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O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – 1/8 de final

Numa ronda que ficou incompleta – apenas tendo sido disputados seis dos oito jogos que compõem a eliminatória correspondente aos 1/8 de final da Taça do Ribatejo – são quatro os emblemas do escalão secundário qualificados para a fase seguinte, no que serão acompanhados por outras quatro equipas da divisão principal (das quais restam por apurar duas): para além de At. Pernes, Pego e Vasco da Gama, que afastaram adversários do mesmo patamar, o Moçarriense fez ainda melhor, tendo ido ganhar aos Amiais, eliminando assim um rival do nível acima.

Na única partida disputada entre primodivisionários, o Mação, vindo de inesperado desaire no Porto Alto, passou a “factura” ao Águias de Alpiarça, impondo retumbante goleada. Também já apurado, entre os clubes da I Divisão, está o Pontével, que, todavia, se viu e desejou para suplantar o actual detentor do troféu (que, aliás, conquistou nas duas últimas edições da prova), Ferreira do Zêzere, só “fora de horas” tendo evitado a surpresa de ser batido por oponente do escalão inferior.

Há 29 anos (desde a época de 1996-97) que o At. Pernes não atingia os quartos-de-final da competição (fase que somente alcançara noutra ocasião, em 1982-83). Já o Vasco da Gama superou os 1/8 de final (em que, em edições recentes, se quedara por três vezes sucessivas, entre 2022 e 2024) pela primeira vez desde há 31 anos (1994-95) – o que, anteriormente, só conseguira em 1988 e 1989. O Pego regressa àquele estágio da prova (que lhe proporcionará disputar pela sétima vez o acesso às meias-finais) após dele ter estado arredado desde o ano de 2020.

Por seu lado, quer Moçarriense, quer Pontével estarão em tal ronda pela quarta vez (depois de 2006, 2010 e 2016, no caso do grupo da Moçarria – afastado por seis vezes nos 1/8 de final neste interim; e de 2006, 2007 e 2019, no caso do conjunto do município do Cartaxo). Por estranho que possa parecer, desde 2017-18 (em que fora finalista) que o Mação não chegava tão longe na Taça, quebrando, enfim, o enguiço de seis eliminações consecutivas na ronda que agora logrou superar.

Foram adiados os desafios, envolvendo quatro clubes da I Divisão, entre: (i) At. Ouriense e Torres Novas; e (ii) Cartaxo e Fazendense – respectivamente para 28 de Dezembro e 4 de Janeiro.

Destaques – O principal destaque vai para o “derby” realizado nos Amiais de Baixo, que colocou frente-a-frente Amiense e Moçarriense, com a turma do segundo escalão a superiorizar-se ao conjunto local, que, assim, vê agudizar-se ainda mais a sua crise de resultados. Este foi um embate com algumas peripécias, tendo os visitados começado por ficar em inferioridade numérica logo desde os 35 minutos, vindo a ver-se reduzidos a nove elementos à passagem da hora de jogo.

O nulo no marcador subsistiu praticamente até ao fim, apenas tido sido apontado o primeiro tento da formação da Moçarria, na conversão de uma grande penalidade, a cinco minutos do termo do tempo regulamentar; o 0-2 final surgiria já em período de compensação, a confirmar a surpresa.

Em Mação, o líder do campeonato recebia o Águias de Alpiarça, que, de forma sensacional, partilha o 4.º posto com o Porto Alto (precisamente a equipa que, na semana anterior, batera os maçaenses de forma inapelável). Dando cabal resposta ao deslize sofrido, os maçaenses, com uma tarde de grande aplicação, não deram hipótese ao adversário, chegando ao intervalo já em vantagem por dois golos. Na segunda metade, o resultado foi-se avolumando, com alguma naturalidade, perante o desacerto e conformismo alpiarcense, só parando nos 7-0!

O At. Pernes foi ganhar ao também tradicionalmente difícil reduto do Marinhais (militando igualmente na II Divisão, mas disputando estes dois clubes séries diferentes), por 2-1: os anfitriões até começaram por, bem cedo, apenas com oito minutos decorridos, inaugurar o marcador, mantendo-se em vantagem até à recta final da partida. A equipa do município de Santarém – confirmando o campeonato positivo que vem realizando – viria, contudo, a operar a reviravolta nos últimos dez minutos, com o golo decisivo apontado já para lá dos noventa.

Não houve surpresa – para além do desfecho do embate entre Amiense e Moçarriense –, mas esteve prestes a acontecer, em Pontével, onde o grupo local, a disputar o campeonato principal, recebia o Ferreira do Zêzere, agora relegado para o escalão secundário, mas que, briosamente, defendia o estatuto de titular da prova, tendo conquistado a Taça nas duas últimas épocas.

Pois, os ferreirenses, motivados com tal condição, marcaram logo ao quinto minuto, e ampliariam ainda a inesperada vantagem para dois golos, meia hora volvida. Os pontevelenses retorquiram de imediato, reduzindo para 1-2 dois minutos depois, “placard” que, teimosamente, se mantinha à entrada para os derradeiros cinco minutos. O tento que permitiu restabelecer a igualdade seria determinante para o “baixar da guarda” dos ferreirenses, que viriam a sofrer ainda mais dois tentos, já em cima da hora, e em tempo “extra”, acabando o Pontével por ganhar por ilusório 4-2.

Não se tendo consumado a iminente surpresa, gorou-se a possibilidade de um curioso (re)encontro, nos quartos-de-final, entre Ferreira do Zêzere e Mação (grupo que acolheu a equipa técnica e vários dos jogadores que, na época precedente, haviam vencido o campeonato e a taça).

Confirmações – Os restantes dois prélios envolviam quatro dos cinco primeiros classificados da Série B da II Divisão (sendo o outro o At. Pernes, já antes referido), tendo os visitados confirmado o favoritismo que, nomeadamente em função do factor casa, lhes poderia ser atribuído.

O Pego (4.º) levou a melhor na recepção à U. Atalaiense (3.º), mercê de um golo apontado em cada uma das partes, triunfando por 2-0. Mais equilibrada se revelou a contenda em Boleiros, entre o guia, Vasco da Gama, e o 5.º classificado, Espinheirense, não tendo o nulo sido desfeito, acabando os donos da casa por ser mais eficazes no desempate da marca de grande penalidade.

Em função dos desfechos apurados, é o seguinte o alinhamento, previamente sorteado, dos embates dos quartos-de-final (agendados para 15 de Fevereiro de 2026): Mação-Pontével; Vasco da Gama-Pego; Moçarriense – At. Ouriense/Torres Novas; e Cartaxo/Fazendense – At. Pernes. Estando, portanto, já garantida a participação de um clube da divisão secundária nas meias-finais (Vasco da Gama ou Pego), poderia inclusivamente vir a ocorrer inusitada presença de um emblema de tal escalão na Final, caso o Moçarriense viesse também a qualificar-se para tal fase.

Liga 3 – O U. Santarém viajou até à Serra da Estrela, para defrontar o Sp. Covilhã, tendo averbado um resultado positivo, empatando a uma bola, pese embora tenha deixado escapar um possível triunfo já no quarto de hora final. Com treze pontos somados, baixou, após a 12.ª jornada, da 7.ª à 8.ª posição, um ponto acima face aos covilhanenses e ao 1.º Dezembro; em paralelo, também a um único ponto do 6.º classificado (Lusitano), mas, agora, já a quatro pontos do 4.º (Académica).

O Belenenses, único vitorioso entre os seis primeiros, cimentou a sua liderança, cinco pontos à maior face ao Mafra, e já com nove pontos de margem em relação ao 5.º classificado (Amora).

Campeonato de Portugal – O Fátima teve bom desempenho na visita ao comandante, V. Sernache, empatando a zero, mantendo o 7.º posto, tendo ampliado de um para dois pontos a vantagem face à “linha de água”. Já o Samora Correia sofreu algo traumatizante derrota em Ponte de Sôr: em vantagem até aos 94 minutos, depois de ter marcado a fechar o primeiro tempo, viria a sofrer dois golos de rajada, já a concluir o período de “descontos”; subsiste, pois, na indesejada condição de “lanterna vermelha”, agora já a sete pontos da zona de manutenção.

Antevisão – Na 12.ª ronda da I Divisão Distrital as atenções estarão focadas, em especial, no Torres Novas-Fazendense, opondo o 3.º ao 2.º classificado, anotando-se, por outro lado, os desafios: Mação-At. Ouriense; U. Tomar-Porto Alto; e Alcanenense-Coruchense. No segundo escalão realce para o “derby” Forense-Salvaterrense; assim como para a curiosidade do imediato reencontro, após os jogos da Taça, entre: Vasco da Gama e Espinheirense; e U. Atalaiense e Pego.

Na Liga 3 o U. Santarém recebe o Amora; no Campeonato de Portugal, Fátima e Samora Correia são anfitriões, respectivamente, de Eléctrico de Ponte Sôr (11.º) e Benfica e Castelo Branco (3.º).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 11 de Dezembro de 2025)

14 Dezembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 11ª Jornada

(“O Templário”, 04.12.2025)

Uma algo imprevista “débâcle” do guia foi aproveitada pelos mais próximos perseguidores para um reagrupamento no topo da pauta classificativa, agora com a liderança partilhada entre Mação e Fazendense, e apenas um ponto a separá-los do 3.º classificado, Torres Novas. Ao mesmo tempo, os desaires de Abrantes e Benfica e de U. Tomar originaram também o compactar de posições a meio da tabela – tendo todos os quatro clubes classificados imediatamente a seguir (Coruchense, Cartaxo, At. Ouriense e Alcanenense) vencido as suas partidas –, encurtando-se a diferença entre o 6.º (Abrantes e Benfica) e o 12.º classificado (Pontével) para escassos três pontos.

Por seu turno, Porto Alto e Águias de Alpiarça (também vitoriosos) – que repartem o 4.º posto –, continuando a distar cinco pontos do pódio, ampliaram para quatro pontos a vantagem face aos abrantinos. Enquanto, em contra-ciclo – tendo as quatro equipas da rectaguarda sido, todas elas, derrotadas na 11.ª jornada –, são já cinco os pontos de diferença entre o 12.º e o 13.º lugar; cavando-se, em paralelo, significativo fosso, de nove pontos, entre o Pontével e a “linha de água” (encontrando-se, nesta altura, em zona de despromoção o Amiense, At. Riachense e Tramagal).

Destaques – O principal sublinhado da ronda vai, necessariamente, para o categórico triunfo do Porto Alto ante o comandante, Mação, derrotado por impressivo 3-0. A formação da AREPA, que sofrera um “tropeção” em Ourém, no jogo da Taça, reagiu de forma bem afirmativa, mesmo actuando em casa “à porta fechada” (sanção decorrente de situação ocorrida ainda na época passada), não dando hipóteses de resposta ao conjunto maçaense, alargando assim para onze jogos o seu excelente ciclo de invencibilidade neste campeonato! Tendo inaugurado o marcador pouco depois da meia hora de jogo, o Porto Alto como que sentenciaria o desfecho com o segundo tento, logo nos minutos iniciais do segundo tempo, fixando o “placard” final a 25 minutos do final.

Impressionante foi também a goleada aplicada pelo Torres Novas em Abrantes, por números fora de qualquer conjectura: 6-1! Tendo os forasteiros aberto o activo ainda antes de completados dez minutos, e ampliado a contagem por volta dos 25 minutos, poderá ter chegado a pensar-se que o 1-2, apontado pelos abrantinos logo no recomeço, poderia reabrir a contenda. Mas os torrejanos não estiveram pelos ajustes, voltando a marcar aos 57 e 66 minutos, vindo a culminar um dia de descalabro do Abrantes e Benfica com mais outros dois tentos, já em cima do minuto noventa.

De assinalar ainda a vitória (2-1) do Alcanenense no terreno do Tramagal, que parece falho de argumentos para contrariar a tendência muito negativa que tem registado neste regresso ao principal escalão do futebol distrital, de que estivera arredado durante largos anos, tendo acumulado a sua décima derrota, mantendo-se com um único ponto averbado, na indesejada condição de “lanterna vermelha”. Tendo o nulo subsistido até ao intervalo, o conjunto de Alcanena obteria dois golos em cerca de um quarto de hora, não tendo os tramagalenses conseguido melhor do que, já em período de compensação, marcar o “ponto de honra”.

A última nota de realce, de cariz negativo, vai para a partida entre Águias de Alpiarça e U. Tomar, em que, pelas inusitadas circunstâncias, não pode deixar de lamentar-se que os unionistas tenham acabado por desperdiçar o que se afigurava poder ser uma boa oportunidade de somar mais três pontos, vindo a ser desfeiteados por 3-1, no que constitui a sua terceira derrota sucessiva.

E, todavia, as coisas até começaram bastante bem, com os tomarenses a colocar-se em vantagem logo aos oito minutos, e, denotando superioridade face ao adversário, tendo beneficiado de ocasiões em que poderiam ter ampliado o marcador a seu favor. Até que, de modo absolutamente insólito, se viram reduzidos a dez unidades: desacatos entre espectadores afectos a ambos os emblemas, envolvendo familiar do guardião unionista, levaram a que este, abandonando o seu lugar entre os postes, dentro de campo, se dirigisse à bancada, envolvendo-se em tais distúrbios, acabando por ver o cartão vermelho, como, inclusivamente, ser identificado pelas autoridades.

Entretanto, o árbitro interrompera o desafio durante quase meia-hora, justamente aguardando que as forças policiais chegassem ao recinto. E, quando foi reatado o jogo, mesmo em cima do intervalo, o Águias, apanhando ainda o guarda-redes suplente “a frio”, aproveitou para, de imediato, restabelecer o empate. Na segunda parte, o União aguentou o resultado até cerca de vinte minutos do fim, na expectativa de poder, até, surpreender em transição, mas não resistiria, vindo a sofrer o segundo e terceiro golos aos 68 e 84 minutos. De deplorar a situação ocorrida, não tolerável nos palcos do futebol, o qual deveria constituir-se, acima de tudo, numa festa.

Confirmações – Nos restantes quatro encontros os anfitriões confirmaram o favoritismo que lhes era atribuído, destacando-se a goleada (5-2) imposta pelo Coruchense ao Pontével, na quarta vitória consecutiva do grupo do Sorraia na prova, tendo ascendido do 14.º ao 8.º lugar, aliás, em igualdade pontual com o 7.º classificado, U. Tomar. Tendo marcado primeiro, a turma de Coruche ainda permitiu o empate (1-1), antes de, à beira do intervalo, se recolocar em vantagem, que dilataria até aos 5-1, vindo os visitantes a reduzir já para além do tempo regulamentar.

Mais comedidos foram os triunfos do Cartaxo sobre o At. Riachense (2-0), e, especialmente, do At. Ouriense face ao Amiense – a agudizar a delicada situação das derrotadas formações dos Riachos e dos Amiais –, assim como do Fazendense, na recepção ao Entroncamento AC, em ambos os casos mercê de um solitário tento, não deixando de suscitar alguma estranheza a magreza do desfecho alcançado pelo agora novo co-líder, tendo, em qualquer caso, a turma das Fazendas estendido já para oito a sua sensacional série de vitórias consecutivas no campeonato.

II Divisão Distrital – Ouriquense e Vasco da Gama mantêm o pleno de vitórias após a disputa da 7.ª jornada. A formação de Vila Chã de Ourique obteve concludente goleada, por 4-0, em Salvaterra de Magos, mantendo os dois pontos de vantagem face ao Moçarriense (que foi a Samora Correia golear por números ainda mais expressivos, de 6-0, ante a equipa “B” local).

Por seu lado, o Vasco da Gama arrancou difícil triunfo no reduto do Caxarias, por tangencial 3-2, beneficiando do inesperado desaire caseiro do Pego (1-3, ante a Ortiga) para ampliar para cinco pontos o diferencial face aos mais directos perseguidores, agora At. Pernes (ganhando, por 6-1, em Abrantes, também à equipa “B”) e U. Atalaiense (vitória, por 3-1, em Ferreira do Zêzere).

Liga 3 – O U. Santarém, recebendo a Académica, esteve a ganhar, mas apenas durante cinco minutos (entre os 70 e os 75), não evitando o empate a uma bola. Numa série muito equilibrada, os escalabitanos, com doze pontos em onze jogos, ocupam o 7.º lugar, somente um ponto acima do trio da cauda (Atlético, Sp. Covilhã e 1.º Dezembro), mas, por outro lado, apenas a quatro pontos do 4.º classificado, precisamente o seu rival do passado sábado.

Campeonato de Portugal – O Fátima obteve resultado positivo, voltando às vitórias (2-0), na recepção ao Marialvas, o que lhe proporcionou retomar a posição acima da zona de despromoção (também 7.º classificado), pese embora com diminuta margem, de um único ponto. Já o Samora Correia, recebendo o comandante, V. Sernache, não logrou impedir novo desaire, devido a golo consentido já nos minutos derradeiros, começando a fazer perigar uma possível manutenção no Nacional: regista seis pontos à décima ronda (ainda assim, do total de 26 em disputa), já a sete dos clubes imediatamente acima da “linha de água”, tendo caído para o último lugar (14.º).

Antevisão – Os campeonatos distritais voltam a estar em pausa, para nova eliminatória da Taça do Ribatejo (1/8 de final), em que se destacam os seguintes embates: Mação-Águias de Alpiarça; Cartaxo-Fazendense; At. Ouriense-Torres Novas; e o “derby” Amiense-Moçarriense.

Na Liga 3, o U. Santarém viaja até à Serra da Estrela, para defrontar o Sp. Covilhã, actual penúltimo classificado; no Campeonato de Portugal, Fátima e Samora Correia terão também deslocações, respectivamente a Cernache do Bonjardim (face ao líder) e a Ponte de Sôr, para defrontar o Eléctrico, também penúltimo, mas motivado pelo triunfo averbado em Peniche (3-0).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 4 de Dezembro de 2025)

7 Dezembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Pré-eliminatória

Num registo pouco usual, os 1/8 de final da Taça do Ribatejo serão disputados por oito clubes do segundo escalão e outros tantos da I Divisão Distrital. O que significa que ficaram pelo caminho, logo na pré-eliminatória, nada menos de metade dos concorrentes ao campeonato da divisão principal; para além das cinco equipas que defrontaram adversários desse mesmo patamar, salientam-se três casos de “tomba-gigantes”: U. Atalaiense, Pego e Vasco da Gama superaram oponentes de escalão superior, respectivamente, Entroncamento AC, At. Riachense e Tramagal.

Entre as formações apuradas destacam-se os casos de Mação (que disputará os 1/8 de final pela sétima época consecutiva), Cartaxo (sexta temporada sucessiva) e Moçarriense (quinta participação nos últimos seis anos). O At. Pernes está de regresso a essa fase da prova 29 anos depois da última presença (em 1996-97)! Por seu turno, Pego e Pontével voltam aos 1/8 de final da Taça após cinco anos de ausência, enquanto o Espinheirense se apurou ao fim de quatro anos.

No reverso da moeda, o Abrantes e Benfica falhou os 1/8 de final depois de sete presenças consecutivas – sendo que, nas últimas quatro edições, chegara (pelo menos) às meias-finais. O Alcanenense não atinge aquela fase pela primeira vez nos últimos sete anos. O Coruchense quedou-se pela primeira ronda pelo terceiro ano seguido, tendo, em todas estas ocasiões, caído no desempate da marca de grande penalidade (as duas últimas “aos pés” do Fazendense)!

Quanto ao U. Tomar, volta a falhar a presença nos 1/8 de final, apenas pela segunda vez nas últimas quinze temporadas (tal como sucedera em 2022-23; não tendo participado na edição de 2023-24) – sendo que, nas outras seis participações mais recentes, conquistara o troféu em 2017-18, tendo atingido as meias-finais noutras três épocas, e os quartos-de-final por duas vezes.

Destaques – A primeira nota de realce em relação aos desafios da pré-eliminatória da Taça do Ribatejo vai para o embate entre Coruchense e Fazendense, em que, tal como sucedera no ano passado, então nas Fazendas, as duas equipas não conseguiram desfazer o nulo, tendo a “sorte” dos “penáltis” voltado a sorrir ao Fazendense, que – sendo o detentor do maior palmarés da competição, já com cinco títulos conquistados – marcará presença nos 1/8 de final pela 16.ª vez nas últimas 17 épocas (falhou o apuramento uma única vez, em 2022-23)!

O grupo do Sorraia jogos os últimos vinte minutos em inferioridade numérica, mas, ainda assim, travou o ciclo triunfal (sete vitórias consecutivas no campeonato) do rival; não tendo, porém, evitado a eliminação, vindo a perder por 5-6 no desempate da marca de “penalty”.

Também o Porto Alto viu quebrada a sua magnífica série, neste caso de dez jogos de invencibilidade, tendo sido derrotado na deslocação a Ourém, por 2-1 (resultado que se registava já ao intervalo), com o At. Ouriense, em contraponto, a colocar termo a um longo jejum, já de sete partidas sem vencer.

Em grande destaque esteve ainda a equipa do Águias de Alpiarça, que, imediatamente após ter ido ganhar ao Cartaxo, para o campeonato, voltou a triunfar em reduto alheio, frente ao Abrantes e Benfica, com dois golos, apontados à passagem da meia hora e já em período de compensação.

Num encontro entre duas equipas a militar na divisão secundária, o Marinhais levou, desta feita, a melhor no “derby”, na Glória do Ribatejo, impondo-se por 3-1, ante um rival com tradição na Taça (já vencedor do troféu, em 2021, e com presenças nas meias-finais em 2014 e 2015).

Surpresas – Os desfechos dos três prélios entre equipas de diferente escalão traduziram-se em outras tantas surpresas, ainda que mitigadas, se atendermos a que esses clubes primodivisionários eliminados ocupam três dos quatro últimos postos do campeonato, enquanto, ao invés, os grupos qualificados se posicionam nos lugares do pódio da Série B da II Divisão Distrital, numa afirmação da capacidade das equipas do escalão secundário.

Acresce, por outro lado, que, em dois dos casos – no encontro de vizinhos, entre U. Atalaiense e Entroncamento AC, assim como no Tramagal-Vasco da Gama – se registaram igualdades a duas bolas no final dos noventa minutos; tendo as formações da Atalaia (que, aliás, chegara a dispor de vantagem de dois golos à passagem da hora de jogo) e do Vasco da Gama (neste caso, após ter recuperado de “placard” de 0-2) sido mais eficazes nos pontapés da marca de grande penalidade.

Já o Pego resolveu a contenda a seu favor dentro do tempo regulamentar, tendo batido o At. Riachense por 2-1, depois de ter também liderado o marcador por 2-0, consentindo o ponto de honra da turma dos Riachos a dez minutos do final.

Surpresa, quanto ao clube apurado, ocorreu ainda em Vila Chã de Ourique, dado que o Ouriquense – tendo, até à data, vencido todos os seis jogos já realizados no campeonato – não conseguiu melhor do que empatar (1-1) na recepção ao Espinheirense, tendo a turma do Espinheiro acabado por ser mais bem-sucedida na fórmula de desempate aplicada nesta competição.

Confirmações – O líder do campeonato, Mação, tal como o Torres Novas (agora 3.º classificado) confirmaram o favoritismo de que eram creditados, mas em desafios de contornos diferenciados.

Em Tomar, o Mação repetiu o triunfo da semana anterior, desta feita, por números mais categóricos (3-0). Não obstante o jogo ter começado com toada repartida, os maçaenses inauguraram o marcador aos 25 minutos. Os unionistas procuraram ainda replicar, mas o segundo tento sofrido, à passagem da hora de jogo, sentenciou o desfecho da eliminatória. Os visitantes fechariam a contagem quinze minutos depois, fixando o resultado mais desnivelado desta ronda.

Perante os superiores argumentos do conjunto contrário, os tomarenses não puderam oferecer maior resistência, necessitando agora voltar a focar-se no campeonato, de forma a poder retomar a senda de resultados positivos registados antes deste duplo duelo com o comandante.

Por seu lado, o Torres Novas, recebendo o Alcanenense, experimentou maiores dificuldades, com o nulo a subsistir até aos 70 minutos. Tendo o conjunto de Alcanena ficado reduzido a dez elementos na última meia hora, os torrejanos só chegariam aos tentos da vitória (2-0) aos 71 e 78 minutos, assegurando a presença nos 1/8 de final pela quinta época sucessiva.

Por sorteio, tendo ficado isentos, haviam já automaticamente garantido a qualificação para a eliminatória seguinte outras seis equipas: Amiense, Cartaxo e Pontével (da I Divisão); assim como, militando no escalão secundário, At. Pernes, Moçarriense e Ferreira do Zêzere (o actual detentor do troféu, que conquistou nas duas últimas edições).

Antevisão – Na retoma dos campeonatos, começa por destacar-se, na I Divisão Distrital, o confronto entre Porto Alto (único emblema ainda invicto nessa prova, ao fim de dez jornadas, actual 4.º classificado) e o guia, Mação, com uma deslocação que constitui mais um teste ao seu domínio nesta época. Realce ainda para o Abrantes e Benfica-Torres Novas (que ocupam, respectivamente, o 6.º e 3.º lugares); bem como para o Águias de Alpiarça-U. Tomar (5.º e 7.º).

Na II Divisão as atenções estarão focadas, principalmente, no Salvaterrense-Ouriquense e no Benavente-Forense; e, a Norte, no Caxarias-Vasco da Gama e Ferreira do Zêzere-U. Atalaiense.

Na Liga 3, o U. Santarém (actualmente no 8.º posto) recebe a Académica (4.º classificado), quatro pontos mais acima. No Campeonato de Portugal, o Fátima (10.º) actua igualmente no seu terreno, recebendo o Marialvas (6.º, com mais três pontos); sendo também o Samora Correia (13.º) visitado, pelo sensacional líder, V. Sernache (que, até agora, soma sete vitórias, um empate e uma derrota).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 27 de Novembro de 2025)

30 Novembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 10ª Jornada

(“O Templário”, 20.11.2025)

À 10.ª jornada foi quebrado o “feitiço” da baliza do Torres Novas, tendo jogadores adversários logrado, enfim, marcar golo(s) – o que, em simultâneo, custou aos torrejanos a perda da invencibilidade, pelo que o Porto Alto (Campeão Distrital da II Divisão na época finda) é, agora, o único clube a manter-se invicto, contando quatro triunfos e seis empates. Por curiosidade, At. Riachense e Tramagal não conseguiram ainda estrear-se a vencer; Mação, Fazendense e Águias de Alpiarça não registaram, até à data, qualquer empate neste campeonato.

O Fazendense, somando sétima vitória consecutiva, numa impressionante série triunfal, e beneficiando do desaire do Torres Novas, ascendeu à vice-liderança, a três pontos do guia, Mação, que, porventura, experimentou mais dificuldades do que expectável para superar o U. Tomar.

Destaques – O desfecho de maior sensação – mesmo que, atendendo aos dois clubes em compita, tal não possa ser classificado como grande surpresa – aconteceu em Torres Novas, onde o Coruchense foi impor a primeira derrota aos torrejanos, por 2-0, praticamente entrando a ganhar, no que constitui o terceiro triunfo sucessivo da turma do Sorraia, tendo, entretanto, subido desde o 14.º ao 9.º posto (a cinco pontos da 4.ª posição); após nove jogos em que consentira um único (auto-)golo, o guardião local foi, pela primeira vez, batido por adversários!

Em evidência esteve também o Águias de Alpiarça, que parecia ir perdendo algum “gás”, com três desaires nas quatro rondas precedentes, mas, que, no passado domingo, se impôs no Cartaxo, por 2-1, por duas vezes se tendo adiantado no marcador. Este foi já o terceiro triunfo dos alpiarcenses em terreno alheio (após vencerem em Coruche e Tramagal), igualando o Porto Alto no 4.º lugar, constituindo, em ambos os casos, notável desempenho neste primeiro terço da prova.

A subir na tabela está igualmente o Abrantes e Benfica, agora 6.º classificado, só um ponto abaixo daquele par, tendo ido ganhar ao Entroncamento, operando reviravolta no marcador, após ter começado por ficar em desvantagem à passagem do quarto de hora; na segunda metade, bastaram cinco minutos (entre os 67 e 72) para arrancar a vitória; os abrantinos somaram o quinto triunfo nos sete últimos jogos, apenas tendo sido desfeiteados pelo Fazendense, e empatado no Cartaxo.

A última nota de realce vai para o Porto Alto, sublinhando a manutenção do seu singular estatuto de invencibilidade, registando um nulo (sexta igualdade, quatro das quais nas cinco últimas semanas) na deslocação a Amiais de Baixo, onde defrontava um oponente em crise de resultados, que provocara a saída do anterior treinador; ainda assim, o Amiense, a necessitar de pontos como de “pão para a boca”, conseguiu estancar um ciclo muito negativo, de seis derrotas consecutivas.

Confirmações – Não tendo havido – à margem do Torres Novas-Coruchense – outros desfechos surpreendentes, imperou a lógica nas restantes quatro partidas, com os favoritos a confirmarem a sua condição, advindo de superiores recursos, a par, noutros casos, da condição de visitados.

Começando pelo comandante, Mação, recebeu o U. Tomar, que se revelou um “osso duro de roer”. Pese embora a maior iniciativa e controlo do jogo por parte dos donos da casa, os nabantinos, bastante solidários, mantiveram o nulo durante uma hora de jogo, vindo então a sofrer o primeiro golo após a marcação de um canto, por via de um colocado remate de José Charles, de meia-distância. Não desistindo, o grupo unionista empataria aos 78 minutos, na conversão de uma grande penalidade, com Wemerson Silva a atingir os 95 golos ao serviço do União.

Só já dentro dos dez minutos finais os maçaenses voltariam a colocar-se em vantagem, noutro golo de um antigo jogador do emblema tomarense: depois de José Charles, também “Zé” Maria, com potente remate, visou a baliza com êxito. O 3-1 final, conferindo ao marcador uma expressão talvez algo excessiva, surgiria já em tempo de compensação, num lance de transição rápida.

Defrontando o penúltimo classificado, Riachense, que mais não conseguiu até agora que quatro empates, o Fazendense não terá tido dificuldades significativas em ampliar para sete a sua notável série de vitórias sucessivas, tendo fixado o resultado (2-0) por volta da meia hora, depois de ter aberto o activo ainda dentro dos dez minutos iniciais.

Também o Pontével, recebendo o “lanterna vermelha”, Tramagal, chegou a vantagem de 2-0, num curto período de dez minutos (entre os 65 e os 74), tendo os tramagalenses apontado o seu “ponto de honra” a cerca de cinco minutos do termo do desafio, insuficiente, porém, para evitar a nona derrota em dez encontros disputados.

Dois a zero foi também o desfecho (que se registava já ao intervalo) do Alcanenense-At. Ouriense, com a turma da casa a superar fase negativa, de três desaires, contribuindo, em paralelo, para agravar o ciclo desfavorável que a formação de Ourém vem atravessando, sem ganhar há sete jornadas, tendo baixado ao 11.º lugar, imediatamente acima do rival do passado fim-de-semana.

II Divisão Distrital – À sexta ronda passámos a ter líderes isolados, em ambas as séries, únicos concorrentes a alcançar o pleno de seis vitórias: Ouriquense e Vasco da Gama.

Na Série A, a regressada agremiação de Vila Chã de Ourique mantém excelente desempenho, tendo averbado tangencial triunfo, por 3-2, na recepção ao Benavente, isto depois de ter chegado a dispor de vantagem de três tentos. O vice-líder, Moçarriense, foi ganhar a Marinhais, mercê de um solitário golo. Em mais um “derby”, o Forense bateu a equipa da Glória do Ribatejo, por 2-1. Realce ainda para a goleada (5-2) obtida pelo QT-SC Rio Maior em Samora Correia.

Na Série B, no embate entre as duas formações que partilhavam o comando, o Vasco da Gama registou categórico triunfo, goleando o Pego por 4-0! O mesmo “placard” se verificou no At. Pernes-Alferrarede. Mais retumbante (9-2) foi a goleada aplicada pelo Espinheirense aos Lagartos do Sardoal. Anota-se ainda o início de prova algo oscilante do Ferreira do Zêzere, derrotado na Ortiga, por 2-0, ocupando discreto 8.º lugar (entre doze concorrentes), já a onze pontos do guia.

Campeonato de Portugal – Em jogo de acerto de calendário, que se encontrava em atraso, da 2.ª jornada, o Fátima não foi feliz na deslocação aos Açores, tendo sido batido pelo Lusitânia, por 2-1, não obstante os fatimenses terem começado por inaugurar o marcador, logo aos seis minutos, vindo, porém, a consentir dois golos, quando beneficiavam até de superioridade numérica. Este foi o terceiro desaire seguido do Fátima, o que se repercutiu na queda abaixo da “linha de água” (10.ª), ainda que em igualdade pontual, precisamente com o emblema de Angra do Heroísmo.

Antevisão – Os campeonatos distritais sofrem o primeiro interregno, para disputa da pré-eliminatória da Taça do Ribatejo, em que se destacam os seguintes confrontos: a imediata reedição, agora em Tomar, do prélio entre U. Tomar e Mação; Coruchense-Fazendense, entre dois clubes com o maior palmarés na competição, um dos quais, necessariamente, ficará já afastado; Torres Novas-Alcanenense, replicando, ainda em fase tão prematura da prova, a Final de há três épocas; Abrantes e Benfica-Águias de Alpiarça; e entre clubes da divisão secundária, outro “derby”, entre Glória do Ribatejo e Marinhais.

Quer a Liga 3, que o Campeonato de Portugal – agora já com os respectivos calendários em dia – voltam a estar em pausa, devido à disputa da eliminatória correspondente aos 1/16 avos de final da Taça de Portugal, sem qualquer representante do Distrito. Anota-se a recuperação de um antigo clássico lisboeta, entre Atlético e Benfica, assim como a curiosidade de um embate entre Sp. Covilhã e Lusitano de Évora, dois históricos, também com larga tradição no principal escalão do futebol nacional, militando ambos, presentemente, na Liga 3.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 20 de Novembro de 2025)

23 Novembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 9ª Jornada

(“O Templário”, 13.11.2025)

Mantendo o pleno de triunfos desde a chegada de Eduardo Fortes ao comando técnico do clube, o U. Tomar progrediu mais um degrau na pauta classificativa, ascendendo ao 5.º posto, já dentro do objectivo declarado para esta temporada – numa ronda em que os agora cinco primeiros saíram vencedores (enquanto os actuais cinco últimos perderam), constituindo o Águias de Alpiarça (a descer) e o Coruchense (a subir) os registos “contra-a-corrente”, tendo os alpiarcenses sido desfeiteados, em casa, pelo guia, ao passo que o grupo do Sorraia bateu o Entroncamento AC.

Destaques – Começando pela partida que agrupava o par melhor posicionado, com o então 4.º classificado, Águias, a receber o líder, a turma de Mação obteve, num desafio que se antecipava exigente, importante e (aparentemente) tranquila vitória, em Alpiarça, por 2-0, com golos no último quarto de hora do primeiro tempo e à passagem da hora de jogo, repetindo o ciclo de quatro triunfos seguidos com que abrira o campeonato (intercalados pelo único jogo em que não ganhou); ao invés, os alpiarcenses baixaram duas posições, ultrapassados por Porto Alto e U. Tomar.

Num confronto entre dois emblemas de grande tradição, no Tramagal, o Torres Novas venceu, também por 2-0, não obstante o nulo ter subsistido até ao intervalo, mas com os torrejanos, prosseguindo sensacional campanha, a sentenciar o desfecho com tentos a abrir a e a fechar a segunda metade, mantendo, assim, a pressão sobre o comandante, apenas a um ponto.

Atendendo ao desempenho que as duas formações vêm realizando – com os tramagalenses, neste regresso ao escalão principal, ainda sem conseguir ganhar, contando somente um ponto –, o triunfo do Torres Novas seria expectável, mas não se revelou fácil. Os visitantes beneficiaram, uma vez mais, de a sua baliza (à guarda do conceituado “Chico” Sousa) parecer estar enfeitiçada: nem de “penalty” se concretizou o que teria sido o primeiro golo marcado por jogadores adversários, subsistindo o fenomenal registo de um único (auto-)golo consentido, em nove jogos!

Em evidência esteve também o Pontével, que, tal como Mação e Torres Novas, foi vencer a reduto alheio, frente ao At. Ouriense, igualmente por 2-0, neste caso com um tento na primeira metade de cada uma das partes do prélio. Este desfecho seria de classificar como surpresa da jornada, não fora o caso de os anfitriões terem somado o sexto embate consecutivo sem ganhar (após terem arrancado o campeonato com três triunfos), obtendo apenas três pontos neste período, o que provocou uma queda na classificação, desde o 2.º até ao 9.º lugar. Em contraponto, os forasteiros, tendo ultrapassado o Entroncamento AC e o Alcanenense, ocupam agora a 10.ª posição.

Confirmações – Em todos os outros cinco desafios da 9.ª jornada, os visitados confirmaram, com maior ou menor dificuldade, o favoritismo que lhes seria creditado – em bom rigor, porventura com mais dificuldades que o que se poderia antever, tendo quatro deles terminado com resultados tangenciais, e, em dois dos casos, com as vitórias a serem arrancada mesmo “in extremis”.

Despachando já o caso do Fazendense, goleou o Cartaxo por categórico 4-0 (com três golos no segundo tempo), ampliando para seis a série (“record” nesta edição da prova) de triunfos sucessivos, afirmando o seu estatuto de perseguidor ao líder, do qual continua separado por três pontos. Por seu lado, os cartaxeiros voltam a denotar permeabilidade defensiva, totalizando já vinte bolas nas suas redes (apenas o At. Riachense apresenta pior registo, com 29 tentos sofridos).

O grupo do Porto Alto, recebendo e batendo o Alcanenense por 1-0 (tendo marcado à passagem da hora de jogo), alarga o seu fantástico ciclo de invencibilidade (que partilha com o Torres Novas), registando agora quatro vitórias e cinco empates, o que lhe confere notável 4.º lugar. Ao contrário, o conjunto de Alcanena, a passar por “dores de crescimento”, perdeu pela terceira semana sucessiva (quatro desaires nas últimas cinco rondas), caindo até intranquilo 13.º lugar.

Em Tomar, numa partida com algumas similitudes com as duas anteriores, o União, mesmo não tendo conseguido manter a consistência exibicional durante os noventa minutos, soube, primeiro, reagir à adversidade, e, depois, de novo, preservar a preciosa vantagem alcançada, ampliando para três este ciclo muito positivo de triunfos. Os tomarenses tiveram boa entrada, assumindo a iniciativa e controlo de jogo, mas sem eficácia; todavia, ainda cedo, o Amiense – equipa de bem maior valia do que denota a ingrata classificação que regista –, equilibrou a contenda. E, num lance infeliz (auto-golo), a turma unionista ver-se-ia mesmo em desvantagem no marcador.

Apesar de ter sentido o toque, com inevitável impacto anímico, o grupo nabantino não se desuniu, reorganizou-se e reequilibrou-se em termos emocionais, e chegaria ao empate em momento muito oportuno, a findar o primeiro tempo. Se, antes, houvera alguma falta de fortuna, o contexto alterar-se-ia por completo, tendo o União completado a reviravolta, estabelecendo o 2-1 a seu favor, não estavam ainda decorridos cinco minutos da etapa complementar. Controlando a pressão contrária, tirando também partido da larga experiência do seu técnico, o resultado não se alteraria até final.

O Abrantes e Benfica (anterior 9.º classificado, agora na 7.ª posição, tendo superado a pontuação de Cartaxo e At. Ouriense) viu-se e desejou-se para levar de vencida o penúltimo, At. Riachense, por sofrido 3-2. Os forasteiros – que ainda não se estrearam a vencer – foram até os primeiros a marcar, aos 60 minutos, tendo os abrantinos operado a reviravolta no “placard” em pouco mais de um quarto de hora; mas a turma dos Riachos surpreenderia, restabelecendo a igualdade (a duas bolas) a escassos três minutos do fim. Os donos da casa chegariam à vitória ao minuto 96…

Por fim, o Coruchense, ainda como que em fase de “convalescença”, voltou a somar três pontos, após o triunfo averbado na semana anterior, nos Riachos. Tendo a visita do Entroncamento AC, a equipa do Sorraia só em período de compensação logrou desbloquear o nulo, interrompendo um ciclo de quatro jogos sem perder dos visitantes. Em função deste desfecho, cavou-se um “fosso” de quatro pontos (oito vs. quatro) entre o Alcanenense e o Amiense e At. Riachense, estando estes dois últimos (tal como o Tramagal) abaixo da “linha de água” virtual.

II Divisão Distrital – A principal ênfase vai para a primeira perda de pontos do Moçarriense, que não foi além do empate (2-2) na deslocação a Salvaterra de Magos, o que possibilitou ao regressado à competição, Ouriquense – a realizar excelente início de campeonato, com o pleno de vitórias –, tendo ido ganhar à Glória do Ribatejo por 2-1, isolar-se na liderança da Série A. Na Série B mantém-se um par no comando, tendo o Vasco da Gama (1-0 em Ferreira do Zêzere) e o Pego (1-0, ante o Mindense) vencido todas as cinco rondas até agora disputadas.

Liga 3 – O U. Santarém deixou escapar, em tempo de compensação, um ponto, na viagem a Évora, derrotado pelo Lusitano por tangencial 1-0, tendo sofrido o golo nos derradeiros instantes. Numa série muito equilibrada – cinco pontos separam o 4.º (Académica) do 10.º e último classificado (1.º Dezembro) – os escalabitanos partilham agora o 7.º posto com o Atlético, a quatro pontos dos “estudantes” de Coimbra. No topo, no embate entre Belenenses e Mafra, os “azuis do Restelo” ganharam 2-1, arrebatando o comando, relegando os mafrenses para a posição imediata.

Campeonato de Portugal – Foi negativa para os clubes do Distrito a 9.ª jornada, tendo o Fátima sido derrotado por pesado 3-0 na Figueira da Foz, pela Naval 1893, enquanto o Samora Correia perdeu por tangencial 2-1 em Cantanhede, frente ao Marialvas. Os fatimenses, agora no 9.º lugar, são os últimos acima da “linha de água”, com muito curta margem, de apenas um ponto, mantendo-se os samorenses (quatro pontos abaixo do Fátima) na antepenúltima posição.

Antevisão – Na próxima jornada da I Divisão Distrital destacam-se os seguintes encontros, envolvendo o trio da dianteira da tabela: Mação-U. Tomar; Torres Novas-Coruchense; e At. Riachense-Fazendense. No escalão secundário, realce para o “derby” Forense-Glória do Ribatejo assim como para uma “cimeira de líderes”, com o Vasco da Gama a ter a visita do Pego.

A sequência regular da Liga 3 e do Campeonato de Portugal sofre um interregno, cabendo ao Fátima recuperar, neste domingo, o jogo que se encontrava em atraso, a disputar nos Açores (Angra do Heroísmo), com o Lusitânia, presentemente no 12.º (antepenúltimo) lugar.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Novembro de 2025)

16 Novembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 8ª Jornada

(“O Templário”, 06.11.2025)

Num estágio algo prematuro da prova, decorridas oito jornadas, a ordenação das equipas na tabela do campeonato distrital vai-se ajustando, sendo que dois triunfos sucessivos podem proporcionar ascender várias posições, situação inversa sendo aplicável ao caso oposto. De facto, bastaram ao União duas vitórias – nos dois primeiros jogos sob a direcção de Eduardo Fortes – para subir do 10.º ao 6.º posto; ao invés, o Alcanenense, com duas derrotas, baixou de 8.º a 11.º.

Em progressão temos ainda o Fazendense (que ostenta, por ora, o melhor ciclo nesta edição, com cinco vitórias sucessivas) – tendo, neste caso, escalado desde a 11.ª até à 3.ª posição, no decurso de tal período –, o Cartaxo (duas vitórias e um empate nas três últimas rondas) e o Entroncamento AC (sem perder há quatro jogos, nos quais averbou dois triunfos e outros tantos empates).

Em trajectória contrária seguem o At. Ouriense (que, depois de três triunfos a abrir, não mais voltou a ganhar, nos cinco desafios seguintes, descendo da vice-liderança até ao actual 8.º lugar) e Abrantes e Benfica (uma derrota e um empate nos encontros mais recentes). O Amiense regista, agora, a pior série em curso, tendo acumulado cinco desaires consecutivos, caindo de 6.º a 14.º.

Destaques – O desfecho de maior destaque foi a vitória alcançada pelo U. Tomar na deslocação a Alcanena, mercê de um solitário golo, de Wemerson Silva (que, gradualmente, se vem aproximando do “record” de Ferreira, como melhor marcador de sempre do clube, único a superar a centena de tentos, apontados entre 1984 e 2002 – nesta altura separados apenas por dez golos).

Numa primeira parte com as duas equipas muito encaixadas, sem soberanas ocasiões de golo, em que os sectores defensivos se impuseram aos avançados, o nulo ao intervalo ajustava-se ao desempenho evidenciado dentro de campo. Na segunda metade, o União surgiu mais afoito, assinalando-se também o regresso ao clube do avançado Chrystian Pedroso, vindo os tomarenses a marcar, na sequência de um pontapé de canto, sensivelmente a meio dessa etapa complementar.

Tendo ambas as formações ficado reduzidas a dez elementos, devido a expulsões, intercaladas apenas por cinco minutos (primeiro, o jogador do U. Tomar, aos 72 minutos, e, pouco depois, o atleta do Alcanenense), a turma da casa procurou pressionar, mas o grupo unionista logrou evitar que a sua baliza fosse visada, preservando até final a preciosa vantagem oportunamente adquirida.

Naquele que, atendendo à classificação, poderia ser considerado como “jogo grande” da jornada, um quase “derby”, entre Fazendense e Águias de Alpiarça, que repartiam o 3.º posto, os homens das Fazendas levaram a melhor, impondo-se igualmente por tangencial 1-0, o suficiente para descolarem desse rival, mas, mais importante, mantendo em três pontos o diferencial para o guia.

Os donos da casa estiveram por cima na primeira metade, mas foram perdulários, tendo o 0-0 subsistido até à pausa. Tendo acabado por chegar ao golo que lhe proporcionaria um suado triunfo, o Fazendense como que, de alguma forma, se terá retraído, permitindo ao adversário ameaçar num ou noutro lance, mas sem que o desfecho se viesse a alterar.

Num embate entre dois clubes com um palmarés rico – várias vezes Campeões Distritais em anos não muito distantes: o Riachense, em 2009, 2010 e 2013; o Coruchense, em 2015, 2017 e 2021 – mas que, neste arranque de campeonato, se quedavam na cauda da classificação, respectivamente no penúltimo e antepenúltimo lugar, realce para a categórica vitória do conjunto do Sorraia, por 3-0, colocando, enfim, termo a um ciclo muito negativo, de quatro derrotas seguidas.

Entrando praticamente a ganhar (ao quarto minuto) e tendo ampliado a vantagem ainda antes do descanso, o Coruchense transpôs a “linha de água” virtual, por troca com o Amiense, este igualado a quatro pontos justamente com o Riachense, três pontos acima do “lanterna vermelha”, Tramagal.

A última nota de destaque vai para mais um triunfo (o sétimo, em oito jogos) do líder Mação, precisamente nos Amiais de Baixo, impondo à formação visitada a tal quinta derrota consecutiva. Os maçaenses pareciam ter tornado fácil esta partida, chegando ao 3-0 ainda na primeira parte; mas o Amiense, dando de mostras de inconformismo, não se entregou e, porventura aproveitando algum abrandamento do oponente, reduziria, já na compensação, até à diferença mínima, de 2-3.

Confirmações – Não terá havido, pela terceira semana sucessiva, resultados especialmente surpreendentes, confirmando-se, nos restantes prélios da 8.ª ronda, o favoritismo do vice-guia Torres Novas (ante o At. Ouriense), e do Entroncamento AC (com o último, Tramagal), tendo, por outra, imperado o equilíbrio nos confrontos Pontével-Porto Alto e Cartaxo-Abrantes e Benfica.

Em Torres Novas, bastou um golo, a abrir a segunda metade, para os torrejanos continuarem a potenciar o seu extraordinário desempenho defensivo (subsistindo com um único tento consentido – ainda sem que qualquer jogador adversário tivesse conseguido marcar), o que lhes proporciona um fantástico índice de conversão, dos dez golos até agora apontados, num total já de vinte pontos.

Por seu turno, o Entroncamento AC, a atravessar bom momento, não permitiu ao Tramagal dar sequência à estreia a pontuar, verificada na semana anterior, não obstante o nulo no marcador tenha subsistido até final do primeiro tempo. O grupo da cidade ferroviária venceu por 2-0, abrindo o activo à passagem da hora de jogo, e confirmando o triunfo já nos cinco minutos finais.

O Porto Alto marcou primeiro, no reduto do Pontével, mas os anfitriões restabeleceriam a igualdade, voltando a pontuar após duas derrotas – ao passo que os forasteiros mantêm sensacional invencibilidade, passando a somar cinco empates, três deles nas três últimas jornadas.

O Cartaxo-Abrantes e Benfica foi bem animado, com um total de quatro golos, repartidos equitativamente, na quarta semana sucessiva a pontuar por parte dos cartaxeiros (após recuperar de desvantagem de 0-2), tendo os abrantinos reagido bem ao desaire caseiro ante o Fazendense.

II Divisão Distrital – Moçarriense e Ouriquense (Série A) e Vasco da Gama e Pego (Série B) mantêm o pleno de vitórias, após a realização da 4.ª jornada. A turma da Moçarria continua em grande evidência, tendo batido o Benavente por 3-0, passando a totalizar 21 golos marcados (com uma média superior a cinco golos por jogo!). Em destaque esteve também o Pego, que foi vencer (3-1) ao terreno do 3.º classificado, Espinheirense.

As equipas do Forense (6-0 ao Benfica do Ribatejo), Ortiga (5-0 ao Alferrarede), Ouriquense (5-1 ao Rebocho), Caxarias (5-2 aos Lagartos do Sardoal) e Salvaterrense (4-1 em Samora Correia) deram o tom das goleadas, que se vêm revelando usuais neste campeonato.

Liga 3 – Foi enorme a surpresa (proeza) protagonizada pelo U. Santarém (até então penúltimo classificado), indo vencer ao Restelo por 2-0, face ao vice-líder, Belenenses, na 9.ª ronda, com a qual se concluiu já a primeira volta da fase regular desta prova. Os escalabitanos subiram do 8.º ao 6.º posto (empatados com o 5.º classificado, Amora), e somente a três pontos do último lugar de apuramento para a fase final, actualmente ocupado pela Académica. O Mafra (1-0 ao Atlético) é o novo comandante (a par do Caldas), beneficiando também do nulo no Académica-Caldas.

Campeonato de Portugal – Ao invés, foi algo surpreendente, neste caso pela negativa, o desfecho do Fátima, batido (1-3) no seu reduto, pelo Mortágua. Por seu lado, o Samora Correia, recebendo a Naval 1893, empatou a uma bola. Os fatimenses ocupam o 7.º lugar, só dois pontos acima do 10.º, permanecendo os samorenses em penúltimo, a três pontos da “linha de água”.

Antevisão – Na divisão principal as atenções focam-se no Águias de Alpiarça-Mação, no Fazendense-Cartaxo e no reencontro entre dois históricos de grande tradição, Tramagal e Torres Novas. O U. Tomar terá a visita do Amiense. Na II Divisão destacam-se os encontros: Salvaterrense-Moçarriense, Glória do Ribatejo-Ouriquense e Ferreira do Zêzere-Vasco da Gama.

Na Liga 3, o U. Santarém volta a jogar fora, deslocando-se a Évora, para defrontar o Lusitano, seu imediato perseguidor na pauta classificativa. No Campeonato de Portugal, o Fátima visita a Figueira da Foz, onde encontrará o actual 2.º classificado, Naval 1893; cabendo ao Samora Correia viajar até Cantanhede, onde jogará com o Marialvas (6.º, igualado com o Fátima).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 6 de Novembro de 2025)

9 Novembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 7ª Jornada

(“O Templário”, 30.10.2025)

O Campeonato Distrital parece começar a “arrumar-se”, com as equipas teoricamente mais apetrechadas a aproximar-se dos lugares da frente: dos oito primeiros classificados, ninguém perdeu (tendo, três deles, registado empates), enquanto que, dos oito clubes agora na segunda metade da tabela, nenhum ganhou, o que tem por consequência o ampliar de distâncias.

Porto Alto e Torres Novas – anteriores 2.º e 3.º classificados, que se defrontaram nesta 7.ª ronda, não tendo desfeito o nulo, repartindo os pontos em jogo – subsistem invictos, o que, em paralelo, contribuiu para que os torrejanos tenham cedido a liderança, tendo o Porto Alto baixado à 5.ª posição, dado os seus anteriores parceiros no último lugar do pódio terem vencido ambos.

O U. Tomar, em dia de estreia do novo responsável técnico, Eduardo Fortes – um “regresso a casa”, após treze anos, tendo sido treinador do clube já durante seis temporadas, entre 2006-07 e 2011-12 – teve, desta feita, aquela dose de fortuna que lhe tinha faltado noutras ocasiões, obtendo importante triunfo, que lhe proporciona, não só afastar-se da parte baixa da pauta classificativa, como, mais importante até, devolver a tranquilidade e aumentar a confiança no seio do grupo.

Destaques – O Fazendense, depois de um arranque algo titubeante, com duas derrotas (em Mação e no Porto Alto), afirma-se porventura como o principal desafiante do Mação na disputa pelo título, tendo somado quarto triunfo consecutivo, com uma demonstração de força, indo ganhar a Abrantes por 3-1, ocupando o 3.º posto, a dois pontos do Torres Novas e a três dos maçaenses.

Em evidência, pela positiva, esteve igualmente o Cartaxo, ganhando por 2-0 pela segunda semana sucessiva, agora ao Coruchense (depois de ter também batido o Tramagal), numa contenda cujo desfecho ficou definido logo na meia hora inicial. Por seu lado, a turma do Sorraia não consegue sacudir a crise de resultados que vem atravessando, tendo sofrido quarta derrota seguida, somando já cinco desaires, mantendo-se no antepenúltimo posto, incrivelmente, abaixo da “linha de água”.

É ainda de realçar o categórico triunfo (3-0) averbado pelo Águias de Alpiarça ante o Amiense (“placard” que se verificava já ao intervalo), com os alpiarcenses, com excelente início de temporada, igualados no 3.º lugar com o Fazendense, mercê das cinco vitórias já obtidas. Ao invés, o Amiense emula o ciclo negativo do Coruchense, com quatro desaires sucessivos, integrando, com o grupo do Sorraia, e com o At. Riachense, um trio, apenas com quatro pontos.

Confirmações – Noutra jornada sem grandes surpresas, o novo comandante, Mação, assim como o U. Tomar (que reparte agora a 8.ª posição com o Abrantes e Benfica – a três pontos do 5.º lugar… e a cinco do 3.º) confirmaram o favoritismo que lhes era creditado, vencendo as respectivas partidas, mantendo, em ambos os casos, as suas balizas “a zeros”.

Os maçaenses não vacilaram e ganharam, também por convincente 3-0, ao Alcanenense, não concedendo veleidades ao adversário, somando o sexto triunfo nos sete encontros até agora disputados. Com um total de 22 golos marcados (média superior a três golos/jogo) a turma de Mação segue o seu caminho de forma bem assertiva (sendo que, a nível de golos sofridos, apenas o Torres Novas apresenta melhor registo, continuando apenas com um tento consentido).

Em Tomar, recebendo a formação do Pontével – com a qual estava empatada pontualmente –, o União teve boa entrada em campo, colocando-se em vantagem ainda antes de completados os primeiros dez minutos. Até final da primeira parte, os tomarenses, mantendo-se na “mó de cima”, voltaram a criar e a desaproveitar oportunidades para ampliar a contagem.

No segundo tempo, porém – e mesmo tendo visto o adversário ficar em inferioridade numérica – a turma unionista denotou grandes dificuldades em contrariar o ímpeto dos forasteiros, que vieram com atitude bem distinta, tendo ameaçado, por mais de uma ocasião, poder chegar ao empate. Valeu, para serenar, o bis de Tomás Nunes, apontado a cerca de dez minutos do termo do desafio.

Os restantes três jogos saldaram-se por empates, em confrontos que já se antecipavam equilibrados. Começando pelo Porto Alto-Torres Novas, as duas equipas terão mostrado respeito mútuo, talvez privilegiando, a partir de certa fase do embate, a manutenção da invencibilidade, em detrimento da assumpção de maior risco, em busca de uma eventual possibilidade de vitória, não se tendo registado qualquer golo. Os torrejanos, apenas com nove golos marcados (só quatro clubes têm pior registo) somam 17 pontos, potenciando a sua impressionante solidez defensiva.

Entroncamento AC e At. Ouriense empataram a duas bolas, mas num confronto de cariz distinto, com bastantes (quatro) tentos, tendo o conjunto de Ourém disposto de duas situações de vantagem no marcador, que, todavia, não conseguiram preservar, possibilitando aos donos da casa chegar à igualdade (2-2) já nos derradeiros dez minutos.

O Tramagal logrou, por fim, pontuar, mas não terá ficado totalmente satisfeito, dado que, tendo estado em vantagem (golo apontado próximo da hora de jogo), permitiu ao At. Riachense empatar (1-1) apenas seis minutos volvidos, tendo ambos os tentos sido obtidos na conversão de grandes penalidades. Depois de dois empates nas duas primeiras jornadas, a formação dos Riachos volta a encadear duas igualdades, somando “pontinhos” que poderão vir a revelar-se preciosos.

II Divisão Distrital – O campeonato é ainda relativamente longo – a fase regular terá, esta época, um total de 22 jornadas – mas o Moçarriense entrou com um embalo fantástico: se as goleadas das duas rondas iniciais (6-1 no Benfica do Ribatejo; e 7-0 frente ao Rebocho) poderão indiciar fragilidades dos oponentes, a goleada (5-0) aplicada na Glória do Ribatejo é, necessariamente, de outro cariz, dado ter sido obtida face a um rival que, até então, partilhava o comando da série.

Agora, só o regressado Ouriquense acompanha, na Série A, o pleno de vitórias do grupo da Moçarria, tendo a formação de Vila Chã de Ourique vencido por 4-1 no terreno do Benfica do Ribatejo. No “derby” entre Salvaterrense e Marinhais, o conjunto de Salvaterra levou a melhor (2-1), mas é outro emblema do município (Forense) – vencedor, também por 2-1, em Rio Maior – que reparte, com as equipas da Glória do Ribatejo e do U. Santarém “B”, o 3.º lugar.

Na Série B, um dos anteriores guias, Espinheirense, não foi além do empate (2-2) em Ferreira do Zêzere, tendo deixado escapar, na liderança, Vasco da Gama (que goleou por 4-0 em Alferrarede) e Pego (2-1 na recepção ao Caxarias), únicos desta série a somar vitórias nos três jogos disputados.

Liga 3 – O U. Santarém não teve argumentos para contrariar a superioridade evidenciada pelo Mafra (actual 3.º classificado) sendo derrotado, no seu reduto, por 1-2 (tendo chegado a estar em desvantagem de dois tentos). Os escalabitanos baixaram ao antepenúltimo lugar, somente com um ponto mais que Lusitano de Évora e Sp. Covilhã. O Caldas continua a comandar, seguido pelo Belenenses (a um ponto) e pelos mafrenses (outro ponto mais abaixo).

Campeonato de Portugal – A 7.ª jornada foi (a par da 3.ª) a mais proveitosa para os clubes do Distrito, que, pela segunda vez nesta época, pontuaram ambos: muito boa vitória (1-0) do Fátima, nos Açores, perante a Juv. Lajense; um positivo empate (0-0) do Samora Correia em Mortágua.

Com o terceiro triunfo sucessivo obtido, os fatimenses ascenderam à 5.ª posição (total de dez pontos, em seis jogos realizados); por seu turno, os samorenses, contando cinco pontos, são penúltimos (13.º), não obstante apenas a três pontos da “linha de água”.

Antevisão – Na I Divisão Distrital destacam-se as partidas: Amiense-Mação, Torres Novas-At. Ouriense, Fazendense-Águias de Alpiarça e Alcanenense-U. Tomar. No escalão secundário, os encontros principais serão: Moçarriense-Benavente; e Espinheirense-Pego.

Na Liga 3, já a fechar a primeira volta, o U. Santarém visita o Restelo, onde defrontará o histórico Belenenses. No Campeonato de Portugal, Fátima e Samora Correia actuam ambos na condição de visitados, recebendo, respectivamente, o Mortágua (7.º) e a Naval 1893 (actual vice-líder).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 30 de Outubro de 2025)

2 Novembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 6ª Jornada

(“O Templário”, 23.10.2025)

Tivemos, na 6.ª jornada do Distrital da I Divisão, um domingo em que imperou a lógica, em geral com os favoritos a imporem-se e a arrecadar os três pontos. O clube mais “beneficiado” foi o Fazendense, que, no seu reduto, logrou, enfim, levar de vencida o Coruchense, aproveitando ainda o empate do Porto Alto (no Entroncamento) e a derrota do Águias de Alpiarça (em Abrantes) para ascender, já, a um lugar no pódio, que partilha precisamente com esses dois concorrentes.

Tendo somado terceira vitória sucessiva, o grupo das Fazendas parece confirmar-se como um dos principais rivais na disputa pelo título da presente temporada, distando três pontos do Mação, e quatro em relação ao comandante, Torres Novas. Em contraponto – e se não é possível ganhar campeonatos em seis jornadas, poderão perder-se ou, pelo menos, comprometer-se decididamente as aspirações a tal – o Coruchense, com terceiro desaire sucessivo, baixou até ao antepenúltimo lugar, o que, nesta altura, se consubstanciaria, aliás, em posição de descida ao escalão secundário!

O Amiense, igualmente numa série de três derrotas seguidas, mantém-se em igualdade pontual com a formação do Sorraia – e, caso as competições estivessem no seu termo, a nível do Distrital e do Campeonato de Portugal, seria também despromovido à II Divisão Distrital. Por seu turno, dois jogos perdidos traduzem-se, no caso do U. Tomar, na queda para o 10.º lugar, somente três pontos acima daquele duo; mas, mais inquietante que os resultados das duas últimas semanas, poderia ser o eventual impacto que a saída do treinador Fábio Pereira pudesse vir a gerar.

Destaques – Naquele que, em condições normais, seria o “jogo grande” da jornada (entre dois potenciais candidatos), o Fazendense, recebendo o Coruchense, impôs-se mercê de um solitário tento, conseguindo assim “matar o borrego”, derrotando este adversário, o que não sucedia, para o campeonato, nas Fazendas, há precisamente 13 anos (tendo-se registado, nos sete jogos ali realizados nesse período entre ambos, três empates e quatro triunfos do conjunto do Sorraia).

O líder, Torres Novas, somou quarta vitória consecutiva (igualando as melhores séries até à data registadas nesta edição da prova, protagonizadas também pelo Mação e pelo Águias de Alpiarça), batendo o U. Tomar por 2-0, marcando os golos já na recta final de cada uma das partes. O desfecho da partida não reflectirá, porém, de forma mais apropriada, o que se passou dentro de campo, atendendo ao desempenho das duas equipas durante os noventa minutos.

No “clássico dos clássicos” do futebol distrital, o grupo unionista, deslocando-se ao terreno do comandante, mostrou atitude personalizada, jogando “olhos nos olhos” com o adversário. Depois de um primeiro tempo repartido, em que o Torres Novas foi mais eficaz, na segunda metade, os unionistas dominaram por completo, tendo ameaçado por várias vezes quebrar a inviolabilidade da baliza torrejana (conta, após esta jornada, um único golo sofrido, e apontado na sua própria baliza), incluindo, nomeadamente, três remates aos ferros (os anfitriões também imitariam essa faceta). Um remate fora da área, a dez minutos do fim, inviabilizaria as tentativas tomarenses.

No termo do desafio, o até então técnico do União, como que antecipou, desde logo, a sua saída, já confirmada, expressando insatisfação com a estrutura de suporte do clube a nível directivo.

A subir na pauta classificativa, ocupando agora o 7.º posto, o Abrantes e Benfica ganhou por 3-2 ao Águias de Alpiarça, interrompendo um notável ciclo de quatro triunfos dos alpiarcenses, mas, mais importante para as suas cores, vencendo (à semelhança do Fazendense) pela terceira semana seguida. Os abrantinos entraram a todo o gás e pareciam ter o jogo ganho com dois golos marcados ainda no quarto de hora inicial. Contudo, a turma do Águias não desistiu, e foi um “osso duro de roer”, tendo-lhe bastado dois minutos (dos 42 aos 44) para restabelecer a igualdade, a duas bolas. O tento decisivo só surgiu mesmo à beira do fim, na conversão de uma grande penalidade.

Num fim-de-semana sem particulares surpresas, são ainda dignos de notas de realce os empates registados nas partidas Entroncamento AC-Porto Alto e At. Riachense-At. Ouriense.

No primeiro caso, o Entroncamento, moralizado com o triunfo alcançado em Tomar, entrou também de rompante, marcando logo no primeiro minuto, e ampliando para 2-0 ainda antes da meia hora. Os visitantes reduziram à beira do intervalo, mas os anfitriões colocaram a vantagem de novo em dois golos na fase inicial da segunda metade. A confirmar o desempenho muito positivo que tem vindo a exibir, valeu então à turma do Porto Alto ter novamente reposto a diferença mínima (2-3) no minuto imediato (53), acabando ainda por chegar à igualdade, aos 73 minutos, mantendo-se assim entre os emblemas do topo da tabela.

Já no caso do conjunto dos Riachos, reagiu positivamente a um ciclo muito desfavorável, em que acumulara 18 golos sofridos em três semanas, sem nenhum marcado. Recebendo o At. Ouriense, viu-se em posição desfavorável no marcador pouco depois da hora de jogo, e, tendo jogado a parte final só com dez elementos, alcançou o tento que lhe proporciona – especialmente em termos anímicos – um precioso empate (somando o terceiro ponto na prova), em cima do minuto noventa.

Confirmações – Depois do inesperado desaire caseiro consentido ante o Torres Novas, o Mação voltou a “entrar nos eixos”, ganhando por 2-0 num reduto complicado como é o de Pontével, tendo inaugurado o marcador à passagem dos dez minutos, mas apenas aos 81 minutos vindo a obter o tento da confirmação. Em qualquer caso, tal permitiu-lhe, não só manter a distância mínima, de um ponto, face ao guia, como isolar-se no 2.º posto, tendo beneficiado das perdas de pontos de alguns dos mais directos perseguidores (Porto Alto, Águias de Alpiarça e At. Ouriense).

O Alcanenense veio provocar algum agravamento na crise de resultados do Amiense, goleando por 4-1, isto depois de os homens dos Amiais terem ainda conseguido restabelecer o empate a uma bola, na primeira meia hora; porém, três golos sofridos no segundo tempo ditaram a implacável derrota, num confronto que se constitui numa espécie de “derby”.

Após quatro jogos seguidos sempre a sofrer três golos (sendo que só consentira menos – dois – na estreia, nos Amiais), o Cartaxo adregou, por fim, manter a sua baliza a zeros, impondo ao Tramagal a sexta derrota em outros tantos jogos realizados, mercê de dois golos marcados à passagem do quarto de hora de cada parte do encontro. Com os três pontos obtidos, os cartaxeiros repartem o 8.º lugar com o emblema de Alcanena, tendo ultrapassado, ambos, o U. Tomar.

II Divisão Distrital – A segunda ronda da prova voltou a ficar marcada, tal como no arranque, por algumas goleadas, com clubes “repetentes” (a ganhar e a perder): depois dos 6-1 em Benfica do Ribatejo, o Moçarriense ganhou por 7-0 ao Rebocho (que, por seu lado, acumula já treze golos encaixados, somente em dois jogos); também o Espinheirense, após os 8-0 aplicados em Alferrarede, goleou por 4-0 o Abrantes e Benfica “B” (este, com um total de onze golos sofridos).

Para além das turmas da Moçarria e do Espinheiro, também Ouriquense (4-2 ao Forense), Glória do Ribatejo (2-1 em Samora Correia), Pego (4-0 aos Lagartos do Sardoal) e Vasco da Gama (4-3 na recepção ao At. Pernes) bisaram o triunfo, repartindo a liderança das duas séries. A equipa do Ferreira do Zêzere rectificou o desaire da abertura, indo ganhar a Caxarias por tangencial 1-0.

Antevisão – A 7.ª jornada do escalão principal terá comos principais pontos de interesse os embates: Abrantes e Benfica-Fazendense, duas equipas a atravessar fase positiva; e Porto Alto-Torres Novas, com o guia a enfrentar um sério teste, ante o outro clube ainda invicto. De interesse será também, no polo oposto, o Tramagal-At. Riachense, em que se cruzam os actuais dois últimos classificados. O Mação recebe o Alcanenense, enquanto o U. Tomar tem a visita do Pontével.

Na II Divisão Distrital, destacam-se: o “derby” Salvaterrense-Marinhais; o Glória do Ribatejo-Moçarriense; e o Ferreira do Zêzere-Espinheirense. Na Liga 3, o U. Santarém terá a visita do Mafra, que reparte a 3.ª posição com a Académica. No Campeonato de Portugal, Fátima e Samora Correia enfrentam difíceis deslocações, respectivamente aos Açores (ilha Terceira), para defrontar o Juv. Lajense, e a Mortágua, clubes que integram o quarteto entre o 5.º e o 8.º lugar da Série C.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 23 de Outubro de 2025)

26 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 5ª Jornada

(“O Templário”, 16.10.2025)

O campeonato desta temporada, ainda na sua fase inicial, parece oferecer um grande desafio a qualquer tentativa de prognóstico, sucedendo-se os imprevistos, com a classificação a sofrer nova guinada. Mesmo que possa ter sido apenas um percalço no caminho que se projecta para a equipa do Mação (porventura análogo à que acabaria por ser a única derrota sofrida pelo Ferreira do Zêzere no campeonato anterior, precisamente ante o seu mais directo rival, Samora Correia), a verdade é que os maçaenses foram surpreendidos, sendo desfeiteados, no seu próprio reduto, pelo Torres Novas, que, sensacionalmente, lhes arrebatou a liderança.

Quem haveria de dizer que, após a conclusão da 5.ª jornada, o Águias de Alpiarça estaria igualado pontualmente com o Mação (partilhando, agora, o 2.º posto)? Ou que o Porto Alto (4.º) estaria só um ponto abaixo? Assim como, por seu turno, que, depois de seis pontos perdidos nas três primeiras rondas, o Fazendense necessitaria de tão pouco tempo para recolar, afinal, apenas com três pontos de desvantagem face aos maçaenses? E, pela parte dos tomarenses, que vinham de uma vitória, por goleada (4-0), e que até recebiam o penúltimo classificado, que chegava a Tomar vindo de uma goleada (0-5) sofrida em casa, quem esperaria o desaire que acabou por suceder?

Destaques – Em mais uma jornada ingrata para os visitados (outra vez, pela segunda semana seguida, com cinco triunfos dos forasteiros – sendo que, desta vez, apenas dois dos anfitriões lograram vencer), o principal destaque vai, necessariamente, para o embate entre os dois primeiros classificados, e para o notável triunfo arrancado pelo Torres Novas em Mação, e, mais, por 2-0, tentos apontados, logo a abrir, aos cinco minutos, e, no segundo tempo, próximo da hora de jogo.

Até então com uma fantástica média de mais de quatro golos marcados por jogo (total de 17, em quatro rondas), os maçaenses revelaram-se impotentes para superar a sólida defensiva torrejana, que segue somente com um golo sofrido (por acaso, um auto-golo, no jogo com o Pontével).

Em evidência esteve também o Abrantes e Benfica, com uma inesperada vitória, e por números robustos, em Coruche, goleando por 4-1, passando já a repartir a 7.ª posição com o U. Tomar e Pontével. O grupo do Sorraia até começou por inaugurar o marcador, bem cedo, ainda dentro dos dez primeiros minutos, mas uma expulsão, seguida de grande penalidade, apenas dez minutos depois, espoletaria a “débâcle”. Os abrantinos consumaram a reviravolta antes do intervalo; no segundo tempo, outra expulsão da turma visitada, e, mais tarde, segundo “penalty” contra, faria aumentar a contagem até aos 4-1, com os dois últimos tentos de rajada, a seis minutos do fim.

Não é que – atendendo ao que ambos os conjuntos têm vindo a apresentar – não fosse esperada a vitória do Porto Alto, na recepção ao At. Riachense, mas os donos da casa não desperdiçaram a oportunidade de aplicar retumbante goleada, por 7-0, no que, em paralelo, se traduz na terceira goleada sucessiva sofrida pelo clube dos Riachos (segunda por 7-0), acumulando 18 golos sofridos em três encontros, isto depois de até ter arrancado a prova com dois promissores empates.

Surpresas – O desfecho mais imprevisto terá sido, ainda assim, o que se registou em Tomar, onde o União deu um passo atrás, perdendo por 1-2 com o Entroncamento AC. Numa partida não muito bem jogada, registaram-se, não obstante, várias oportunidades na primeira metade, não materializadas por má definição e por boas intervenções de ambos os guardiões.

Com a equipa unionista talvez a deixar transparecer algum excesso de confiança, perante um adversário que, todavia, se viria a revelar mais agressivo e intenso, o activo seria aberto logo no segundo minuto da etapa complementar, pelos visitantes. Durante todo o tempo restante de jogo, os tomarenses mostraram-se algo precipitados, a jogar mais com o coração do que com a cabeça, só no penúltimo minuto conseguindo chegar ao golo. Pensou-se que poderia haver ainda tempo para aproveitar o facto de a turma adversária estar esgotada fisicamente, mas, contra as expectativas, seriam os homens da cidade ferroviária a marcar de novo, já em tempo de compensação (quarto jogo do União a sofrer golo na recta final), arrancando um precioso triunfo.

Também surpreendente foi a vitória averbada pelo Pontével (que, nas quatro primeiras jornadas, só conseguira bater, precisamente, o Entroncamento AC, logo na estreia) no reduto dos Amiais de Baixo, igualmente por 2-1. Os forasteiros marcaram primeiro, de grande penalidade, ao nono minuto, tendo-se visto em inferioridade numérica ainda antes de decorrida meia hora de jogo. O Amiense restabeleceu a igualdade pouco antes do termo do primeiro tempo, sendo expectável que pudesse beneficiar do facto de jogar mais de 65 minutos com mais um elemento. Contudo, também neste caso os visitantes conseguiriam somar os três pontos, com um golo ao cair do pano.

Confirmações – O grupo do Águias de Alpiarça soma e segue, ampliando para quatro a sua assinalável série de vitórias consecutivas, que lhe conferem, por ora, um brilhante 2.º lugar na tabela, a par do favorito Mação. Os alpiarcenses impuseram-se, em casa, ao Alcanenense, ganhando por 2-1, noutro desafio em que os derrotados tiveram dois jogadores expulsos, de uma assentada, nos descontos da primeira parte, tendo os locais marcado na conversão de um “penalty”. A jogar nove contra onze, a turma de Alcanena conseguiu ainda o impensável: empatar o jogo; mas acabaria por não resistir, sofrendo o segundo tento à entrada do último quarto de hora.

O Fazendense cumpriu o seu papel, indo ganhar ao terreno do Tramagal (que subsiste sem se estrear a pontuar, somando quinto desaire sucessivo), mas a surpresa esteves prestes a acontecer, apenas um solitário golo, já no minuto noventa, tendo proporcionado a vitória aos visitantes.

Em Ourém, o Cartaxo ofereceu outro recital de golos marcados… e sofridos, voltando a empatar a três bolas, ante o At. Ouriense, tal como acontecera em Tomar. Em cinco jogos realizados, os cartaxeiros ganharam uma vez por 3-2, empataram por duas ocasiões a 3-3, e perderam noutras duas vezes por 2-3 – totalizando, pois, 13 golos marcados e 14 sofridos! Desta feita, depois de estarem em desvantagem por 1-0 e por 3-1, chegariam à igualdade com dois tentos nos derradeiros cinco minutos. Após um ciclo de três vitórias a abrir, o At. Ouriense voltou a ceder pontos.

Liga 3 – O U. Santarém antecipara para o mês de Setembro o jogo ante o Caldas, pelo que “folgou” no passado fim-de-semana, assinalado pelos triunfos da Académica (2-0 em Évora, face ao Lusitano), Belenenses (3-0 ao Sp. Covilhã) e Atlético (4-0 ao 1.º Dezembro). Após a disputa de sete rondas, o Caldas comanda com 14 pontos, seguido por Belenenses (13), Académica e Mafra (12). Os escalabitanos, registando oito pontos, posicionam-se no 7.º lugar.

Campeonato de Portugal – Também esta prova esteve sofreu interregno no que respeita ao seu curso regular, tendo o domingo sido aproveitado para recuperar jogos em atraso. À sexta jornada, Fátima e Samora Correia situam-se, ambos, abaixo da “linha de água”, no 11.º e 12.º posto.

II Divisão Distrital – Teve início esta competição, tendo a ronda inaugural ficado assinalada por várias goleadas, ainda para mais, obtidas fora de casa, que deixam antever algum receio quanto à competitividade deste campeonato, dado o desnível de potencial entre os clubes envolvidos.

Espinheirense (ganhando por estrondoso 8-0 em Alferrarede), Caxarias (7-1 em Abrantes, ante a equipa “B” local), Moçarriense (6-1 em Benfica do Ribatejo) e Samora Correia “B” (vencedor, igualmente por 6-1 frente ao Rebocho) deram as notas de maior realce, anotando-se ainda os categóricos triunfos (ambos por 3-0) do Ouriquense em Rio Maior e do Vasco da Gama na Atalaia. O Ferreira do Zêzere teve um “arranque em falso”, batido (1-2) no seu terreno pelo Pego.

Antevisão – Na 6.ª jornada da I Divisão as atenções estarão focadas, especialmente, no clássico do futebol distrital (Torres Novas-U. Tomar), mas, também, no Fazendense-Coruchense e no Pontével-Mação. No escalão secundário destacam-se os desafios Marinhais-Benavente, Ouriquense-Forense, Samora Correia “B”-Glória do Ribatejo e Caxarias-Ferreira do Zêzere. A Liga 3 e o Campeonato de Portugal voltam a estar em pausa, a pretexto de mais uma eliminatória (1/32 avos de final) da Taça de Portugal, já sem qualquer emblema em representação do Distrito.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Outubro de 2025)

19 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 4ª Jornada

(“O Templário”, 09.10.2025)

Apenas com quatro jornadas realizadas, olha-se para a classificação e, necessariamente, estranha-se a actual ordenação da tabela: por exemplo, os sensacionais desempenhos do Águias de Alpiarça, no 3.º lugar, e do Porto Alto, em 5.º; como, ao invés, vemos o Fazendense (7.º) e o Coruchense e Abrantes e Benfica (11.º e 12.º) já com atrasos de seis e de oito pontos face ao guia.

Mas, em paralelo, fica também a sensação de que este campeonato parece começar a definir-se demasiado cedo, no que respeita ao título, se atentarmos na forma como o Mação vem passeando a sua superioridade, e vendo, nesta altura, como rivais mais próximos, o Torres Novas (novo vice-líder) e o At. Ouriense (para além da citada formação do Águias). Obviamente, haverá toda uma “maratona” ainda por disputar, mas os primeiros sinais estão dados: os maçaenses terão de lutar, acima de tudo, “contra si próprios”, procurando superar-se a cada semana, vencendo a inércia.

E, sem “condenar” ninguém – recorde-se a fabulosa ponta final da última época realizada pelo Entroncamento AC, a fechar o campeonato com uma incrível série de seis triunfos sucessivos –, os recém-promovidos Pontével, At. Riachense e Tramagal situam-se já nos quatro lugares da cauda da pauta classificativa, acompanhados, por coincidência, pela equipa da cidade ferroviária.

Destaques – Após os 7-0 aplicados ao At. Riachense, o Mação volta, na semana imediata, a golear, desta feita por 5-0, no Entroncamento, somando já um total de 17 golos marcados, a uma média superior a 4 golos por jogo! Antevemos todos, a começar pelos maçaenses, que esta não será certamente a regra, que haverá obstáculos mais difíceis de transpor, mas, por agora, a demonstração de poderio exibida pelos comandados de Mário Nelson é impressiva.

Conjugada com a vitória obtida, a turma de Mação isolou-se no comando beneficiando da derrota sofrida pelo At. Ouriense (0-2) nas Fazendas de Almeirim, colocando termo ao ciclo triunfal do conjunto de Ourém nas três rondas iniciais. O Fazendense, tendo vacilado já por duas vezes, castigado com os desaires sofridos em Mação e no Porto Alto (pese embora ambos por tangencial 1-2), confirmou o seu favoritismo, marcando no último quarto de hora de cada uma das partes.

Em evidência esteve também o U. Tomar, com uma exibição de flagrante superioridade ao longo de todo o tempo de jogo nos Riachos, com os unionistas, sem permitir quaisquer veleidades, a golear o At. Riachense por 4-0, subindo à 6.ª posição, por ora, somente a três pontos do 2.º classificado. Perante um opositor a passar por naturais “dores de crescimento”, esta foi a quarta vez que os nabantinos golearam nos últimos cinco embates entre ambos (depois de 4-0 em 2018, e de 7-0 e 7-1 no ano de 2020), na sexta vitória consecutiva dos tomarenses ante este rival.

Realça-se, ainda, a vitória do Alcanenense no difícil reduto do Pontével, impondo-se por 3-1, recuperando, de pronto, do desaire caseiro ante o Torres Novas, dando um pulo de quatro lugares, até ao 8.º posto. Em contraponto, os donos da casa, depois do triunfo na estreia (face ao Entroncamento AC) não conseguiram repetir a vitória, perdendo pela segunda semana seguida.

Surpresas – Há a registar dois desfechos mais imprevistos, mesmo que um deles tenha de ser considerado de maior relevância: o Águias de Alpiarça somou terceira vitória consecutiva, indo ganhar a Coruche por 2-0 (tentos apontados à passagem do quarto de hora, e, já em tempo de compensação, a confirmar a surpresa), ascendendo ao pódio – tendo sofrido um único golo nos quatro encontros disputados, na estreia, com o Torres Novas –, enquanto o Coruchense volta a dar um passo atrás, com (mais) este inesperado revés (a somar ao desaire caseiro com o At. Ouriense).

Talvez também não expectável foi o resultado registado no Cartaxo (sofrendo igualmente segunda derrota no seu terreno), onde o grupo do Porto Alto, que promete dar que falar, foi vencer por 3-2, numa partida, com sucessivas cambiantes no “placard”. Os forasteiros mantêm a invencibilidade (contando duas vitórias e dois empates), no que já só são acompanhados pelos dois primeiros classificados (Mação e Torres Novas).

Confirmações – Precisamente, a turma torrejana – que mantém, a par dos alpiarcenses, a defesa menos batida, apenas tendo consentido um golo na recepção ao Pontével – deu sequência ao triunfo obtido em Alcanena, derrotando, desta feita, o Amiense, por 2-0. O Torres Novas passou a somar dez pontos, fruto de três vitórias e um empate, que lhe conferem excelente 2.ª posição.

O Abrantes e Benfica logrou, por fim, chegar ao triunfo, ganhando por convincente 3-0 (com golos marcados aos 25, 60 e 90 minutos) ao “lanterna vermelha”, Tramagal, que, por seu turno, registou quarto desaire em outros tantos desafios, penalizado por um exigente calendário nesta fase inicial da prova (defrontara já o At. Ouriense, o Águias de Alpiarça e o Coruchense). Os abrantinos integram um mini-pelotão de cinco concorrentes (com Amiense, Cartaxo, Coruchense e Pontével), entre o 9.º e o 13.º posto, cada qual com uma vitória, um empate e duas derrotas.

Liga 3 – O U. Santarém registou novo triunfo, tendo ido vencer à Tapadinha, frente ao Atlético, por 2-1, com dois golos no quarto de hora inicial do segundo tempo (tendo consentido o tento adversário em período de compensação), passando a somar oito pontos (em sete partidas jogadas), a um ponto do trio formado por Académica, Mafra e 1.º Dezembro, e, afinal, só a dois do vice-líder, Belenenses (pese embora todos estes oponentes tenham menos um encontro realizado).

O Caldas, ganhando no Restelo por 2-0, distanciou-se na liderança, com mais quatro pontos que o emblema de Belém (beneficiando os caldenses de terem antecipado a partida da 5.ª ronda, justamente ante o U. Santarém), cujos restantes jogos estão agendados para este fim-de-semana.

Campeonato de Portugal – O Fátima levou a melhor no confronto entre os representantes do Distrito, ganhando em Samora Correia, em prélio repartido, mercê de um solitário golo, a meio do primeiro tempo, na conversão de uma grande penalidade. Esta foi a segunda vitória seguida dos fatimenses, que lhes permitiu – tendo ainda um jogo em atraso – igualar o registo pontual dos últimos rivais acima da “linha de água” (Juv. Lajense, com dois jogos por disputar; e Marialvas).

Por seu lado, o conjunto samorense subsiste com quatro pontos (menos três que os fatimenses), mantendo a antepenúltima posição. Realce para o pleno de (cinco) vitórias do líder, V. Sernache (que foi ganhar a Angra do Heroísmo, ao Lusitânia, por 4-2), tendo o U. Serra sido surpreendido pelo “lanterna vermelha”, Eléctrico de Ponte de Sôr, não tendo conseguido melhor que resgatar um ponto, já nos descontos, depois de ter chegado a registar desvantagem de dois golos.

Taça do Ribatejo – Concluiu-se, com os jogos da 3.ª ronda, a fase de grupos, em que participaram os clubes que militam na divisão secundária, destacando-se nova goleada (8-1) do Marinhais, no Sardoal. Outra goleada, ganhando por 5-2, em Alferrarede, proporcionou o apuramento à U. Atalaiense. Sem reflexos a esse respeito, o Benavente ganhou também por 5-2 ao Rebocho.

A igualdade (1-1) entre Ouriquense e SC Rio Maior resultou na eliminação dos riomaiorenses (devido ao facto de terem, anteriormente, empatado também com o Benavente). O actual detentor do troféu, Ferreira do Zêzere, conseguiu apurar-se à tangente, ganhando por 1-0 em Minde.

Garantiram o apuramento para a fase a eliminar os seis vencedores de séries (Ouriquense, Glória do Ribatejo, Marinhais, Moçarriense, Pego e Vasco da Gama), assim como as quatro equipas (At. Pernes, U. Atalaiense, Espinheirense e Ferreira do Zêzere) com melhor desempenho de entre os 2.º classificados – em detrimento de SC Rio Maior e Caxarias (não sendo considerados, para tal efeito, os resultados dos jogos com o 4.º classificado, no caso das séries de quatro concorrentes).

Antevisão – Na 5.ª jornada do escalão principal teremos, este sábado, um aliciante embate entre os dois primeiros classificados, com o Mação a receber o Torres Novas, em partida que poderá começar a ser definidora. De interesse será ainda o Coruchense-Abrantes e Benfica, apesar da má posição que ambos ocupam. O U. Tomar terá a visita do Entroncamento AC. Arranca também o campeonato da II Divisão Distrital, com a curiosidade do imediato reencontro entre SC Rio Maior e Ouriquense, realçando-se igualmente os “derbies” Glória do Ribatejo-Marinhais e Benavente-Salvaterrense. O Campeão Distrital em título, Ferreira do Zêzere, recebe o Pego na estreia.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Outubro de 2025)

11 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

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