Archive for Julho, 2010
Futebol e política
Ontem, em Barcelona, realizou-se a maior manifestação de sempre da história democrática da Catalunha. Mais de um milhão de catalães vieram para rua em defesa do Estatuto autonómico referendado em 2006. Hoje, a selecção de Espanha joga, pela primeira vez, uma final do campeonato do mundo de futebol. Afinal, como se prova, e ao contrário do que por aí se diz, o futebol não desvia a atenção das pessoas da defesa do que consideram os seus interesses.
(Tomás Vasques, no Hoje à conquilhas amanhã não sabemos)
A propósito, a ler também “Adéu Espanya“, por Rui Bebiano (A Terceira Noite).
Evocação do Cerco de Tomar de 1190
Decorre no próximo dia 11 de Julho (domingo), entre as 10 e as 13 horas, no Turismo – Mata – Castelo Tomar, uma evocação do “Cerco de Tomar de 1190″.
Depois da conquista, e início da construção do Castelo de Tomar, por Gualdim Pais, a 1 de Março de 1160, os muçulmanos ripostariam, e, em 1190, sob o reinado de D. Sancho I, após terem começado por reconquistar o castelo de Silves e o Algarve, fariam mesmo recuar os portugueses até aos limites constituídos pelo Rio Tejo, conquistando sucessivamente os castelos de Alcácer do Sal, Palmela e Almada, cercando Santarém, destruindo Torres Novas e Abrantes.

A 13 de Julho de 1190, o Castelo de Tomar seria cercado por cerca de 900 guerreiros conduzidos pelo califa Almançor (Abu Yusuf Ya’qub al-Mansur), tendo os árabes chegado mesmo a transpor a porta de Almedina (que dá, actualmente, para a mata dos Sete Montes), a qual passaria a ser conhecida como Porta do Sangue.
Ao fim de 6 dias de ataques, sempre sob a defesa de Gualdim Pais (então já com a idade de 72 anos) e dos Templários – avisados do avanço muçulmano através das atalaias existentes entre o Castelo de Almourol e Tomar -, os cerca de 200 portugueses instalados no Castelo conseguiriam aí deter a ofensiva muçulmana, obrigando o rei de Marrocos a levantar o cerco a Tomar, dando oportunidade ao início de novo ciclo de expansão do domínio português sobre o território.
Mundial 2010 – 1/2 Finais
1/8 FINAL 1/4 FINAL 1/2 FINAIS FINAL
2-1
1-1
1-2
2-3
2-1
-
2-1
3-0
3-1
0-4
4-1
-
0-0
0-1
0-1
1-0
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Marcadores (1/2 Finais) – Giovanni van Bronckhorst (Holanda), Diego Forlán (Uruguai), Wesley Sneijder (Holanda), Arjen Robben (Holanda), Maxi Pereira (Uruguai) e Carles Puyol (Espanha)
Melhores marcadores:
- 5 golos – David Villa (Espanha) e Wesley Sneijder (Holanda)
- 4 golos – Gonzalo Higuaín (Argentina), Robert Vittek (Eslováquia), Thomas Müller (Alemanha), Miroslav Klose (Alemanha) e Diego Forlán (Uruguai)
- 3 golos – Luís Suarez (Uruguai), Landon Donovan (EUA), Asamoah Gyan (Gana) e Luís Fabiano (Brasil)
- 2 golos – Elano (Brasil), Tiago (Portugal), Kalu Uche (Nigéria), Lee Jung-Soo (Coreia do Sul), Brett Holman (Austrália), Keisuke Honda (Japão), Samuel Eto’o (Camarões), Lee Chung-Yong (Coreia Sul), Lukas Podolski (Alemanha), Carlos Tevez (Argentina), Javier Hernandez (México), Robinho (Brasil) e Arjen Robben (Holanda)
Espanha e Holanda são os Finalistas do Mundial de Futebol de 2010!
O que garante, desde já, que o novo Campeão do Mundo será da Europa (no que corresponderá ao primeiro título Mundial conquistado fora do continente europeu) e que atingirá o galardão máximo do futebol pela primeira vez na sua história…
Confirmando a consistência do seu futebol, na senda do título de Campeã da Europa conquistado em 2008, a Espanha, vencendo pela margem mínima pela quarta vez nesta competição (depois de 2-1 ao Chile no jogo decisivo da Fase de Grupos, e 1-0 frente a Portugal, Paraguai e Alemanha, nas sucessivas eliminatórias), atinge pela primeira vez a Final de um Campeonato do Mundo, perfilando-se como candidato lógico à conquista do Mundial.
Defrontará a selecção da Holanda, de regresso à Final, 32 anos decorridos após o Mundial da Argentina, em que repetira sem êxito a primeira tentativa da famosa “laranja mecânica”, de 1974.
A equipa dos Países Baixos chega ao encontro decisivo contando por vitórias todos os (6) jogos disputados nesta Fase Final, depois de ter somado também 8 vitórias (o pleno) na fase de qualificação. E, curiosamente, destas 6 vitórias obtidas na África do Sul, também 5 pela margem mínima, embora com bastantes mais golos que nas partidas da Espanha (1-0 ao Japão, 2-1 frente a Camarões, Eslováquia e Brasil, e 3-2 contra o Uruguai, num jogo em que, porém, o domínio foi superior à tangencial diferença no marcador).
Ou como um Campeão se faz de pequenos detalhes…
Muito realista, não se atemorizando perante as goleadas da Alemanha nos jogos precedentes (aviando Inglaterra e Argentina com a “chapa 4”), a Espanha, superior em termos de individualidades e de conjunto – com os germânicos privados da classe de Thomas Müller, a cumprir um jogo de suspensão -, conseguiu fazer o jogo que lhe mais convinha, controlando a bola… e a partida, sem permitir espaços aos alemães para os seus temíveis contra-ataques, que tão bem explorara nesta prova, assim anulando a força teutónica, acabando por repetir a dose já aplicada na Final do Europeu de 2008, desta vez graças a uma fulgurante cabeçada de Puyol.
Paradoxalmente – e não obstante o poderio conferido pelo seu fantástico sector ofensivo -, numa das competições em que surgem porventura menos exuberantes (e depois de terem sido sucessivamente eliminados por Portugal no apuramento para o Mundial 2002 e nas Fases Finais do Europeu de 2004 e do Mundial de 2006…) os neerlandeses têm revelado uma eficácia total, outorgando ao desfecho da Final do próximo domingo um cariz de absoluta imprevisibilidade!
The evolving blogosphere – An empire gives way
Blogs are growing a lot more slowly. But specialists still thrive
ONLINE archaeology can yield surprising results. When John Kelly of Morningside Analytics, a market-research firm, recently pored over data from websites in Indonesia he discovered a “vast field of dead blogs”. Numbering several thousand, they had not been updated since May 2009. Like hastily abandoned cities, they mark the arrival of the Indonesian version of Facebook, the online social network.
Such swathes of digital desert are still rare in the blogosphere. And they should certainly not be taken as evidence that it has started to die. But signs are multiplying that the rate of growth of blogs has slowed in many parts of the world. In some countries growth has even stalled. […]
(The Economist – via Bomba Inteligente)
Mundial 2010 – 1/4 Final
1/8 FINAL 1/4 FINAL 1/2 FINAIS FINAL
2-1
1-1
1-2
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2-1 -
2-1
3-0
3-1
0-4
4-1
-
0-0
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0-1
1-0
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Marcadores (1/4 Final) – Robinho (Brasil), Wesley Sneijder (Holanda) – 2, Sulley Ali Muntari (Gana), Diego Forlán (Uruguai), Thomas Müller (Alemanha), Miroslav Klose (Alemanha) – 2, Arne Friedrich (Alemanha) e David Villa (Espanha)
Melhores marcadores:
- 5 golos – David Villa (Espanha)
- 4 golos – Gonzalo Higuaín (Argentina), Robert Vittek (Eslováquia), Wesley Sneijder (Holanda), Thomas Müller (Alemanha) e Miroslav Klose (Alemanha)
- 3 golos – Luís Suarez (Uruguai), Landon Donovan (EUA), Asamoah Gyan (Gana), Luís Fabiano (Brasil) e Diego Forlán (Uruguai)
- 2 golos – Elano (Brasil), Tiago (Portugal), Kalu Uche (Nigéria), Lee Jung-Soo (Coreia do Sul), Brett Holman (Austrália), Keisuke Honda (Japão), Samuel Eto’o (Camarões), Lee Chung-Yong (Coreia Sul), Lukas Podolski (Alemanha), Carlos Tevez (Argentina), Javier Hernandez (México) e Robinho (Brasil)
Depois da ilusória supremacia sul-americana na Fase de Grupos e nos 1/8 Final, na “hora da verdade”, num triplo confronto Europa-América do Sul, as três selecções europeias superiorizaram-se (com destaque para Holanda e Alemanha, eliminando os colossos Brasil e Argentina, esta severamente punida pelo conjunto germânico), assim avançando para as 1/2 Finais, em que o inesperado resistente do continente americano é o Uruguai.
Uns 1/4 Final bastante interessantes, repletos de cambiantes inesperadas, como a reviravolta holandesa frente ao Brasil, depois de sair para o intervalo a perder – com duas figuras a marcar a partida: pela negativa, Felipe Melo, marcando na própria baliza (golo que seria posteriormente atribuído a Sneijder), e sendo expulso, a um quarto de hora do fim, por pisar Robben; pela positiva, o referido Sneijder, creditado com dois tão preciosos quanto decisivos golos.
Ou a eliminação uruguaia evitada pelo seu ponta-de-lança Suárez, a substituir-se ao guarda-redes, com duas magníficas intervenções sobre a linha de golo, primeiro oferecendo o corpo à bola, e, na segunda delas, defendendo com as mãos, com a consequente grande penalidade a ser desperdiçada, no último segundo do prolongamento, por Gyan, acertando com estrondo na trave (no desempate da marca de grande penalidade, um então já inseguro Gana – depois da intensa pressão que exercera nos últimos 5 minutos do prolongamento não ter tido a melhor sorte – acabaria por ser derrotado por 2-4).
Já hoje, a lição de táctica e de futebol colectivo que a equipa alemã ofereceu às individualidades argentinas, com um concludente resultado, numa quase perfeita interpretação do sistema de contra-ataque, com realce para a exibição de Thomas Müller, perante uma impotente selecção da Argentina, incapaz de reagir aos sucessivos golpes que a Alemanha ia desferindo, uma, duas, três, quatro vezes…
E, a fechar, o animado Paraguai-Espanha, com duas grandes penalidades num minuto, ambas desperdiçadas (!) – Cardozo permitiu a defesa a Casillas – , com a segunda (a beneficiar a Espanha), a ter mesmo direito a repetição , dado que, à primeira, o árbitro não validou o golo, pelo facto de terem entrado na área diversos jogadores de ambas as equipas, antes da conversão do lance); na menos conseguida exibição espanhola neste Mundial, a partida seria decidida, já nos derradeiros 10 minutos, culminando uma excelente iniciativa de ataque, com Pedro, do lado esquerdo, a rematar cruzado, embatendo a bola no poste mais distante, ressaltando a bola para David Villa, que, no lado contrário, remataria também cruzado, no sentido oposto, acertando… nos 2 postes, antes da caprichosa bola se acabar por anichar nas redes! Um verdadeiro golo “às três tabelas”…
Na fase imediata da prova (1/2 Finais, a disputar nas próximas terça e quarta-feira), repete-se a Final do EURO 2008 – um apetecível Espanha-Alemanha -, com Uruguai e Holanda a medirem forças para decidir a outra vaga no jogo decisivo.




