Archive for 16 Novembro, 2025
Portugal – Arménia (Mundial 2026 – Qualif.)
Portugal – Diogo Costa, Nélson Semedo, Renato Veiga, Rúben Dias (73m – Rúben Neves), João Cancelo (73m – Matheus Nunes), João Neves, Bruno Fernandes, Vítor Ferreira “Vitinha” (67m – João Félix), Bernardo Silva (56m – Carlos Forbs), Rafael Leão (56m – Francisco Conceição) e Gonçalo Ramos
Arménia – Henri Avagyan, Kamo Hovhannisyan, Styopa Mkrtchyan, Sergei Muradian, Erik Piloyan (56m – Georgii Arutiunian), Nayair Tiknizyan, Eduard Spertsyan, Karen Muradyan (82m – Artyom Bandikyan), Narek Aghasaryan (45m – Edgar Sevikyan), Artur Serobyan (45m – Zhirayr Shaghoyan) e Grant-Leon Ranos (65m – Arayik Eloyan)
1-0 – Renato Veiga – 7m
1-1 – Eduard Spertsyan – 18m
2-1 – Gonçalo Ramos – 28m
3-1 – João Neves – 30m
4-1 – João Neves – 41m
5-1 – Bruno Fernandes (pen.) – 45m
6-1 – Bruno Fernandes – 52m
7-1 – Bruno Fernandes (pen.) – 72m
8-1 – João Neves – 81m
9-1 – Francisco Conceição – 90m
Cartão amarelo – Sergei Muradian (70m)
Árbitro – Irfan Peljto (Bósnia-Herzegovina)
Depois de ter falhado dois “matchpoints” naquela que terá sido, porventura, a mais fácil fase de qualificação, ninguém esperaria que a selecção portuguesa pudesse vir a baquear no objectivo do apuramento directo para o Mundial, dado necessitar, no pior dos cenários, de ganhar frente a um adversário muito frágil, como é a equipa da Arménia.
Compenetrado do seu papel, Portugal cedo inaugurou o marcador. Mas, como parecemos não gostar de coisas fáceis, ainda conseguimos complicar quando consentimos o tento do empate arménio, perante uma equipa que, até agora, nos cinco encontros anteriores, apenas marcara dois golos (ambos apontados na histórica vitória frente à Irlanda).
Mesmo numa fase inicial com exibição pouco convincente, valeu o pronto aproveitamento de uma falha defensiva – um inoportuno passe atrasado de um defesa – para recolocar a turma portuguesa em vantagem, e afastar qualquer eventual fantasma. Até porque, de imediato surgiria o terceiro golo. A festa podia começar.
E, naturalmente, numa lógica de vasos comunicantes, ao mesmo tempo que a selecção nacional se libertava (principalmente a nível mental, agora já sem qualquer bloqueio), podendo explanar o seu futebol e evidenciar a sua óbvia superioridade, a Arménia ia ficando cada vez mais perdida dentro de campo, sem conseguir acertar marcações, falha de rigor, mesmo não se remetendo a porfiada defesa.
Ao intervalo, já com o resultado em 5-1, perante os espaços e a margem de manobra concedidos pelo adversário, a percepção que se podia extrair é que a contagem só não chegaria aos dez se “nós não quiséssemos”.
Bruno Fernandes e, em especial, João Neves brilhariam a grande altura, cada um apontando um “hat-trick”, ficando na retina a espectacular conversão de um livre directo por parte do parisiense. A equipa não desligou, manteve a seriedade no jogo, e o “placard” foi-se avolumando com naturalidade.
E, numa exibição que acabou por ser de bom nível, só não se chegou à dezena de golos marcados por alguma falta de eficácia, não tendo faltado ocasiões para tal.
Esta última partida acabou por ser, de alguma forma, o reflexo do que foi esta fase de apuramento: tão fácil, que era quase impossível falhar. Mas, em qualquer caso, deverá atentar-se nos alertas que proporcionou, de situações a rectificar para a fase final.
Surpreendente foi a qualificação da Irlanda para o “play-off”, arrancando, in extremis, em período de compensação, uma sensacional vitória em Budapeste – com destaque para o herói Troy Parrott, autor de todos os cinco golos que proporcionaram os inesperados triunfos frente a Portugal e à Hungria –, ficando a selecção magiar, de forma incrível, imediatamente eliminada deste Mundial.
GRUPO F Jg V E D G Pt 1º Portugal 6 4 1 1 20 - 7 13 2º Irlanda 6 3 1 2 9 - 7 10 3º Hungria 6 2 2 2 11 -10 8 4º Arménia 6 1 - 5 3 -19 3
6ª jornada
16.11.2025 – Hungria – Irlanda – 2-3
16.11.2025 – Portugal – Arménia – 9-1
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O Pulsar do Campeonato – 9ª Jornada

(“O Templário”, 13.11.2025)
Mantendo o pleno de triunfos desde a chegada de Eduardo Fortes ao comando técnico do clube, o U. Tomar progrediu mais um degrau na pauta classificativa, ascendendo ao 5.º posto, já dentro do objectivo declarado para esta temporada – numa ronda em que os agora cinco primeiros saíram vencedores (enquanto os actuais cinco últimos perderam), constituindo o Águias de Alpiarça (a descer) e o Coruchense (a subir) os registos “contra-a-corrente”, tendo os alpiarcenses sido desfeiteados, em casa, pelo guia, ao passo que o grupo do Sorraia bateu o Entroncamento AC.
Destaques – Começando pela partida que agrupava o par melhor posicionado, com o então 4.º classificado, Águias, a receber o líder, a turma de Mação obteve, num desafio que se antecipava exigente, importante e (aparentemente) tranquila vitória, em Alpiarça, por 2-0, com golos no último quarto de hora do primeiro tempo e à passagem da hora de jogo, repetindo o ciclo de quatro triunfos seguidos com que abrira o campeonato (intercalados pelo único jogo em que não ganhou); ao invés, os alpiarcenses baixaram duas posições, ultrapassados por Porto Alto e U. Tomar.
Num confronto entre dois emblemas de grande tradição, no Tramagal, o Torres Novas venceu, também por 2-0, não obstante o nulo ter subsistido até ao intervalo, mas com os torrejanos, prosseguindo sensacional campanha, a sentenciar o desfecho com tentos a abrir a e a fechar a segunda metade, mantendo, assim, a pressão sobre o comandante, apenas a um ponto.
Atendendo ao desempenho que as duas formações vêm realizando – com os tramagalenses, neste regresso ao escalão principal, ainda sem conseguir ganhar, contando somente um ponto –, o triunfo do Torres Novas seria expectável, mas não se revelou fácil. Os visitantes beneficiaram, uma vez mais, de a sua baliza (à guarda do conceituado “Chico” Sousa) parecer estar enfeitiçada: nem de “penalty” se concretizou o que teria sido o primeiro golo marcado por jogadores adversários, subsistindo o fenomenal registo de um único (auto-)golo consentido, em nove jogos!
Em evidência esteve também o Pontével, que, tal como Mação e Torres Novas, foi vencer a reduto alheio, frente ao At. Ouriense, igualmente por 2-0, neste caso com um tento na primeira metade de cada uma das partes do prélio. Este desfecho seria de classificar como surpresa da jornada, não fora o caso de os anfitriões terem somado o sexto embate consecutivo sem ganhar (após terem arrancado o campeonato com três triunfos), obtendo apenas três pontos neste período, o que provocou uma queda na classificação, desde o 2.º até ao 9.º lugar. Em contraponto, os forasteiros, tendo ultrapassado o Entroncamento AC e o Alcanenense, ocupam agora a 10.ª posição.
Confirmações – Em todos os outros cinco desafios da 9.ª jornada, os visitados confirmaram, com maior ou menor dificuldade, o favoritismo que lhes seria creditado – em bom rigor, porventura com mais dificuldades que o que se poderia antever, tendo quatro deles terminado com resultados tangenciais, e, em dois dos casos, com as vitórias a serem arrancada mesmo “in extremis”.
Despachando já o caso do Fazendense, goleou o Cartaxo por categórico 4-0 (com três golos no segundo tempo), ampliando para seis a série (“record” nesta edição da prova) de triunfos sucessivos, afirmando o seu estatuto de perseguidor ao líder, do qual continua separado por três pontos. Por seu lado, os cartaxeiros voltam a denotar permeabilidade defensiva, totalizando já vinte bolas nas suas redes (apenas o At. Riachense apresenta pior registo, com 29 tentos sofridos).
O grupo do Porto Alto, recebendo e batendo o Alcanenense por 1-0 (tendo marcado à passagem da hora de jogo), alarga o seu fantástico ciclo de invencibilidade (que partilha com o Torres Novas), registando agora quatro vitórias e cinco empates, o que lhe confere notável 4.º lugar. Ao contrário, o conjunto de Alcanena, a passar por “dores de crescimento”, perdeu pela terceira semana sucessiva (quatro desaires nas últimas cinco rondas), caindo até intranquilo 13.º lugar.
Em Tomar, numa partida com algumas similitudes com as duas anteriores, o União, mesmo não tendo conseguido manter a consistência exibicional durante os noventa minutos, soube, primeiro, reagir à adversidade, e, depois, de novo, preservar a preciosa vantagem alcançada, ampliando para três este ciclo muito positivo de triunfos. Os tomarenses tiveram boa entrada, assumindo a iniciativa e controlo de jogo, mas sem eficácia; todavia, ainda cedo, o Amiense – equipa de bem maior valia do que denota a ingrata classificação que regista –, equilibrou a contenda. E, num lance infeliz (auto-golo), a turma unionista ver-se-ia mesmo em desvantagem no marcador.
Apesar de ter sentido o toque, com inevitável impacto anímico, o grupo nabantino não se desuniu, reorganizou-se e reequilibrou-se em termos emocionais, e chegaria ao empate em momento muito oportuno, a findar o primeiro tempo. Se, antes, houvera alguma falta de fortuna, o contexto alterar-se-ia por completo, tendo o União completado a reviravolta, estabelecendo o 2-1 a seu favor, não estavam ainda decorridos cinco minutos da etapa complementar. Controlando a pressão contrária, tirando também partido da larga experiência do seu técnico, o resultado não se alteraria até final.
O Abrantes e Benfica (anterior 9.º classificado, agora na 7.ª posição, tendo superado a pontuação de Cartaxo e At. Ouriense) viu-se e desejou-se para levar de vencida o penúltimo, At. Riachense, por sofrido 3-2. Os forasteiros – que ainda não se estrearam a vencer – foram até os primeiros a marcar, aos 60 minutos, tendo os abrantinos operado a reviravolta no “placard” em pouco mais de um quarto de hora; mas a turma dos Riachos surpreenderia, restabelecendo a igualdade (a duas bolas) a escassos três minutos do fim. Os donos da casa chegariam à vitória ao minuto 96…
Por fim, o Coruchense, ainda como que em fase de “convalescença”, voltou a somar três pontos, após o triunfo averbado na semana anterior, nos Riachos. Tendo a visita do Entroncamento AC, a equipa do Sorraia só em período de compensação logrou desbloquear o nulo, interrompendo um ciclo de quatro jogos sem perder dos visitantes. Em função deste desfecho, cavou-se um “fosso” de quatro pontos (oito vs. quatro) entre o Alcanenense e o Amiense e At. Riachense, estando estes dois últimos (tal como o Tramagal) abaixo da “linha de água” virtual.
II Divisão Distrital – A principal ênfase vai para a primeira perda de pontos do Moçarriense, que não foi além do empate (2-2) na deslocação a Salvaterra de Magos, o que possibilitou ao regressado à competição, Ouriquense – a realizar excelente início de campeonato, com o pleno de vitórias –, tendo ido ganhar à Glória do Ribatejo por 2-1, isolar-se na liderança da Série A. Na Série B mantém-se um par no comando, tendo o Vasco da Gama (1-0 em Ferreira do Zêzere) e o Pego (1-0, ante o Mindense) vencido todas as cinco rondas até agora disputadas.
Liga 3 – O U. Santarém deixou escapar, em tempo de compensação, um ponto, na viagem a Évora, derrotado pelo Lusitano por tangencial 1-0, tendo sofrido o golo nos derradeiros instantes. Numa série muito equilibrada – cinco pontos separam o 4.º (Académica) do 10.º e último classificado (1.º Dezembro) – os escalabitanos partilham agora o 7.º posto com o Atlético, a quatro pontos dos “estudantes” de Coimbra. No topo, no embate entre Belenenses e Mafra, os “azuis do Restelo” ganharam 2-1, arrebatando o comando, relegando os mafrenses para a posição imediata.
Campeonato de Portugal – Foi negativa para os clubes do Distrito a 9.ª jornada, tendo o Fátima sido derrotado por pesado 3-0 na Figueira da Foz, pela Naval 1893, enquanto o Samora Correia perdeu por tangencial 2-1 em Cantanhede, frente ao Marialvas. Os fatimenses, agora no 9.º lugar, são os últimos acima da “linha de água”, com muito curta margem, de apenas um ponto, mantendo-se os samorenses (quatro pontos abaixo do Fátima) na antepenúltima posição.
Antevisão – Na próxima jornada da I Divisão Distrital destacam-se os seguintes encontros, envolvendo o trio da dianteira da tabela: Mação-U. Tomar; Torres Novas-Coruchense; e At. Riachense-Fazendense. No escalão secundário, realce para o “derby” Forense-Glória do Ribatejo assim como para uma “cimeira de líderes”, com o Vasco da Gama a ter a visita do Pego.
A sequência regular da Liga 3 e do Campeonato de Portugal sofre um interregno, cabendo ao Fátima recuperar, neste domingo, o jogo que se encontrava em atraso, a disputar nos Açores (Angra do Heroísmo), com o Lusitânia, presentemente no 12.º (antepenúltimo) lugar.
(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 13 de Novembro de 2025)



