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EURO 2024 – Classificações – 3.ª jornada
Grupo A J V E D GM GS P 1º Alemanha3 2 1 - 8 - 2 7 2º Suíça
3 1 2 - 5 - 3 5 3º Hungria
3 1 - 2 2 - 5 3 4º Escócia
3 - 1 2 2 - 7 1
Grupo B J V E D GM GS P 1º Espanha3 3 - - 5 - 0 9 2º Itália
3 1 1 1 3 - 3 4 3º Croácia
3 - 2 1 3 - 6 2 4º Albânia
3 - 1 2 3 - 5 1
Grupo C J V E D GM GS P 1º Inglaterra3 1 2 - 2 - 1 5 2º Dinamarca
3 - 3 - 2 - 2 3 3º Eslovénia
3 - 3 - 2 - 2 3 4º Sérvia
3 - 2 1 1 - 2 2
Grupo D J V E D GM GS P 1º Áustria3 2 - 1 6 - 4 6 2º França
3 1 2 - 2 - 1 5 3º Países Baixos
3 1 1 1 4 - 4 4 4º Polónia
3 - 1 2 3 - 6 1
Grupo E J V E D GM GS P 1º Roménia3 1 1 1 4 - 3 4 2º Bélgica
3 1 1 1 2 - 1 4 3º Eslováquia
3 1 1 1 3 - 3 4 4º Ucrânia
3 1 1 1 2 - 4 4
Grupo F J V E D GM GS P 1º Portugal3 2 - 1 5 - 3 6 2º Turquia
3 2 - 1 5 - 5 6 3º Geórgia
3 1 1 1 4 - 4 4 4º Chéquia
3 - 1 2 3 - 5 1
Melhores marcadores
- 3 golos – Georges Mikautadze (Geórgia)
- 2 golos – Cody Gakpo (Países Baixos); Ivan Schranz (Eslováquia); Jamal Musiala (Alemanha); Niclas Füllkrug (Alemanha); e Răzvan Marin (Roménia)
É o seguinte o alinhamento dos 1/8 de final:
29.06.2024 - Suíça - Itália (Berlim - 17h00) 29.06.2024 - Alemanha - Dinamarca (Dortmund - 20h00) 30.06.2024 - Inglaterra - Eslováquia (Gelsenkirchen - 17h00) 30.06.2024 - Espanha - Geórgia (Colónia - 20h00) 01.07.2024 - França - Bélgica (Dusseldorf - 17h00) 01.07.2024 - Portugal - Eslovénia (Frankfurt - 20h00) 02.07.2024 - Roménia - Países Baixos (Munique - 17h00) 02.07.2024 - Áustria - Turquia (Leipzig - 20h00)
EURO 2024 – Fase de Grupos – Resultados
GRUPO A 14.06.2024 - Alemanha - Escócia (Munique - 20h00) 5-1 15.06.2024 - Hungria - Suíça (Colónia - 14h00) 1-3 19.06.2024 - Alemanha - Hungria (Estugarda - 17h00) 2-0 19.06.2024 - Escócia - Suíça (Colónia - 20h00) 1-1 23.06.2024 - Suíça - Alemanha (Frankfurt - 20h00) 1-1 23.06.2024 - Escócia - Hungria (Estugarda - 20h00) 0-1 GRUPO B 15.06.2024 - Espanha - Croácia (Berlim - 17h00) 3-0 15.06.2024 - Itália - Albânia (Dortmund - 20h00) 2-1 19.06.2024 - Croácia - Albânia (Hamburgo - 14h00) 2-2 20.06.2024 - Espanha - Itália (Gelsenkirchen - 20h00) 1-0 24.06.2024 - Albânia - Espanha (Dusseldorf - 20h00) 0-1 24.06.2024 - Croácia - Itália (Leipzig - 20h00) 1-1 GRUPO C 16.06.2024 - Eslovénia - Dinamarca (Estugarda - 17h00) 1-1 16.06.2024 - Sérvia - Inglaterra (Gelsenkirchen - 20h00) 0-1 20.06.2024 - Eslovénia - Sérvia (Munique - 14h00) 1-1 20.06.2024 - Dinamarca - Inglaterra (Frankfurt - 17h00) 1-1 25.06.2024 - Inglaterra - Eslovénia (Colónia - 20h00) 0-0 25.06.2024 - Dinamarca - Sérvia (Munique - 20h00) 0-0 GRUPO D 16.06.2024 - Polónia - Países Baixos (Hamburgo - 14h00) 1-2 17.06.2024 - Áustria - França (Dusseldorf - 20h00) 0-1 21.06.2024 - Polónia - Áustria (Berlim - 17h00) 1-3 21.06.2024 - Países Baixos - França (Leipzig - 20h00) 0-0 25.06.2024 - Países Baixos - Áustria (Berlim - 17h00) 2-3 25.06.2024 - França - Polónia (Dortmund - 17h00) 1-1 GRUPO E 17.06.2024 - Roménia - Ucrânia (Munique - 14h00) 3-0 17.06.2024 - Bélgica - Eslováquia (Frankfurt - 17h00) 0-1 21.06.2024 - Eslováquia - Ucrânia (Dusseldorf - 14h00) 1-2 22.06.2024 - Bélgica - Roménia (Colónia - 20h00) 2-0 26.06.2024 - Eslováquia - Roménia (Frankfurt - 17h00) 1-1 26.06.2024 - Ucrânia - Bélgica (Estugarda - 17h00) 0-0 GRUPO F 18.06.2024 - Turquia - Geórgia (Dortmund - 17h00) 3-1 18.06.2024 - Portugal - Chéquia (Leipzig - 20h00) 2-1 22.06.2024 - Geórgia - Chéquia (Hamburgo - 14h00) 1-1 22.06.2024 - Turquia - Portugal (Dortmund - 17h00) 0-3 26.06.2024 - Geórgia - Portugal (Gelsenkirchen - 20h00) 2-0 26.06.2024 - Chéquia - Turquia (Hamburgo - 20h00) 1-2
EURO 2024 – Grupo F – 3ª jornada – Geórgia – Portugal

2-0
Giorgi Mamardashvili, Otar Kakabadze, Giorgi Gvelesiani (76m – Solomon Kverkvelia), Guram Kashia, Luka Lochoshvili (63m – Giorgi Tsitaishvili), Lasha Dvali, Giorgi Chakvetadze (81m – Anzor Mekvabishvili), Giorgi Kochorashvili, Otar Kiteishvili, Georges Mikautadze e Khvicha Kvaratskhelia (81m – Zuriko Davitashvili)
Diogo Costa, António Silva (66m – Nélson Semedo), Danilo Pereira, Gonçalo Inácio, Diogo Dalot, João Palhinha (45m – Rúben Neves), João Neves (75m – Matheus Nunes), Francisco Conceição, João Félix, Pedro Neto (75m – Diogo Jota) e Cristiano Ronaldo (66m – Gonçalo Ramos)
1-0 – Khvicha Kvaratskhelia – 2m
2-0 – Georges Mikautadze (pen.) – 57m
“Melhor em campo” – Khvicha Kvaratskhelia
Amarelos – Cristiano Ronaldo (28m), Pedro Neto (44m) e Rúben Neves (53m); Anzor Mekvabishvili (85m)
Árbitro – Sandro Schärer (Suíça)
Arena AufSchalke – Gelsenkirchen (20h00)
Agora, a posteriori, é relativamente fácil compreender porque aconteceu esta incrível derrota, que, não há como evitá-lo, ridicularizou a selecção portuguesa, frente a um adversário de terceira linha da Europa.
O primeiro – e principal – motivo terá a ver com uma questão de mentalidade: enfrentando um jogo que nada decidia – em flagrante contraponto a uma equipa da Geórgia que disputava o desafio mais importante da sua história – seria difícil esperar que a formação nacional tivesse o foco, rigor e ambição que teria se se tratasse de um jogo “a doer”.
Depois, claro, a expectável rotação (não “Revolução”, como fez questão de esclarecer o seleccionador), com nada menos de oito alterações no “onze” inicial face à partida anterior: apenas se mantiveram Diogo Costa, Palhinha e Cristiano Ronaldo; saíram João Cancelo, Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes, Bernardo Silva, Vitinha, Bruno Fernandes e Rafael Leão, por troca com as entradas de António Silva, Danilo, Gonçalo Inácio, Diogo Dalot, João Neves, Francisco Conceição, João Félix e Pedro Neto. Neste âmbito, visto o desfecho, poderá questionar-se: Será que, afinal, os nossos suplentes não são assim “tão bons”?
Associados à falta de concentração, os erros crassos (que, nas duas rondas anteriores, tinham tido papel determinante a nosso favor), com António Silva a ser, desta vez, o principal “bode expiatório” de um jogo em que, não obstante, esteve muito longe de ser ele a falhar sozinho.
Adicionalmente, um factor algo aleatório, que foi o golo marcado pela Geórgia apenas com minuto e meio decorrido.
Por fim, mais preocupante que tudo o resto: tal como no jogo com a Chéquia, repetindo o sistema táctico, repetiu-se também a toada de jogo, muito estereotipado e denunciado, “devagar, devagarinho” (abusando dos passes rendilhados), sem intensidade, sem acelerações ou alterações de ritmo e escassas variações de flanco, a facilitar sobremaneira a tarefa contrária, perante uma equipa muito solidária e coesa, com os jogadores georgianos a realizarem o “jogo da sua vida”, a aplicar-se a fundo em cada bola dividida.
Comecemos, então, pelo princípio: estava completado somente o minuto inicial quando o defesa central, António Silva, balanceado para o ataque, com um posicionamento deveras adiantado (bem internado já meio campo adversário afora) tentou realizar um passe atrasado, para uma zona em que, porém, não se encontrava qualquer jogador português, tendo a bola ido parar aos “pés errados”, do georgiano Mikautadze. Este, em rápida aceleração, deu apenas três toques na bola, antes de solicitar a desmarcação da maior “estrela da companhia”, Kvaratskhelia, que não teve dificuldade em ludibriar o guardião português, perante a passividade da defesa (Mikautadze tinha-se apoderado da bola ainda antes da linha divisória de meio-campo), com os outros dois centrais a ficarem para trás (aliás, tendo tido de recuar no terreno, completamente desfasados do sector onde o lance progredia).
A Geórgia, que necessitava de uma muito improvável vitória para manter esperanças no apuramento, tinha uma entrada feliz como decerto não imaginaria, passando, desde logo, a estar confortável com a missão que, a partir daí, teria, que seria a de procurar proteger a baliza, de forma a manter a inviolabilidade das suas redes.
E, lá está, perante um “onze” sem rotina de jogo, sem automatismos, não se pode dizer que tivesse existido um sentido de colectivo da parte da equipa portuguesa, apenas com João Félix e Francisco Conceição a tentarem, principalmente por via de iniciativas individuais, criar algum lance de perigo, mas de forma absolutamente improfícua.
O arranque do segundo tempo parecia dar sinais de que as coisas se poderiam alterar, com duas ocasiões desaproveitadas por Ronaldo e por Danilo. Mas, ainda antes do quarto de hora, o desfecho ficou sentenciado, outra vez na sequência de uma sucessão de erros individuais.
Um jogador da Geórgia conseguiu isolar-se pelo lado direito, fez um passe ligeiramente atrasado, para um cruzamento que rasgou toda a área portuguesa, com uma espécie de corte (falhado) a dois tempos, e, com a bola prestes a sair pela linha de fundo, Diogo Costa teve uma decisão que se veio a revelar infeliz, de evitar o canto, com uma “sapatada” in extremis, a deixar a bola novamente à mercê dos georgianos (e com o guarda-redes fora da baliza); João Neves ainda recuperou a bola, mas, ao procurar desenvencilhar-se de dois adversários, que rapidamente caíram sobre ele, tentou (em “zona proibida”) uma finta que não saiu bem, e a bola ficou outra vez na posse da Geórgia. Numa noite desastrada, António Silva, entrando “à queima”, para tentar desarmar o opositor, não conseguiu evitar um contacto imprudente (“toque de raspão” no pé do adversário).
O árbitro ainda mandou seguir jogo – Dalot obrigaria Mamardashvilli a apertada defesa –, mas o VAR chamaria a atenção para o incidente, acabando o juiz por sancionar o lance com uma grande penalidade.
Até aí Mikautadze – que passou a liderar a lista dos melhores marcadores, único a chegar aos três golos nas três rondas da fase de grupos – teria alguma “sorte”, com a bola a passar por baixo do corpo de Diogo Costa, que adivinhou o lado, mas foi impotente para travar a sua marcha. Estava feito o 2-0, que seria o resultado final.
Até final, as alterações empreendidas pouco ou nada mudariam em termos substanciais, mesmo que se tenha criado uma ou outra oportunidade. Sendo que a Geórgia desperdiçaria ainda soberana ocasião para ampliar para o que seria um escandaloso 3-0!
Ao 13.º jogo oficial da selecção sob o comando técnico de Roberto Martínez (todos a contar para a presente edição do Europeu), e após uma notável série de doze triunfos, o primeiro desaire da selecção de Portugal, mas com estrondo.
Numa noite em que tudo saiu “ao contrário”, nem Cristiano Ronaldo conseguiu o seu tão ansiado golo. Ainda se isto tivesse servido para aceitar que seria melhor para ele (e, principalmente, claro, para a equipa) jogar os últimos 25 minutos, em vez dos primeiros 65…
Este pode ter sido um pertinente “abre olhos” para a fase a eliminar, em que Portugal começará por enfrentar a Eslovénia – adversário que, não sendo de topo, tem revelado boa organização, tendo empatado os seus três jogos da fase de grupos –, porventura com a moral algo oscilante (e, talvez, até alguma desconfiança de si próprio), mas com a expectativa generalizada de ter a capacidade para reagir e dar a volta “por cima”, em paralelo, com a noção, que, a partir daí, o grau de exigência será exponencialmente crescente.
EURO 2024 – Classificações – 2.ª jornada
Grupo A J V E D GM GS P 1º Alemanha2 2 - - 7 - 1 6 2º Suíça
2 1 1 - 4 - 2 4 3º Escócia
2 - 1 1 2 - 6 1 4º Hungria
2 - - 2 1 - 5 -
Grupo B J V E D GM GS P 1º Espanha2 2 - - 4 - 0 6 2º Itália
2 1 - 1 2 - 2 3 3º Albânia
2 - 1 1 3 - 4 1 4º Croácia
2 - 1 1 2 - 5 1
Grupo C J V E D GM GS P 1º Inglaterra2 1 1 - 2 - 1 4 2º Dinamarca
2 - 2 - 2 - 2 2 2º Eslovénia
2 - 2 - 2 - 2 2 4º Sérvia
2 - 1 1 1 - 2 1
Grupo D J V E D GM GS P 1º Países Baixos2 1 1 - 2 - 1 4 2º França
2 1 1 - 1 - 0 4 3º Áustria
2 1 - 1 3 - 2 3 4º Polónia
2 - - 2 2 - 5 -
Grupo E J V E D GM GS P 1º Roménia2 1 - 1 3 - 2 3 2º Bélgica
2 1 - 1 2 - 1 3 3º Eslováquia
2 1 - 1 2 - 2 3 4º Ucrânia
2 1 - 1 2 - 4 3
Grupo F J V E D GM GS P 1º Portugal2 2 - - 5 - 1 6 2º Turquia
2 1 - 1 3 - 4 3 3º Chéquia
2 - 1 1 2 - 3 1 4º Geórgia
2 - 1 1 2 - 4 1
Melhores marcadores
- 2 golos – Georges Mikautadze (Geórgia); Ivan Schranz (Eslováquia); e Jamal Musiala (Alemanha)
EURO 2024 – Grupo F – 2ª jornada – Turquia – Portugal

0-3
Altay Bayındır, Zeki Çelik, Samet Akaydin (75m – Merih Demiral), Abdülkerim Bardakcı, Ferdi Kadıoğlu, Yunus Akgün (70m – Arda Güler), Hakan Çalhanoğlu, Orkun Kökçü (45m – Yusuf Yazıcı)), Kaan Ayhan (58m – İsmail Yüksek), Kerem Aktürkoglu (58m – Kenan Yıldız) e Barış Alper Yılmaz
Diogo Costa, João Cancelo (68m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Pepe (83m – António Silva), Nuno Mendes, João Palhinha (45m – Rúben Neves), Bernardo Silva, Vitinha (88m – João Neves), Bruno Fernandes, Cristiano Ronaldo e Rafael Leão (45m – Pedro Neto)
0-1 – Bernardo Silva – 21m
0-2 – Samet Akaydin (p.b.) – 28m
0-3 – Bruno Fernandes – 56m
“Melhor em campo” – Bernardo Silva
Amarelos – Abdülkerim Bardakcı (25m), Samet Akaydin (42m) e Zeki Çelik (42m); Rafael Leão (39m) e João Palhinha (45m)
Árbitro – Felix Zwayer (Alemanha)
BVB Stadion Dortmund – Dortmund (17h00)
Depois do susto na estreia, a selecção de Portugal enfrentava o que, em função das exibições da ronda inaugural, se afigurava como o competidor mais forte nesta fase de grupos, a Turquia, incentivada por uma grande massa adepta, em clara maioria no Signal Iduna Park.
Roberto Martínez voltava a adoptar o tradicional sistema 4-3-3, agora com João Cancelo e Nuno Mendes a assumirem as laterais – o que, não obstante, se traduziu, a nível do “onze” inicial, numa única alteração, com a chamada de João Palhinha para as funções de médio mais defensivo, em detrimento de Diogo Dalot.
E o primeiro sinal de maior perigo viria a ser dado precisamente pela equipa turca, tendo Aktürkoglu desperdiçado soberana ocasião de inaugurar o marcador.
Procurando pautar o jogo com curtas trocas de bola, de modo a evitar a impulsividade adversária, a selecção nacional voltaria a ser feliz, quando, à passagem dos vinte minutos, numa boa combinação entre Rafael Leão e Nuno Mendes, este centrou atrasado, um jogador turco tentou afastar a bola, que, contudo, sobrou para a zona onde surgiu Bernardo Silva a rematar para o fundo da baliza, na sua estreia a marcar em fases finais de grandes competições por Portugal.
Revelar-se-ia determinante este golo, um verdadeiro “game changer” a nível da forma como as duas equipas passaram a abordar o jogo, tendo a Turquia acusado, em termos anímicos, a situação de desvantagem.
Apenas sete minutos volvidos, um lance caricato praticamente “definia” o desfecho da partida: Cancelo procurava solicitar a desmarcação de Ronaldo, mas a combinação não saiu bem, com Cristiano a não perceber onde a bola iria ser colocada (os dois ficaram a trocar-se de “razões”), tendo sobrado para um defesa turco, Akaydin, que, ao pretender atrasar para o guarda-redes, não viu que Bayındır saíra da sua baliza e se dirigia em direcção a ele, acabando a bola por se encaminhar lentamente para as redes vazias (com Cancelo e Ronaldo, depois de terem esbracejado um com o outro, de imediato a abraçarem-se).
Paradoxalmente, a selecção turca teria, até final do primeiro tempo, o seu melhor período na partida, em busca de um golo que pudesse ainda alimentar a esperança de reverter o resultado que se anunciava. Mas Diogo Costa mostrar-se-ia concentrado, não permitindo veleidades ao ataque contrário.
Para a segunda metade, Roberto Martínez fazia entrar em campo Rúben Neves e Pedro Neto, para os lugares de Palhinha e de Rafael Leão. O paradigma não se alteraria, porém, com a equipa portuguesa a continuar a fazer a gestão da bola e do tempo, e a Turquia, à medida que o relógio avançava, a começar a descrer.
Não surpreenderia, pois, a chegada do terceiro golo de Portugal, aliás, apenas dez minutos completados nessa etapa complementar, com a particularidade de Cristiano Ronaldo, isolado frente ao guardião contrário, que atraíra até si, ter passado a bola a Bruno Fernandes, ao seu lado – ambos tinham aproveitado o adiantamento da linha defensiva turca, desmarcando-se na sequência de uma notável abertura de Rúben Dias -, tendo Bruno, sem qualquer oposição, com a “baliza aberta”, concretizado sem dificuldade, bastando “encostar”.
Confirmado que estava o triunfo português, o ritmo decaiu, claro, limitando-se as duas equipas a deixar correr o tempo. O seleccionador nacional aproveitou para, já nos minutos finais, lançar, primeiro António Silva (proporcionando uma espécie de homenagem a Pepe, que, aos 41 anos, manteve a segurança defensiva a alto nível) e, depois, também João Neves.
Portugal podia ter ainda ampliado a contagem, mas tal também não seria justo face ao esforço da equipa turca.
Voltando às estatísticas, e como podem ser ilusórias: mantendo a superioridade em termos de posse de bola (57-43%), e a paridade (3-3) a nível de remates à baliza, a selecção portuguesa via, desta feita, a Turquia “esmagar” a nível de cantos (9-1) – tal como nos 13 cantos de Portugal frente à Chéquia, todos eles infrutíferos.
Ainda com o terceiro jogo desta fase de grupos por disputar, Portugal garantiu já, não só o apuramento para os 1/8 de final, como, inclusivamente, o 1.º lugar do seu Grupo, pelo que irá defrontar um dos 3.º classificados de outro Grupo.
EURO 2024 – Classificações – 1.ª jornada
Grupo A J V E D GM GS P 1º Alemanha1 1 - - 5 - 1 3 2º Suíça
1 1 - - 3 - 1 3 3º Hungria
1 - - 1 1 - 3 - 4º Escócia
1 - - 1 1 - 5 -
Grupo B J V E D GM GS P 1º Espanha1 1 - - 3 - 0 3 2º Itália
1 1 - - 2 - 1 3 3º Albânia
1 - - 1 1 - 2 - 4º Croácia
1 - - 1 0 - 3 -
Grupo C J V E D GM GS P 1º Inglaterra1 1 - - 1 - 0 3 2º Dinamarca
1 - 1 - 1 - 1 1 2º Eslovénia
1 - 1 - 1 - 1 1 4º Sérvia
1 - - 1 0 - 1 -
Grupo D J V E D GM GS P 1º Países Baixos1 1 - - 2 - 1 3 2º França
1 1 - - 1 - 0 3 3º Polónia
1 - - 1 1 - 2 - 4º Áustria
1 - - 1 0 - 1 -
Grupo E J V E D GM GS P 1º Roménia1 1 - - 3 - 0 3 2º Eslováquia
1 1 - - 1 - 0 3 3º Bélgica
1 - - 1 0 - 1 - 4º Ucrânia
1 - - 1 0 - 3 -
Grupo F J V E D GM GS P 1º Turquia1 1 - - 3 - 1 3 2º Portugal
1 1 - - 2 - 1 3 3º Chéquia
1 - - 1 1 - 2 - 4º Geórgia
1 - - 1 1 - 3 -
Melhores marcadores
- 1 golo – 31 jogadores (foram, adicionalmente, marcados 3 golos na própria baliza)
EURO 2024 – Grupo F – 1ª jornada – Portugal – Chéquia

2-1
Diogo Costa, Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes (90m – Pedro Neto), Diogo Dalot (63m – Gonçalo Inácio), Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Vitinha (90m – Francisco Conceição), João Cancelo (90m – Nélson Semedo), Cristiano Ronaldo e Rafael Leão (63m – Diogo Jota)
Jindřich Staněk, Tomáš Holeš (90m – Tomáš Chorý), Robin Hranáč, Ladislav Krejčí, Vladimír Coufal, Pavel Šulc (79m – Petr Ševčík), Tomáš Souček, Lukáš Provod (79m – Antonín Barák), David Douděra, Jan Kuchta (60m – Ondřej Lingr) e Patrik Schick (60m – Mojmír Chytil)
0-1 – Lukáš Provod – 62m
1-1 – Robin Hranáč (p.b.) – 69m
2-1 – Francisco Conceição – 90m
“Melhor em campo” – Vitinha
Amarelos – Rafael Leão (39m) e Francisco Conceição (90m); Patrik Schick (57m)
Árbitro – Marco Guida (Itália)
Leipzig Stadion – Leipzig (20h00)
No arranque da fase final do Europeu, Roberto Martínez terá pretendido surpreender, apresentando um “onze” inovador, apostando numa defesa a três, com Nuno Mendes a fazer o papel de terceiro “central”.
Com naturalidade, a selecção de Portugal assumiu, desde o primeiro minuto, a iniciativa e o controlo do jogo. Aliás, mesmo que, porventura, não tivesse sido esse o plano, a Chéquia forçaria a que assim fosse, uma vez que se remeteu a uma defesa porfiada, montando uma densa barreira a partir da zona intermediária do meio campo, praticamente oferecendo a bola, como que abdicando de jogar.
E se a expectativa era a de poder lançar algum contra-ataque, a verdade é que, durante toda a metade inicial do desafio, isso não sucedeu, de tal forma foi inofensiva a sua actuação, com Diogo Costa como mero espectador.
Mas, em paralelo, decorridos vinte minutos, também a equipa portuguesa não conseguira criar qualquer lance de maior perigo. Só quando o esquema checo mostrou alguma descoordenação é que Bruno Fernandes faria um cruzamento a pedir um “encosto” de Rafael Leão, que bem se esticou todo, mas ficou a centímetros da bola.
Para, poucos minutos volvidos, o mesmo Bruno Fernandes solicitar a desmarcação de Cristiano Ronaldo, que, frente ao guardião contrário, não conseguiu concretizar a jogada em golo.
À medida que o tempo ia decorrendo, com uma exibição desinspirada e muito estereotipada, a formação nacional não parecia ser capaz de encontrar soluções para desmontar a muralha checa.
E aconteceu o que, por vezes, sucede nestas ocasiões: na primeira vez que a Chéquia se aproximou da área portuguesa, marcou!
Estava já passada a hora de jogo, após cruzamentos sem perigo aparente, mas sem que a defesa portuguesa conseguisse “limpar o lance” e sair a jogar, um jogador checo atrasou para a entrada da área, com Provod, na ressaca, a rematar de primeira, inapelavelmente para o fundo da baliza portuguesa.
A tarefa dos comandados de Roberto Martínez complicava-se sobremaneira, agora com meia hora para jogar, e em desvantagem no marcador. Reagindo de imediato, promoveu duas alterações, fazendo entrar Gonçalo Inácio e Diogo Jota, por troca com Diogo Dalot e um pouco efectivo Rafael Leão.
Valeu então que, tão inesperadamente como o tento checo, de pronto surgiria o golo que permitiu repor a igualdade, mercê de falha defensiva: o guarda-redes Staněk – que já mostrara alguma insegurança, largando algumas bolas (eventualmente devido ao estado do relvado, pela muita chuva que caía) – fez mais uma defesa incompleta, em esforço, na sequência de um cabeceamento de Nuno Mendes, com a bola, num lance de infelicidade, a ressaltar na perna do defesa Hranáč, e a anichar-se nas redes.
Com o cariz do jogo a não se alterar substancialmente – pese embora Diogo Jota ter chegado a marcar, na recarga a um primeiro cabeceamento de Cristiano Ronaldo ao poste, mas tendo o golo sido invalidado pelo “VAR”, por fora-de-jogo de Cristiano -, surpreendeu então a aparente passividade de Roberto Martínez, que apenas ao nonagésimo minuto voltaria a mexer na equipa, com uma tripla substituição, que resultaria num “bingo” perfeito.
De facto, numa saída iniciada por Gonçalo Inácio, Pedro Neto acelerou o jogo, com uma arrancada pelo flanco esquerdo, cruzando para a zona da pequena área, depois de tirar um adversário da frente, com a trajectória da bola a ser ainda desviada, por um ligeiro ressalto num defesa checo, sobrando para Francisco Conceição, que, com toda a calma, marcou um golo de belo efeito, fazendo-o da forma mais elaborada, introduzindo a bola por baixo do corpo do guarda-redes.
Um minuto, um toque na bola, um golo… e um cartão amarelo (por ter tirado a camisola, nos festejos do golo), a feliz e decisiva contribuição de Francisco Conceição para uma muito sofrida vitória de Portugal!
Um desfecho que parecia “ter caído do céu”, esperando-se que a equipa portuguesa não tivesse esgotado toda a sorte logo no jogo de estreia, com extrema eficácia no aproveitamento dos erros contrários.
Mas, se atentarmos nas estatísticas (com números esmagadores), a vitória será bem mais justificável: 74%-26% em termos de posse de bola; 8-1 em remates à baliza; 13-0 em cantos!



