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O Pulsar do Campeonato – 3ª Jornada

(“O Templário”, 02.10.2025)

O par formado por Mação e At. Ouriense mantém, após a realização da 3.ª jornada, 100% de aproveitamento, com o pleno de nove pontos, emergindo na classificação o Torres Novas, que se isolou no último lugar do pódio, dois pontos abaixo. Numa fase ainda muito preliminar da prova, duas vitórias sucessivas possibilitam galgar várias posições, tendo o Águias subido ao 4.º posto.

Ao invés, tendo sido desfeiteados, Pontével e Fazendense (este, sofrendo segundo desaire) caíram vários lugares na tabela. Pior ainda estão, em especial, o Abrantes e Benfica (penúltimo), para além do Tramagal, “lanterna vermelha”, que somou terceira derrota em outros tantos encontros.

Destaques – Antevia-se claro favoritismo do Mação na recepção ao At. Riachense, mas o que não seria expectável – atendendo ao positivo início de campeonato do grupo dos Riachos, que, até então, obtivera dois empates (um deles em Alcanena) – foi a volumosa expressão do resultado, que se cifrou em 7-0, numa partida de sentido único, em que os maçaenses “devastaram” a defesa contrária com quatro golos no curto período de dez minutos (entre os 24 e os 34).

Ao “hat-trick” de Sandro Isabelinha juntou-se o bis de José Charles, que, com um total de cinco tentos apontados, reparte agora com Emanuel Benito Costa a liderança dos melhores marcadores.

Outra goleada, esta por 4-0, verificou-se nos Amiais de Baixo, tendo os anfitriões batido de modo categórico o Entroncamento AC, reforçando, com mais um golo a meio do segundo tempo, a vantagem de três tentos (obtidos em cerca de um quarto de hora) que registavam já ao intervalo.

Em função deste “placard”, o Amiense, que tem vindo “de menos a mais”, encabeça o quinteto, posicionado entre o 6.º e o 10.º lugar – integrando também o U. Tomar, Coruchense, Cartaxo e Pontével (este com trajectória inversa, “de mais a menos”) –, todos com quatro pontos, contando cada um dos clubes, nestas três rondas, um triunfo, um empate e uma derrota.

A realizar, até agora, uma prova digna de grande realce, o At. Ouriense recebeu o Abrantes e Benfica, tendo-se superiorizado, ganhando por 2-0, somando terceira vitória consecutiva, relegando a formação abrantina para posição nada condizente com a sua valia, repartindo o penúltimo posto com o Entroncamento AC, ambos, cada qual, apenas com um ponto obtido.

O Torres Novas rectificou o algo inesperado empate caseiro cedido ante o Pontével, averbando o segundo triunfo em outras tantas deslocações: depois do 1-0 em Alpiarça, nova vitória mercê de um solitário golo, desta feita em Alcanena, assinalando-se a particularidade de todos os três tentos dos torrejanos terem sido apontados já “ao cair do pano”, em cada uma das três partidas realizadas. O Alcanenense é um dos cinco emblemas que não se estreou ainda a vencer neste campeonato.

Surpresa – A equipa do Porto Alto, continuando a dar muito boa conta de si, mantém o registo de invencibilidade – apenas igualmente partilhado pelas turmas do Mação, At. Ouriense e Torres Novas –, sendo que, depois de ter deixado escapar a vitória nos momentos finais dos desafios ante o Coruchense e o Abrantes e Benfica, surpreendeu um dos principais candidatos, batendo o Fazendense por 2-1, o que lhe confere, para já, um notável 5.º lugar.

Confirmações – O Águias de Alpiarça tirou cabal partido de ter defrontado, de seguida, dois adversários teoricamente menos poderosos, para obter duas importantes vitórias: depois do triunfo alcançado no Tramagal, os alpiarcenses levaram a melhor na recepção ao Pontével, outra vez pela margem mínima (1-0), o que bastou para acumularem seis pontos, ascendendo, pois, ao 4.º lugar.

Por seu lado, o Coruchense reagiu positivamente a dois desfechos aquém das expectativas (empate no Porto Alto e derrota caseira com o At. Ouriense), indo ganhar ao Tramagal por 3-1, tendo chegado ao intervalo já com três golos de vantagem – um desfecho que amplia a série negativa dos tramagalenses para três derrotas, continuando a ser a única equipa sem pontuar.

Em absoluto contraponto ao Torres Novas, o U. Tomar somou terceiro jogo sucessivo a sofrer golos nos derradeiros instantes: se o tento consentido em período de compensação ante o Abrantes e Benfica (4-1), assim como o golo sofrido no último minuto nas Fazendas de Almeirim (1-3) não tinham alterado o desfecho de tais jogos, desta vez, outro golo encaixado para além dos noventa minutos custou a vitória, tendo os unionistas de se contentar com a igualdade (3-3).

Recebendo o Cartaxo, que tão boa réplica dera ao líder, Mação, os tomarenses começaram, aliás, por se ver em desvantagem, na conversão de uma grande penalidade, pouco depois dos vinte minutos. Não obstante, dois minutos volvidos, logo chegaram ao empate, também por via de outro “penalty”. Os visitados operariam mesmo a reviravolta, apontando o 2-1 ainda antes do intervalo.

Porém, na etapa complementar, os cartaxeiros voltaram mais afoitos, restabelecendo outra igualdade, a duas bolas. As alterações tácticas determinadas pelo treinador, Fábio Pereira, resultariam no terceiro golo do União, já dentro do quarto de hora final. Só que, porventura acusando alguma fadiga, decorrente do jogo disputado a meio da semana com o Fazendense, os nabantinos deixaram escapar o triunfo, devido ao terceiro tento do Cartaxo, aos 92 minutos.

Entre duas equipas cujo potencial poderá ter similitudes, as quais se têm revelado permeáveis no sector defensivo (com sete golos já sofridos pelo U. Tomar; sendo oito os golos consentidos no caso do Cartaxo – totalizando, cada qual, oito golos marcados, nas três jornadas disputadas), o resultado final reflectirá alguma justiça face ao desempenho de ambos os conjuntos.

Liga 3 – Depois de um desaire caseiro (0-1, perante o líder, Caldas) a meio da passada semana, o U. Santarém como que se redimiu, tendo, no Domingo, empatado a zero no reduto do 1.º Dezembro. Os escalabitanos, com mais um jogo que a generalidade da concorrência, posicionam-se por ora no 8.º (antepenúltimo) lugar, com cinco pontos em seis jogos (fruto de uma vitória e duas igualdades), apenas à frente de Lusitano de Évora (quatro) e Sp. Covilhã (três pontos).

Na frente da tabela seguem o Caldas (também com um jogo a mais – o que disputou com o U. Santarém), com onze pontos, Belenenses (dez), Académica e 1.º Dezembro (nove pontos).

Campeonato de Portugal – O Fátima deu um primeiro e bastante positivo sinal de inconformismo, estreando-se a ganhar, frente ao Peniche, por 3-1. Já o Samora Correia regressou derrotado da viagem aos Açores (ilha Terceira), tendo perdido por 2-0 com o Juv. Lajense.

Os dois clubes do Distrito, ambos com quatro pontos (sendo que os fatimenses têm um jogo a menos), encontram-se abaixo da “linha de água”, repartindo com o Lusitânia dos Açores o 10.º ao 12.º posto, somente adiante do Oliveira do Hospital (três pontos) e do Eléctrico de Ponte de Sôr (ainda sem pontuar), e a um ponto do Marinhense (9.º e último em posição de manutenção).

O topo da pauta classificativa é, de forma algo surpreendente, ocupado por três emblemas recém-promovidos dos Distritais (de Castelo Branco, Leiria e Coimbra): V. Sernache, com o pleno de quatro vitórias (doze pontos); União da Serra (dez); e Naval 1893 (nove pontos).

Taça do Ribatejo – Na 2.ª ronda da “fase de grupos” desta prova realce para as goleadas aplicadas pelo Ferreira do Zêzere (9-2, no terreno d’Os Lagartos do Sardoal), Marinhais (6-0 ao Mindense) e Moçarriense (5-0 ao Caxarias). Garantiram já o apuramento para a fase a eliminar: Glória do Ribatejo (vencendo, por 4-1, na Atalaia), Marinhais e Moçarriense.

Antevisão – Destacam-se, na 4.ª jornada da I Divisão Distrital, as deslocações dos guias, com o At. Ouriense a visitar as Fazendas de Almeirim, num desafio de elevado grau de dificuldade, enquanto o Mação viaja até ao Entroncamento, para defrontar o actual penúltimo classificado. De interesse serão também as partidas Torres Novas-Amiense e At. Riachense-U. Tomar.

Na Liga 3, o U. Santarém desloca-se a Lisboa, à Tapadinha, para defrontar o Atlético, que ocupa, nesta altura, a 6.ª posição. Por seu turno, no Campeonato de Portugal, anota-se a curiosidade de se cruzarem os dois representantes do Distrito, com o Samora Correia a receber o Fátima.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Outubro de 2025)

5 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 2ª Jornada

(“O Templário”, 25.09.2025)

Numa jornada de empates (quatro, nos sete jogos disputados no Domingo), as equipas do At. Ouriense e do Mação foram as únicas a conseguir bisar o triunfo da ronda inaugural, partilhando, pois, o comando da prova, com o pleno de seis pontos; o outro clube a ganhar foi o Águias de Alpiarça, recuperando, em terreno alheio, os três pontos que cedera em casa na semana anterior.

Por seu lado, Alcanenense, At. Riachense e Porto Alto somaram segundo empate em outros tantos jogos, sendo que são ainda nove os clubes sem qualquer vitória averbada. O recém-promovido Tramagal é o único já com duas derrotas, de que decorre a posição de “lanterna vermelha”. O desafio entre U. Tomar (vitorioso na estreia) e Fazendense (derrotado) fora adiado para dia 24.

Destaques – O desfecho de maior sensação foi o que ocorreu em Coruche, com a turma local a ser desfeiteada pelo At. Ouriense, perdendo por 1-2. A formação de Ourém abriu o activo próximo dos 40 minutos, tendo o conjunto do Sorraia restabelecido a igualdade logo a abrir a segunda metade. Sendo expectável que o Coruchense pudesse, durante o tempo que faltava ainda jogar, operar a reviravolta, acabaria, contudo, por ser o At. Ouriense a fixar o resultado a seu favor, já nos minutos finais – cinco pontos perdidos em duas jornadas não estaria certamente nos planos.

Mais empolgante ainda foi a partida entre Cartaxo e Mação, com os anfitriões a começar por surpreender, apontando dois golos num intervalo de apenas cerca de dez minutos, colocando-se, inesperadamente, em vantagem por 2-0, ainda antes de completada a hora de jogo. Mas os maçaenses, não virando a cara à luta, não se entregaram, reduzindo à beira do intervalo. Na etapa complementar, o Mação empataria, próximo da meia hora, vindo a consumar, em cima do derradeiro minuto, muito importante recuperação, que lhe proporcionou ganhar por 3-2.

Ainda uma outra nota de destaque, para o triunfo obtido pelo Águias de Alpiarça, no Tramagal, mercê de um solitário tento, a abrir o segundo tempo, o que proporcionou aos alpiarcenses grande salto na tabela, mas, mais significativo, um triunfo que poderá ser determinante em termos anímicos, dado ter sido alcançado em reduto contrário, e frente a um “concorrente directo”.

Surpresas – Dos quatro encontros que terminaram igualados, por curiosidade todos com o mesmo “placard” (1-1), dois poderão ser, de alguma forma, classificados como surpresa: são os casos do Torres Novas-Pontével e do Abrantes e Benfica-Porto Alto, com dois dos novos promovidos a pontuar fora de casa, frente a opositores, em teoria, com superiores argumentos, sendo que, aliás, em ambos os casos, os visitados apenas “in extremis” evitaram a derrota.

Em Torres Novas, o Pontével colocou-se em vantagem logo nos minutos iniciais, registando-se a particularidade de se ter tratado do terceiro golo consecutivo (ou seja, todos os que este clube obteve até agora no campeonato) marcado por jogadores adversários na sua própria baliza! Os torrejanos só em período de compensação chegariam ao tento do empate.

Por seu turno, em Abrantes, foi também o grupo do Porto Alto a marcar primeiro, já no segundo tempo, vindo os abrantinos a igualar, na conversão de uma grande penalidade, ao minuto noventa, numa altura em que, há mais de vinte minutos, se encontravam em inferioridade numérica. Pela segunda semana seguida, a AREPA deixou escapar a vitória nos instantes finais.

Confirmações – Nas outras duas partidas em que o desfecho ficou empatado, ter-se-á tratado de resultados mais dentro da lógica, se considerarmos que os visitantes disporão de potencial superior aos respectivos rivais: Entroncamento AC-Alcanenense e At. Riachense-Amiense.

No Entroncamento, os anfitriões inauguraram o marcador à passagem dos vinte minutos, tendo o conjunto de Alcanena empatado cerca da hora de jogo. Nos Riachos, foram também os donos da casa a marcar primeiro, também ao minuto vinte, só que, neste caso, o Amiense ripostou de pronto, igualando no minuto imediato – não tendo ocorrido mais alterações nos resultados até final.

Taça de Portugal – Depois de Ferreira do Zêzere e Samora Correia (eliminados logo na ronda inaugural da competição), também U. Santarém, Fátima e Fazendense (que tinham ficado isentos nessa oportunidade) foram afastados na primeira eliminatória que disputaram, pelo que não subsiste já em prova qualquer representante do Distrito.

Os escalabitanos, defrontando um adversário do seu nível (Liga 3), tendo-se deslocado a Amarante, foram batidos por 2-0, desfecho fixado ainda nos primeiros minutos da segunda parte.

Também o Fátima (que disputa o Campeonato de Portugal) enfrentou um oponente daquele escalão (Liga 3), superior ao que se encontra inserido, visitando as Caldas da Rainha, não surpreendendo a derrota, mesmo que por 3-0, só no último minuto tendo sofrido o terceiro tento.

Quanto ao Fazendense (3.º classificado na última edição do Distrital) – apurado para esta competição devido ao facto de os dois primeiros classificados do campeonato (Ferreira do Zêzere e Samora Correia) terem sido também os finalistas da Taça do Ribatejo –, recebeu a visita do Mirandela (actual 11.º classificado da Série A do Campeonato de Portugal), tendo sido derrotado por 1-2, marcando o seu “ponto de honra” já na parte final do desafio.

Anota-se que, nas últimas seis temporadas (desde 2020-21) – num total de 27 participações (de 13 diferentes clubes) – só por uma única vez (o U. Santarém, na época transacta, batendo dois adversários dos Distritais) os emblemas do Distrito lograram superar as duas rondas iniciais, chegando aos 1/32 avos de final da Taça de Portugal (fase em que entram em prova os clubes da Primeira Liga). De resto, quedaram-se, em quinze ocasiões, pela 1.ª eliminatória; tendo disputado a 2.ª ronda por onze vezes.

Taça do Ribatejo – Arrancou no passado fim-de-semana a edição desta temporada da Taça distrital, com a disputa da “fase de grupos”, em que participam somente os clubes inscritos no escalão secundário (no total de 21, repartidos em seis séries – para apurar dez, que se juntarão, na fase seguinte, às 16 equipas da I Divisão).

Da ronda inicial, nota para o desaire caseiro do actual detentor do troféu (que, aliás, conquistou nas duas últimas temporadas), Ferreira do Zêzere – presentemente num contexto distinto –, batido pelo Marinhais, por 1-3, vendo, portanto, quebrada uma invencibilidade de mais de dois anos e meio na “prova rainha” (desde Janeiro de 2023), após ter somado notável série de onze jogos sem perder (quatro triunfos e um empate em 2023-24; e o pleno de seis vitórias em 2024-25).

Destacam-se ainda os triunfos obtidos em terreno alheio por: SC Rio Maior (2-0, ante o Rebocho); Ouriquense, no regresso à competição oficial, após treze anos de interregno (1-0, em Benavente); U. Atalaiense (3-1, frente ao Benfica do Ribatejo); e Moçarriense (2-0, em Salvaterra).

Outra retoma, neste caso da formação d’Os Lagartos do Sardoal (depois de seis anos de ausência), ficou marcada por uma torrente de golos, tendo o Mindense vencido por 6-3.

Antevisão – A 3.ª ronda do Distrital da I Divisão tem como principais focos de atenção os seguintes embates: At. Ouriense-Abrantes e Benfica; Tramagal-Coruchense; e Porto Alto-Fazendense. O Mação, recebendo o At. Riachense, é claro favorito. Quanto ao U. Tomar, terá a visita do Cartaxo, que ofereceu forte réplica aos maçaenses, apresentando-se também, nesta fase inicial, com o melhor marcador da prova, Emanuel Costa, bisando em ambos os jogos realizados.

Na Liga 3, o U. Santarém recebia, esta quarta, o Caldas (integrando o lote de vice-líderes da sua série, e que vem de eliminar o Fátima, para a Taça). No Campeonato de Portugal, o Fátima, actuando também no seu terreno, terá a visita do Peniche (“carrasco” do Ferreira do Zêzere, na Taça); enquanto o Samora Correia viaja até aos Açores (Terceira), para defrontar o Juv. Lajense.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 25 de Setembro de 2025)

28 Setembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 1ª Jornada

(“O Templário”, 18.09.2025)

Na ronda inaugural do Distrital da I Divisão, a equipa do União de Tomar surpreendeu a do Abrantes e Benfica, desforrando-se do desaire sofrido há cerca de cinco meses, obtendo uma inesperada goleada, o que, por ora, posiciona a turma nabantina no topo da tabela classificativa.

No regresso do principal escalão do futebol distrital, esta temporada com a particularidade de não contar com nenhum dos dois primeiros classificados do último campeonato (tendo o vice-campeão, Samora Correia, sido promovido ao Campeonato de Portugal; enquanto o Campeão, Ferreira do Zêzere, foi administrativamente despromovido à II Divisão Distrital, por ter abdicado da subida), e numa jornada em que o equilíbrio foi nota dominante, com resultados tangenciais, assinala-se que só o Torres Novas manteve a sua baliza inviolada, tendo, correspondentemente, o Águias de Alpiarça sido a única equipa a ficar “em branco”.

De entre os 16 concorrentes, apenas quatro (Amiense, Cartaxo, Fazendense e Torres Novas) são totalistas nas últimas doze épocas, com presença ininterrupta na I Divisão desde (pelo menos) 2014-15; nesse período o Coruchense não participou em quatro edições do Distrital, dado ter disputado o Campeonato de Portugal, tendo Mação e U. Tomar participado nessa prova uma vez.

Em função da despromoção do Ferreira do Zêzere, foram quatro os promovidos da II Divisão Distrital, tendo deixado boas indicações na ronda de estreia: o Campeão, Porto Alto (regresso após treze anos de ausência), e o finalista, Tramagal (colocando termo a um longo interregno de 18 anos); o Pontével (após dez anos) e o At. Riachense (“repescado”, beneficiando da sanção aplicada ao emblema ferreirense, por curiosidade uma penalização que fora adoptada no regulamento de provas, precisamente devido ao facto de o clube dos Riachos ter abdicado da subida aos Nacionais no ano de 2009) – sendo que apenas os tramagalenses não lograram pontuar.

Destaques – A primeira nota de realce vai para a goleada averbada pelo U. Tomar, derrotando o Abrantes e Benfica por 4-1. Um desfecho que traduz grande eficácia da formação tomarense, que começara por ter a “sorte” do jogo em dois momentos, com uma bola que embateu nos ferros da sua baliza, e com uma grande penalidade, também desperdiçada pelos abrantinos.

Tendo o nulo no marcador subsistido até ao intervalo, na segunda metade, dois tentos de Wemerson Silva, apontados em pouco mais de dois minutos – conferindo ao avançado unionista, agora com um total de 91 golos marcados ao serviço do clube, a 2.ª posição na lista dos melhores marcadores de sempre do União, tendo superado a marca de 90 golos alcançada por Bolota (este, sobretudo, em jogos da I e da II Divisão nacional), apenas abaixo do registo obtido por Ferreira, único a ultrapassar a centena de golos – praticamente sentenciaram o desfecho da partida.

Com a turma abrantina sem conseguir encontrar antídoto para contrariar a mobilidade do jogo contrário, o “placard” subiria até aos 4-0, tendo os visitantes apontado o ponto de honra já em período de compensação. Uma excelente entrada em prova dos nabantinos, mas que, com um novo grupo em construção, integrando um lote de jogadores muito jovens, obviamente deverão “manter os pés no chão”, sem deslumbramentos, numa caminhada longa como é este campeonato.

Em destaque estiveram também o Cartaxo e o Torres Novas, únicos visitantes a vencer. Os cartaxeiros, deslocando-se ao reduto dos Amiais de Baixo – por singular curiosidade, na quarta vez, em anos recentes, em que os dois emblemas se defrontam na 1.ª jornada do campeonato (depois das épocas de 2016-17, 2022-23 e 2024-25) –, beneficiando de o Amiense ter visto o seu guarda-redes expulso logo nos minutos iniciais, ganharam por 3-2, tendo chegado a dispor de vantagem de três golos, vindo a consentir os tentos dos visitados nos derradeiros cinco minutos.

Quanto aos torrejanos, repetiram os triunfos alcançados nas duas visitas anteriores a Alpiarça, em 2023 e 2024, mas, desta feita, tendo sido uma vitória “arrancada a ferros”, na conversão de uma grande penalidade, já em período de compensação, para lá dos noventa minutos regulamentares.

No “jogo-grande” da jornada, colocando frente-a-frente dois dos principais candidatos, o Mação levou a melhor sobre o Fazendense, impondo-se por tangencial 2-1. Num confronto entre dois dos clubes com melhor desempenho histórico na última década, sempre posicionados nos oito primeiros lugares da classificação, os maçaenses – agora reforçados com a equipa técnica, comandada por Mário Nelson, e vários dos jogadores que, na temporada finda, se sagraram Campeões Distritais, em representação do Ferreira do Zêzere – colocaram-se em vantagem no início do segundo tempo, cederam ainda o tento do empate, mas acabariam por superiorizar-se.

Surpresas – Numa fase inicial, em que são escassos os elementos que permitam aquilatar do real potencial de cada um dos concorrentes, anotam-se, ainda assim, os resultados positivos averbados por três dos recém-promovidos à divisão principal: Porto Alto, At. Riachense e Pontével.

O emblema do Porto Alto, recebendo outro dos principais candidatos, Coruchense – que concluiu o campeonato no 1.º lugar por três vezes nos últimos anos (em 2015, 2017 e 2021), para além de ter ficado, nas restantes épocas, na 2.ª, 3.ª, 4.ª e 5.ª posição –, surpreendeu, com a igualdade a uma bola, tendo, aliás, marcado o primeiro tento da prova, apenas nos derradeiros instantes consentindo o golo que permitiu à turma do Sorraia pontuar.

Quanto ao At. Riachense, de visita a Alcanena, num “quase derby”, arrancou também um empate (2-2), depois de ter, igualmente, aberto o activo; os locais ainda chegaram a operar a reviravolta, mas viriam a ceder o tento da igualdade (bis de Pedro Ferreira) já em tempo adicional.

Melhor fez o Pontével, tirando partido do factor casa, ganhando por 2-1 ao Entroncamento AC – equipa que, de forma sensacional, vencera todos os seus últimos seis jogos do campeonato precedente. Neste encontro, os anfitriões chegaram a vantagem de dois golos, tendo, curiosamente, ambos os tentos sido marcados na própria baliza. O conjunto da cidade ferroviária reduziu para a diferença mínima logo a abrir a segunda parte, mas não conseguiria evitar a derrota.

Confirmação – No outro desafio em que estava envolvido um clube promovido, entre o At. Ouriense e o Tramagal, os tramagalenses começaram também por surpreender, marcando primeiro, tendo os homens de Ourém virado o resultado para 2-1, antes de os visitantes chegarem ainda ao empate a duas bolas; não teriam, porém, capacidade para responder ao terceiro golo dos donos da casa, apenas dois minutos volvidos, fixando o marcador em 3-2 para a turma de Ourém.

Liga 3 – Após a disputa das quatro primeiras jornadas, o U. Santarém soma escassos quatro pontos (fruto de uma vitória e de um empate), ocupando o 8.º (antepenúltimo) posto, numa série, para já, muito equilibrada. No Domingo os escalabitanos sofreram convincente derrota, por 3-0, no terreno do Amora (um dos actuais vice-líderes, três pontos acima).

Campeonato de Portugal – Também com quatro rondas disputadas (mas vários jogos em atraso), não está a ser muito auspicioso o arranque dos representantes do Distrito: o Fátima (com um único ponto obtido em três jogos) ocupa a penúltima posição (13.º), tendo sido derrotado pelo Oliveira do Hospital, por 2-0; por seu turno, o Samora Correia regista desempenho análogo ao do U. Santarém, sendo 9.º (último acima da “linha de água”), tendo perdido em Peniche por 1-0.

Antevisão – Na 2.ª jornada do Distrital destaca-se o Cartaxo-Mação. O U. Tomar deslocar-se-á a Fazendas de Almeirim, mas apenas na quarta-feira, dia 24 de Setembro, dado que o Fazendense jogará, no fim-de-semana, para a 2.ª eliminatória da Taça de Portugal, recebendo o Mirandela (Campeonato de Portugal). As equipas do U. Santarém e do Fátima deslocam-se, respectivamente, a Amarante e às Caldas da Rainha, para defrontar dois grupos que militam na Liga 3.

Quedaram-se pela 1.ª ronda da Taça o Ferreira do Zêzere (goleado por 8-0 em Peniche) e o Samora Correia (afastado no desempate da marca de grande penalidade, na Marinha Grande, depois de empate a um golo) – Fátima, Fazendense e U. Santarém haviam, então, ficado isentos por sorteio.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 18 de Setembro de 2025)

21 Setembro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Supertaça

(“O Templário”, 12.06.2025)

Num embate (o terceiro, no curto intervalo de menos de mês e meio) entre os dois primeiros classificados do campeonato e, também, finalistas da Taça – e depois de o Campeão, Ferreira do Zêzere, ter alcançado a “dobradinha” –, coube, desta feita, a fortuna ao Samora Correia, na disputa da Supertaça Dr. Alves Vieira, em partida tradicionalmente realizada em Torres Novas.

Tal como sucedera na Final da Taça do Ribatejo, quem marcou primeiro acabou por sair derrotado, sendo que a partida se viria a decidir num escasso período de apenas dez minutos, entre os 28 e os 38: os ferreirenses inauguraram o marcador, na conversão de uma grande penalidade (por Tiago Mateus), tendo os samorenses restabelecido a igualdade oito minutos depois (golo apontado pelo australiano Deniz Sen), para logo de seguida, só outros dois minutos volvidos, se colocarem em vantagem (por intermédio de Kelton Garcia), fixando o que viria o ser o resultado final, de 2-1.

No balanço geral do confronto directo entre as duas equipas, num total de quatro desafios disputados, todos eles muito nivelados no marcador final (com resultados tangenciais ou igualado), a formação comandada por Mário Ruas acaba por levar a melhor sobre o grupo liderado por Mário Nelson, com dois triunfos dos samorenses, face a um dos ferreirenses, e um empate. O que não invalida, claro, que o Ferreira do Zêzere se tenha superiorizado a nível das conquistas mais significativas, ostentando o título de Campeão Distrital e o troféu da Taça do Ribatejo.

Em qualquer caso, ficou bem patente que Ferreira do Zêzere e Samora Correia foram os clubes dominadores do futebol distrital, quer a nível da prova de regularidade (no caso dos ferreirenses estabelecendo um “record” histórico absoluto de pontos, tendo perdido um único jogo e empatado outro; tendo, em paralelo, os samorenses obtido também a sua maior pontuação de sempre, num desempenho apenas superado pelos três títulos de Campeão conquistados – sendo que em 1982-83, com a vitória a valer dois pontos, cederam somente três empates), quer da prova a eliminar.

Ao fim de 28 anos de jejum de títulos, o Samora Correia conquistou a terceira Supertaça do seu historial (depois ter sido já vencedor da competição em 1994 e em 1997), igualando a marca de Coruchense, Fazendense, Riachense e Torres Novas enquanto clubes com mais triunfos na prova.

Regista-se, desde modo, que, já há dez anos, nenhuma equipa consegue alcançar o “triplete” de troféus (Campeonato Distrital, Taça do Ribatejo e Supertaça Dr. Alves Vieira), desde que o Coruchense obteve tal proeza, em 2015; antes, outros cinco emblemas já o tinham realizado também: At. Riachense (2010); Monsanto (2004); Abrantes FC (2003); U. Rio Maior (2002); e, por coincidência, o agora novo detentor da Supertaça, Samora Correia (1994).

Passa a ser o seguinte o resumo do Palmarés do futebol distrital, desde a temporada inaugural, de 1924-25, até à época agora finda, de 2024-25, ao longo de um século de competições (com um total de 36 clubes com títulos conquistados – 31 dos quais de Campeão Distrital; tendo sido 25 os vencedores da Taça do Ribatejo; e 16 os que ganharam já a Supertaça):

II Divisão Distrital – As equipas da região Norte do Distrito partiam em vantagem (tangencial, em ambos os casos), mas acabaram por soçobrar, na 2.ª mão, tendo prevalecido os clubes da zona Sul, quer no que respeita à Final, para apuramento do Campeão, como ao “playoff” de subida.

No Tramagal, a turma da Associação Recreativa do Porto Alto – que havia sido batida, no seu reduto, pelo Tramagal, por 0-1 – viria a impor-se, triunfando por convincente marca de 3-1 (tendo, aliás, chegado a dispor de vantagem de três golos), revertendo o desfecho da semana anterior, conquistando assim o seu primeiro título de Campeã Distrital da II Divisão, sucedendo ao Águias.

Na disputa do “playoff” de promoção, o Pontével, após ter perdido nos Riachos por 2-1, manifestou inequívoca superioridade, triunfando por 3-0, garantindo, portanto, a terceira e última vaga de subida ao escalão principal, ficando, ao invés, o Riachense com o amargo de não ter conseguido alcançar esse objectivo, num ano difícil, em que passou por infaustos momentos.

Estão apurados para participar no campeonato da I Divisão Distrital de 2025-26 os seguintes 16 emblemas: Samora Correia, Fazendense, Coruchense, Torres Novas, Abrantes e Benfica, Mação, Alcanenense, At. Ouriense, Amiense, Águias de Alpiarça, Entroncamento AC, U. Tomar, Cartaxo, Porto Alto, Tramagal e Pontével.

Teremos, pois, três regressos, de clubes que há largos anos se encontravam afastados do escalão principal: o Tramagal volta a disputar tal campeonato após 18 anos de interregno (última presença na época de 2006-07), enquanto o Porto Alto retorna depois de 13 anos (última participação em 2011-12), sendo que o Pontével não disputava a prova há dez anos (desde 2014-15).

Antevisão – Disputa-se este Sábado, 14 de Junho, no Estádio Nacional do Jamor, o último jogo da temporada: a Final do Campeonato de Portugal, entre a equipa “B” do Vitória de Guimarães e o Lusitano de Évora, vencedores, respectivamente, das séries Norte e Sul, para apurar o quarto Campeão neste novo formato da prova (correspondendo ao 4.º escalão a nível nacional), depois dos títulos conquistados pelo Paredes (2021-22), Atlético (2022-23) e Amarante (2023-24).

Quanto ao “Pulsar do Campeonato” finda por aqui a sua 13.ª temporada, num total de 420 artigos.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Junho de 2025)

Nota – Já após a publicação deste artigo chegou, entretanto, a notícia de que o Ferreira do Zêzere (não dispondo de campo com as medidas regulamentares para disputar o Campeonato de Portugal) abdicou da promoção ao Nacional, revertendo essa vaga de subida a favor do Samora Correia (vice-campeão distrital).

14 Junho, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Final

(“O Templário”, 05.06.2025)

Numa época repleta de êxitos, o Ferreira do Zêzere junta, ao título de Campeão Distrital, a Taça do Ribatejo, fazendo a tão ambicionada “dobradinha”, bisando a conquista deste troféu, que tinha vencido já na temporada precedente. Esta foi a 13.ª vez em que o Campeão se sagrou também vencedor da Taça, no mesmo ano, repetindo os feitos de: Amiense (1977); Samora Correia (1983 e 1994); Águias de Alpiarça (1985); Benavente (1991); U. Rio Maior (2002); Abrantes FC (2003); Monsanto (2004); At. Riachense (2009 e 2010); Coruchense (2015); e U. Santarém (2019).

Tendo alcançado o seu primeiro troféu no ano de 1990, e após a vitória na edição transacta, o emblema do Zêzere passou, pois, a integrar um selecto lote, agora constituído por cinco clubes (Tramagal, Riachense, Amiense, Coruchense e Ferreira do Zêzere), cada um com três Taças ganhas, marca só superada pelos cinco troféus que constam do palmarés do Fazendense.

A formação ferreirense registou o pleno de seis vitórias na prova de 2024-25, tendo superado, sucessivamente, Moçarriense, Mação, Entroncamento AC, Abrantes e Benfica (meias-finais a duas mãos) e Samora Correia. Isto, depois, de, na prova anterior, ter obtido quatro triunfos e um empate (na 2.ª mão da meia-final, tendo já “carimbado”, logo na 1.ª mão, o apuramento para a final, igualmente ante os abrantinos, tal como sucedeu este ano). O último desaire do Ferreira do Zêzere na Taça remonta a Janeiro de 2023, desfeiteado, no seu reduto, pelo Alcanenense (1-3).

Taça do Ribatejo – Na final do passado Sábado, disputada em Santarém, no “Campo Chã das Padeiras”, colocando frente-a-frente os dois primeiros classificados do campeonato, o Samora Correia entrou “a todo o gás” – tendo começado por introduzir a bola na baliza contrária logo no minuto inicial (“golo” que, contudo, não valeu) – para vir a chegar mesmo ao golo, na sequência de um pontapé de canto, não estavam ainda cumpridos dois minutos!

Tendo cedido os únicos pontos no Distrital desta temporada ante este rival (frente ao qual, aliás, dado ter perdido em casa por 0-1, e empatado a zero em Samora, não lograra ainda, em 180 minutos, chegar ao golo), o grupo ferreirense não vacilou; após um período inicial de predomínio contrário, à passagem dos vinte minutos, não só tinha equilibrado a contenda, como, inclusivamente, materializara já tal equilíbrio no tento do empate.

Na segunda parte o jogo continuou bastante disputado, com o Ferreira a colocar-se em vantagem a meio desse período, estabelecendo o que seria o desfecho da partida (2-1). Até ao termo do embate, os samorenses, não se resignando, ainda remataram aos ferros da baliza, tendo o desafio terminado com os vencedores sob intensa pressão, perante a ameaça da eventual reposição da igualdade. Não obstante, os Campeões voltariam a levar a melhor, arrebatando mais um troféu.

União de Tomar – Numa nota com algum cariz pessoal, seja-me permitida a referência à eleição, em Assembleia Geral realizada no passado dia 30 de Maio, de novos órgãos sociais do União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, para o biénio 2025-2027: Manuel Graça foi eleito Presidente da Direcção, voltando a assumir o cargo que desempenhara já entre 2001 e 2007; para exercer as funções de Presidente da Mesa da Assembleia Geral foi eleito o também antigo Presidente da Direcção (1988-1989), Pedro Marques, que tivera igualmente tal cargo entre 1997 e 2003; Hugo Costa será o novo Presidente do Conselho Fiscal do clube.

Em nome próprio, tendo entendido dar por concluída uma missão que assumi nos últimos dez anos – expressando, nesta ocasião, os votos dos maiores sucessos aos novos órgãos sociais, e, por inerência, ao União de Tomar, e reiterando também o meu agradecimento ao anterior Presidente da Direcção, Abel Bento, pela confiança depositada –, foi com grande orgulho que pude desempenhar funções ao serviço do meu clube (do nosso clube!), renovando o mote de que o União será o que os seus sócios quiserem, e que o clube precisará de todos, a cada novo dia!

Ressalvando, evidentemente, que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral não tem qualquer intervenção a nível da gestão da vida do clube, nem, claro, no que respeita às suas actividades de âmbito desportivo, tive a felicidade de – nesse período de dez anos em que dispus do privilégio de estar ao serviço do União de Tomar – ter acompanhado uma fase recheada de notáveis desempenhos, mesmo se se restringir o campo de observação apenas ao futebol sénior: destacando-se, necessariamente, o título de Campeão Distrital em 2022-23 e a conquista da Taça do Ribatejo em 2017-18, há que sublinhar ainda as três vezes em que o clube foi vice-campeão (2014-15, 2017-18 e 2021-22), dois 3.º lugares (2015-16 e 2016-17) e um 5.º (2019-20); para além de três outras presenças nas meias-finais da Taça do Ribatejo (2019-20, 2020-21 e 2024-25).

O meu obrigado a todos, desde directores, treinadores, jogadores, restante “staff”, sócios e adeptos do U. Tomar – sem esquecer nunca a amizade dos “Veteranos” do União. Foi uma grande honra!

I Divisão Distrital – Só cinco dias após a conclusão do campeonato ficámos a conhecer o segundo clube despromovido ao escalão secundário: na sequência da deliberação adoptada pelo Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Santarém, o Águias de Alpiarça foi punido (com fundamento em “comportamento discriminatório” e em distúrbios que levaram o árbitro a interromper a partida) com derrota por 0-3 no jogo da 28.ª jornada, com o Cartaxo, sendo, pois, atribuídos a este clube os três pontos desse jogo – o que acabou por ditar a despromoção do Glória do Ribatejo (ultrapassada pelo Cartaxo), acompanhando o último classificado, Salvaterrense. Um caso que deverá ainda, continuar a “fazer correr muita tinta”, perante o inconformismo do Glória.

II Divisão Distrital – Realizaram-se, no passado Domingo, os desafios da 1.ª mão da final, para apuramento do Campeão Distrital da II Divisão, e, por outro lado, do “playoff” de disputa da terceira vaga de subida à divisão principal, tendo ambos os clubes da zona norte levado a melhor.

No primeiro encontro da final, no Porto Alto, a equipa local foi batida, por tangencial 0-1, pelo Tramagal, um resultado que, colocando os tramagalenses em posição favorável, não poderá ainda ser considerado definitivo, subsistindo a decisão em aberto para a partida da 2.ª mão. Por seu lado, no confronto entre os dois 2.º classificados, o Riachense ganhou, em casa, ao Pontével, por 2-1.

Liga 3 – Também em jogo de “play-off”, entre o antepenúltimo classificado da II Liga (Paços de Ferreira) e o 3.º da Liga 3 (Belenenses), e depois do 2-1 a favor dos azuis do Restelo, na 1.ª mão, os pacenses saíram agora vencedores por 2-0 (após prolongamento), mantendo assim a posição no segundo escalão do futebol profissional; subsistindo o Belenenses, por seu turno, na Liga 3.

Campeonato de Portugal – O Fátima esteve “tão perto” do que seria uma proeza notável, a de conseguir segunda promoção consecutiva, após o título Distrital de há um ano. Necessitando ganhar ao Amora, na derradeira ronda, os fatimenses começaram por se ver em desvantagem, tendo ainda logrado empatar a uma bola; porém, e numa fase em que estariam já a arriscar tudo, viriam a sofrer novo tento, a escassos três minutos do final, acabando por sofrer quinta derrota, nos seis jogos disputados neste torneio de apuramento, quedando-se, pois, pelo 4.º posto.

De qualquer forma, uma campanha muito positiva do Fátima, sob a orientação de Gonçalo Carvalho, a mostrar que as equipas do Distrito podem ter uma palavra de relevo a este nível.

Garantiram a subida à Liga 3 as equipas do Lusitano de Évora (com o pleno de seis vitórias) e V. Guimarães “B” – que disputarão, a 14 de Junho, no Estádio do Jamor, a final da competição –, acompanhadas pelos clubes que terminaram no 2.º lugar de cada série, Paredes e Amora.

Antevisão – A época de 2024-25 do futebol distrital tem o seu epílogo este fim-de-semana: no Sábado, em Torres Novas, voltam a defrontar-se Ferreira do Zêzere e Samora Correia, para disputa da Supertaça Dr. Alves Vieira; no Domingo, teremos a 2.ª mão da final da II Divisão, com o Tramagal a receber a visita do Porto Alto; enquanto a turma do Riachense se desloca a Pontével, para a decisão sobre o último clube a promover à I Divisão Distrital para a próxima temporada.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 5 de Junho de 2025)

7 Junho, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 30ª Jornada

(“O Templário”, 29.05.2025)

Esta é a questão que, concluída a derradeira ronda do campeonato distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Santarém, subsiste pendente, por esclarecer. Tendo sido interrompida, a escassos minutos do final, a partida da antepenúltima ronda, disputada a 11 de Maio, entre Águias de Alpiarça e Cartaxo (numa altura em que os visitantes tinham vantagem de 1-0 no marcador), é dificilmente compreensível que – mesmo atendendo às condicionantes de prazos – não tivesse havido, em tempo útil, a necessária deliberação do órgão responsável da “A.F.S.”.

Agora – e não tendo já o clube de Alpiarça interesse relevante no desfecho desse desafio –, para além do Cartaxo, tal terá implicações determinantes para a equipa da Glória do Ribatejo: caso os três pontos daquele jogo venham a ser creditados aos cartaxeiros, tal ditará a despromoção da equipa da Glória à divisão secundária; qualquer outra decisão implicaria a descida do Cartaxo.

Dentro de campo, o Ferreira do Zêzere culminou um brilhante campeonato, fixando novo “record” de pontuação em toda a história do Distrital da I Divisão, somando 28 vitórias, 1 empate e 1 derrota, totalizando 85 pontos – um desempenho que apenas tem paralelo (a nível de rendimento percentual) nas 27 vitórias e 3 empates do Samora Correia, na época de 1982-83; e nas 24 vitórias e 2 empates do Fátima (em 26 jogos), na temporada de 2015-16, mas que, em termos absolutos, confere aos ferreirenses a liderança no total de pontos averbados numa só edição da prova.

As coisas são o que são: em contraponto, o U. Tomar, acabando por cair, na derradeira jornada – devido a uma desfavorável conjugação de resultados –, para a 13.ª posição, registou a sua pior classificação de sempre (sendo que, em 2004-05, tendo terminado também no 13.º posto, pese embora com mais dois pontos do que agora, se vira, então, relegado para a II Divisão Distrital).

Em 43 presenças no principal escalão do futebol distrital, e para além de seis títulos de Campeão, o União foi ainda seis vezes vice-campeão; tendo terminado quatro vezes em 3.º; duas vezes em 4.º; três vezes em 5.º; quatro vezes em 6.º; uma vez em 7.º; seis vezes em 8.º; uma vez em 10.º; duas vezes em 12.º; e, agora, duas vezes no 13.º lugar – a que acrescem seis outras épocas em que o campeonato foi disputado em mais do que uma série: uma vez vencedor de série (“ex-aequo”); uma vez 3.º; duas vezes 4.º; uma vez 5.º; e uma vez 6.º classificado da sua série.

É indisfarçável, pois, o sentimento de frustração, de que comungo. Mas, como diz o ditado, só «Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro». E esta foi uma época, mais do que repleta de dificuldades, com inúmeras contrariedades e adversidades (inclusivamente, e de forma trágica, de cariz pessoal – aqui deixo, publicamente, um abraço solidário ao Paulo Moura). Em hora de passagem de testemunho, expresso também o meu agradecimento a todos os que, tantas vezes com sacrifício pessoal, dedicaram o seu tempo e empenho ao U. Tomar, o que personalizo no Presidente da Direcção, responsável pela gestão do clube há quase duas décadas, Abel Bento.

Na essência, o objectivo fundamental desta temporada (manutenção) foi alcançado – e de forma relativamente tranquila –, mercê de uma grande eficácia nos jogos ante os sete últimos classificados, face aos quais o União fez o pleno de vitórias em casa (ganhando, pois, todos os seis jogos disputados ante tais adversários), para além de ter ido vencer também a Alpiarça.

Realçando-se, ainda, por outro lado, uma bastante meritória participação do clube na Taça do Ribatejo, na qual atingiu – apenas pela 5.ª vez no seu historial (das quais, quatro nos últimos oito anos) – as meias-finais, tendo “batido o pé” a dois dos emblemas que ocuparam o pódio do campeonato, eliminando mesmo o Fazendense, e oferecendo forte resistência ao Samora Correia.

Destaques – Feito este longo intróito (também a título de balanço), da 30.ª jornada começa por realçar-se, uma vez mais, a vitória do Entroncamento AC (à entrada para este jogo ainda sem a manutenção confirmada), batendo o Cartaxo por categórico 3-0, completando um extraordinário ciclo de seis vitórias consecutivas, nas seis últimas jornadas (a somar a duas no resto da prova).

O novo Campeão, Ferreira do Zêzere, fez questão de não deixar os seus créditos por mãos alheias, e foi ganhar ao reduto do 3.º classificado (que jogava ainda pela possibilidade de chegar à vice-liderança), Fazendense, mercê de um solitário tento, apontado a meio da primeira parte.

Não pretendendo ficar dependente do resultado desse jogo, o Samora Correia cumpriu também a sua missão, indo ganhar a Tomar, por disputado 3-2: os unionistas marcaram primeiro, ainda dentro dos primeiros dez minutos (89.º golo de Wemerson Silva, que se queda somente a um golo do 2.º melhor goleador da história do clube, Bolota, numa peleja liderada, de forma destacada, por Ferreira, único a atingir a marca centenária ao serviço do União, tendo apontado um total de 104 golos, entre Nacionais da II e da III Divisão, Taça de Portugal e Distrital), mas os samorenses operaram a reviravolta apenas em nove minutos.

Não baixando os braços, os nabantinos ainda conseguiriam restabelecer a igualdade (2-2) antes do intervalo, mas, na etapa complementar, não evitariam que os forasteiros, com superiores argumentos, chegassem ao triunfo, confirmando-se como a segunda melhor equipa do campeonato, que marcará igualmente presença na Final da Taça do Ribatejo e na Supertaça.

Para além do Entroncamento AC, também o Águias de Alpiarça obteve resultado “desvantajoso” para as contas do U. Tomar, batendo, de forma algo inesperada, o Mação, por 3-2, mesmo após ter chegado a estar em desvantagem de dois golos, logo ao quarto de hora do desafio.

Surpresa – A (meia-)surpresa da última ronda veio dos Amiais, onde o “lanterna vermelha”, Salvaterrense esteve a ganhar por 2-0 até ao minuto 89, vindo a consentir o empate (2-2) por parte do Amiense nos dois últimos minutos da partida.

Confirmações – Coruchense (ganhando “in extremis”, ainda por 3-2, à Glória do Ribatejo: depois de ter consentido o empate aos 90+2 minutos, chegaria à vitória aos 90+5 minutos – sendo que mesmo a igualdade não serviria às aspirações da Glória) e Torres Novas (vitorioso, por 2-1, em Ourém, mercê de tentos apontados aos 85 e 87 minutos, com Miguel Miguel, com um total de 27 golos, a sagrar-se de novo melhor marcador, repetindo o feito de 2021-22, e depois de, em 2023-24, apenas ter sido suplantado por Cristiano Aniceto “Ganso”) confirmaram, respectivamente, o 4.º e o 5.º lugar na tabela, numa contenda que subsistiu em aberto até ao derradeiro suspiro.

O Alcanenense, recuperando de uma fase negativa, encerrou o campeonato com um triunfo ante o Abrantes e Benfica, por tangencial 1-0, tendo os abrantinos beneficiado do desaire do Mação em Alpiarça para preservar a 6.ª posição, numa temporada caracterizada por certa irregularidade.

II Divisão Distrital – Com os dois primeiros lugares a Sul já definidos (Porto Alto e Pontével), destaca-se a goleada (8-3) aplicada pelo Forense (4.º classificado) no terreno do Benfica do Ribatejo. A Norte, o Riachense confirmou a 2.ª posição e consequente apuramento para o “playoff” de subida, ganhando por seguro 3-0 ao Pego, sendo que o rival, Vasco da Gama, foi inclusivamente derrotado, em casa, pela U. Atalaiense, por 2-1.

Campeonato de Portugal – O Fátima perdeu em Elvas (2-1), com o tento decisivo a ser marcado ao cair do pano, já com oito minutos para lá dos noventa. Mantém ainda, não obstante, a esperança de poder ascender à Liga 3, em caso de conjunção favorável de resultados no último dia.

Antevisão – Este Sábado é dia de festa da Taça, com a Final, entre Ferreira do Zêzere e Samora Correia, em Santarém (14 horas, no “Canal 11”). No Domingo, Porto Alto e Tramagal disputam a 1.ª mão da Final da II Divisão; enquanto Riachense e Pontével jogam pela subida. O Fátima, recebendo o Amora, necessitará triunfar e esperar que O Elvas não ganhe em Évora, ao Lusitano (que venceu todos os cinco jogos desta fase final), para alcançar uma notável promoção à Liga 3.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 29 de Maio de 2025)

31 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 29ª Jornada

(“O Templário”, 22.05.2025)

À entrada para a 30.ª e derradeira jornada da I Divisão Distrital serão três as equipas ainda sob ameaça de poderem vir a descer ao escalão secundário: Entroncamento AC, Cartaxo e Glória do Ribatejo. Isto, no pressuposto de que venha a ser homologado o resultado do desafio entre Águias de Alpiarça e Cartaxo, no qual os cartaxeiros estavam a vencer (1-0) quando o jogo foi interrompido, a escassos minutos do final, uma situação de que urge a clarificação associativa.

É que, em tal cenário, teremos, nessa última ronda, um embate entre Entroncamento AC e Cartaxo que poderá ser determinante, entre dois dos clubes ainda em risco; ao invés, caso o Cartaxo viesse a perder aqueles três pontos, nessa hipótese, a formação da cidade ferroviária estaria já a salvo de qualquer imprevisto, resumindo-se então a disputa pela permanência à Glória e ao Cartaxo.

E isto, porque, contra todas as probabilidades, o Entroncamento AC encarrilou, nesta fase decisiva da época, incrível ciclo de nada menos de cinco vitórias consecutivas (num flagrante contraponto a apenas dois triunfos que havia averbado até à 24.ª jornada). E, fê-lo, no passado Sábado, mais uma vez de forma bem concludente, goleando em Salvaterra de Magos por exuberantes 6-3!

Destaques – Na despedida da I Divisão, no seu reduto, o Salvaterrense ainda conseguiu manter o equilíbrio no marcador até ao 2-2, mas, depois, revelou-se impotente para suster as investidas do Entroncamento AC, que chegou à vantagem de 5-2, vindo a fechar a contagem nos 6-3, resultado que, no pior cenário, lhe permite encarar a última partida da época dependendo só de si, bastando-lhe o empate para confirmar a manutenção, o que, até há um mês, parecia bem difícil.

Destaque, neste prélio, para o “poker” apontado pelo nigeriano Elijah Alao, autor de dez golos nos últimos quatro desafios, tendo passado a totalizar quinze no campeonato.

Por seu lado, a equipa da Glória do Ribatejo, nesta altura, supostamente, a mais ameaçada pela possibilidade de descida, tendo também em consideração que terá ainda de se deslocar a Coruche, continua a fazer pela vida, tendo recebido e batido o Águias de Alpiarça por 2-0, num encontro em que os forasteiros puderam jogar com a posição muito vantajosa de que beneficiavam (seis pontos a mais e o facto de terem goleado o adversário, na primeira volta, por 5-1).

Os alpiarcenses viram reduzir-se, para apenas três pontos, o diferencial de que dispõem face à Glória do Ribatejo, tendo o Entroncamento somente a um ponto e, o Cartaxo, em teoria, a dois; mas, atendendo a que estes dois emblemas se enfrentam no último dia, têm já garantida a continuidade na divisão principal – uma vez que, pelo menos um (ou até os dois) irá perder pontos.

Quanto ao Cartaxo, tendo voltado às derrotas – batido, no seu próprio terreno, pelo Coruchense, mercê de um solitário golo (sofrido ainda no quarto de hora inicial) –, poderá vir a ter um desfecho de temporada de todo inesperado à partida, para um clube que se anunciava como candidato ao título: na hipótese de a decisão da Associação de Futebol de Santarém sobre o “caso” do jogo em Alpiarça lhe vir a ser desfavorável, e não ganhando no Entroncamento, cairia na II Divisão!

Alheia aos problemas contrários, a turma do Sorraia não desperdiçou a oportunidade de recuperar o 4.º posto da tabela classificativa, aproveitando também novo deslize do Torres Novas. De facto, os torrejanos, com um difícil fecho de campeonato, tendo vencido apenas num dos seus cinco últimos compromissos, não conseguiram fazer melhor do que uma algo imprevista igualdade, a duas bolas, na recepção ao Alcanenense, que já não pode melhorar a sua classificação (8.º).

Houve ainda uma outra troca de posições, na disputa pela vice-liderança, devido à perda de pontos do Fazendense na visita a Mação, onde, por duas vezes, esteve em desvantagem, não tendo ido além do empate, igualmente a dois golos. Um jogo com a particularidade de todos os quatro tentos terem sido apontados num intervalo de pouco mais de dez minutos, entre os 42 e os 53 minutos, um para cada lado a fechar a primeira parte, e outros tantos no início da etapa complementar.

Confirmações – Começando pelo novo Campeão, Ferreira do Zêzere, teve a sua festa de consagração, recebendo o vizinho e rival U. Tomar, que, honrando o momento, fez, antes do início da partida, merecida “guarda de honra” aos vencedores. E, perante uma equipa ferreirense naturalmente já algo em descompressão, os nabantinos complicaram bastante, tendo o Ferreira do Zêzere acabado por averbar, “in extremis”, um dos seus mais difíceis triunfos neste campeonato.

Após o nulo que subsistia ao intervalo, os tomarenses surpreenderiam, inaugurando o marcador e colocando-se em vantagem no reduto dos Campeões, outra vez por intermédio de Wemerson Silva. Espevitados por esse tento, os ferreirenses de pronto restabeleceram o empate. Mas, até final, teriam de impor grande intensidade e exercer forte pressão para conseguir, já no expirar do tempo de compensação, chegar enfim ao golo da vitória, fixando o “placard” em 2-1.

Uma festa que poderá ter ficado, de alguma forma, obnubilada, pela incerteza suscitada sobre a participação do clube no Campeonato de Portugal da próxima temporada, dependente da aceitação federativa (de cariz temporário) da utilização do campo ferreirense, na sua actual configuração, ou, alternativamente, da realização de trabalhos urgentes, para conformidade com o regulamento.

Como anteriormente aludido, o Samora Correia retomou o 2.º lugar, batendo com naturalidade, por ampla margem de 4-0, o At. Ouriense, tirando partido do empate do Fazendense em Mação. Os samorenses abriram o activo apenas com cinco minutos decorridos, vindo a confirmar o triunfo com mais três tentos, os dois últimos já no ocaso da partida. Samora Correia e Fazendense partem para a jornada final separados por dois pontos, sendo que, em caso de igualdade pontual, o conjunto das Fazendas terá vantagem no desempate, em função da superior diferença de golos.

Por fim, o Abrantes e Benfica isolou-se no 6.º posto, tendo recebido e vencido o Amiense, por 3-1, em encontro (tal como o Torres Novas-Alcanenense) antecipado para sexta-feira, dia 16 de Maio. Os abrantinos chegaram ao intervalo a ganhar por 1-0, consentiram ainda o empate, antes de, nos últimos dez minutos, marcarem mais dois tentos.

II Divisão Distrital – Houve “drama” no embate entre o líder, Porto Alto, e o Moçarriense, com os visitados a precisar de ganhar para confirmar, desde logo, matematicamente, o 1.º lugar. Tendo começado por sofrer um golo, só em período de “descontos”, os anfitriões chegariam ao 2-1, dando azo a esfusiantes festejos da subida à divisão principal do futebol distrital. Por seu turno, o Pontével, com assinalável vitória (1-0) em Marinhais, garantiu a disputa do “playoff” de subida.

Na série mais a Norte, o Riachense foi ganhar à Atalaia por 2-1, e parte para a ronda decisiva com mais um ponto que o Vasco da Gama (com excelente triunfo, no Espinheiro, por 5-2), disputando os dois clubes a 2.ª posição, para apuramento do adversário do Pontével em tal “playoff”.

Liga 3 – Chegou ao seu termo esta competição, tendo já o Lusitânia de Lourosa conquistado antecipadamente o título de Campeão, sendo acompanhado na promoção à II Liga pela equipa “B” do Sporting (vice-campeã). O Belenenses (3.º classificado) terá de disputar com o Paços de Ferreira (que finalizou no 16.º lugar em tal escalão) o “playoff” de manutenção/promoção.

Campeonato de Portugal – O Fátima voltou a perder (0-1) ante o líder, Lusitano de Évora, que, com o pleno de quatro vitórias, garantiu já a subida à Liga 3. Não obstante, beneficiando do empate (1-1) entre Amora e O Elvas, os fatimenses, só a dois pontos do emblema da margem Sul, continuam a poder “sonhar”. A Norte, o Vitória de Guimarães “B” assegurou também a subida.

Antevisão – Na última jornada do Distrital joga-se ainda pela definição da 2.ª posição (que, hipoteticamente, poderá vir a ser bem mais relevante ainda do que seria expectável), no U. Tomar-Samora Correia e no Fazendense-Ferreira do Zêzere. Na luta pela manutenção as atenções focam-se no Coruchense-Glória do Ribatejo e no Entroncamento AC-Cartaxo. Na II Divisão realce para as partidas: Riachense-Pego e Vasco da Gama-U. Atalaiense. No Campeonato de Portugal o Fátima desloca-se a Elvas, visando levar a decisão para o último dia.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 22 de Maio de 2025)

24 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 28ª Jornada

(“O Templário”, 15.05.2025)

Vitória frente ao Coruchense (5.º), vitória sobre o Alcanenense (8.º), vitória ante o Amiense (10.º) e vitória face ao Abrantes e Benfica (7.º), eis o incrível registo do Entroncamento AC nas últimas quatro jornadas – isto depois de ter superado uma deveras negativa série de oito derrotas consecutivas (entre a 17.ª e a 24.ª ronda) –, somando, só nesses quatro desafios, doze pontos (a acrescer aos dez que obtivera… nos outros 24 jogos), no que, conceda-se-me a ligeireza, se afigura como que um “fenómeno do Entroncamento”, proporcionando ao ainda recente clube da cidade ferroviária saltar acima da “linha de água”, em que se vira submergido há dois meses.

Faltando disputar apenas duas jornadas, são ainda quatro os clubes sob ameaça de poder vir a cair no penúltimo lugar, o que se traduzirá na descida ao segundo escalão, acompanhando o já matematicamente despromovido Salvaterrense: em rigor, no que respeita ao Águias de Alpiarça, só uma “calamidade” poderia ainda sentenciar-lhe tal desdita, atendendo a que dispõe de margem de seis pontos de vantagem sobre a Glória do Ribatejo, e tendo goleado esse rival, na primeira volta, por 5-1; menos tranquilos estarão o Cartaxo (pese embora tenha dado passo crucial) e o próprio Entroncamento AC, respectivamente quatro e dois pontos acima do emblema da Glória.

Destaques – O principal realce em relação aos desafios da 28.ª (antepenúltima) ronda vai, pois, para o notável desempenho do Entroncamento AC, recebendo e batendo (2-1) o grupo do Abrantes e Benfica. Mais, os visitados tiveram a força anímica para inverter o rumo de um jogo em que, praticamente, entraram a perder, sofrendo o golo logo aos três minutos; empatariam por volta da meia hora, consumando a reviravolta no minuto inicial do segundo tempo. Este foi, em paralelo, o terceiro desaire dos abrantinos nos últimos quatro encontros, tendo baixado à 7.ª posição, ainda que em igualdade pontual com o Mação, mas já a intransponíveis seis pontos do Coruchense.

Em evidência – pela positiva, enfim – esteve também o Cartaxo, que, em confronto com um rival directo, e na condição de visitante, foi a Alpiarça ganhar por tangencial 1-0, colocando termo a uma sucessão de sete derrotas, num desfecho que poderá ser determinante para as suas pretensões. Ressalvando-se que todos os considerandos anteriores partem do pressuposto que, de facto, a vitória venha a ser creditada aos cartaxeiros, uma vez que, lamentavelmente, esta partida não chegou ao termo, devido a distúrbios envolvendo espectadores e elementos do banco forasteiro.

O Amiense é que, por mérito próprio, dos comandados de Marco Marques, deixou de fazer parte destas contas da luta pela permanência, uma vez que ganhou (terceiro triunfo, em quatro jornadas), por categórico 3-0, ao Alcanenense, confirmando e reforçando um raro ascendente em confronto directo, perante este rival, no seu reduto: tratou-se da quinta vitória seguida do conjunto dos Amiais, em todos os embates ali disputados entre os dois clubes desde 2018, sem que a formação de Alcanena tivesse, sequer, marcado um golo (agregado de 11-0 a favor do Amiense)!

Os anfitriões, passando a somar 28 pontos (com vantagem de oito pontos sobre a zona de descida), ascenderam inclusivamente ao 10.º posto, acima do U. Tomar. Ao invés, um irreconhecível Alcanenense sofreu sexta derrota em sete jogos, ou, pior, o oitavo desaire nas últimas dez rondas.

O Samora Correia, tendo de aceitar a abdicação da disputa pelo título, mostrou-se, ainda assim, empenhado na contenda pela vice-liderança, tendo ido vencer a Torres Novas por 2-0 – afinal, num confronto entre o 4.º e o 3.º classificado, porém, agora separados por um fosso de quinze pontos –, com golos apontados, sensivelmente, a meio de cada parte, subsistindo igualado em pontos com o Fazendense. Por seu turno, esta foi a terceira derrota dos torrejanos nos quatro últimos compromissos, possibilitando ao Coruchense “encostar” novamente, agora só a um ponto.

Confirmações – Num fim-de-semana em que o resultado mais surpreendente terá sido – a ser homologado – o que se registou em Alpiarça, com a tal derrota dos locais ante o Cartaxo, os restantes quatro encontros tiveram resultados que confirmaram o favoritismo dos ganhadores.

Desde logo, o novo Campeão, Ferreira do Zêzere, a atestar que não irá repousar sobre os louros, indo vencer a Ourém, face ao At. Ouriense, por 3-1, tendo chegado ao intervalo já em vantagem de 2-0, num desafio sem maiores implicações a nível da pauta classificativa final.

O 2.º classificado, Fazendense, também não dá mostras de abrandar, tendo goleado o Glória do Ribatejo por inapelável 5-0, inaugurando o marcador logo no minuto inicial, tendo ampliado a contagem à passagem do quarto de hora, e, definido o prélio, com mais dois tentos, aos 30 e 38 minutos; na etapa complementar, registo para apenas mais um golo dos visitados. Este foi o sexto triunfo consecutivo dos homens das Fazendas, que seguem num impressionante registo de dez vitórias nos últimos onze jogos, numa cadência apenas acompanhada pelo comandante.

O Coruchense venceu igualmente por margem folgada (3-0), na recepção ao “lanterna vermelha”, Salvaterrense, quebrando um mini-ciclo de três derrotas, o que, como referido, lhe proporcionou colar-se ao Torres Novas, fixando, em paralelo, em seis pontos o avanço sobre os mais directos perseguidores (Mação e Abrantes e Benfica), quando restam em disputa… seis pontos.

O U. Tomar, recebendo o Mação, voltou a revelar-se impotente para contrariar os argumentos contrários, num jogo, outra vez, com contratempos de vária ordem: tendo começado por beneficiar das melhores oportunidades de golo, os tomarenses não tiveram a eficácia necessária, cedo se vendo em desvantagem (ainda antes do primeiro quarto de hora), devido a um “penalty” não isento de controvérsia; não baixando os braços, os unionistas tiveram ainda ocasiões para empatar, contudo não concretizadas; a situação pioraria substancialmente, quando, à beira do intervalo, ficaram reduzidos a dez elementos, eventualmente devido ao que teria sido uma inapropriada interpretação (falta de conhecimento do contexto, por parte do árbitro) de um “diálogo” entre os antigos colegas (ambos brasileiros) Henrique Matos e José Charles Mendes.

Na segunda metade, perante tantas adversidades, a equipa nabantina viria ainda a sofrer o segundo golo, num indefensável remate de fora da área. Continuando a porfiar, os anfitriões chegariam mesmo ao golo (87.º de Wemerson Silva ao serviço do clube, registo só superado pelos 104 golos de Ferreira e pelos 90 de Bolota), reduzindo para 1-2. Apesar da inferioridade numérica, animados por esse tento, tentariam, até final, restabelecer a igualdade, vindo, ao invés, a sofrer o 1-3, numa rápida transição, aproveitando o balanceamento atacante, cinco minutos para lá dos noventa.

Finalizando a prova com partidas frente às duas equipas que dominaram durante quase todo este campeonato, também apuradas para a Final da Taça (deslocando-se a Ferreira do Zêzere e, por último, tendo a visita do Samora Correia), o União corre o risco de poder vir ainda a baixar na tabela, uma vez que é escassa a margem de que dispõe face ao 12.º (somente um ponto, em relação ao Águias de Alpiarça) e ao 13.º classificado (três pontos a mais que o Cartaxo).

II Divisão Distrital – No frente-a-frente entre os dois primeiros, o Pontével levou a melhor sobre o Porto Alto, ganhando por 2-0, quebrando, à 20.ª jornada, a invencibilidade do líder, reduzindo o diferencial entre ambos para quatro pontos – o que, inevitavelmente, fará despertar a incerteza, mesmo que o Porto Alto, recebendo o Moçarriense e visitando o Paço dos Negros, continue a “ter a faca e o queijo na mão” para garantir a promoção. Ainda assim, no pior dos cenários para o Pontével, este assegurou já, no mínimo, o 2.º lugar, e consequente disputa do “playoff” de subida.

Mais a Norte, o já promovido Tramagal foi batido (2-0) pelo Vasco da Gama, que mantém intensa pressão sobre o 2.º classificado, Riachense (vencedor, por 3-1, ante o Espinheirense), somente a um ponto. O Vilarense, empatando a zero (Caxarias), ficou fora das contas da luta pela 2.ª posição.

Campeonato de Portugal – O Fátima perdeu, na Amora, por 2-0, um desfecho que poderá vir a revelar-se comprometedor, para maiores aspirações, terminando a primeira volta no 3.º lugar, a um ponto precisamente deste rival, com o Lusitano de Évora destacado, com o pleno de pontos.

Antevisão – A penúltima ronda do Distrital tem como principais pontos de interesse – para além de um sempre aliciante Ferreira do Zêzere-U. Tomar –, em especial, os embates em que estará em jogo a permanência: Glória do Ribatejo-Águias de Alpiarça e Salvaterrense-Entroncamento AC.

Na II Divisão destacam-se os desafios: Porto Alto-Moçarriense e Marinhais-Pontével, a Sul; e, a Norte, U. Atalaiense-Riachense e Espinheirense-Vasco da Gama. No Campeonato de Portugal o Fátima terá a visita do guia, Lusitano, que soma por vitórias os três jogos até agora realizados.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 15 de Maio de 2025)

17 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 27ª Jornada

(“O Templário”, 08.05.2025)

Prestes a comemorar o 90.º aniversário, o Sport Clube Ferreira do Zêzere atingiu o ponto mais alto do seu historial a nível do futebol, tendo-se sagrado, pela primeira vez, Campeão Distrital da I Divisão, assegurando, pois, uma inédita promoção aos campeonatos nacionais.

Na sua 16.ª participação no principal escalão do futebol distrital (tendo registado cinco despromoções, nas oito primeiras presenças, entre 1992-93 e 2008-09), e depois de ter estabilizado na I Divisão (oitava temporada consecutiva, desde 2017-18), após o 4.º lugar alcançado, precisamente em 2018, e da 2.ª posição da época passada – já sob o comando técnico de Mário Nelson –, os ferreirenses conseguiram, enfim, chegar ao degrau mais alto.

E fizeram-no em “grande estilo”, não deixando margem para qualquer dúvida, num título desde há muito anunciado: com 25 vitórias em 27 jogos (totalizando já 76 pontos, quando faltam ainda disputar três jornadas), tendo aberto um fosso de doze pontos face ao par que partilha agora a vice-liderança, com o ataque mais concretizador (81 golos, à média exacta de 3 golos/jogo, com mais vinte que o Fazendense) e a defesa menos batida (apenas doze golos, cerca de metade dos 23 sofridos pelo agora 2.º classificado), o desempenho do Ferreira do Zêzere apenas encontra paralelo no registo do Samora Correia em 1982-83 (27 vitórias e três empates); só sendo superado, em termos de rendimento percentual, pelo do Fátima em 2015-16 (24 vitórias e dois empates).

Destaques – Bastando-lhe obter, na 27.ª ronda, o mesmo desfecho que o Samora Correia alcançasse, os ferreirenses fizeram questão, naturalmente, de resolver a contenda por si próprios, e, mesmo defrontando um adversário valoroso (4.º classificado) – e após superarem alguma compreensível ansiedade –, não deram hipóteses ao Torres Novas, goleando por inequívoco 5-0.

O primeiro golo demorou meia hora a chegar, mas, com o 2-0, ainda antes de completado o 10.º minuto da segunda parte, estava dado o pontapé de saída para a grande festa. Até final, ainda mais três golos, elevaram a contagem para números bem eloquentes da superioridade do Ferreira.

Por seu lado, o Samora Correia, já conformado, procurando fundamentalmente preservar o 2.º lugar, não faria melhor que o empate (1-1) em Alcanena, onde, inclusivamente, começou por estar em desvantagem, tendo igualado logo no minuto inicial do segundo tempo, mas não tendo conseguido consumar a reviravolta, acabando por registar um algo imprevisto desfecho, com o Alcanenense a interromper uma série muito negativa, de cinco desaires sucessivos.

Muito mais difícil do que seria expectável foi, também, o triunfo do Fazendense, batendo o Cartaxo por sofrido 3-2, depois de ter sido deveras surpreendido, tendo visto os anfitriões chegar a vantagem de dois golos, ainda na meia hora inicial de jogo. Com forte reacção, o grupo das Fazendas de imediato restabeleceria a igualdade, num curto intervalo de apenas oito minutos; porém, o tento da vitória só viria a surgir nos derradeiros dez minutos, e numa fase em que os forasteiros se encontravam reduzidos a dez elementos, já desde os 67 minutos.

Em qualquer caso, uma conjugação de resultados que permitiu ao Fazendense, não só igualar o Samora Correia no 2.º posto (tendo, aliás, melhor diferença de golos), como definiu, desde logo, os clubes (para além de U. Santarém e Fátima) que representarão o Distrito na próxima edição da Taça de Portugal: o Campeão, Ferreira do Zêzere; o Samora Correia, enquanto 2.º classificado ou vencedor/finalista da Taça do Ribatejo; e o Fazendense, quer termine na 2.ª ou na 3.ª posição.

Se se tratou da quinta vitória consecutiva do Fazendense (nona nos dez últimos desafios, em que apenas cedeu um empate, ante o Coruchense), teve correspondência, em paralelo, na sétima derrota consecutiva do Cartaxo (que conta apenas oito pontos na segunda volta, só o Salvaterrense tendo feito pior), que vai caindo em situação cada vez ameaçadora: 13.º lugar, agora só dois pontos acima da “linha de água”, portanto, em sério risco de eventual descida à divisão secundária.

Surpresas – E isto porque, contrariando as expectativas, quer a equipa do Entroncamento AC como a da Glória do Ribatejo continuam a somar pontos, tendo, aliás, voltado a ganhar ambas.

Nos Amiais, defrontavam-se duas formações que vinham de vitórias nas duas rondas anteriores, tendo o Entroncamento AC surpreendido uma vez mais, alcançando terceiro triunfo sucessivo, isto depois de ter superado um ciclo terrível, de oito desaires consecutivos. O Amiense até começara por inaugurar o marcador, mas os visitantes empataram de pronto, tendo, na segunda parte, marcado mais dois golos, fixando o resultado em 1-3, a seu favor.

O grupo da Glória, recebendo o U. Tomar, impôs-se por categórico 3-0, numa partida em que os unionistas – em dia de (111.º) aniversário do clube – voltaram a desiludir. Tendo tido, até, melhor entrada em jogo, assumindo a iniciativa e controlo, e criando diversos lances de perigo, não conseguiriam, todavia, concretizar qualquer golo. Com o nulo a subsistir ao intervalo, na segunda metade a configuração do jogo alterar-se-ia substancialmente, com a entrada em campo de Emiliano Nambantche, a “revolucionar” a dinâmica do grupo da Glória, que os tomarenses revelaram incapacidade para travar, acabando por, sucessivamente, ver o “placard” dilatar-se.

Ainda assim, em função dos resultados do dia (em particular, da derrota do Cartaxo), o U. Tomar garantiu já, matematicamente, a manutenção: dispondo, agora, de margem de oito pontos sobre a “linha de água”, não poderá ser já ultrapassado, em simultâneo, pelo Cartaxo e Entroncamento AC, dado que estes se defrontarão na derradeira ronda. Mesmo num (improvável) cenário de igualdade a 27 pontos entre vários clubes, o União teria vantagem face a todos eles!

Confirmações – Nos restantes três encontros os desfechos poderão enquadrar-se na lógica, pese embora as vitórias expressivas do Mação ante o At. Ouriense (4-0) e do Águias de Alpiarça, em Salvaterra de Magos (5-2), o que ditou, inapelavelmente, o consumar da descida do Salvaterrense. O Abrantes e Benfica, batendo por tangencial 3-2 o Coruchense, dista só três pontos do 5.º lugar.

II Divisão Distrital – Tendo-se jogado apenas da Série B, o Tramagal garantiu já – ainda com três encontros por disputar – a promoção ao escalão principal, a que regressará, após 18 anos!

Para tal, bastou ao guia o empate (2-2), averbado no seu terreno, na recepção ao vice-líder, Riachense – subsistindo o diferencial de onze pontos entre ambos os emblemas; tendo, por seu lado, a turma dos Riachos beneficiado do desfecho (3-0) do Vilarense-Vasco da Gama para manter a sua posição, todavia, agora só com um ponto de vantagem sobre esse duo perseguidor; sendo que também o Espinheirense (4-0 à Ortiga), quatro pontos abaixo, ainda sonhará com o 2.º lugar.

Liga 3 – Chegou ao seu termo a disputa da fase de manutenção desta prova, sendo de sublinhar a magnífica goleada imposta pelo U. Santarém em Coimbra, frente à Académica, tendo os escalabitanos vencido por concludente 4-0, ultrapassando o adversário e concluindo o torneio no 1.º lugar. Foram despromovidas ao Campeonato de Portugal as equipas do Anadia, Vilaverdense, Oliveira do Hospital e Lusitânia (Açores). Na fase de apuramento de Campeão, ainda com duas jornadas por disputar, o Lusitânia de Lourosa garantiu já a promoção à II Liga.

Campeonato de Portugal – O Fátima reagiu da melhor forma à “entrada em falso” na fase de subida, obtendo notável vitória ante O Elvas (3-1), posicionando-se, após a realização das duas primeiras rondas, no 2.º lugar, a três pontos do Lusitano de Évora, que somou segundo triunfo.

Antevisão – Na antepenúltima jornada do Distrital da I Divisão – e sendo já conhecidos os três clubes que ocuparão os lugares do pódio – as atenções focam-se, agora, sobretudo, na luta pela permanência, com realce para os seguintes desafios: Águias de Alpiarça-Cartaxo; Fazendense-Glória do Ribatejo; Entroncamento AC-Abrantes e Benfica; e, ainda, o Amiense-Alcanenense.

No escalão secundário destaca-se, em especial, o Pontével-Porto Alto, embate que colocará frente-a-frente os dois primeiros classificados, bastando o empate aos visitantes para confirmarem o regresso à I Divisão Distrital; em caso de triunfo dos anfitriões, reduziriam o atraso face ao líder para quatro pontos ((restando disputar duas jornadas), mas, talvez mais determinante, garantiriam matematicamente o 2.º posto, e consequente participação no “playoff” de subida.

Na Série B, já com o vencedor definido, serão, ainda assim, de interesse, na disputa pelo 2.º lugar, as seguintes partidas: Vasco da Gama-Tramagal, Riachense-Espinheirense e Caxarias-Vilarense.

A fechar a primeira volta da fase final do Campeonato de Portugal, o Fátima viaja até à margem Sul do Tejo, para defrontar o Amora, que partilha o 3.º lugar com O Elvas, somente com um ponto.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 8 de Maio de 2025)

11 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 26ª Jornada

(“O Templário”, 01.05.2025)

O Ferreira do Zêzere não conseguiu materializar o primeiro “match-point” de que dispunha para confirmar o título de Campeão, não tendo, outra vez, logrado levar de vencida o seu mais directo rival na presente temporada, Samora Correia, responsável pela “subtracção” de todos os cinco pontos até agora cedidos no campeonato pelo líder. Restando doze pontos em disputa, subsistindo o diferencial de dez pontos entre os dois primeiros classificados, os ferreirenses necessitarão apenas, de novo, de vencer o seu próximo jogo, para poderem, enfim, libertar a grande festa.

A 26.ª ronda ficou, novamente, marcada por curiosas conjugações de resultados, bem sintomáticos desta fase de final de temporada: todos os quatro clubes posicionados entre o 5.º e o 8.º lugar (Coruchense, Abrantes e Benfica, Alcanenense e Mação) foram, pela segunda semana seguida, derrotados; dos oito primeiros da tabela, apenas dois venceram (Fazendense e Torres Novas); das restantes oito equipas só duas perderam (Cartaxo e Salvaterrense).

Destaques – O “jogo grande” da jornada, o primeiro de uma série de três embates entre Samora Correia e Ferreira do Zêzere, saldou-se por um nulo, que, em boa verdade, não pode ter agradado por completo a nenhum dos conjuntos, como, em paralelo, também não lhes terá desagradado de todo. Os anfitriões, não tendo reduzido o atraso, salvaguardaram, como mínimo, o adiamento da decisão do campeonato, por, pelo menos, mais uma semana; os forasteiros, não puderam ainda festejar, mas têm a perfeita noção de que tal estará para muito breve, cada vez mais próximo.

Quanto ao jogo, propriamente dito, teve, como é comum no jargão do futebol, duas partes distintas: uma primeira, com os ferreirenses mais assertivos, com maior iniciativa, não tendo, todavia, concretizado; na segunda, os samorenses com maior tempo de posse de bola, mas sem criarem soberanas ocasiões de golo. No final, ambos os treinadores lamentaram a falta de eficácia.

Na luta pela manutenção, o Águias de Alpiarça, que tinha sido um dos principais derrotados na jornada anterior, “desforrou-se”, recebendo e goleando, por números imprevistos (4-0), o Abrantes e Benfica, outra vez a claudicar de forma inesperada (depois da expressiva derrota sofrida em Torres Novas), em flagrante contraponto com as goleadas que impusera ao At. Ouriense e ao U. Tomar. Os alpiarcenses passaram, assim, a dispor de importante margem, de sete pontos, em relação à zona de despromoção, quase a garantir o objectivo primordial.

Surpresas – Para além dos números do triunfo do Águias, a grande surpresa chegou-nos de Coruche, onde o Amiense foi ganhar por 2-1, somando segundo triunfo sucessivo, depois de uma “seca” de sete jornadas sem vencer, praticamente garantindo a tranquilidade, agora já nove pontos acima da “linha de água”. O Coruchense viu afastar-se o Torres Novas, na disputa pelo 4.º lugar, atendendo a que os torrejanos haviam já derrotado, em jogo antecipado, o Mação, por 2-1.

Também a outra surpresa se registara já na semana anterior, com o triunfo do Entroncamento AC face ao Alcanenense, por 3-1, igualmente o segundo sucessivo da turma da cidade ferroviária, a qual, não obstante, se mantém em zona de descida, a um ponto da Glória do Ribatejo.

Precisamente, o desfecho do desafio em que interveio o grupo da Glória do Ribatejo – empate a zero em Ourém, ante o At. Ouriense – terá sido também uma “meia-surpresa”, dado o posicionamento dos dois clubes na pauta classificativa, sendo que os donos da casa tinham, à partida para tal encontro, o dobro dos pontos do adversário (32 vs. 16)! A verdade é que a equipa de Ourém está já absolutamente tranquila, sem especiais objectivos, enquanto que, para a formação da Glória, cada ponto adicional pode fazer a diferença.

Confirmações – Cabalmente dentro das expectativas se poderá enquadrar a vitória averbada pelo Fazendense, na recepção ao “lanterna vermelha”, Salvaterrense, goleando por 4-0. O conjunto das Fazendas continuará ainda a “sonhar” com a 2.ª posição (encurtou, apenas para dois pontos, a desvantagem em relação ao Samora Correia), que conferirá o apuramento para a Taça de Portugal; ao invés, a turma de Salvaterra de Magos vê esfumarem-se as esperanças de permanência na divisão principal, tendo passado a distar já (demasiados) oito pontos do antepenúltimo lugar.

Por fim, o U. Tomar conseguiu algum ânimo para a recta final desta época, tendo “arrancado a ferros” um suado triunfo, por 3-1, ante o Cartaxo. Tendo, uma vez mais, entrado em campo a perder, sofrendo o golo contrário ainda antes dos cinco minutos, com uma primeira parte apática, em que poderia inclusivamente ter visto ampliada a desvantagem, viria a beneficiar do facto de o oponente ter ficado reduzido a dez elementos, ainda com cerca de uma hora para jogar, e, sobretudo, da forte quebra em termos físicos revelada pela jovem equipa cartaxeira.

Só nos derradeiros dez minutos o União chegaria ao(s) golo(s), numa fase em que, tal como sucedera na semana anterior, os centrais Henrique Matos e Siaka Bamba se posicionavam já no eixo do ataque, tendo sido, aliás, o experiente capitão a bisar, operando a reviravolta no marcador. Não tendo sido uma boa exibição dos tomarenses, o resultado obtido permite-lhes alcançar, de forma definitiva, a tranquilidade (faltando apenas a confirmação da manutenção em termos matemáticos), tendo ampliado para onze pontos a vantagem em relação ao Entroncamento AC.

Ao contrário, o Cartaxo poderá ainda vir a cair em zona muito perigosa da tabela, uma vez que a pontuação até agora somada (21 pontos, apenas cinco a mais que o Entroncamento AC) poderá vir a revelar-se não ser suficiente para garantir a manutenção.

II Divisão Distrital – Também na II Divisão Distrital o “Campeão” (no caso, os dois vencedores de série) ficou adiado, uma vez que, contrariamente ao que seria esperado, nem Porto Alto, nem Tramagal lograram somar os três pontos.

Grande foi a surpresa do nulo cedido pelo Porto Alto, na recepção ao Benfica do Ribatejo (adversário que, na primeira volta, goleara, fora de casa, por 7-1); o líder da Série A continua, não obstante, a dispor de muito confortável vantagem face ao mais imediato perseguidor, Pontével.

Na Série B, o Tramagal teve também de adiar os festejos do regresso à divisão maior do futebol distrital, não tendo conseguido melhor do que o empate (2-2) no terreno da Ortiga.

Liga 3 – O U. Santarém, recebendo o Lusitânia, somou mais três pontos (2-0), na penúltima jornada da prova, mantendo o 2.º posto, apenas atrás da Académica.

Campeonato de Portugal – O Fátima não foi feliz no arranque da fase final desta competição, de apuramento dos quatro clubes a promover à Liga 3, tendo sido claramente derrotado, em Évora, pelo Lusitano, por 3-0, num registo, a nível de golos sofridos, a que os fatimenses não estavam de todo habituados, ao longo de toda esta época.

Antevisão – Na 27.ª jornada do Distrital da I Divisão destaca-se o confronto entre o 1.º e o 4.º classificados, com o Ferreira do Zêzere a ter a visita do Torres Novas, com a esperança de, enfim, poder selar a inédita conquista do título de Campeão.

Destaca-se, ainda, noutro âmbito, a importância (para os visitados) dos jogos entre Glória do Ribatejo e U. Tomar, por um lado, e entre Cartaxo e Fazendense, por outro. Os encontros Amiense-Entroncamento AC, e, em especial, o Salvaterrense-Águias de Alpiarça poderão ser também definidores para o desfecho do campeonato, no que respeita à(s) descida(s).

Na II Divisão Distrital (apenas na Série B), realce para os embates envolvendo os quatro primeiros: Tramagal-Riachense e Vilarense-Vasco da Gama.

Na derradeira ronda da fase de manutenção da Liga 3, o U. Santarém desloca-se a Coimbra, para defrontar a Académica. Por seu lado, na 2.ª jornada da fase final do Campeonato de Portugal, o Fátima, actuando no seu terreno, terá por adversário O Elvas.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 1 de Maio de 2025)

4 Maio, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

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