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Sorteio – Mundial 2026
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D México Canadá Brasil EUA Coreia do Sul Suíça Marrocos Austrália África do Sul Qatar Escócia Paraguai Pl.-off Eur.D Pl.-off Eur.A Haiti Pl.-off Eur.C Grupo E Grupo F Grupo G Grupo H Alemanha Países Baixos Bélgica Espanha Equador Japão Irão Uruguai Costa do Marfim Tunísia Egipto Arábia Saudita Curaçau Pl.-off Eur.B Nova Zelândia Cabo Verde Grupo I Grupo J Grupo K Grupo L França Argentina Portugal Inglaterra Senegal Áustria Colômbia Croácia Noruega Argélia Uzbequistão Panamá Pl.-off FIFA2 Jordânia Pl.-off FIFA1 Ghana Pl.-off Eur.A - Itália / P. Gales / Bósnia-Herzeg. / I. Norte Pl.-off Eur.B - Ucrânia / Polónia / Albânia / Suécia Pl.-off Eur.C - Turquia / Eslováquia / Kosovo / Roménia Pl.-off Eur.D - Dinamarca / Chéquia / Irlanda / Maced. Norte Pl.-off FIFA1 - R. D. Congo vs. Jamaica / Nova Caledónia Pl.-off FIFA2 - Iraque vs. Bolívia / Suriname
Portugal estreia-se na Fase Final do Mundial 2026 a 17 de Junho, frente ao vencedor do play-off intercontinental (R. D. Congo / Jamaica / Nova Caledónia), em Houston; voltará a jogar a 23 de Junho, com o Uzbequistão (Houston), finalizando a fase de grupos a 27 de Junho, ante a Colômbia (Miami).
Mundial 2026 – Qualificação – Zona Europeia
As selecções da Alemanha, Suíça, Escócia, França, Espanha, Portugal, Países Baixos, Áustria, Noruega, Bélgica, Inglaterra e Croácia garantiram o apuramento directo para a fase final do Mundial 2026, a disputar nos EUA, Canadá e México.
Por seu lado, disputarão os play-off de qualificação, para preenchimento das quatro vagas restantes, as seguintes selecções: Eslováquia, Kosovo, Dinamarca, Ucrânia, Turquia, Irlanda, Polónia, Bósnia-Herzegovina, Itália, País de Gales, Albânia e R. Checa (2.º classificados de cada Grupo), para além de Roménia, Suécia, Macedónia do Norte e I. Norte (qualificados via “Liga das Nações”).
Para efeitos do sorteio das oito”semi-finais”, estas 16 equipas serão repartidas em 4 potes:
- Pote 1 – Itália, Dinamarca, Turquia e Ucrânia
- Pote 2 – Polónia, País de Gales, R. Checa e Eslováquia
- Pote 3 – Irlanda, Albânia, Bósnia-Herzegovina e Kosovo
- Pote 4 – Roménia, Suécia, Macedónia do Norte e I. Norte
Portugal – Arménia (Mundial 2026 – Qualif.)
Portugal – Diogo Costa, Nélson Semedo, Renato Veiga, Rúben Dias (73m – Rúben Neves), João Cancelo (73m – Matheus Nunes), João Neves, Bruno Fernandes, Vítor Ferreira “Vitinha” (67m – João Félix), Bernardo Silva (56m – Carlos Forbs), Rafael Leão (56m – Francisco Conceição) e Gonçalo Ramos
Arménia – Henri Avagyan, Kamo Hovhannisyan, Styopa Mkrtchyan, Sergei Muradian, Erik Piloyan (56m – Georgii Arutiunian), Nayair Tiknizyan, Eduard Spertsyan, Karen Muradyan (82m – Artyom Bandikyan), Narek Aghasaryan (45m – Edgar Sevikyan), Artur Serobyan (45m – Zhirayr Shaghoyan) e Grant-Leon Ranos (65m – Arayik Eloyan)
1-0 – Renato Veiga – 7m
1-1 – Eduard Spertsyan – 18m
2-1 – Gonçalo Ramos – 28m
3-1 – João Neves – 30m
4-1 – João Neves – 41m
5-1 – Bruno Fernandes (pen.) – 45m
6-1 – Bruno Fernandes – 52m
7-1 – Bruno Fernandes (pen.) – 72m
8-1 – João Neves – 81m
9-1 – Francisco Conceição – 90m
Cartão amarelo – Sergei Muradian (70m)
Árbitro – Irfan Peljto (Bósnia-Herzegovina)
Depois de ter falhado dois “matchpoints” naquela que terá sido, porventura, a mais fácil fase de qualificação, ninguém esperaria que a selecção portuguesa pudesse vir a baquear no objectivo do apuramento directo para o Mundial, dado necessitar, no pior dos cenários, de ganhar frente a um adversário muito frágil, como é a equipa da Arménia.
Compenetrado do seu papel, Portugal cedo inaugurou o marcador. Mas, como parecemos não gostar de coisas fáceis, ainda conseguimos complicar quando consentimos o tento do empate arménio, perante uma equipa que, até agora, nos cinco encontros anteriores, apenas marcara dois golos (ambos apontados na histórica vitória frente à Irlanda).
Mesmo numa fase inicial com exibição pouco convincente, valeu o pronto aproveitamento de uma falha defensiva – um inoportuno passe atrasado de um defesa – para recolocar a turma portuguesa em vantagem, e afastar qualquer eventual fantasma. Até porque, de imediato surgiria o terceiro golo. A festa podia começar.
E, naturalmente, numa lógica de vasos comunicantes, ao mesmo tempo que a selecção nacional se libertava (principalmente a nível mental, agora já sem qualquer bloqueio), podendo explanar o seu futebol e evidenciar a sua óbvia superioridade, a Arménia ia ficando cada vez mais perdida dentro de campo, sem conseguir acertar marcações, falha de rigor, mesmo não se remetendo a porfiada defesa.
Ao intervalo, já com o resultado em 5-1, perante os espaços e a margem de manobra concedidos pelo adversário, a percepção que se podia extrair é que a contagem só não chegaria aos dez se “nós não quiséssemos”.
Bruno Fernandes e, em especial, João Neves brilhariam a grande altura, cada um apontando um “hat-trick”, ficando na retina a espectacular conversão de um livre directo por parte do parisiense. A equipa não desligou, manteve a seriedade no jogo, e o “placard” foi-se avolumando com naturalidade.
E, numa exibição que acabou por ser de bom nível, só não se chegou à dezena de golos marcados por alguma falta de eficácia, não tendo faltado ocasiões para tal.
Esta última partida acabou por ser, de alguma forma, o reflexo do que foi esta fase de apuramento: tão fácil, que era quase impossível falhar. Mas, em qualquer caso, deverá atentar-se nos alertas que proporcionou, de situações a rectificar para a fase final.
Surpreendente foi a qualificação da Irlanda para o “play-off”, arrancando, in extremis, em período de compensação, uma sensacional vitória em Budapeste – com destaque para o herói Troy Parrott, autor de todos os cinco golos que proporcionaram os inesperados triunfos frente a Portugal e à Hungria –, ficando a selecção magiar, de forma incrível, imediatamente eliminada deste Mundial.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 6 4 1 1 20 - 7 13 2º Irlanda 6 3 1 2 9 - 7 10 3º Hungria 6 2 2 2 11 -10 8 4º Arménia 6 1 - 5 3 -19 3
6ª jornada
16.11.2025 – Hungria – Irlanda – 2-3
16.11.2025 – Portugal – Arménia – 9-1
(mais…)
Irlanda – Portugal (Mundial 2026 – Qualif.)
Irlanda – Caoimhín Kelleher, Seamus Coleman, Nathan Collins, Dara O’Shea, Jake O’Brien, Liam Scales (86m – James Dunne), Finn Azaz (79m – Festy Ebosele), Jack Taylor (68m – Conor Coventry), Josh Cullen, Chiedozie Ogbene (86m – Michael “Mikey” Johnston) e Troy Parrott (68m – Adam Idah)
Portugal – Diogo Costa, João Cancelo (45m – Nélson Semedo), Gonçalo Inácio (45m – Renato Veiga), Rúben Dias, Diogo Dalot, João Neves (78m – Gonçalo Ramos), Vítor Ferreira “Vitinha”, Rúben Neves, Bernardo Silva (63m – Francisco Trincão), João Félix (63m – Rafael Leão) e Cristiano Ronaldo
1-0 – Troy Parrott – 17m
2-0 – Troy Parrott – 45m
Cartões amarelos – Finn Azaz (38m) e Jack Taylor (45m) e Liam Scales (86m); João Cancelo (19m) e Rúben Dias (45m)
Cartão vermelho – Cristiano Ronaldo (59m)
Árbitro – Glenn Nyberg (Suécia)
Como disse Roberto Martínez: «Tudo o que podia correr mal, correu mal». Porquê?
Ao entrar em campo, já conhecedora do resultado obtido pela Hungria na Arménia, a selecção portuguesa sabia que só a vitória esta noite lhe proporcionaria confirmar já hoje o apuramento para o Mundial.
Fosse ou não por isso, a verdade é que Portugal assumiu a iniciativa do jogo desde o primeiro minuto, apresentando estatísticas demolidoras em termos de posse de bola (mais de 80%!). Mas, também cedo, desde logo ficou patente que a estratégia da Irlanda passava por oferecer a bola ao adversário, atrair os jogadores portugueses até às imediações da sua área, para, de pronto, mal recuperava a bola, fazer lançamentos em profundidade, para as costas da defesa, que, amiúde, se revelaram perigosos.
Enquanto Portugal, num jogo de paciência, ia trocando a bola entre os seus jogadores, com sucessivas trocas de flanco, procurando abrir uma brecha – teria sido necessário imprimir maior ritmo e intensidade –, mas sem, de facto, conseguir qualquer oportunidade flagrante de golo, já a Irlanda, cada vez que recuperava a bola, fazia soar as campainhas, face à velocidade das setas Ogbene e Parrott.
A acrescer a um ataque absolutamente improfícuo juntaram-se os erros defensivos, numa exibição muito pobre: na sequência de um atraso de um defesa para Diogo Costa, uma hesitação revelar-se-ia fatal; o guardião português não despachou a bola de primeira, e, já sem alternativa, no último instante, ao pontapeá-la, ela ressaltou no avançado contrário, ficando à sua mercê, não fora a estirada, “in extremis”, a desviar para canto. Na conversão da bola parada, muita passividade da defesa, dando liberdade para um primeiro toque de cabeça de um irlandês, encaminhando a bola para Parrott, também de cabeça, marcar, quase que como por “ricochete”.
Se a tarefa já não se antecipava fácil, perante um oponente remetido a uma porfiada defesa, concentrando nove (ou mais) dos seus elementos nas imediações da sua área, a partir do momento em que Portugal se viu em desvantagem, naturalmente, tudo se complicava.
E, isto, porque a selecção nacional nunca conseguiu dar sinais de poder encontrar antídoto para contrariar a forma de jogar de uma equipa empolgada pela forma como o jogo decorria e pelo entusiasta apoio do seu público.
A formação portuguesa ia procurando remar contra a maré, mas sem efeitos práticos. Ao invés, noutro contra-ataque, seria a Irlanda a ter a melhor ocasião para marcar, num remate ao poste de Ogbene.
E se as coisas já estavam más, piorariam ainda, a findar a primeira parte, com o segundo golo irlandês, outra vez por Parrot, desta feita num remate que fez a bola entrar junto ao poste, deixando pairar a dúvida se o guarda-redes teria possibilidade de fazer algo mais.
Perante a evidência de que o sector atacante não estava a carburar, mas parecendo dar primazia às falhas defensivas, o seleccionador nacional começou por fazer duas substituições no eixo da defesa, logo ao intervalo. No início da segunda parte, ainda se chegou a pensar que um golo de Portugal pudesse desbloquear a situação, mas seria “sol de pouca dura”.
O jogo acabou à hora de jogo, quando Cristiano Ronaldo se fez expulsar (vendo o primeiro cartão vermelho, em 226 jogos pela selecção), devido a uma cotovelada num defesa contrário, evidenciando o descontrolo emocional que alastrava à equipa. As alterações que Martínez promoveria logo de seguida, no sector ofensivo, chegavam, naturalmente, demasiado tarde. Até final, a Irlanda estaria mais perto de poder chegar ao terceiro golo do que Portugal de marcar.
O apuramento para o Mundial fica, pela segunda vez adiado, agora dependente de uma vitória frente à Arménia, no domingo (o empate poderá ser suficiente, desde que a Hungria não vença a Irlanda por mais de dois golos de diferença) – mas os indícios deixados neste jogo são preocupantes, na perspectiva de uma fase final, “mais a doer” do que estas eliminatórias, em que a margem de erro é extremamente diminuta.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 5 3 1 1 11 - 6 10 2º Hungria 5 2 2 1 9 - 7 8 3º Irlanda 5 2 1 2 6 - 5 7 4º Arménia 5 1 - 4 2 -10 3
5ª jornada
13.11.2025 – Arménia – Hungria – 0-1
13.11.2025 – Irlanda – Portugal – 2-0
(mais…)
Portugal – Hungria (Mundial 2026 – Qualif.)
Portugal – Diogo Costa, Nélson Semedo, Rúben Dias, Renato Veiga, Nuno Mendes (78m – Nuno Tavares), Bruno Fernandes (62m – Francisco Conceição), Rúben Neves (62m – João Palhinha), Vítor Ferreira “Vitinha”, Bernardo Silva, Pedro Neto (62m – João Félix) e Cristiano Ronaldo (78m – Gonçalo Ramos)
Hungria – Balázs Tóth, Loïc Négo, Willi Orbán, Attila Szalai, Milos Kerkez (79m – Márton Dárdai), András Schäfer (38m – Alex Tóth), Callum Styles (79m – Milán Vitális), Dominik Szoboszlai, Bendegúz Bolla (58m – Dániel Lukács), Roland Sallai e Barnabás Varga
0-1 – Attila Szalai – 8m
1-1 – Cristiano Ronaldo – 22m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 45m
2-2 – Dominik Szoboszlai – 90m
Cartões amarelos – Bruno Fernandes (34m) e João Félix (90m); Callum Styles (50m) e Dániel Lukács (90m)
Árbitro – Srđan Jovanović (Sérvia)
Foi um jogo com algumas similitudes com o disputado na Hungria, e que, contrariamente às expectativas generalizadas, não permitiu festejar, já esta noite, o apuramento para o Mundial… que, no derradeiro minuto, ficaria adiado.
Tal como sucedera em Budapeste, Portugal entrou a perder, perante uma equipa que, ao longo de todo o desafio, mostrou que sabe jogar, desinibida, levando perigo até à área contrária por várias vezes. Tirando partido das bolas paradas, a turma magiar inaugurava o marcador, na sequência de um pontapé de canto, logo depois de Diogo Costa ter feito uma boa intervenção.
Portugal beneficiou, de seguida, do facto de a formação húngara ter, durante largo período, abdicado de subir no terreno, o que permitiu pensar o jogo e ir em busca da recuperação, com o tento da igualdade a surgir apenas um quarto de hora volvido, num bom centro de Nélson Semedo, com Cristiano Ronaldo, oportuno e bem posicionado, na pequena área, a ter apenas de empurrar a bola – estabelecendo então, com 40 tentos marcados, novo “record” absoluto de golos em jogos de qualificação para o Mundial.
E a equipa portuguesa, a jogar melhor do que na partida anterior, consumaria a reviravolta ainda antes do intervalo: se o primeiro golo tivera origem no flanco direito, o segundo nasceria na esquerda, com Nuno Mendes a fazer um cruzamento, em arco, que foi quase “meio golo”, com Cristiano Ronaldo, outra vez do lado contrário, novamente de primeira, com um toque decidido para o fundo da baliza.
A festa parecia poder começar. Só que os húngaros não estavam pelos ajustes. É verdade que Portugal teve infelicidade, com duas bolas a embater praticamente no mesmo ponto do poste da baliza de Balázs Tóth, à passagem da hora de jogo, primeiro num potente disparo, de meia distância, de Rúben Dias, e, no minuto imediato, a remate, mais em jeito, de Bruno Fernandes – que, a terem passado uns centímetros ao lado, teriam sentenciado o desfecho da partida.
Pouco depois de ter entrado em campo, João Félix poderia também ter marcado o terceiro golo português… Contudo, algo inexplicavelmente, o jogo como que ficaria “partido”, e a Hungria começaria a empurrar a equipa portuguesa para trás, tendo Szalai rematado também à trave, ainda com Rúben Dias a salvar o lance.
A selecção nacional retraiu-se, “encolheu-se” e “pôs-se a jeito”, face a uma equipa da Hungria ameaçadora, dispondo de vários pontapés de canto, até que, já em período de compensação, uma arrancada até à linha final originou um cruzamento, com a bola a percorrer toda a linha da pequena área, sem que ninguém a tivesse afastado, aparecendo Szoboszlai, completamente só, sem dificuldade em fazer o golo do empate, num verdadeiro “balde de água fria”.
A festa ficará anda (de)pendente de mais dois pontos (ou um, mantendo a vantagem na diferença de golos global) nos dois jogos que restam (deslocação à Irlanda e recepção à Arménia).
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 4 3 1 - 11 - 4 10 2º Hungria 4 1 2 1 8 - 7 5 3º Irlanda 4 1 1 2 4 - 5 4 4º Arménia 4 1 - 3 2 - 9 3
4ª jornada
14.10.2025 – Irlanda – Arménia – 1-0
14.10.2025 – Portugal – Hungria – 2-2
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Portugal – Irlanda (Mundial 2026 – Qualif.)
Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot (62m – Nélson Semedo), Gonçalo Inácio (45m – Renato Veiga), Rúben Dias, Nuno Mendes, Bruno Fernandes (86m – Gonçalo Ramos), Rúben Neves, Vítor Ferreira “Vitinha” (62m – Francisco Trincão), Bernardo Silva, Pedro Neto (62m – Rafael Leão) e Cristiano Ronaldo
Irlanda – Caoimhín Kelleher, Jake O’Brien, Nathan Collins, Dara O’Shea, Seamus Coleman (86m – John Egan), Josh Cullen, Jayson Molumby, Ryan Manning, Festy Ebosele (64m – Michael “Mikey” Johnston), Chiedozie Ogbene (77m – William Smallbone) e Evan Ferguson (77m – Troy Parrott)
1-0 – Rúben Neves – 90m
Cartões amarelos – Bruno Fernandes (68m) e Bernardo Silva (90m); Festy Ebosele (18m), Caoimhín Kelleher (71m), Jayson Molumby (76m), Ryan Manning (84m) e Josh Cullen (87m)
Árbitro – Ivan Kružliak (Eslováquia)
Foi uma repetida sensação de “déjà vu” o desempenho da selecção nacional em mais este jogo da que será a sua mais fácil fase de qualificação de sempre: um futebol estereotipado, abusando dos cruzamentos para a área, falho de imaginação e criatividade. Uma equipa que parece denotar falta de motivação para enfrentar adversários deste tipo.
É claro que Portugal esteve sempre por cima no jogo, assumindo a iniciativa e controlo, praticamente de início a fim, ante uma selecção da Irlanda remetida a uma defesa porfiada, que se preocupava sobretudo em procurar bloquear as ofensivas contrárias.
Um dos melhores lances surgiu pouco depois do quarto de hora, primeiro com Cristiano Ronaldo a rematar ao poste, e, de imediato, na recarga, Bernardo Silva, com a baliza “aberta” a falhar o alvo. Depois, só perto do intervalo, Kelleher teria intervenção mais apertada, a safar um remate de cabeça de Gonçalo Inácio.
Sem alterações significativas na toada do jogo na fase inicial da segunda parte, Roberto Martínez tentou sacudir a equipa, com as entradas de Nélson Semedo, Francisco Trincão e Rafael Leão.
E seria precisamente um remate de Trincão, a embater no braço de um adversário, a proporcionar a mais flagrante oportunidade para quebrar a resistência irlandesa, mas Cristiano Ronaldo, rematando para o meio da baliza, permitiria a defesa do “penalty”, qual guarda-redes de andebol, esticando a ponta do pé.
Com o nulo a arrastar-se até ao final, Portugal teria então a fortuna de um dos múltiplos cruzamentos (numa boa execução de Trincão) ter sido concretizado pelo mais improvável goleador, Rúben Neves – que se estreou a marcar pela selecção –, surgindo, muito oportuno, na pequena área, a antecipar-se e a desviar, de cabeça, para o fundo da baliza, numa bela homenagem à memória de Diogo Jota.
Estava garantida, in extremis, a continuidade do pleno de vitórias…
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 3 3 - - 9 - 2 9 2º Hungria 3 1 1 1 6 - 5 4 3º Arménia 3 1 - 2 2 - 8 3 4º Irlanda 3 - 1 2 3 - 5 1
3ª jornada
11.10.2025 – Hungria – Arménia – 2-0
11.10.2025 – Portugal – Irlanda – 1-0
(mais…)
Hungria – Portugal (Mundial 2026 – Qualif.)
Hungria – Balázs Tóth, Bendegúz Bolla (90m – Zsombor Gruber), Attila Szalai, Willi Orbán, Loïc Négo, Milos Kerkez (90m – Márton Dárdai), Alex Tóth (60m – Bence Ötvös), Dominik Szoboszlai, Callum Styles (81m – Milán Vitális), Zsolt Nagy (60m – Dániel Lukács) e Barnabás Varga
Portugal – Diogo Costa, Rúben Neves, Rúben Dias, Nuno Mendes, João Cancelo, João Neves (79m – João Félix), Vítor Ferreira “Vitinha” (87m – António Silva), Pedro Neto (79m – João Palhinha), Bernardo Silva, Bruno Fernandes (66m – Francisco Trincão) e Cristiano Ronaldo (87m – Gonçalo Ramos)
1-0 – Barnabás Varga – 21m
1-1 – Bernardo Silva – 36m
1-2 – Cristiano Ronaldo (pen.) – 58m
2-2 – Barnabás Varga – 84m
2-3 – João Cancelo – 86m
Cartões amarelos – Barnabás Varga (57m); João Neves (77m) e João Palhinha (90m)
Árbitro – Erik Lambrechts (Bélgica)
Num Grupo em que Portugal assume grande favoritismo, este seria o jogo mais determinante para afirmar a liderança, e, desde logo, colocar a selecção nacional em posição privilegiada para o apuramento.
O seleccionador, Roberto Martínez, surpreendeu com a colocação de Rúben Neves como um dos três elementos da linha de “centrais”, acabando, de certo modo, por ser feliz, sobretudo pela forma como viria a chegar à vitória.
A equipa portuguesa entrou a “mandar no jogo”, perante uma formação da Hungria, que, mesmo jogando no seu reduto, evitou expor-se ao risco. O grupo de Portugal instalou-se no meio-campo contrário, mas o espaço escasseava.
Porém, como tantas vezes sucede, numa das primeiras investidas da turma húngara, aproveitando alguma falta de coordenação contrária, com Barnabás Varga a ganhar a posição entre dois “centrais”, o avançado, muito oportuno, cabeceou para o golo.
O conjunto português não se descompôs, tendo reagido bem, intensificando a pressão, criando algumas oportunidades para marcar, negadas pelo guardião da Hungria, em especial por Ronaldo, à passagem da meia hora.
O tento do empate não tardaria, num lance em que estiveram envolvidos João Neves e Rúben Neves, antes da bola chegar a Bernardo Silva, que, no limite do “fora-de-jogo”, rematou para o fundo da baliza.
No início da segunda parte manteve-se a toada da partida, tendo a equipa portuguesa beneficiado de uma grande penalidade (por ressalto da bola no braço de um jogador húngaro) para operar a reviravolta no marcador: Cristiano Ronaldo, na conversão, hesitou, procurando fazer, por várias vezes, a simulação de “paradinha”, acabando por rematar, sem balanço, com a bola muito colocada, junto ao poste. Foi o seu 39.º golo em jogos da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo, igualando o “record” do guatemalteco Carlos Ruiz.
Ainda durante algum período foi Portugal a “estar por cima”, podendo ter ampliado a vantagem, nomeadamente quando João Cancelo obrigou Balázs Tóth a defesa apertada, próximo dos 70 minutos; todavia, a Hungria ia-se mostrando mais afoita, a testar a defensiva portuguesa, e viria mesmo a restabelecer a igualdade, a duas bolas, com Varga a bisar.
Restavam jogar pouco mais de cinco minutos, e foi, então, que chegou a tal dose de “felicidade”, numa jogada com a assinatura de João Cancelo: foi ele que, ainda em zona intermediária, começou por recuperar uma bola, depois Vitinha a abrir para Bernardo Silva, que assistiu para Cancelo, de primeira, ainda de fora da área, rematar colocado, para o golo da vitória.
Já em período de compensação, João Félix teria ainda hipótese de dilatar a vantagem, num remate que saiu ligeiramente ao lado do poste, mas o fundamental tinha sido já alcançado.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 2 2 - - 8 - 2 6 2º Arménia 2 1 - 1 2 - 6 3 3º Hungria 2 - 1 1 4 - 5 1 4º Irlanda 2 - 1 1 3 - 4 1
2ª jornada
09.09.2025 – Arménia – Irlanda – 2-1
09.09.2025 – Hungria – Portugal – 2-3
(mais…)
Arménia – Portugal (Mundial 2026 – Qualif.)
Arménia – Henri Avagyan, Erik Piloyan, Georgii Arutiunian, Sergei Muradian, Nayair Tiknizyan (79m – Edgar Grigoryan), Kamo Hovhannisyan, Ugochukwu Iwu (86m – Narek Aghasaryan), Eduard Spertsyan, Vahan Bichakhchyan (60m – Edgar Sevikyan), Tigran Barseghyan (79m – Zhirayr Shaghoyan) e Lucas Zelarayán (60m – Grant-Leon Ranos)
Portugal – Diogo Costa, João Cancelo (79m – João Palhinha), Gonçalo Inácio, Rúben Dias, Nuno Mendes (66m – Nuno Tavares), Bruno Fernandes, João Neves, Vítor Ferreira “Vitinha”, Pedro Neto (45m – Francisco Trincão), João Félix (66m – Pedro Gonçalves) e Cristiano Ronaldo (57m – Gonçalo Ramos)
0-1 – João Félix – 10m
0-2 – Cristiano Ronaldo – 21m
0-3 – João Cancelo – 32m
0-4 – Cristiano Ronaldo – 46m
0-5 – João Félix – 62m
Cartão amarelo – Piloyan (26m)
Árbitro – Anthony Taylor (Inglaterra)
Portugal obteve aprovação com distinção no arranque desta fase de qualificação para o Mundial de 2026 (em que apenas o vencedor do Grupo terá apuramento directo), goleando, com naturalidade, na deslocação à Arménia, expondo as fragilidades do adversário.
Foram cinco golos, mas poderiam bem ter sido dez, com mais alguma eficácia, e se não se tivesse reduzido o ritmo de jogo nos últimos vinte minutos.
Anota-se a particularidade de todos os cinco tentos terem sido apontados por jogadores a alinhar em clubes da Arábia Saudita.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 1 1 - - 5 - 0 3 2º Hungria 1 - 1 - 2 - 2 1 2º Irlanda 1 - 1 - 2 - 2 1 4º Arménia 1 - - 1 0 - 5 -
1ª jornada
06.09.2025 – Arménia – Portugal – 0-5
06.09.2025 – Irlanda – Hungria – 2-2
Portugal – Espanha – Liga das Nações da UEFA – Final

2-2
Diogo Costa, João Neves (45m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Gonçalo Inácio (74m – Renato Veiga), Nuno Mendes, Bernardo Silva (74m – Rafael Leão), Vítor Ferreira “Vitinha”, Pedro Neto (105m – Diogo José “Jota”), Bruno Fernandes, Francisco Conceição (45m – Rúben Neves) e Cristiano Ronaldo (88m – Gonçalo Ramos)
Espanha – Unai Simón, Óscar Mingueza (92m – Pedro Porro), Robin Le Normand, Dean Huijsen, Marc Cucurella, Pedro “Pedri” González (74m – Francisco “Isco” Alarcón), Martín Zubimendi, Fabián Ruiz (74m – Mikel Merino), Lamine Yamal (105m – Yeremi Pino), Mikel Oyarzabal (111m – Álvaro Morata) e Nicholas “Nico” Williams (92m – Alejandro “Álex” Baena)
0-1 – Martín Zubimendi – 21m
1-1 – Nuno Mendes – 26m
1-2 – Mikel Oyarzabal – 45m
2-2 – Cristiano Ronaldo – 61m
Cartões amarelos – Gonçalo Inácio (19m), Pedro Neto (82m), Nuno Mendes (100m) e Roberto Martínez (Treinador – 110m); Fabián Ruiz (33m), Robin Le Normand (90m), Alejandro “Álex” Baena (100m) e Pedro Porro (110m)
Desempate da marca de grande penalidade:
1-0 – Gonçalo Ramos
1-1 – Mikel Merino
2-1 – Vítor Ferreira “Vitinha”
2-2 – Alejandro “Álex” Baena
3-2 – Bruno Fernandes
3-3 – Francisco “Isco” Alarcón
4-3 – Nuno Mendes
Álvaro Morata permitiu a defesa a Diogo Costa
5-3 – Rúben Neves
Árbitro – Sandro Schärer (Suíça)
Allianz Arena, Munique – Alemanha
Portugal sagra-se vencedor da 4.ª edição da Liga das Nações, conquistando o troféu pela segunda vez!
Defrontando a que será, porventura, melhor selecção mundial da actualidade, por duas vezes a equipa portuguesa esteve em desvantagem no marcador, por duas vezes teve a coragem necessária para repor a igualdade.
Entrando em campo com um desenho táctico pouco ortodoxo, com a novidade de mais um lateral direito improvisado (João Neves!), procurando tirar partido da aposta na irreverência de Francisco Conceição, a selecção nacional tinha um tesouro que brilharia com maior fulgor nesta Final, numa sensacional exibição de Nuno Mendes.
A turma portuguesa, atrevida, logo de entrada procurou apropriar-se do jogo, mas rapidamente a Espanha assumiria as rédeas, dominando na zona nevrálgica, e instalando-se no meio campo contrário, começando a dar a ideia que poderia chegar ao golo, o que sucederia cumpridos os primeiros vinte minutos, beneficiando de uma sucessão de ressaltos.
A equipa nacional teria, então, a felicidade de, antes de poder reequilibrar a contenda em termos de futebol jogado, chegar, de pronto, ao empate, num raid fulminante de Nuno Mendes, que marcou pela primeira vez ao serviço da selecção.
A Espanha não desarmou, e Nico Williams, com várias investidas pelo flanco esquerdo, ia colocando a “cabeça em água” a João Neves, sem as rotinas posicionais necessárias a um bom desempenho, de forma a travar um extremo tão versátil.
Mas seria até pelo lado direito que, mesmo à beira do intervalo, a formação espanhola se recolocaria em vantagem, aproveitando alguma desconcentração portuguesa, reclamando uma falta sobre Bernardo Silva. O resultado ao intervalo ajustava-se ao rendimento apresentado pelas duas equipas.
No reatar da partida Roberto Martínez rectificou posições, sacrificando João Neves, dando lugar a Nélson Semedo, ao mesmo tempo que procurava reforçar o meio-campo, com a entrada de Rúben Neves. As alterações promovidas pareciam fazer sentido, mas, em termos práticos, não davam resultados, no que respeita a uma tomada de controlo pela equipa portuguesa, que continuava muito pressionada.
Até que, ao passar da hora de jogo, libertou-se (de novo) o génio de Nuno Mendes – que, tendo tido de lidar, face a face, com a grande promessa (já certeza) espanhola, Lamine Yamal, ia levando claramente a melhor, em termos defensivos –, conseguindo esquivar-se ao rival directo, e “ligando o turbo”, em direcção à área, com a bola a chegar a Cristiano Ronaldo, que, com frieza, não perdoaria, fazendo o 2-2.
Até final do tempo regulamentar, a Espanha, forçada a mostrar respeito pelo adversário, refreou a tomada de risco, em contraponto à tentativa portuguesa de explorar também o “diabo à solta”, Rafael Leão, mas o resultado estava feito e não se alteraria.
Numa boa exibição da equipa nacional, este era já o sexto empate entre as duas selecções, nos últimos sete encontros!
Portugal parecia denotar maior frescura e superioridade anímica para o prolongamento, agora com Nuno Mendes e Rafael Leão a constituírem ameaças que a Espanha não podia menorizar. Faltaria, então, eficácia – sobretudo na primeira parte do prolongamento – para que a selecção portuguesa tivesse marcado e pudesse ganhar o jogo.
Na segunda metade desse tempo extra, a conjugação da fadiga que se ia avolumando, de parte a parte, com o receio de perder, fez com que não houvesse soberanas ocasiões de golo para qualquer lado.
O desempate da marca de grande penalidade tornara-se uma inevitabilidade, e, sendo sempre de desfecho contingente, prometia favorecer a equipa portuguesa. E assim seria: com todas as sete primeiras tentativas concretizadas com sucesso, bastaria a decisiva defesa de Diogo Costa, a remate de Morata, para proporcionar a Rúben Neves a oportunidade de materializar a festa, o que, com grande serenidade, confirmaria, completando o pleno de (cinco) golos de Portugal.
Depois do Campeonato da Europa de 2016, e da Liga das Nações de 2019, a selecção de Portugal conquista o seu terceiro grande troféu a nível internacional. Nuno Mendes ( o “homem do jogo”), João Neves, Vitinha e Gonçalo Ramos viveram a melhor semana das suas vidas a nível desportivo: depois de, no passado Sábado, se terem sagrado Campeões Europeus de clubes, conquistaram, este Domingo – por curiosidade, no mesmo mítico Estádio, em Munique –, a Liga das Nações.


Alemanha – Portugal – Liga das Nações da UEFA – 1/2 finais

1-2
Marc-André ter Stegen, Jonathan Tah, Robin Koch, Waldemar Anton (71m – Felix Nmecha), Joshua Kimmich, Aleksandar Pavlović (71m – Karim-David Adeyemi), Leon Goretzka, Maximilian Mittelstädt (60m – Robin Gosens), Leroy Sané (60m – Serge Gnabry), Florian Wirtz e Nick Woltemade (60m – Niclas Füllkrug)
Diogo Costa, João Neves (58m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Rúben Neves (58m – Vítor Ferreira “Vitinha”), Bernardo Silva, Francisco Trincão (58m – Francisco Conceição), Bruno Fernandes, Pedro Neto (83m – Diogo José “Jota”) e Cristiano Ronaldo (90m – João Palhinha)
1-0 – Florian Wirtz – 48m
1-1 – Francisco Conceição – 63m
1-2 – Cristiano Ronaldo – 68m
Cartões amarelos – Jonathan Tah (80m), Florian Wirtz (84m) e Niclas Füllkrug (85m); Roberto Martínez (Treinador – 52m), Rúben Neves (52m) e Rúben Dias (85m)
Árbitro – Slavko Vinčić (Eslovénia)
Allianz Arena, Munique – Alemanha
Desta vez nem sequer se terá tratado da velha máxima de um jogo com duas partes distintas. Porque, de facto, o que fez mudar a configuração do embate foi, na sequência do golo da Alemanha, a alteração promovida por Roberto Martínez, com as substituições operadas já próximo da hora de jogo, e que tão rapidamente frutificaria.
Com a “cabeça no cepo” (começaram a avolumar-se os rumores de que não resistirá, sequer, até à fase de qualificação para o Mundial, perante o perfilar de candidatos à sua sucessão, em especial, José Mourinho e Jorge Jesus), Martínez fez alinhar um “onze” inesperado e dificilmente compreensível, desde logo, com o relegar de Vitinha para o banco; e, acrescendo à estranheza, a colocação de João Neves como lateral direito…
Com um histórico muito desfavorável, surgindo a Alemanha como uma espécie de “papão”, as sensações não eram muito boas, não se antecipando que a estratégia pudesse resultar.
E, de facto, tal foi-se confirmando em campo, com a equipa portuguesa a evidenciar muitas dificuldades para chegar ao último terço do terreno, sem conseguir “ter bola”, vendo-se compelida a procurar explorar a profundidade (sobretudo a velocidade de Pedro Neto, que, um par de vezes, enfrentou o guardião contrário), enquanto a formação germânica se assenhoreava do jogo, e, à medida que o tempo ia avançando, ameaçava crescentemente a baliza de Diogo Costa, colocado à prova em duas ocasiões, a que deu notável resposta.
O nulo subsistiria até ao intervalo, mas, logo no recomeço, a Alemanha chegava mesmo ao golo, como, já há algum tempo, se podia ir antevendo.
Decorrendo talvez de uma alteração a nível mental, após ter alcançado a vantagem, e/ou incapaz de se adaptar às mudanças de posicionamento da equipa portuguesa, a turma da casa como que desapareceu do jogo, de forma algo inusitada. Em contraponto, sobressairiam as individualidades portuguesas.
Sob a batuta de Vitinha, com Nuno Mendes a dinamitar a organização contrária, Francisco Conceição – entrado em campo há cinco minutos –, inspirado decerto pelo “hat-trick” apontado pelo pai, há 25 anos (na, até agora, última vitória portuguesa), encheu-se de confiança, e, depois de ganhar posição, internando-se no terreno, visou a baliza, com um remate de longe, bem colocado, que resultou no golo do empate.
Apenas mais cinco minutos volvidos, outra jogada rápida, em que se destaca a brilhante arrancada de Nuno Mendes, Cristiano Ronaldo – em posição no limite do “fora de jogo” – surgiria isolado frente ao guardião contrário, não vacilando, conseguindo dar a melhor sequência ao lance, fazendo anichar a bola no fundo das redes. Portugal operava uma sensacional reviravolta, passando a ganhar por 2-1.
Até final, com a Alemanha, necessariamente, a procurar assumir maior risco, em busca de, pelo menos, restabelecer a igualdade, a equipa portuguesa, beneficiando de mais espaços, podia ter inclusivamente sentenciado o desfecho, com um terceiro golo, não fora duas incríveis paradas de ter Stegen, a remates, quase à “queima roupa”, de Diogo Jota e Francisco Conceição.
Alcançando um êxito com o seu quê de inesperado, frente a um adversário poderoso, e em reduto alheio, e mais, da forma convincente como foi obtido, Roberto Martínez terá conseguido, para já, afastar o “fantasma” do despedimento. Mas continuará a ser-lhe exigido muito, agora ante um outro rival, ainda mais temível, na que será apenas a quarta final da história da principal selecção portuguesa (depois de 2004, 2016 e 2019).







