Archive for 18 Dezembro, 2022
Mundial 2022 – Final
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- 8 golos – Kylian Mbappé (França)
- 7 golos – Lionel Messi (Argentina)
- 4 golos – Julián Álvarez (Argentina) e Olivier Giroud (França)
- 3 golos – Álvaro Morata (Espanha), Bukayo Saka (Inglaterra), Cody Gakpo (Países Baixos), Enner Valencia (Equador), Gonçalo Ramos (Portugal), Marcus Rashford (Inglaterra) e Richarlison (Brasil)
- 2 golos – Aleksandar Mitrović (Sérvia), Andrej Kramarić (Croácia), Breel Embolo (Suíça), Bruno Fernandes (Portugal), Cho Gue-sung (Coreia do Sul), Ferrán Torres (Espanha), Giorgian De Arrascaeta (Uruguai), Harry Kane (Inglaterra), Kai Havertz (Alemanha), Mehdi Taremi (Irão), Mohammed Kudus (Ghana), Neymar (Brasil), Niclas Füllkrug (Alemanha), Rafael Leão (Portugal), Ritsu Dōan (Japão), Robert Lewandowski (Polónia), Salem Al-Dawsari (A. Saudita), Vincent Aboubakar (Camarões), Wout Weghorst (Países Baixos) e Youssef En-Nesyri (Marrocos)
Mundial 2022 – Final – Argentina – França
2-2 (3-3 a.p.) (4-2 g.p.)
Emiliano Martínez, Nahuel Molina (91m – Gonzalo Montiel), Cristian Romero, Nicolás Otamendi, Nicolás Tagliafico (120m – Paulo Dybala), Rodrigo de Paul (102m – Leandro Paredes), Enzo Fernández, Alexis Mac Allister (116m – Germán Pezzella), Lionel Messi, Ángel Di María (64m – Marcos Acuña) e Julián Álvarez (102m – Lautaro Martínez)
Hugo Lloris, Jules Koundé (120m – Axel Disasi), Raphaël Varane (113m – Ibrahima Konaté), Dayot Upamecano, Theo Hernández (71m – Eduardo Camavinga), Aurélien Tchouaméni, Ousmane Dembélé (41m – Randal Kolo Muani), Antoine Griezmann (71m – Kingsley Coman), Adrien Rabiot (96m – Youssouf Fofana), Kylian Mbappé e Olivier Giroud (41m – Marcus Thuram)
1-0 – Lionel Messi (pen.) – 23m
2-0 – Ángel Di María – 36m
2-1 – Kylian Mbappé (pen.) – 80m
2-2 – Kylian Mbappé – 81m
3-2 – Lionel Messi – 108m
3-3 – Kylian Mbappé (pen.) – 118m
Desempate da marca de grande penalidade
0-1 – Kylian Mbappé
1-1 – Lionel Messi
Kingsley Coman permitiu a defesa a Emiliano Martínez
2-1 – Paulo Dybala
Aurélien Tchouaméni rematou ao lado
3-1 – Leandro Paredes
3-2 – Randal Kolo Muani
4-2 – Gonzalo Montiel
Cartões amarelos – Enzo Fernández (45m), Marcos Acuña (90m), Leandro Paredes (114m), Gonzalo Montiel (116m) e Emiliano Martínez (desempate “penalties”); Adrien Rabiot (55m), Marcus Thuram (87m) e Olivier Giroud (90m)
Árbitro – Szymon Marciniak (Polónia)
Lusail Stadium – Lusail, Al Daayen (18h00 / 15h00)
Este foi um Mundial em que, de alguma forma, nos foi “roubado” o prazer do futebol, não sendo possível separar a envolvente em que foi realizado. Foi como que uma prova “clandestina”, da qual, por opção própria, muitos se afastaram, ou reduziram ao mínimo a ligação.
Paradoxalmente, viria a ter, porventura, a mais épica das finais da história da competição. Um jogo fantástico, verdadeiramente o cume da modalidade, sobretudo no último quarto de hora dos 90 minutos e no prolongamento.
Uma final extraordinária que, verdadeiramente, nenhuma equipa merecia perder, em que, caso tal fosse possível, seria muito apropriada uma salomónica partilha do troféu.
A Argentina começou por ter o enorme mérito de enfrentar, “olhos nos olhos”, a detentora do título, não especulando, assumindo, desde o início, que queria ganhar o jogo. Lionel Scaloni surpreendeu, com a aposta (ganha) em Di María, actuando no flanco esquerdo, bem junto à linha, constituindo-se num “quebra-cabeças” para a defesa contrária.
Numa primeira parte praticamente sem falhas da selecção sul-americana, com uma exibição de grande versatilidade, conquistando, ainda relativamente cedo, uma preciosa vantagem, de dois golos, que conseguiu gerir durante quase toda a partida, não seria expectável o que viria a suceder a partir dos 75 minutos.
Seria o próprio Di María a dar o primeiro sinal, desperdiçando uma grande ocasião, pouco passava dos quinze minutos de jogo. Mas não demoraria até “arrancar” uma grande penalidade a favor da sua equipa (tendo o árbitro considerado faltoso o contacto de Dembélé). Para, menos de um quarto de hora volvido, num lance exemplar de contra-ataque, o antigo benfiquista, face a face com Lloris, não perdoar, ampliando a contagem.
Deschamps reagiu prontamente, com duas alterações no “onze” ainda antes do intervalo. Mas a Argentina continuaria a controlar o jogo, durante cerca de meia hora, já na segunda parte.
Eis quando, traduzindo o “forcing” final da França, num ápice – em menos de dois minutos, entre os 80 e os 81 – surgiria Mbappé a vincar a sua posição, restabelecendo, de forma empolgante, a igualdade a dois golos, o segundo deles uma “obra-prima”, a coroar a explosividade que a equipa soubera, nessa fase, fazer vir ao de cima.
Pensou-se que a saída de Di María (já sem “gás” para mais) teria sido prematura, e que dificilmente a Argentina conseguiria suster o ascendente psicológico que a França conseguira resgatar.
Ainda antes do final do tempo regulamentar, Rabiot podia ter consumado a reviravolta, o que lhe foi negado por Emiliano Martínez; para, de imediato, ser Messi a ver Lloris salvar a sua equipa.
Tal constituiria, ainda assim, um importante tónico para os argentinos no prolongamento, que voltaram a acreditar. Já depois de Lautaro Martínez ter desperdiçado outra boa oportunidade, Messi bisaria (numa pouco ortodoxa recarga a remate de Lautaro, defendido pelo guardião francês), recolocando a sua equipa na frente.
Mas a França não se entregava: faltavam dois escassos minutos para o termo do tempo extra quando Mbappé completou um excepcional “hat-trick” (chegando aos oito golos neste Mundial)!
Daí até final – inclusivamente já depois dos 120 minutos –, com o “jogo partido”, qualquer das equipas podia ainda ter evitado o desempate por “penalties”: primeiro, foi Martínez, com uma “espargata”, a bloquear, com o pé, um remate com “selo de golo” de Kolo Muani, numa sensacional “defesa do Mundial”; havendo ainda tempo para, na resposta, Lautaro falhar outra ocasião soberana. Um verdadeiro thriller!
O resto é história: a formação sul-americana teve absoluta competência, convertendo em golo todas as suas quatro tentativas; apesar de Mbappé ter marcado por quatro vezes nesta final (três delas da marca de grande penalidade, incluindo a do desempate), mais uma brilhante defesa de Martínez e o remate ao lado de Tchouaméni fizeram pender a decisão para a Argentina, na definitiva consagração de Lionel Messi: Campeão Olímpico, Campeão Sul-Americano, vencedor da “Finalíssima” (frente ao Campeão Europeu), enfim Campeão do Mundo!
O Pulsar do Campeonato – 13ª Jornada

(“O Templário”, 15.12.2022)
Chegados à 13.ª jornada, esta é a terceira vez que o União ascende à liderança isolada do campeonato nesta época, posição que ocupara já na 5.ª e na 10.ª e 11.ª rondas. Para tal beneficiou – a par do seu triunfo em Ourém – do desaire sofrido pelo Fazendense em Ferreira do Zêzere. Como sucedera na ocasião anterior em que liderara (tendo perdido logo de seguida nos Amiais), a turma das Fazendas volta a ser derrotada na semana imediata a ter assumido o comando.
Destaques – O facto mais saliente do passado Domingo foi novo triunfo do Ferreira do Zêzere – depois de ter ido ganhar a Samora Correia na semana anterior – ante outro dos concorrentes mais cotados da prova, o Fazendense (anotando-se, ainda, que os ferreirenses se tinham já imposto igualmente ao Alcanenense, tendo vencido ainda em Mação), mesmo que por tangencial 2-1.
O conjunto das Fazendas marcou primeiro, mas deixou escapar a vantagem, acabando até por vir a ser desfeiteado, por um via de tento sofrido já em tempo de compensação. Tendo os ferreirenses, em jogos anteriores, consentido comprometedores e algo imprevistos resultados desfavoráveis, ante equipas menos apetrechadas, voltam a mostrar que têm (consabidos) argumentos para continuar a subir na classificação (partilham agora o 7.º posto com o At. Ouriense).
Em evidência esteve, claro, também o U. Tomar, arrancando uma difícil vitória em Ourém, ante o Atlético local, pela mesma marca (2-1). O grupo nabantino assumiu, como é seu timbre, a iniciativa do jogo, perante um adversário que, ao longo de todo o desafio, ofereceu boa réplica, vindo o União a inaugurar o marcador estavam decorridos apenas 20 minutos.
Continuando a exercer supremacia, os tomarenses voltaram a ser perdulários, não conseguindo consolidar a vantagem; acabando por ficar à mercê de um dos muitos lançamentos para a frente por parte do At. Ouriense, que viria a restabelecer a igualdade a doze minutos do final. Reagindo de pronto, os unionistas marcariam o decisivo segundo tento apenas dois minutos volvidos. Até final teriam ainda de sofrer, para preservar um muito importante triunfo, que, pela forma como foi alcançado, poderá ser um daqueles susceptível de vir a “fazer a diferença nas contas finais”.
O Alcanenense prossegue a sua muito boa campanha – dista somente dois pontos do vice-líder, Fazendense, e um único ponto do Samora Correia – tendo ido ganhar (2-0) ao Cartaxo, que, até então, tinha sido um reduto inexpugnável (ali tinham perdido já o Samora Correia e o Ferreira do Zêzere e empatado o Fazendense). A turma de Alcanena, muito jovem, mas com elementos de grande valia, e bem orientada pelo experiente José Torcato, continua a surpreender pela positiva, intrometendo-se na disputa dos lugares de topo da pauta classificativa.
Podia porventura antever-se, mas merece ainda menção o triunfo averbado pelo Mação, em casa, frente ao Amiense, por 2-0, com o conjunto de Amiais de Baixo a denotar alguma quebra de rendimento (registando duas vitórias, dois empates e duas derrotas, nas seis últimas rondas), tendo baixado ao 5.º lugar, a seis pontos do comandante. Ao invés, o Mação continua a sua progressão (é já 6.º, quatro pontos abaixo deste mesmo adversário), sendo que – depois das quatro derrotas sofridas de entrada, no arranque da temporada – a marca de 20 pontos alcançada pelos maçaenses só foi superada (e marginalmente) pelo U. Tomar, que somou 21 pontos nas últimas nove rondas.
Surpresas – De todo inesperado – depois da retumbante goleada aplicada pelos abrantinos na semana anterior – foi o desaire caseiro cedido pelo Abrantes e Benfica face ao Fátima, por 1-2. Os visitados entraram praticamente a ganhar (marcaram logo aos oito minutos), mas viriam a ser surpreendidos pelo tento do empate, no minuto inicial da segunda parte. A um quarto de hora do fim os fatimenses consumaram uma tão sensacional como preciosa reviravolta. Uma vitória que lhes confere vital “oxigénio” para respirar, agora apenas dois pontos atrás deste mesmo rival.
Também muito carenciado de pontos, o Entroncamento – que subsiste na cauda da tabela – resistiu na condição (temporária) de “vencedor”, em Salvaterra de Magos, até cinco minutos do final, altura em que o Salvaterrense atenuou o efeito da surpresa, fixando o empate final, a uma bola.
Confirmações – Tendo também empreendido notável recuperação – após um início de prova idêntico ao do Mação, com quatro derrotas nas quatro partidas iniciais – o Torres Novas ganhou por 2-1 ao Benavente, ascendendo à 9.ª posição, já sete pontos acima da zona (teórica) de despromoção (a qual, contudo, estará dependente do desempenho dos clubes do Distrito no Campeonato de Portugal, nesta altura com Coruchense e Rio Maior abaixo da “linha de água”).
Não foi, porém, nada fácil esta vitória torrejana: tendo os benaventenses inaugurado o “placard” logo aos cinco minutos, só nos derradeiros… cinco minutos, o grupo do Almonda conseguiria operar a reviravolta, com o golo decisivo a surgir mesmo ao “cair do pano”.
Mais tranquilo foi o triunfo do Samora Correia sobre o Águias de Alpiarça, por inequívoco 3-0, com os alpiarcenses a atravessarem fase difícil, bastante limitados nas opções disponíveis.
II Divisão Distrital – A fechar a primeira volta da fase inicial da prova os clubes mais apetrechados confirmaram, na 11.ª jornada, o seu favoritismo, com várias goleadas: 4-0 no Moçarriense-Paço Negros; 4-1 no Espinheirense-At. Pernes; 5-0 no Vasco da Gama-Alferrarede; e 4-0 no Caxarias-Ortiga. O Forense ganhou também, por 2-0, na recepção ao Benfica do Ribatejo.
A Norte, o guia, Riachense, folgou, mas mantém, na viragem para a segunda metade desta fase, margem de cinco pontos face ao Vasco da Gama (2.º), com o 3.º e 4.º (Tramagal e Caxarias) já a oito e a nove pontos, respectivamente. A Sul o equilíbrio é, por ora, maior, com o Moçarriense, no topo, dois pontos acima do Espinheirense e três face ao Forense, com o Marinhais (4.º) a seis.
Campeonato de Portugal – De entre os representantes do Distrito teve melhor registo, também na 11.ª ronda, o Coruchense, com um importante triunfo, por 2-1, ante um “adversário directo”, o União da Serra. Já o U. Santarém não foi além da igualdade a um golo, na recepção ao 1.º Dezembro. O Rio Maior estreou-se, enfim, a vencer, mercê de um solitário golo, em Arronches.
Com o B. C. Branco agora a isolar-se na liderança, é perseguido de muito perto (apenas a dois pontos) por um quinteto (!) formado por U. Santarém, Mortágua, 1.º Dezembro, Sintrense e Pêro Pinheiro. Por seu lado, a turma do Sorraia subiu ao 9.º posto (por troca com o União da Serra), a dois pontos do Sertanense. O Rio Maior deixou a “lanterna vermelha”, posicionando-se no 12.º lugar, mas a doze distantes pontos da “linha de água”, fronteira delimitada pela formação da Sertã.
Antevisão – No escalão principal do Distrital disputa-se a penúltima jornada da primeira volta (derradeira do ano de 2022), com destaque para o embate entre Alcanenense e Samora Correia, respectivamente 4.º e 3.º classificados. Por seu lado, os dois primeiros jogam em casa, cabendo ao U. Tomar receber o Salvaterrense, enquanto o Fazendense terá a visita do At. Ouriense.
Na II Divisão realce para as seguintes partidas, em que a possibilidade de acesso à fase final estará em disputa: Moçarriense-Marinhais; Vasco da Gama-Caxarias e Tramagal-U. Atalaiense.
No Campeonato de Portugal, se U. Santarém (deslocação à Marinha Grande) e Coruchense (viagem até Mortágua) enfrentam saídas difíceis, o Rio Maior não terá adversário de menor grau de dificuldade, antes pelo contrário, dado receber justamente o novo comandante, B. C. Branco.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 15 de Dezembro de 2022)




