Posts filed under ‘Música’
THE DOORS (II)
Foi em 1 de Março de 1969, no Dinner Key Auditorium em Miami, Florida. Morrison terá alegadamente exibido os genitais no espectáculo. No meio de uma das canções terá convidado a assistência a manifestar a sua alegria de viver, “libertando-se”. Jimi foi levado a tribunal e obrigado a retratar-se sob pena de cumprir pena efectiva de prisão.
Com a reputação da banda afectada, Jim dedicar-se-ia então a projectos paralelos aos Doors.
O quarto álbum, “The Soft Parade” (1969), lançado em Julho de 1969 ainda mais o distanciou do mundo underground, contendo temas fortemente orientados para o pop com arranjos sofríveis de secções de metal à Las Vegas.
O problema de alcoolismo de Morrison agravou-se, fazendo as sessões de gravação arrastarem-se durante semanas, quando, antes, duravam dias. O grupo estava perto de se desintegrar. Sendo considerado o pior álbum dos Doors, apresenta bons temas como “Wild Child” e “Shaman’s Blues” ou o título tema “The Soft Parade”.
O álbum seguinte “Morrison Hotel” representou um regresso “em força”. Consistente, orientado para o hard-rock, contém o memorável tema de abertura “Roadhouse Blues”. Atingiu o nº 4 nas tabelas de vendas americanas.
Apesar do julgamento em Miami, a banda conseguiu actuar no festival da ilha de Wight em 29 de Agosto.
Jimi gravou no dia do seu aniversário (27 anos) uma sessão de leitura de poesia, mais tarde aproveitada para o álbum póstumo “An American Prayer”.
O último espectáculo dos Doors acontece no “Warehouse” em Nova Orleães, Louisiana, em 12 de Dezembro de 1970. Morrison teve aparentemente um colapso mental em palco, atirando o microfone várias vezes ao chão.
Apesar disso, o grupo parecia disposto a retomar a sua coroa de glória com o que viria a ser o último álbum “L.A. Woman” em 1971. Centrado nas raízes Rhytm’n Blues e Blues, com alguns dos seus melhores temas desde o início em 1967. O tema “Riders On The Storm” tornou-se um dos favoritos das estações de rádio durante décadas.
Em 1971, após a gravação de “L.A. Woman”, Morrison decidiu tirar algum tempo de férias do grupo e foi para Paris, com a sua namorada, Pamela Courson, em Março. Após algum tempo em Paris recomeçou a beber de forma descontrolada e, em Maio, caíu de uma janela do segundo andar. Em 16 de Junho fez uma última gravação com dois músicos de rua com quem travou conhecimento num bar e a quem convidou para gravarem com ele em estúdio. Os resultados foram editados em 1994 num CD pirata com o título “The Lost Paris Tapes”.
Morrison morreu sob circunstâncias estranhas em 3 de Julho de 1971; o seu corpo foi encontrado na banheira do seu apartamento. Concluiu-se que tinha morrido de ataque cardíaco; no entanto, foi mais tarde revelado que não tinha sido feita nenhuma autópsia ao corpo antes de ser enterrado no cemitério de Père-Lachaise, a 7 de Julho.
Os Doors retiravam a sua força da presença sobre o palco de Jim Morrison, sendo sobretudo durante os primeiros dois anos um rock teatral. De certa forma, e não negando a excelente contribuição dos restantes membros, ele – Jim Morrison – “era os Doors“.
Haveria ainda várias tentativas patéticas de continuar os Doors sem a presença de Jim, a última das quais “The Doors in the 21st Century” com um vocalista mais novo que os originais membros da banda sobreviventes e sem o baterista original (John Densmore). Estas tentativas, resultando em fracasso, apenas deslustram a imagem dos membros sobreviventes dos Doors originais, particularmente de Ray Manzarek, revelando o seu espírito oportunista.
A poesia de Jim Morrison, que não era músico (só se lhe reconhece capacidade para trautear melodias na harmónica além de acompanhamento com pandeireta em palco), mas que contribuiu com as melodias de base para a maior parte dos temas, bem como a quase totalidade das letras (a excepção é Light My Fire, de Robbie Krieger, o guitarrista da banda) é o motivo fulcral de todo o culto à volta do grupo, aprecie-se ou não os Doors, com os seus delírios edipianos, as suas imagens de poesia originais e revelando um universo sombrio e violento, e a sua presença magnética sobre o palco manipulando as multidões, sendo o grande shaman.
Grande motivo para o ressurgimento e manutenção do culto sobre os Doors seria a inclusão do tema “The End” no genérico de abertura do filme “Apocalypse Now” (1975), realizado por Francis Ford Coppola, perfeitamente integrado no espírito do filme.
Em 1991, Oliver Stone realizou um filme sobre os Doors, tendo Val Kilmer personificado Jim Morrison. Aqui e além o filme gerou opiniões não favoráveis sobre o modo como Jim era mostrado no filme, criticando-lhe a forma de o apresentar como apenas um louco e inconsequente, esquecendo a sua faceta poética e lírica.
Carlos Paixão da Costa
THE DOORS (I)
Um encontro casual entre dois estudantes na escola de cinema da UCLA, Jim Morrison e Ray Manzarek, na praia de Venice, em Julho de 1965, levou à criação dos The Doors, em Los Angeles, Califórnia. Morrison disse a Manzarek que tinha escritas algumas canções e, após pedido deste, cantou “Moonlight Drive”. Manzarek imediatamente sugeriu que formassem um grupo.
Ray Manzarek, o pianista que tocava “órgão Vox” já fazia parte de uma banda chamada Rick And The Ravens com o seu irmão Rick Manzarek, enquanto Robby Krieger e John Densmore, que tocavam com os The Psychedelic Rangers, viriam a conhecer Manzarek em cursos de meditação. Em Agosto, Densmore entrou no grupo e, juntamente com os membros dos Ravens e uma baixista feminina desconhecida gravaram um disco de demonstração (demo) com 6 canções, editado em 2 de Setembro. Esta foi largamente pirateada, vindo a ser lançada integralmente na caixa “1997 Doors”.
O grupo recrutou também o talentoso guitarrista Robby Krieger e a formação final — Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore — ficava então completa.
A banda retirou o seu nome de um título de um livro de Aldous Huxley, “The Doors of Perception”, que, por sua vez, foi retirado de uma linha de poesia do artista e poeta do século XVIII William Blake: “If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite.” (Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria como realmente é: infinito.)
The Doors eram únicos entre os grupos rock porque não utilizavam a guitarra baixo em concerto. Em seu lugar, Manzarek tocava linhas de “baixo” com a sua mão esquerda num teclado de baixo Fender Rhodes, uma extensão do conhecido piano eléctrico Fender Rhodes, e, com a mão direita, tocava teclados. Contudo, o grupo utilizaria baixistas como Jerry Scheff, Doug Lubahn, Harvey Brooks, Kerry Magness, Lonnie Mack e Ray Neapolitan nos seus álbuns de estúdio.
Muitos dos originais dos Doors foram compostos em grupo, com Morrison contribuindo com as letras e com algumas melodias e os restantes lançando o ritmo e o desenvolvimento da canção.
Em 1966 o grupo tocou no clube London Fog e rapidamente ganhou reputação para tocar no prestigiante “Whisky a Go Go”. Em 10 de Agosto o presidente da Elektra Records, Jac Holzman, conheceu o grupo, após insistência do cantor dos Love Arthur Lee, cujo grupo tinha assinado pela Elektra.
Após Holzman e o produtor Paul Rothchild terem assistido a dois concertos da banda no “Whisky A Go Go”, os Doors assinaram pela Elektra em 18 de Agosto – o início de uma longa e frutuosa relação com Rothchild e o técnico Bruce Botnick. O momento foi particularmente oportuno pois o clube despediu a banda após uma performance de The End, em que Jim foi acusado pelo gerente de gritar obscenidades em palco.
O LP de estreia, tendo por título o próprio nome do grupo, foi lançado em Janeiro de 1967; continha a maior parte das canções que compunham o repertório inicial da banda, incluindo o drama musical de 11 minutos “The End”. A maior parte das composições foram gravadas ao primeiro take, entre fins de Agosto e inícios de Setembro de 1966. Morrison e Manzarek fizeram um inovador vídeo de promoção para o primeiro single “Break On Through”. O segundo single “Light My Fire” consagrou-os como estrelas ao nível de grupos como os Jefferson Airplane e os Grateful Dead, tendo sido lançado em Abril de 1966, chegando ao topo em Julho desse ano.
O segundo LP, embora menos exuberante e espontâneo, não deixa de ser um álbum forte com o tema que o encerra a ser o culminar do álbum (“When the Music’s Over”); apresentava duas outras canções bem conhecidas dos Doors (“Love Me Two Times” e “Moonlight Drive”), sendo também um álbum fortemente comercial, o que faria com que os Doors perdessem o estatuto de banda heroína do underground.
A banda começou a derivar da sua forma inicial no terceiro LP “Waiting for the Sun”(1968), devido ao esgotamento do repertório inicial e à necessidade de escrever canções novas. Foi o seu primeiro LP a atingir o nº 1 nas tabelas de vendas e o single “Hello, I Love You” foi o seu segundo e último single a atingir o nº 1 nos tops americanos. O álbum, embora ecléctico, é por vezes inconsequente e muito menos unificado que os dois primeiros, embora contenha excelentes temas. Tornava-se ainda maior o afastamento relativamente aos críticos especialistas em música underground.
Com constantes acusações de incitar motins durante os concertos, dependência excessiva de Jim relativamente ao álcool durante as gravações para o terceiro LP, além do anterior incidente no Sullivan Show em que Jim se recusou a mudar a letra de “Light My Fire” cantando a então palavra proibida “higher” (“pedrado”, sob influência de drogas), sucede o incidente de Miami.
(continua…)
Carlos Paixão da Costa
“FONTES DO FADO” – TRIBUTO A JOSÉ FONTES ROCHA
Várias gerações de fadistas vão celebrar os 80 anos do mestre maior da guitarra portuguesa, José Fontes Rocha, cantando alguns dos seus fados. Venha daí aplaudir este justíssimo tributo:
Fórum Lisboa – Quinta-feira, 19 de Outubro, 21h30.
Com a presença, entre outros, de Ana Sofia Varela, Joana Amendoeira, João Braga, Maria Armanda, Maria da Fé e Ricardo Rocha.
Reservas de bilhetes para: fontesdofado@hotmail.com, indicando nome, morada, contacto, nº de bilhetes e zona.
JIMI HENDRIX – DISCOGRAFIA
A nível de discografia, existe muita coisa, muitas vezes gravações piratas de actuações ao vivo, gravações dos primeiros anos em que actuava como acompanhante e takes recuperados de gravações para os álbuns principais mas o essencial e inquestionável são os álbuns de estúdio lançados com os Experience, a sua banda com mais longa vida:
– Are You Experienced? (1967).
Destaques: Purple Haze, Manic Depression, Hey Joe, Fire, 3rd Stone From The Sun, Foxey Lady.
– Axis: Bold As Love (1968).
Destaques: Spanish Castle Magic, Wait Until Tomorrow, Little Wing, If 6 Was 9, You Got Me Floatin’, One Rainy Wish.
– Electric Ladyland (1968).
Destaques: Cross Town Traffic, Gypsy Eyes, House Burning Down, All Along The Watchtower, Voodoo Chile (A Slight Return) bem como o quadro em conjunto constituído pelas faixas Rainy Day, Dream Away; 1983… (A Merman I Should Turn To Be); Moon, Turn The Tides… Gently, Gently Away e Still Raining, Still Dreaming.
Nas gravações ao vivo, destaque para o concerto de Woodstock (1969), apesar da inconsistência da banda de suporte e para o álbum da Band Of Gypsys, gravado ao vivo em Nova Iorque, na passagem de ano de 1969 para 1970.
Carlos Paixão da Costa
JIMI HENDRIX
James (“Jimi”) Marshal Hendrix, um americano de descendência africana, europeia, tribo índia Cherokee e mexicana, nasceu em Seattle, Washington, em 27 de Novembro de 1942.
Um ambiente instável em casa fez com que Jimi ficasse no Canadá com a sua avó a maior parte dos seus primeiros anos, uma índia de sangue puro Cherokee.
A sua mãe morreu quando Jimi tinha 15 anos quase ao mesmo tempo em que Jimi começou a revelar um interesse sério pela música e a tocar guitarra. Quando tinha 12 anos recebeu a sua primeira guitarra eléctrica – o instrumento que moldaria os próximos 16 anos da sua vida.
Aos 16 anos foi expulso da escola – aparentemente por ter agarrado a mão de uma rapariga branca na sala de aulas – e tocou rock and roll em bandas de adolescentes antes de se alistar voluntariamente no exército, aos 17 anos.
Após 14 meses como pára-quedista, tendo aprendido a caír e a voar, sofreu uma lesão e foi dispensado. Decidiu então entrar no ramo musical.
Os quatro anos seguintes foram de trabalho intenso em tournées pelos Estados Unidos, tocando como acompanhante em guitarra de várias bandas de Rhytm and Blues que incluíram Little Richard, Ike e Tina Turner, Wilson Pickett, os Isley Brothers e King Curtis entre outros.
Então, no final de 1965, formou a sua primeira banda – Jimmy James e os Blue Flames. Tocaram em clubes da Village em Nova Iorque, onde foi visto por outros músicos que, imediatamente, reconheceram o seu talento, fazendo com que os rumores sobre este jovem virtuoso chegassem ao ex-baixista dos Animals, Chas Chandler.
Chas ficou tão impressionado após tê-lo ouvido tocar que se ofereceu para ser seu manager, convencendo Jimi a acompanhá-lo no regresso a Inglaterra.
A Inglaterra desta altura – fins de 1966 – era dominada musicalmente por bandas como os The Who, The Beatles e Cream, com Eric Clapton, Jimmy Page e Jeff Beck como os três expoentes máximos da guitarra eléctrica.
A Jimi Hendrix Experience foi formada por Noel Redding no baixo e Mitch Mitchell na bateria e, subitamente, aí estava este tipo negro “no firmamento”, fazendo coisas com a sua guitarra que não eram possíveis.
O respeito dos seus pares e a adoração das multidões foi instantânea. Fizeram uma tournée pela Europa, e, espectáculo após espectáculo, foram quebrando recordes de assistência, tendo finalmente assinado um contrato para gravar.
Seguiram-se uma série de singles que entraram nos 10 mais vendidos. ‘Hey Joe’, ‘Purple Haze’ e ‘The Wind Cries Mary’ tornaram Jimi uma estrela em Inglaterra, preparando o terreno para a sua aparição no festival de Monterrey.
A espectacular actuação de Jimi, que acabou com ele segurando a sua guitarra em chamas acima da sua cabeça, no Monterrey Pop Festival, reapresentou-o às audiências americanas, tornando-o, imediatamente, uma celebridade nos Estados Unidos.
Em seguida venderia milhões de álbuns, com as suas digressões registando enchentes constantemente. O ano de 1967 foi o seu grande ano, com 4 singles e 2 álbuns nas tabelas americanas de discos mais vendidos.
Contudo, uma vez estabelecido como ídolo, foi frustrado por uma reacção cega do público. Partia a guitarra porque sentia que tinha tocado tão mal, ao mesmo tempo que decobria que a multidão o adorava cada vez mais. A sua melancolia e temperamento por vezes violento, juntamente com a solidão do estrelato fizeram com que ficasse por várias vezes longe do contacto mesmo dos seus amigos mais próximos.
Em 1968 foi preso na Suécia por ter completamente destruído um quarto de hotel, mas as gravações que fez nesse período estavam décadas à frente de trabalhos contemporâneos – ‘Are You Experienced?’ e ‘Axis: Bold As Love’ resistiram praticamente intocáveis à passagem do tempo.
Em 1968 ‘Electric Ladyland’, foi lançado produzindo o sucesso ‘All Along The Watchtower’ e, já após a sua morte, ‘Voodoo Chile’. O duplo álbum não foi bem recebido, mas consiste em quatro lados simplesmente espantosos, de solos de guitarra brilhantes aliados às letras com imagética intrigante, colorida e mística.
A Experience separou-se em 1969, juntando-se Jimi com Billy Cox para tocar en Woodstock, onde, entre outros temas, tocou o seu ‘Star Spangled Banner’, politicamente conotado, antes de abandonar o palco temporariamente porque o grupo não estava a resultar.
Após um período de depressão formou um grupo de curta duração com Buddy Miles e novamente Billy Cox. O grupo gravou um álbum ‘Band Of Gipsies’ em 1970, que se tornou um sucesso.
Voltou a Inglaterra em Agosto de 1970 com Mitch Mitchell novamente na bateria e tocou no 3º festival da Ilha de Wight com um vigor renovado, reminiscente dos primeiros dias, logo após ter inaugurado os seus estúdios Electric Ladyland.
Após o Festival, Hendrix iniciou uma tournée pela Europa. Algo correu mal e um membro da banda, Billy Cox – o baixo –, teve um colapso nervoso, tendo que regressar aos Estados Unidos. O último concerto em 14 de Setembro foi cancelado e Hendrix voltou a Londres.
Na noite de 16 para 17 de Setembro de 1970 apareceu pela última vez em palco no clube de Ronnie Scott em Londres, improvisando com Eric Burdon e os War.
Em 18 de Setembro de 1970 é levado de emergência para o St. Mary Abbot’s Hospital onde é dado como morto após o meio-dia. Após um breve inquérito o médico legista recomenda um veredito aberto sobre a causa da morte de Hendrix, causada por inalação de vómito devido a intoxicação com barbitúricos.
Embora muitos possam argumentar contra o exagero da sua importância como solista, projectos meio inacabados e solos por vezes contraditórios, não há dúvida que revelou um universo de novos sons na área do rock, especialmente na improvisação da guitarra que marcou um antes e um depois – na expressão de um admirador, «He is as the Hubble Space telescope: he showed us a new universe of Sound. The only instrumental genius of Rock!».
Beneficiou também do facto de ter surgido “na altura certa”, aproveitando uma série de inovações ao nível da gravação (sons invertidos) e de inovações na guitarra (feedback, pedal wah-wah) que se alargou ao extremo lirismo das composições ao nível das letras e à criação do chamdo rock flutuante com composições longas e sem o velho esquema de melodia intermediada com refrão como em 3rd Stone From The Sun.
Carlos Paixão da Costa
RED HOT CHILI PEPPERS – DISCOGRAFIA
– THE RED HOT CHILI PEPPERS
Lançamento em 10 de Agosto de 1984. Gravado em Abril de 1984.
Produtores: Andy Gill & Kevin Flaherty
1. “True Men Don’t Kill Coyotes” (Flea, Kiedis, Martinez, Sherman) – 3:40
4. “Get Up and Jump” (Flea, Irons, Kiedis, Slovak) – 2:53
6. “Green Heaven” (Flea, Irons, Kiedis, Slovak) – 3:59
11. “Grand Pappy Du Plenty” (Flea, Gill, Kiedis, Martinez, Sherman) – 4:04
A formação da banda que actuava ao vivo não foi autorizada contratualmente a gravar. O guitarrista Hillel Slovak e o baterista Jack Irons estavam sob contrato da MCA como parte de um negócio relacionado com outra banda em que participavam chamada What Is This?, enquanto que os Red Hot Chili Peppers estavam contratados pela EMI. A EMI ordenou a Anthony Kiedis e a Flea que os substituíssem; em consequência, o guitarrista Jack Sherman e o baterista Cliff Martinez entraram no grupo para a sessão.
– FREAKY STYLE
Lançamento em 16 de Agosto de 1985. Gravado em Maio de 1985.
Produtor: George Clinton
1. “Jungle Man” (Flea, Kiedis, Martinez, Slovak) – 4:09
2. “Hollywood (Africa)” (The Meters) – 5:03
3. “American Ghost Dance” (Flea, Kiedis, Martinez, Slovak) – 3:51
4. “If You Want Me to Stay” (Sly Stone) – 4:07
14. “Yertle the Turtle” (Flea, Kiedis, Martinez, Slovak) – 3:46
Este álbum foi produzido por George Clinton, criador do P-Funk (género musical associado com George Clinton e os restantes membros dos Parliament e dos Funkadelic, que teve o seu apogeu na década de 70 do século passado), tendo tido uma grande influência nos Chili Peppers. Este álbum testemunhou o regresso à banda do guitarrista original do grupo Hillel Slovak.
– THE UPLIFT MOFO PARTY PLAN
Lançamento em 29 de Setembro de 1987. Gravado em Maio de 1987.
Produtor: Michael Beinhorn
2. “Funky Crime” – 3:00
4. “Backwoods” – 3:08
6. “Behind the Sun” (Beinhorn, Flea, Irons, Kiedis, Slovak) – 4:40
7. “Subterranean Homesick Blues” (Bob Dylan) – 2:34
10. “Walkin’ on Down the Road” (Flea, Irons, Kiedis, Martinez, Slovak) – 3:49
Temas essencialmente por Flea, Irons, Kiedis, Slovak.
– MOTHERS’S MILK
Lançamento em 22 de Agosto de 1989. Gravado em data incerta.
Produtor: Michael Beinhorn
2. “Higher Ground” (Stevie Wonder) – 3:23
3. “Subway to Venus” (Flea/Frusciante/Kiedis/Smith) – 4:25
6. “Knock Me Down” (Flea/Frusciante/Kiedis/Smith) – 3:45
7. “Taste the Pain” (Flea/Frusciante/Kiedis/Smith) – 4:32
10. “Pretty Little Ditty” (Flea/Frusciante/Kiedis/Smith) – 3:07
13. “Johnny, Kick a Hole in the Sky” (Flea/Frusciante/Kiedis/Smith) – 5:12
Ainda antes do álbum ser lançado, o guitarrista Hillel Slovak faleceu em 25 de Junho de 1988, provocando o abandono do grupo pelo baterista Jack Irons. O baterista Chad Smith e o guitarrista John Frusciante substituíram-nos. Originalmente o álbum foi nomeado The Rockin’ Freakapotamus mas, após a morte de Slovak, as gravações foram suspensas. “The Rockin’ Freakapotamus” é agora o nome do clube de fãs dos Red Hot Chili Peppers.
– BLOOD SUGAR SEX MAGIK
Lancamento em 23 de Setembro de 1991 (Europa) e 24 de Setembro de 1991. Gravado entre Maio de 1991 e Junho de 1991 no The Mansion, Los Angeles, CA.
Produtor: Rick Rubin
1. “The Power of Equality” – 4:03
2. “If You Have To Ask” – 3:37
3. “Breaking the Girl” – 4:55
9. “Give It Away” – 4:43
10. “Blood Sugar Sex Magik” – 4:31
11. “Under the Bridge” – 4:24
16. “Sir Psycho Sexy” – 8:17
Temas essencialmente por Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith.
– ONE HOT MINUTE
Lançamento em 12 de Setembro de 1995. Gravado entre Outubro de 1994 e Abril de 1995 no The Sound Factory em Los Angeles, Califórnia.
Produtor: Rick Rubin
2. “Aeroplane” – 4:45
3. “Deep Kick” – 6:33
8. “Walkabout” – 5:07
9. “Tearjerker” – 4:19
10. “One Hot Minute” – 6:23
11. “Falling into Grace” – 3:48
Todos os temas por Anthony Kiedis, Michael Balzary, Dave Navarro e Chad Smith.
O anterior guitarrista da banda, John Frusciante, saiu temporariamente do grupo a meio da tournée de 1992 (para regressar em 1998). Após uma sucessão de substitutos, a banda decidiu-se pelo guitarrista Dave Navarro, anteriormente dos Jane’s Addiction.
– CALIFORNICATION
Lançamento em 8 de Junho de 1999. Gravado entre Setembro de 1998 e Fevereiro de 1999.
Produtor: Rick Rubin
1. “Around the World” – 3:58
2. “Parallel Universe” – 4:30
3. “Scar Tissue” – 3:37
4. “Otherside” – 4:15
6. “Californication” – 5:21
14. “Right on Time” – 1:52
15. “Road Trippin” – 3:25
Todas os temas por Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith.
John Frusciante, já guitarrista do grupo nos dias de Blood Sugar Sex Magik regressou substituindo Dave Navarro, antigo guitarrista na banda alternativa Jane’s Addiction.
– BY THE WAY
Lançamento em 9 de Julho de 2002. Gravado entre Novembro de 2001 e Maio de 2002 nos Cello Studios, Chateau Marmont.
Produtor: Rick Rubin
1. “By the Way” – 3:37
4. “Dosed” – 5:12
6. “The Zephyr Song” – 3:52
7. “Can’t Stop” – 4:29
10. “Throw Away Your Television” – 3:44
11. “Cabron” – 3:38
15. “Warm Tape” – 4:16
16. “Venice Queen” – 6:08
Todas os temas por Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith.
– STADIUM ARCADIUM
Lançamento em diversas datas de Maio de 2006 conforme o local. Gravado entre Março de 2005 e Dezembro de 2005 no The Mansion, Los Angeles, California.
Produtor: Rick Rubin
Disc 1: Jupiter
1. “Dani California” – 4:40
2. “Snow ((Hey Oh))” – 5:34
3. “Charlie” – 4:37
5. “Hump de Bump” – 3:33
7. “Slow Cheetah” – 5:20
9. “Strip My Mind” – 4:19
10. “Especially in Michigan” – 4:00
11. “Warlocks” – 3:25
Disc 2: Mars
2. “Tell Me Baby” – 4:07
4. “21st Century” – 4:22
7. “If” – 2:52
13. “Turn It Again” – 6:06
14. “Death of a Martian” – 4:24
O músico soul Billy Preston tocou cravo em “Warlocks”, e Omar Rodriguez-Lopez dos The Mars Volta actuou na guitarra a solo em “Especially In Michigan”. Tanto Flea como Frusciante tinham trabalhado anteriormente com Rodriguez-Lopez no álbum dos The Mars Volta intitulado De-loused in the Comatorium.
Carlos Paixão da Costa
RED HOT CHILI PEPPERS
Os Red Hot Chili Peppers formaram-se em 1983 através de quatro amigos que se conheceram na Fairfax High School (Anthony Kiedis, Hillel Slovak, Flea e Jack Irons), perto de Los Angeles.
O grupo começou por actuar, nos primeiros meses, por diversos clubes da área de Los Angeles, construindo rapidamente uma base de fans. Um ano depois conseguiram um contrato com a EMI para gravar um álbum. Dois deles, Hillel e Irons tinham já uma banda formada (What Is This?) com contrato assinado com outra editora, pelo que foram substituídos por Jack Sherman na guitarra e Cliff Martinez na bateria no primeiro álbum de estúdio. Andy Gill, dos Gang of Four, assumiu a produção.
Slovak voltou no segundo álbum, Freaky Styley, produzido pelo fundador do P-Funk, George Clinton, no ano seguinte. O álbum mais funk de todos os que os Red Hot Chili Peppers lançaram.
No álbum seguinte, The Uplift Mofo Party Plan, de 1987, já com Jack Irons e com Michael Beinhorn na produção, atingem um sucesso razoável em vendas e começam a impor-se como uma das bandas cimeiras da cena rock. Em 1988, acontece um momento traumático para o grupo, Hillel Slovak morre de overdose e, como consequência, Jack Irons deixa o grupo. Entram para os substituir os elementos que ainda hoje fazem parte do alinhamento da banda, John Frusciante, na guitarra, e Chad Smith, no baixo.
O álbum seguinte, Mother’s Milk (1989), ainda produzido por Beinhorn, é já um sucesso de vendas nos Estados Unidos. O sucesso que os consagrou como rock stars chegou com Blood Sugar Sex Magik de 1991, já produzido pelo actual produtor Rick Rubin. Sucessos assinaláveis com os temas Give It Away e Under The Bridge.
Pouco depois, John Frusciante abandona o grupo, devido a problemas relacionados com o consumo de drogas. Após diversas tentativas de o substituir, Dave Navarro, ex-Jane’s Addiction, toma o seu lugar. Participa no álbum seguinte, One Hot Minute (1995), de pendor mais psicadélico.
Em 1998, Frusciante regressa à banda, saindo Navarro. Em 1999, reúnem-se em estúdio para gravar Californication, que tem sucessos de vendas como Scar Tissue e Otherside.
O actual ciclo, continua com By The Way (2002), ainda mais pop do que o anterior e, com o actual, o duplo Arcadium Stadium, de 2006, em que contam já com um êxito, Dani California. Este último disco, sem descurar as canções e baladas pop, volta a mergulhar de novo na matriz funk-rock.
Os Red Hot Chili Peppers surgiram com uma mistura original e contagiante de mistura entre o funk de George Clinton e James Brown e o punk-rock de que originalmente provinham. Depois do seu pioneirismo nos meados dos anos 80 do século XX, ao surgirem com o funk-rock, apareceram outras bandas a querer colar-se ao som, mas sem chegarem ao seu nível.
Mas o notável, e que ao mesmo tempo é um desgosto para alguns fans dos primeiros tempos, é a evolução no sentido de incorporarem mais harmonias vocais e linhas melódicas a par da matriz original. Esse aspecto e a trajectória de crises sucessivas na formação do grupo, a que sobreviveu, e o empenho que é posto nas actuações ao vivo e que testemunhei nos espectáculos dados no Pavilhão Atlântico em 2002, tornam-nos uma banda ímpar no actual panorama da música popular anglo-saxónica.
Não planeei tornar-me fã eterno do grupo, mas acabou por acontecer devido a circunstâncias fortuitas desde que os ouvi no programa do António Sérgio (Rolls Rock ou Som da Frente, já não me lembro qual) em meados da década de 80 quando eram um grupo marginal. Só espero que não caiam na tentação de se tornarem uma marca, o que é um perigo real, lançando disco após disco, só para alimentar o mercado sem nenhum objectivo artístico e estético como outras bandas que esgotam estádios.
Carlos Paixão da Costa
P. S. A partir de hoje, aqui dou início a uma rubrica sobre música, com destaque para algumas bandas ou figuras de maior relevo no panorama musical, numa colaboração de um amigo, Carlos Paixão da Costa, autor deste texto.
"SYD" BARRETT
Roger Keith “Syd” Barrett (6 de Janeiro de 1946 – 7 de Julho de 2006)
Um dos fundadores dos Pink Floyd, que – mesmo depois de deixar o grupo – continuou a inspirar temas como “Shine On Crazy Diamond” de “I Wish You Were Here”, morreu na Sexta-feira passada, com 60 anos – conforme anunciado anteontem – devido a complicações decorrentes de diabetes de que padecia nos últimos anos.
Barrett nasceu em Cambridge, Inglaterra, de uma família de classe média bem sucedida, sendo o mais novo de cinco irmãos, adquirindo a alcunha de “Syd” quando tinha 15 anos, como referência a um velho baterista de Cambridge, Sid Barrett.
Os Pink Floyd (originalmente chamados “The Tea Set,” “The Abdabs,” “The Screaming Abdabs,” e “The Megadeaths” antes de Syd ter entrado e criado o nome “The Pink Floyd Sound” mais tarde então “The Pink Floyd”) formaram-se em 1965. É geralmente reconhecido que ele derivou o nome de “Pink Floyd” justapondo os primeiros nomes de Pink Anderson e Floyd Council que ele tinha lido numa nota de capa por Paul Oliver num LP de 1962 de Blind Boy Fuller LP (Philips BBL-7512): “Curley Weaver e Fred McMullen”.
Em “The Piper At The Gates Of Dawn” (1967), gravado ao mesmo tempo e nos estúdios ao lado do local onde foi gravado Sargent Peppers dos Beatles, Syd Barrett compôs 8 dos 11 temas do álbum. Barrett editaria ainda dois álbuns a solo, após a saída dos Pink Floyd, o primeiro, em 1970, “The Madcap Laughs”.
Uma verdadeira influência, profundamente original, muito inglês. A sua poesia tem algo de rima infantil – estou-me a lembrar do tema “The Gnome” por exemplo -, tinha um som na guitarra distinto e original.
Dos melhores compositores da pop britânica, David Bowie diz que foi um dos primeiros que ouviu cantar com sotaque inglês. Embora em alguns momentos do primeiro álbum demonstre a fraqueza do seu estado de espírito, mesmo assim há um lirismo nas suas composições que tem momentos de grande qualidade: a adaptação de um poema de James Joyce “Golden Hair” é um bom exemplo disso. Acho que deviam ouvi-lo e apreciar a sua contribuição, profundamente original.
(texto de Carlos Paixão da Costa, um amigo “especialista em música”, que fez questão de evocar o desaparecimento de uma figura de referência do panorama musical da segunda metade do século XX, evocação a que aqui me associo).
(mais…)
LENA D'ÁGUA – 50 ANOS
Os Parabéns a Lena d’Água, um nome e uma voz que fazem parte do nosso imaginário colectivo, por via da sua música.
Hoje, desta forma, queremos estar um pouco mais “Perto de ti“.



