O Pulsar do Campeonato – 11ª Jornada
4 Dezembro, 2022 at 11:00 am Deixe um comentário
(“O Templário”, 01.12.2022)
Ao fim de onze jornadas já não há equipas invictas: o último resistente, Samora Correia, não conseguiu evitar o desaire na deslocação ao Cartaxo; desfecho de que beneficiou o U. Tomar, para, ganhando em Ferreira do Zêzere, se isolar no comando da pauta classificativa, seguido de perto por Fazendense (apenas a dois pontos) e pelo grupo samorense, que baixou ao 3.º posto.
Destaques – O primeiro destaque vai, pois, para a turma do Cartaxo, a qual, a realizar boa campanha no seu reduto (onde conta, até agora, quatro vitórias e dois empates), conseguiu ser a primeira a derrotar o Samora Correia, por tangencial 3-2, numa partida em que cedo se colocou em vantagem (logo ao minuto 10), posição que recuperou no início da segunda parte, com o 2-1, acabando por se registar ainda mais dois tentos, um para cada lado, já em tempo de compensação: primeiro, os donos da casa a ampliar para 3-1, vindo os samorenses a fechar a contagem.
Pode ter sido verbalizado por todos que era “mais um jogo”, mas, efectivamente, era bastante mais que isso: o Ferreira do Zêzere-U. Tomar foi, para além de um tradicional “quase derby”, entre dois rivais vizinhos, um embate entre duas equipas com aspirações neste campeonato, com cariz mais determinante para os visitados, bastante atrasados na tabela, a que acresceu a assaz invulgar particularidade – que fez dele ainda mais especial – de, na formação ferreirense, oito (!) dos jogadores que integraram o “onze” inicial terem alinhado, em anos recentes, pelo União.
De facto, num jogo entre “velhos conhecidos” e, mais que isso, colegas e amigos, o Ferreira do Zêzere entrou em campo com os 2.º (David Vieira), 3.º (Fábio Vieira), 4.º (Filipe Cotovio), 5.º (Tiago Vieira) e 7.º (Chrystian Pedroso) jogadores com mais jogos ao serviço do emblema tomarense na última década – os outros dois são Nuno Rodrigues (1.º, presentemente a representar o Mação, depois de ter passado também por Ferreira), e Luís Alves (6.º, que, por razões de saúde, se viu forçado a suspender a prática do futebol) –, todos transferidos no início desta época.
Também Ricardo Simões, Caio Lucas e Miguel Abreu – assim como Ricardo Gerardo, que entrou no final do desafio – vestiram as cores rubro-negras em anos anteriores; inclusivamente, o treinador ferreirense, David Lourenço, foi também adjunto no U. Tomar. Do lado unionista, actuaram três antigos jogadores do Ferreira do Zêzere: Guilherme Camargo e José Charles (que, esta temporada, fizeram o “percurso inverso” aos cinco acima mencionados) e Henrique Matos.
Quanto ao jogo em si, foi um encontro sem casos, um exemplo, em que o “fair-play” imperou, com ascendente inicial dos donos da casa, tendo os visitantes conseguido, a partir de meio do primeiro tempo, repartir a iniciativa – então, com ambas as equipas a privilegiar as transições rápidas –, vindo os nabantinos a ser premiados com o que acabaria por ser o único golo da partida, logo aos 25 minutos, na sequência de um lance de bola parada, numa excelente finalização de Pedro Pires, celebrando da melhor forma o seu 100.º jogo com a camisola do U. Tomar.
Os ferreirenses podiam ter empatado à passagem da meia hora (bola no poste), mas o União teve também ocasião para ampliar a vantagem mesmo a fechar os primeiros 45 minutos. Na segunda parte, os visitados tentaram ir “atrás do prejuízo”, assenhoreando-se do domínio do jogo, com os tomarenses, submetidos a intensa (mas pouco eficaz) pressão, a mostrarem-se – tal como sucedera em Fátima – muito solidários (com a “agravante” de, por lesão, e consequente substituição dos dois laterais, um logo aos 27 e, outro, aos 55 minutos, terem sido forçados a “improvisar”).
Foi o 5.º triunfo consecutivo do U. Tomar (quarto em seis jogos fora de casa), num notável ciclo; já o Ferreira do Zêzere mostrou valia para melhorar significativamente o modesto 10.º posto que passou a ocupar, mesmo que se avizinhem novos compromissos de elevado grau de dificuldade.
A última nota de realce vai para mais uma importante vitória (2-1) do Alcanenense, em Abrantes, a consolidar a 5.ª posição, ao mesmo tempo que contribui para o agudizar da “crise” do Abrantes e Benfica (cinco jogos sem ganhar), tendo caído para muito inesperado 13.º lugar.
Confirmações – Numa jornada sem particulares surpresas a assinalar, seriam de alguma forma expectáveis os resultados dos outros cinco jogos. O agora vice-líder, Fazendense, ganhou, com naturalidade, por 3-0, face ao último classificado, Entroncamento; tendo o Mação (já 7.º) batido o Benavente, por 2-1, após ter operado reviravolta no marcador, depois de ter “entrado a perder”.
O Torres Novas, a protagonizar muito boa recuperação – tendo igualado pontualmente o Ferreira do Zêzere, partilhando a 10.ª posição –, superiorizou-se ao Águias de Alpiarça, também mercê de solitário golo, já na parte final do desafio. Por seu lado, o Salvaterrense impôs ao Fátima (penúltimo classificado) quarto desaire sucessivo, ganhando por 2-0.
Por fim, At. Ouriense (6.º) e Amiense (4.º) neutralizaram-se, empatando a uma bola, sendo que os homens de Ourém apenas no derradeiro minuto marcaram o tento que evitou a derrota.
II Divisão Distrital – Na 8.ª jornada esteve particularmente em evidência o Vasco da Gama, ganhando por 2-0 no Tramagal, ascendendo ao 2.º lugar da série B, a par do Pego (que folgou), mas, ambos, já a oito pontos do Riachense, que “soma e segue” (2-0 em Alferrarede, contando agora sete triunfos e um único empate cedido).
Mais a Sul, o Moçarriense (2-1, frente ao Porto Alto) continua a liderar, com dois escassos pontos de vantagem em relação a Forense (2-0 ao Rebocho) e Espinheirense (ganhando por 2-1, no Paço dos Negros), e três face ao Marinhais (que bateu o U. Almeirim por inequívoca marca de 3-0).
Campeonato de Portugal – Esta foi uma ronda positiva, com vitórias categóricas do Coruchense (4-0, na recepção ao Alcains) e do U. Santarém (3-0, também no seu terreno, ao União da Serra). Já o Rio Maior não evitou novo desaire (0-2) caseiro, ante o agora guia isolado, 1.º Dezembro.
Os escalabitanos repartem o 5.º lugar com o B. C. Branco, somente a um ponto do trio de vice-líderes, formado por Sintrense, Pêro Pinheiro e Mortágua… e apenas a três do comandante!
O conjunto do Sorraia continua a ser 10.º classificado, mas reduziu para dois pontos o atraso face à “linha de água” (Sertanense, 8.º, em igualdade pontual com o 9.º, União da Serra). Por seu lado, o Rio Maior subsiste a onze distantes pontos dessa zona delimitadora.
Antevisão – A 12.ª jornada oferece-nos o que poderá ser o “jogo-grande” deste campeonato, entre aqueles que se perfilam, porventura, como os dois principais favoritos ao título, chegando a este confronto posicionados já nos dois lugares de topo da tabela: U. Tomar e Fazendense.
De grande interesse será também o desafio Samora Correia-Ferreira do Zêzere, tal como o Fátima-Mação. Alcanenense e Amiense serão favoritos, na recepção a Torres Novas e Salvaterrense.
O escalão secundário tem jornada dupla, com a 9.ª ronda agendada para o feriado de 1 de Dezembro, na qual pontificavam as partidas Moçarriense-Forense, Espinheirense-Marinhais, Riachense-Caxarias e Pego-Tramagal. Já no Domingo (10.ª), realce para o Vilarense-Riachense.
Também na 10.ª jornada do Campeonato de Portugal, com as três equipas do Distrito a viajar, o U. Santarém visita Mortágua (4.º), o Coruchense vai à Sertã, e o Rio Maior à Marinha Grande.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 1 de Dezembro de 2022)
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