Posts filed under ‘Semana da História’

EXALTAÇÃO E VIOLÊNCIA NA PROCURA DE NOVAS TERRAS (V)

.Portugal expande-se e domina sobretudo nos mares. É uma nova era que começa.
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Novas terras, novas gentes, novas novidades. E novos comportamentos. Que a unidade essencial dos homens não deixa de ser entrevista debaixo de grande variedade dos costumes, das cores das peles, das religiões. A violência dos contactos por vezes é enorme. Mas vai contribuindo para que a humanidade se conheça.

Tudo isto é recente. Quatrocentos ou quinhentos anos, uma metade do milénio que termina. Em que ainda muito há a fazer para que o respeito de todos por todos se instale como atitude e comportamento naturais. Sem violências nem conflitos..

.Exaltação e violência na procura de novas terras. (Joaquim Romero Magalhães) . Notícias do Milénio

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31 Outubro, 2003 at 1:49 pm

EXALTAÇÃO E VIOLÊNCIA NA PROCURA DE NOVAS TERRAS (IV)

.Melhor se ficou a saber da Ásia com a viagem de Pedro Álvares Cabral. E o negócio provou ser bem rendoso. Em Lisboa logo se prepara a criação do monopólio da especiaria e do comércio indiano. Para isso será preciso lutar e alargar a presença militar no Oriente. Afonso de Albuquerque será, entre 1509 e 1515 o construtor do império. Conquista Goa, Malaca e Ormuz. Monta os apoios em terra para as compras anuais das mercadorias preciosas.
E a curiosidade, a ganância, o desejo de domínio crescem. Há notícias de mais e de mais terras. Em 1513, um português terá chegado às costas da China. Em 1543, outros atingirão o Japão..

.Exaltação e violência na procura de novas terras. (Joaquim Romero Magalhães) . Notícias do Milénio

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30 Outubro, 2003 at 1:25 pm

EXALTAÇÃO E VIOLÊNCIA NA PROCURA DE NOVAS TERRAS (III)

.Sabia-se agora, no Verão de 1499, onde buscar a especiaria. E o Rei D. Manuel de imediato ordena uma nova armada para lá voltar. O capitão-mor escolhido será Pedro Álvares Cabral, que sairá de Lisboa a 9 de Março de 1500. Segue directo para a grande volta pelo oeste para atingir a passagem sul da África.

Mas a 21 de Abril há sinais de terra, que será vista no dia seguinte. Chamar-se-á Terra de Vera Cruz, essa terra nova agora achada. Onde pacíficos homens, nus e falando uma língua que ninguém a bordo entendia, não fogem ao contacto com os mareantes. É preciso anunciar ao rei o achamento. E continua para a Índia, que esse era o destino marcado à armada..

.Exaltação e violência na procura de novas terras. (Joaquim Romero Magalhães) . Notícias do Milénio

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29 Outubro, 2003 at 8:45 am

EXALTAÇÃO E VIOLÊNCIA NA PROCURA DE NOVAS TERRAS (II)

.Em 1487, D. João II decide uma dupla operação indispensável para o avanço até à Índia: por terra envia exploradores a inquirir, por mar segue uma expedição para provar que pelo Sul da África de consegue passar para o outro mar. Se a expedição terrestre foi mal sucedida . e afinal era a mais fácil ., a marítima foi um êxito. Bartolomeu Dias cruza o cabo das Tormentas, que afinal era uma Boa Esperança. Estava no caminho certo.

Foi preciso esperar quase dez anos, não se sabe porquê, para mais avançar. Mas, em 9 de Julho de 1497, sai de Lisboa, com destino à Índia, uma armada. Capitão-mor, Vasco da Gama. E cruza o Atlântico com grande segurança, andando 12 semanas sem ver terra depois de uma paragem em Cabo Verde. Sabia o que estava a fazer. Vai cruzar depois o Sul da África e entrar em novos mares.

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E finalmente, por 21 de Maio de 1498, Vasco da Gama chegava a Calecut..

.Exaltação e violência na procura de novas terras. (Joaquim Romero Magalhães) . Notícias do Milénio

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28 Outubro, 2003 at 1:33 pm

EXALTAÇÃO E VIOLÊNCIA NA PROCURA DE NOVAS TERRAS (I)

Na sequência do que venho apresentando em meses anteriores, inicia-se hoje mais uma “Semana da História”, com excertos de texto publicado na edição “Notícias do Milénio”, com a designação “Exaltação e violência na procura de novas terras”, tratando da temática das descobertas portuguesas.

.Foi em 1415 que tudo se precipitou. Portugal galgava para além do oceano e instalava tropas em Ceuta, no Norte de Marrocos, na passagem entre o mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico. Iniciava-se uma política de conquista. Que a muitos serviria.

Pouco depois, em 1419, redescobria-se o arquipélago da Madeira. E alguns anos depois verificava-se que dele se podiam tirar bons proveitos.

E o mesmo irá acontecer a partir de 1427 com as novamente descobertas ilhas dos Açores. Ilhas sem gente, que era preciso ocupar e aproveitar. É agora uma política de fixação. A que se vai juntar uma política de transporte quando, a partir de 1434, se avança para o reconhecimento da costa africana a sul do Sara, que de todo se desconhecia. E onde se trocarão mercadorias, em especial o ouro que o interior do continente fornece..

“Exaltação e violência na procura de novas terras” (Joaquim Romero Magalhães) . Notícias do Milénio

P. S. O Bloguítica Nacional e o Bloguítica Internacional juntaram-se no… Bloguítica!

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27 Outubro, 2003 at 1:58 pm 1 comentário

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (V)

.. Há efectivamente incontornáveis referências de personalidades, cujas obras passaram a ser determinantes para o futuro: Santo Agostinho (século V) . na charneira entre a Antiguidade e a Idade Média, prolongando-se na Modernidade ., cuja vasta produção literária tematizou a questão da verdade, da liberdade, da subjectividade e da história; Boécio (século VI), tradutor . do grego para latim . e comentador das obras gregas, a quem se deve a fixação de uma boa parte da terminologia filosófica e teológica latinas; . Santo Anselmo (século XII), bispo de Cantuária, teólogo e filósofo, pré-escolástico, autor do depois designado argumento ontológico, que procura ser um itinerário puramente racional para Deus; Avicena (nascido no Turquestão, século XI) e Averróis (século XII), pensadores árabes cuja obra foi decisiva para o acolhimento e comentário da herança filosófica grega, principalmente a de Aristóteles, e que tentaram conciliar o Alcorão, vindo a tornar-se referência insubstituível, por adesão ou rejeição, da especulação escolástica; . São Tomás de Aquino (século XIII), dominicano, uma das maiores referências, ainda na nossa época, da teologia e filosofia cristãs; . Guilherme de Ockham (século XIV), prefigurador do mundo moderno, passando a ser, posteriormente, referência obrigatória, na política, na filosofia da linguagem e na teologia..

“Modernidade nasceu na Idade Média” (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . “Notícias do Milénio”

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3 Outubro, 2003 at 7:14 am

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (IV)

.A ideia de Europa tende a confundir-se, para a sociedade do nosso tempo, com os valores e os feitos da Modernidade e a ampliar-se, num esforço de enraizamento de fundamentação, à cultura greco-romana, sobrevoando dez séculos pletóricos de história, a Idade Média. Mas esta bem pode considerar-se o epicentro histórico da Europa, logrando, neste caso, um sentido positivo a designação de Idade Média ao indiciar uma posição central. A cultura greco-romana ter-se-ia certamente mumificado, por falta de húmus vital, caso os medievais não a tivessem assumido e metamorfoseado, com a intensidade e amplitude da sua existência e especulação.

Por outro lado, as grandes questões, em termos culturais, do início da Modernidade nada mais são do que prolongamentos dos grandes temas da Medievalidade. Uma cultura perdura e enriquece-se abrindo-se a outras culturas, por acolhimento e irradiação, precisamente o que sucedeu na Idade Média, Seria impossível imaginar a dinâmica passada e presente da Europa, sem os ideais da cidade grega, sem a amplitude do Império Romano, sem a presença dos povos bárbaros, sem a mensagem bíblica, vivida e interpretada por judeus, cristãos e, em larga medida, pelo islamismo.”

“Modernidade nasceu na Idade Média” (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . “Notícias do Milénio”

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2 Outubro, 2003 at 7:09 am

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (III)

.Também a Idade Média teve as suas ciências . a que o nosso tempo vai dedicando progressiva atenção ., a sua filosofia, a sua teologia, as suas escolas, bem como a universidade, uma das criações medievais mais significativas e que se tornou uma referência fundamental do futuro.

Na Medievalidade, pressentem-se muitas sementes que a Modernidade viu desabrochar.

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A Igreja herdou o esquema do .trivium. e do .quadrivium. das escolas romanas, para a formação não superior (que aliás ainda frequentou) para depois, já na Idade Média, as assumir, transformar e difundir junto das diversas entidades religiosas organizadas . catedrais, sés, abadias, igrejas paroquiais, mosteiros, conventos ., que podem ser justamente consideradas a primeira grande rede escolar do Ocidente..

.Modernidade nasceu na Idade Média. (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . .Notícias do Milénio.

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1 Outubro, 2003 at 7:10 am

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (II)

.A que se deve então a nossa unidade de entendimento relativamente a essa época? A haver razão para ela, o factor mais determinante foi o cristianismo, que tudo conseguiu amalgamar.

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A par das múltiplas diferenças irredutíveis, subsiste na Idade Média uma dinâmica unidade, que era já apreciável na sua herança greco-romana, mas que foi aprofundada e intensificada por influência das religiões do livro . judaísmo, cristianismo e islamismo . fundamentalmente inspiradas na Bíblia, informando a mentalidade, o comportamento e o saber em referência a uma divindade única.

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Um dos argumentos que conduzem a ver a Idade Média como um período intermédio, que não preenche um lugar positivo e insubstituível na História, deve-se ao facto de ser considerado mais tempo de Deus do que dos homens, sendo essa também a razão por que o humanismo renascentista e a Modernidade não vêem aí suficientemente afirmados os indeclináveis valores humanos.

Nessa época, as razões de viver assentariam apenas nas asas da fé, não no seio da razão.

Esta interpretação vem sendo progressivamente corrigida. ..

“Modernidade nasceu na Idade Média” (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . “Notícias do Milénio”

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30 Setembro, 2003 at 7:06 am

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (I)

Continuando a divulgação de textos publicados em edição dos jornais do “Grupo Lusomundo”, denominada “Notícias do Milénio”, inicia-se mais esta “Semana da História”, abordando desta vez o período conhecido por “Idade Média”.

.A Idade Média está hoje na moda, sobretudo a de expressão ocidental latina, sobre a qual vai incidir predominantemente, neste condensado texto, a nossa atenção.

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A Idade Média tem sido considerada, indevidamente, uma fase em branco na ordenação dos tempos, por isso a designação de .média., uma suspensão do movimento de progressão, entalada entre a Antiguidade, romanticamente ampliada, e a Modernidade, cujo progresso parecia relativizar tudo o que a precedeu.

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Inicie-se no século V e termine-se no século XIV . não faltam razões para serem outras as balizas temporais ., a Idade Média é um período demasiado longo, cuja unidade somente o pragmatismo pedagógico da visão dos historiadores consegue manter.

Foram muitos séculos, múltiplas culturas, diversos povos . romanos e bárbaros ., vários impérios, religiões diferenciadas, pulverização de línguas, fragmentações políticas, uma enormidade de protagonistas individuais e colectivos, desvairadas filosofias, teologias ortodoxas e heterodoxas..

“Modernidade nasceu na Idade Média” (Joaquim Cerqueira Gonçalves) . “Notícias do Milénio”

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29 Setembro, 2003 at 7:21 am

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