Mundial 2022 – Final – Argentina – França
18 Dezembro, 2022 at 6:55 pm Deixe um comentário
2-2 (3-3 a.p.) (4-2 g.p.)
Emiliano Martínez, Nahuel Molina (91m – Gonzalo Montiel), Cristian Romero, Nicolás Otamendi, Nicolás Tagliafico (120m – Paulo Dybala), Rodrigo de Paul (102m – Leandro Paredes), Enzo Fernández, Alexis Mac Allister (116m – Germán Pezzella), Lionel Messi, Ángel Di María (64m – Marcos Acuña) e Julián Álvarez (102m – Lautaro Martínez)
Hugo Lloris, Jules Koundé (120m – Axel Disasi), Raphaël Varane (113m – Ibrahima Konaté), Dayot Upamecano, Theo Hernández (71m – Eduardo Camavinga), Aurélien Tchouaméni, Ousmane Dembélé (41m – Randal Kolo Muani), Antoine Griezmann (71m – Kingsley Coman), Adrien Rabiot (96m – Youssouf Fofana), Kylian Mbappé e Olivier Giroud (41m – Marcus Thuram)
1-0 – Lionel Messi (pen.) – 23m
2-0 – Ángel Di María – 36m
2-1 – Kylian Mbappé (pen.) – 80m
2-2 – Kylian Mbappé – 81m
3-2 – Lionel Messi – 108m
3-3 – Kylian Mbappé (pen.) – 118m
Desempate da marca de grande penalidade
0-1 – Kylian Mbappé
1-1 – Lionel Messi
Kingsley Coman permitiu a defesa a Emiliano Martínez
2-1 – Paulo Dybala
Aurélien Tchouaméni rematou ao lado
3-1 – Leandro Paredes
3-2 – Randal Kolo Muani
4-2 – Gonzalo Montiel
Cartões amarelos – Enzo Fernández (45m), Marcos Acuña (90m), Leandro Paredes (114m), Gonzalo Montiel (116m) e Emiliano Martínez (desempate “penalties”); Adrien Rabiot (55m), Marcus Thuram (87m) e Olivier Giroud (90m)
Árbitro – Szymon Marciniak (Polónia)
Lusail Stadium – Lusail, Al Daayen (18h00 / 15h00)
Este foi um Mundial em que, de alguma forma, nos foi “roubado” o prazer do futebol, não sendo possível separar a envolvente em que foi realizado. Foi como que uma prova “clandestina”, da qual, por opção própria, muitos se afastaram, ou reduziram ao mínimo a ligação.
Paradoxalmente, viria a ter, porventura, a mais épica das finais da história da competição. Um jogo fantástico, verdadeiramente o cume da modalidade, sobretudo no último quarto de hora dos 90 minutos e no prolongamento.
Uma final extraordinária que, verdadeiramente, nenhuma equipa merecia perder, em que, caso tal fosse possível, seria muito apropriada uma salomónica partilha do troféu.
A Argentina começou por ter o enorme mérito de enfrentar, “olhos nos olhos”, a detentora do título, não especulando, assumindo, desde o início, que queria ganhar o jogo. Lionel Scaloni surpreendeu, com a aposta (ganha) em Di María, actuando no flanco esquerdo, bem junto à linha, constituindo-se num “quebra-cabeças” para a defesa contrária.
Numa primeira parte praticamente sem falhas da selecção sul-americana, com uma exibição de grande versatilidade, conquistando, ainda relativamente cedo, uma preciosa vantagem, de dois golos, que conseguiu gerir durante quase toda a partida, não seria expectável o que viria a suceder a partir dos 75 minutos.
Seria o próprio Di María a dar o primeiro sinal, desperdiçando uma grande ocasião, pouco passava dos quinze minutos de jogo. Mas não demoraria até “arrancar” uma grande penalidade a favor da sua equipa (tendo o árbitro considerado faltoso o contacto de Dembélé). Para, menos de um quarto de hora volvido, num lance exemplar de contra-ataque, o antigo benfiquista, face a face com Lloris, não perdoar, ampliando a contagem.
Deschamps reagiu prontamente, com duas alterações no “onze” ainda antes do intervalo. Mas a Argentina continuaria a controlar o jogo, durante cerca de meia hora, já na segunda parte.
Eis quando, traduzindo o “forcing” final da França, num ápice – em menos de dois minutos, entre os 80 e os 81 – surgiria Mbappé a vincar a sua posição, restabelecendo, de forma empolgante, a igualdade a dois golos, o segundo deles uma “obra-prima”, a coroar a explosividade que a equipa soubera, nessa fase, fazer vir ao de cima.
Pensou-se que a saída de Di María (já sem “gás” para mais) teria sido prematura, e que dificilmente a Argentina conseguiria suster o ascendente psicológico que a França conseguira resgatar.
Ainda antes do final do tempo regulamentar, Rabiot podia ter consumado a reviravolta, o que lhe foi negado por Emiliano Martínez; para, de imediato, ser Messi a ver Lloris salvar a sua equipa.
Tal constituiria, ainda assim, um importante tónico para os argentinos no prolongamento, que voltaram a acreditar. Já depois de Lautaro Martínez ter desperdiçado outra boa oportunidade, Messi bisaria (numa pouco ortodoxa recarga a remate de Lautaro, defendido pelo guardião francês), recolocando a sua equipa na frente.
Mas a França não se entregava: faltavam dois escassos minutos para o termo do tempo extra quando Mbappé completou um excepcional “hat-trick” (chegando aos oito golos neste Mundial)!
Daí até final – inclusivamente já depois dos 120 minutos –, com o “jogo partido”, qualquer das equipas podia ainda ter evitado o desempate por “penalties”: primeiro, foi Martínez, com uma “espargata”, a bloquear, com o pé, um remate com “selo de golo” de Kolo Muani, numa sensacional “defesa do Mundial”; havendo ainda tempo para, na resposta, Lautaro falhar outra ocasião soberana. Um verdadeiro thriller!
O resto é história: a formação sul-americana teve absoluta competência, convertendo em golo todas as suas quatro tentativas; apesar de Mbappé ter marcado por quatro vezes nesta final (três delas da marca de grande penalidade, incluindo a do desempate), mais uma brilhante defesa de Martínez e o remate ao lado de Tchouaméni fizeram pender a decisão para a Argentina, na definitiva consagração de Lionel Messi: Campeão Olímpico, Campeão Sul-Americano, vencedor da “Finalíssima” (frente ao Campeão Europeu), enfim Campeão do Mundo!
Entry filed under: Mundial 2022.
Trackback this post | Subscribe to the comments via RSS Feed