzamentos improfícuos, dando vantagem à defensiva escocesa. E, ao contrário, até seria a Escócia a assustar, testando a concentração de Diogo Costa.
No segundo tempo a situação não melhorou, num jogo que ia sendo motivo de aborrecimento. Só já dentro dos derradeiros dez minutos houve alguma maior movimentação, tendo a ocasião mais flagrante de golo surgido a dois minutos do final do tempo regulamentar, quando o guarda-redes da Escócia teve notável intervenção, a evitar o golo, num remate de Bruno Fernandes.
A perspectiva de apuramento para a fase seguinte continua bem presente (só uma improvável conjugação de resultados o poderia impedir), mas, por ora, tal ficou ainda adiado.
Polónia – Portugal (Liga das Nações – 3.ª Jornada)
Polónia – Łukasz Skorupski, Sebastian Walukiewicz (45m – Jakub Kiwior), Jan Bednarek, Paweł Dawidowicz, Przemysław Frankowski, Sebastian Szymański (84m – Krzysztof Piątek), Maximillian “Maxi” Oyedele (66m – Jakub Moder), Piotr Zieliński, Nicola Zalewski (76m – Michael Ameyaw), Karol Świderski (76m – Kacper Urbański) e Robert Lewandowski
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot, Rúben Dias, Renato Veiga, Nuno Mendes, Bruno Fernandes (90m – Otávio), Rúben Neves, Bernardo Silva (90m – Samuel “Samu” Costa), Pedro Neto (82m – Nélson Semedo), Cristiano Ronaldo (63m – Diogo Jota) e Rafael Leão (63m – Francisco Trincão)
0-1 – Bernardo Silva – 26m
0-2 – Cristiano Ronaldo – 37m
1-2 – Piotr Zieliński – 78m
1-3 – Jan Bednarek (p.b.) – 88m
Cartões amarelos – Sebastian Walukiewicz (45m), Przemysław Frankowski (51m), Krzysztof Piątek (88m) e Łukasz Skorupski (88m); Pedro Neto (32m)
Árbitro – Serdar Gözübüyük (Países Baixos)
Esta foi, pelo menos na primeira parte, uma das melhores exibições da selecção nacional nos últimos anos. Empurrando, desde início, a Polónia para o seu sector mais recuado, a equipa portuguesa funcionou como um colectivo quase perfeito, com Bruno Fernandes e Bernardo Silva a pautarem o jogo.
Foram múltiplas as ocasiões de perigo criadas, boa parte não concretizadas em golo, como sucedeu com as tentativas de Dalot, Cristiano Ronaldo (acertando na barra da baliza contrária), Rúben Neves ou Bruno Fernandes, neste caso tendo sido Skorupski a negar o golo.
Mas, quem porfia, sempre alcança, e, ainda antes da meia hora, Portugal inaugurava o marcador, numa triangulação entre Rúben Neves, Bruno Fernandes (a assistir de cabeça) e Bernardo Silva, que rematou para o fundo da baliza.
Não conseguindo a equipa polaca suster a “avalancha” de futebol português, foi com naturalidade que, cerca de dez minutos volvidos, a contagem foi ampliada para o 2-0, por intermédio de Cristiano Ronaldo, na sequência de um remate de Rafael Leão ao poste.
Com o jogo controlado, e a vitória, aparentemente, assegurada, o ritmo baixou significativamente na segunda metade, com a turma portuguesa a gerir o tempo.
Foi, de alguma forma, imprevisto o golo da Polónia, já no quarto de hora de final, a alimentar ainda a esperança da equipa da casa de evitar a derrota.
Não vacilando, Portugal viria, já próximo do minuto 90, a confirmar o triunfo, quando Bednarek, ao tentar interceptar uma bola cruzada por Nuno Mendes, acabou por a introduzir na sua própria baliza.
Três jogos, três vitórias, Portugal lidera isolado o seu Grupo, tendo em mira o apuramento para os 1/4 de final da prova.
Portugal – Escócia (Liga das Nações – 2.ª Jornada)
Portugal – Diogo Costa, Nélson Semedo (76m – Diogo Dalot), Rúben Dias, António Silva, Nuno Mendes, Bruno Fernandes, João Palhinha (45m – Rúben Neves), Bernardo Silva (68m – João Neves), Pedro Neto (45m – Cristiano Ronaldo), Rafael Leão (68m – João Félix) e Diogo Jota
Escócia – Angus Gunn, Anthony Ralston (74m – Ryan Gauld), Grant Hanley, Scott McKenna, Andrew “Andy” Robertson, Billy Gilmour, Kenneth “Kenny” McLean, Ryan Christie (87m – Lawrence Shankland), Scott McTominay, John McGinn (90m – Ben Doak) e Lyndon Dykes (74m – Tommy Conway)
0-1 – Scott McTominay – 7m
1-1 – Bruno Fernandes – 54m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 88m
Cartões amarelos – Nélson Semedo (66m), Rúben Neves (67m) e Bruno Fernandes (80m); Christie (39m), Robertson (51m) e Hanley (85m)
Árbitro – Maurizio Mariani (Itália)
Segundo jogo, segunda vitória, ambas com o mesmo desfecho, tangencial, como que a traduzir os “serviços mínimos” realizados, patenteando, sobretudo, falta de consistência exibicional.
Este foi, não obstante, um encontro com contornos algo distintos, desde logo, pelo factor de – precisamente ao contrário do que sucedera frente à Croácia –, desde muito cedo, a selecção portuguesa se ter visto em desvantagem no marcador.
Mesmo que tal possa ser, inevitavelmente, sinónimo de alguma intranquilidade, a equipa reagiu bem, consciente que tinha “todo o tempo” pela frente. Porém, até ao intervalo, não conseguiria encontrar o caminho para a baliza escocesa.
O tento do empate, obtido ainda antes de decorridos dez minutos da segunda parte, poderia ter sido o tónico para uma exibição mais conseguida. Mas não foi o que sucedeu. Paradoxalmente, ao invés, Portugal mostrou-se mais descoordenado, com a Escócia a subir de rendimento.
Só na fase final, após as entradas em campo de João Neves e de João Félix (Cristiano Ronaldo substituíra também, ao intervalo, Pedro Neto), a selecção nacional conseguiria empurrar o adversário para a sua zona defensiva, criando várias ocasiões de perigo, com o golo, teimosamente, a ser adiado, até que, já muito próximo do derradeiro minuto, surgiria Ronaldo a carimbar uma difícil vitória, face a um oponente que, tendo a sua valia – e revelando evolução positiva nos últimos anos – não é, decididamente, de topo, a nível do futebol europeu.
Portugal – Croácia (Liga das Nações – 1.ª Jornada)
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot, Rúben Dias, Gonçalo Inácio (77m – António Silva), Nuno Mendes, Pedro Neto (45m – Nélson Semedo), Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Vitinha (90m – Pedro Gonçalves), Rafael Leão (45m – João Neves) e Cristiano Ronaldo (88m – Diogo Jota)
Croácia – Dominik Livaković, Josip Šutalo, Marin Pongračić (45m – Duje Ćaleta-Car), Joško Gvardiol, Kristijan Jakić (77m – Ivan Perišić), Mateo Kovačić, Luka Modrić (77m – Petar Sučić), Mario Pašalić (67m – Luka Sučić), Martin Baturina (61m – Igor Matanović), Borna Sosa e Andrej Kramarić
1-0 – Diogo Dalot – 7m
2-0 – Cristiano Ronaldo – 34m
2-1 – Diogo Dalot (p.b.) – 41m
Cartão amarelo – Luka Modrić (72m)
Árbitro – Halil Umut Meler (Turquia)
Num jogo em que Portugal entrou a ganhar, com uma boa exibição, o momento alto foi a festa do golo n.º 900 de Cristiano Ronaldo, numa fase em que tudo parecia correr bem à selecção nacional, com boa dinâmica dentro de campo.
Prestes a findar a primeira metade, num ressalto de bola em Diogo Dalot (que inaugurara o marcador), traindo Diogo Costa, a Croácia reduzia para a diferença mínima, o que, nessa altura, não traduziria o “jogo jogado”.
No segundo tempo, a equipa portuguesa procurou segurar as rédeas do jogo, mas não conseguiu o controlo ideal, perante uma formação croata que nunca abdicou de procurar criar perigo junto da área contrária, pelo que foi necessária concentração e solidariedade, a par de algum sofrimento, para preservar um difícil triunfo, ante o finalista da precedente edição da Liga das Nações.
EURO 2024 – 1/4 de final – Portugal – França

0-0 (3-5 g.p.)
Diogo Costa, João Cancelo (74m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes, João Palhinha (90m – Rúben Neves), Bernardo Silva, Vitinha (119m – Matheus Nunes), Bruno Fernandes (74m – Francisco Conceição), Cristiano Ronaldo e Rafael Leão (105m – João Félix)
Mike Maignan, Jules Koundé, Dayot Upamecano, William Saliba, Theo Hernández, Aurélien Tchouaméni, N’Golo Kanté, Eduardo Camavinga (91m – Youssouf Fofana), Antoine Griezmann (67m – Ousmane Dembélé), Kylian Mbappé (105m – Bradley Barcola) e Randal Kolo Muani (86m – Marcus Thuram)
Desempate da marca de grande penalidade:
0-1 – Ousmane Dembélé
1-1 – Cristiano Ronaldo
1-2 – Youssouf Fofana
2-2 – Bernardo Silva
2-3 – Jules Koundé
João Félix rematou ao poste
2-4 – Bradley Barcola
3-4 – Nuno Mendes
3-5 – Theo Hernández
“Melhor em campo” – Ousmane Dembélé
Amarelos – João Palhinha (79m); William Saliba (84m)
Árbitro – Michael Oliver (Inglaterra)
Volksparkstadion – Hamburgo (20h00)
O desfecho acabou por ser o que, em circunstâncias normais, seria expectável, assumindo-se que a selecção francesa dispõe de um poderio colectivo superior ao da portuguesa.
A equipa nacional volta para casa mais cedo, outra vez num limbo entre uma campanha bem sucedida e um “fiasco”: pela oitava vez em nove presenças em fases finais do Europeu, Portugal termina a prova entre os oito melhores; em contraponto, nessas nove participações, só na edição anterior teve pior desempenho que o presente – que, em qualquer caso, fica bastante aquém de um título de Campeão (2016), um 2.º lugar (2004) e três vezes na 3.ª posição (1984, 2000 e 2012).
Para além das estatísticas, perdura, também, a sensação de que as exibições realizadas “souberam a pouco”, condicionadas por alguns equívocos. À excepção do jogo com a Turquia, com características particulares (uma selecção turca a jogar aberta, e a cometer erros crassos), o futebol explanado foi muito pobre, falho de soluções, quer contra a Chéquia, ou a Geórgia (o pior de todos os encontros), assim como ante a Eslovénia.
Portugal completou 364 minutos consecutivos (mais de seis horas) sem conseguir marcar! E o desafio desta noite, ante os vice-campeões do Mundo, até foi o mais bem conseguido da selecção nesta fase final.
Mesmo que as duas equipas tivessem privilegiado, em primeira instância, o baixo risco, a vitória podia ter caído para um ou para outro lado, quer nos noventa minutos, quer no prolongamento.
Mas, à medida que o tempo ia avançando, começou a instalar-se, mesmo que de forma subconsciente, a possibilidade de se recorrer, de novo, ao desempate da marca de grande penalidade. Infelizmente, sem qualquer garantia de que o resultado pudesse ser idêntico ao registado há apenas quatro dias, frente à Eslovénia.
Ou, quem arrisca a sorte, arrisca-se a ganhar e a perder: como num lançamento de “moeda ao ar”, existirá uma probabilidade de cerca de 50% de sair cara ou coroa.
Perante uma selecção francesa cuja exibição ficou também bastante aquém das expectativas – vem denotando igualmente grandes dificuldades de finalização, atingindo as meias-finais somente com três golos marcados (um de “penalty” e dois auto-golos!) – a turma portuguesa patenteou, dentro de campo, e neste embate em concreto, alguma superioridade no cômputo geral.
Foi rigorosa a defender (com Pepe em plano elevado), personalizada no meio-campo (continuando Vitinha a assumir a “batuta”), com sucessivas trocas de bola, contudo, com falta de “olhos na baliza”, ou seja, com limitada objectividade, uma pecha tradicional do futebol português a nível internacional.
Esteve em grande realce, nos primeiros vinte minutos, Rafael Leão, que fez “gato-sapato” do sector direito da França, incapaz de encontrar antídoto para travar o endiabrado ala esquerdo português. Todavia, todas as suas investidas acabariam por se revelar improfícuas. Só findo esse período a França começou a soltar-se, reequilibrando a contenda.
As duas equipas estavam, então, bem encaixadas, e, até final da primeira parte, referência especial a um remate de Theo Hernández, a colocar Diogo Costa à prova (a defender com os punhos), e ao livre de que Portugal beneficiou, aos 42 minutos, com Bruno Fernandes, desta feita, a tentar surpreender (quando todos esperavam mais uma tentativa de Cristiano Ronaldo), mas a bola a sair por alto.
Seria no segundo tempo que ambas as equipas estariam mais perto de marcar, já após a hora de jogo: primeiro, Portugal, com o remate de Bruno Fernandes a ser interceptado pelo guardião, e, na sequência, João Cancelo, também a rematar, em arco, ligeiramente ao lado da baliza; seguindo-se nova oportunidade, num forte “tiro” de Vitinha, outra vez com Maignan muito atento, afastando ainda para canto um toque de calcanhar de Ronaldo; de seguida, ripostando de pronto, a França, numa transição rápida de Kolo Muani, salva por um desvio providencial de Rúben Dias (em que, por pouco, a bola não se anichou no fundo das redes).
Mas o lapso de tempo em que a selecção portuguesa mais oscilou ocorreu na sequência da entrada em campo de Dembélé, de alguma forma a procurar emular, pelo flanco direito, o que Rafael Leão fizera na ala contrária. Os franceses voltaram a assustar, por intermédio de Camavinga, com a bola a sair a rasar o poste, e também do próprio Dembélé, num remate de longe. O nulo não seria desfeito, contudo.
No prolongamento, como é comum, as duas equipas de alguma forma retraíram-se, procurando jogar cada vez mais pelo seguro. Não obstante, já depois de Cristiano Ronaldo ter tido uma intervenção desastrada, em zona frontal, à entrada da pequena área, a rematar para as nuvens, e de um perigoso remate de Rafael Leão, interceptado por Upamecano, Portugal usufruiu ainda de outra boa ocasião para carimbar a vitória, mesmo ao “cair do pano”, mas o pontapé de Nuno Mendes saiu denunciado, à figura de Maignan.
Nos “penalties” saiu tudo ao contrário: a França (apostando em remates a meia altura) não falhou nenhuma das suas cinco tentativas, não tendo, desta feita, Diogo Costa, tido oportunidade de voltar a brilhar; a Portugal bastou a infelicidade de João Félix, a acertar em cheio na base do poste, para ficar pelo caminho.



