Liga dos Campeões – 5ª Jornada – Benfica – Juventus
25 Outubro, 2022 at 9:52 pm Deixe um comentário
Benfica – Odysseas Vlachodimos, Alexander Bah (81m – Gilberto Moraes), António Silva, Nicolás Otamendi, Alejandro “Álex” Grimaldo, Florentino Luís, Enzo Fernández, João Mário (90m – Francisco “Chiquinho” Machado), Fredrik Aursnes, Rafael “Rafa” Silva (87m – Petar Musa) e Gonçalo Ramos (87m – David Neres)
Juventus – Wojciech Szczęsny, Danilo Silva, Leonardo Bonucci (60m – Alex Sandro), Federico Gatti, Juan Cuadrado (60m – Fabio Miretti), Weston McKennie, Manuel Locatelli, Adrien Rabiot, Filip Kostić (70m – Samuel Iling-Junior), Dušan Vlahović (70m – Matías Soulé) e Moise Kean (45m – Arkadiusz Milik)
1-0 – António Silva – 17m
1-1 – Moise Kean – 21m
2-1 – João Mário (pen.) – 28m
3-1 – Rafael “Rafa” Silva – 35m
4-1 – Rafael “Rafa” Silva – 50m
4-2 – Arkadiusz Milik – 77m
4-3 – Weston McKennie – 79m
Cartões amarelos – Enzo Fernández (84m); Danilo Silva (62m)
Árbitro – Srđan Jovanović (Sérvia)
Tal como sucede noutras ocasiões é difícil destrinçar a análise de um jogo face ao seu resultado final. A verdade é que, neste caso em concreto, o desfecho acaba por ser bastante “mentiroso”, não traduzindo de modo nenhum a flagrante superioridade exercida pelo Benfica – pelo menos até aos 75 minutos -, em função do que o “placard” podia muito bem ter atingido números absolutamente históricos.
A golear por 4-1 aos 50 minutos, a contagem final poderia ter sido ampliada, pelo menos, até aos sete golos, sem que tal surpreendesse minimamente quem teve oportunidade de assistir a esta magnífica exibição do Benfica!
Depois, sofrendo dois golos em apenas dois minutos, seria impossível não vacilar – mesmo sabendo que o empate era o bastante para consumar o objectivo do apuramento para os 1/8 de final da “Champions” (e tal até poderia ter acontecido, mesmo a findar a partida…).
Isto na que terá sido, porventura, a melhor exibição de Rafa ao serviço do Benfica, fazendo “gato-sapato” da defesa da Juventus – mas desperdiçando, só à sua conta, pelo menos dois “golos feitos” (teriam sido o 5-1… ou, mais tarde, o 5-3) –, beneficiando da liberdade concedida pelo equilíbrio e solidez que Aursnes proporcionou ao meio-campo encarnado, e potenciando a sua velocidade, que, a dada altura, fez com que parecesse estar “por todo o lado”.
O primeiro quarto de hora do jogo até nem faria suspeitar da aceleração que viria a ter, com as duas equipas como que algo expectantes, não obstante a maior iniciativa benfiquista, com ambas as formações a procurar pressionar alto.
O golo inaugural, na estreia de António Silva a marcar (numa boa antecipação de cabeça), foi o desbloqueador perfeito para uma partida de alta intensidade. Mas não haveria muito tempo para saborear a vantagem, dado que a Juventus restabeleceria a igualdade apenas quatro minutos volvidos.
Pelo que a oportunidade de, sete minutos depois, voltar a posição de superioridade – na conversão de uma grande penalidade – constituiria determinante catalisador dos níveis de confiança e do acreditar que a vitória era bem plausível. A equipa italiana acusou o toque, e o ritmo imposto pelo Benfica fez com que nunca mais conseguisse organizar-se, incapaz de acompanhar e de encontrar antídoto face à alta rotação do adversário.
Começava então o “festival Rafa”, a ampliar a contagem, logo aos 35 minutos, para 3-1, numa excelente execução técnica, com um toque de calcanhar. E, a abrir a segunda metade, sentenciando a qualificação, a alargar ainda mais a vantagem benfiquista, “picando” a bola sobre o categorizado guardião contrário.
Frente a uma equipa desorientada, mesmo “perdida” dentro de campo, o mesmo Rafa, num lance de “baliza aberta”, mas de elevado grau de dificuldade, a receber uma bola que saíra algo alta, tentou, de primeira, fazer um desvio subtil, que, contudo, saiu ligeiramente por alto, gorando-se o que teria sido um fantástico “hat-trick”… e o 5.º golo do Benfica, estavam decorridos 75 minutos.
Aliás, já antes, à passagem da hora de jogo, também Gonçalo Ramos desfrutara de duas boas ocasiões para marcar, uma delas salva por instinto pelo guarda-redes, tendo, no outro caso, a bola saído ligeiramente ao lado.
Quando se pensava que Massimiliano Allegri tinha “entregue os pontos”, conformado com a derrota, fazendo entrar em campo dois “meninos” de 19 anos, Matías Soulé e Samuel Iling-Junior, em especial este último tiraria partido de alguma fadiga de Bah, para criar jogadas de grande perigo, que, num ápice – apenas dois minutos depois do tal desperdício de Rafa -, converteram a goleada num resultado tangencial.
O Benfica precisava de manter a serenidade, procurar recompor-se desse abalo, e preservar a vitória, nos derradeiros dez minutos. Só então Roger Schmidt mexeria na equipa, fazendo entrar de imediato, Gilberto, para procurar estancar a torrente imprimida por Iling-Junior, tendo as restantes substituições tido já mais por objectivo a quebra de ritmo de jogo.
Ainda assim, Federico Gatti ficaria, já em período de compensação, a escassos centímetros de chegar ao que seria um absolutamente incrível 4-4…
Antes disso já Rafa tivera, na sua derradeira acção no jogo, numa rápida transição, o tal “5-3” nos pés, depois de correr com a bola, de área a área, cerca de 70 metros, surgindo isolado frente a Szczęsny, mas, infeliz, rematando de forma excessivamente enquadrada, ao poste. Teria sido o culminar de uma noite brilhante a nível individual, em mais uma das históricas “grandes noites” europeias do Benfica.
Com o apuramento garantido, fica ainda em aberto, para a última jornada, a definição do vencedor do grupo, para o que o Benfica – igualado em pontos, mas com menor diferença de golos – necessitará fazer melhor resultado em Israel do que o que o Paris Saint-Germain fizer na deslocação a Turim (com a Juventus ainda em compita com o Maccabi Haifa pela vaga de consolação na Liga Europa).
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