Archive for Outubro, 2025

O Pulsar do Campeonato – 6ª Jornada

(“O Templário”, 23.10.2025)

Tivemos, na 6.ª jornada do Distrital da I Divisão, um domingo em que imperou a lógica, em geral com os favoritos a imporem-se e a arrecadar os três pontos. O clube mais “beneficiado” foi o Fazendense, que, no seu reduto, logrou, enfim, levar de vencida o Coruchense, aproveitando ainda o empate do Porto Alto (no Entroncamento) e a derrota do Águias de Alpiarça (em Abrantes) para ascender, já, a um lugar no pódio, que partilha precisamente com esses dois concorrentes.

Tendo somado terceira vitória sucessiva, o grupo das Fazendas parece confirmar-se como um dos principais rivais na disputa pelo título da presente temporada, distando três pontos do Mação, e quatro em relação ao comandante, Torres Novas. Em contraponto – e se não é possível ganhar campeonatos em seis jornadas, poderão perder-se ou, pelo menos, comprometer-se decididamente as aspirações a tal – o Coruchense, com terceiro desaire sucessivo, baixou até ao antepenúltimo lugar, o que, nesta altura, se consubstanciaria, aliás, em posição de descida ao escalão secundário!

O Amiense, igualmente numa série de três derrotas seguidas, mantém-se em igualdade pontual com a formação do Sorraia – e, caso as competições estivessem no seu termo, a nível do Distrital e do Campeonato de Portugal, seria também despromovido à II Divisão Distrital. Por seu turno, dois jogos perdidos traduzem-se, no caso do U. Tomar, na queda para o 10.º lugar, somente três pontos acima daquele duo; mas, mais inquietante que os resultados das duas últimas semanas, poderia ser o eventual impacto que a saída do treinador Fábio Pereira pudesse vir a gerar.

Destaques – Naquele que, em condições normais, seria o “jogo grande” da jornada (entre dois potenciais candidatos), o Fazendense, recebendo o Coruchense, impôs-se mercê de um solitário tento, conseguindo assim “matar o borrego”, derrotando este adversário, o que não sucedia, para o campeonato, nas Fazendas, há precisamente 13 anos (tendo-se registado, nos sete jogos ali realizados nesse período entre ambos, três empates e quatro triunfos do conjunto do Sorraia).

O líder, Torres Novas, somou quarta vitória consecutiva (igualando as melhores séries até à data registadas nesta edição da prova, protagonizadas também pelo Mação e pelo Águias de Alpiarça), batendo o U. Tomar por 2-0, marcando os golos já na recta final de cada uma das partes. O desfecho da partida não reflectirá, porém, de forma mais apropriada, o que se passou dentro de campo, atendendo ao desempenho das duas equipas durante os noventa minutos.

No “clássico dos clássicos” do futebol distrital, o grupo unionista, deslocando-se ao terreno do comandante, mostrou atitude personalizada, jogando “olhos nos olhos” com o adversário. Depois de um primeiro tempo repartido, em que o Torres Novas foi mais eficaz, na segunda metade, os unionistas dominaram por completo, tendo ameaçado por várias vezes quebrar a inviolabilidade da baliza torrejana (conta, após esta jornada, um único golo sofrido, e apontado na sua própria baliza), incluindo, nomeadamente, três remates aos ferros (os anfitriões também imitariam essa faceta). Um remate fora da área, a dez minutos do fim, inviabilizaria as tentativas tomarenses.

No termo do desafio, o até então técnico do União, como que antecipou, desde logo, a sua saída, já confirmada, expressando insatisfação com a estrutura de suporte do clube a nível directivo.

A subir na pauta classificativa, ocupando agora o 7.º posto, o Abrantes e Benfica ganhou por 3-2 ao Águias de Alpiarça, interrompendo um notável ciclo de quatro triunfos dos alpiarcenses, mas, mais importante para as suas cores, vencendo (à semelhança do Fazendense) pela terceira semana seguida. Os abrantinos entraram a todo o gás e pareciam ter o jogo ganho com dois golos marcados ainda no quarto de hora inicial. Contudo, a turma do Águias não desistiu, e foi um “osso duro de roer”, tendo-lhe bastado dois minutos (dos 42 aos 44) para restabelecer a igualdade, a duas bolas. O tento decisivo só surgiu mesmo à beira do fim, na conversão de uma grande penalidade.

Num fim-de-semana sem particulares surpresas, são ainda dignos de notas de realce os empates registados nas partidas Entroncamento AC-Porto Alto e At. Riachense-At. Ouriense.

No primeiro caso, o Entroncamento, moralizado com o triunfo alcançado em Tomar, entrou também de rompante, marcando logo no primeiro minuto, e ampliando para 2-0 ainda antes da meia hora. Os visitantes reduziram à beira do intervalo, mas os anfitriões colocaram a vantagem de novo em dois golos na fase inicial da segunda metade. A confirmar o desempenho muito positivo que tem vindo a exibir, valeu então à turma do Porto Alto ter novamente reposto a diferença mínima (2-3) no minuto imediato (53), acabando ainda por chegar à igualdade, aos 73 minutos, mantendo-se assim entre os emblemas do topo da tabela.

Já no caso do conjunto dos Riachos, reagiu positivamente a um ciclo muito desfavorável, em que acumulara 18 golos sofridos em três semanas, sem nenhum marcado. Recebendo o At. Ouriense, viu-se em posição desfavorável no marcador pouco depois da hora de jogo, e, tendo jogado a parte final só com dez elementos, alcançou o tento que lhe proporciona – especialmente em termos anímicos – um precioso empate (somando o terceiro ponto na prova), em cima do minuto noventa.

Confirmações – Depois do inesperado desaire caseiro consentido ante o Torres Novas, o Mação voltou a “entrar nos eixos”, ganhando por 2-0 num reduto complicado como é o de Pontével, tendo inaugurado o marcador à passagem dos dez minutos, mas apenas aos 81 minutos vindo a obter o tento da confirmação. Em qualquer caso, tal permitiu-lhe, não só manter a distância mínima, de um ponto, face ao guia, como isolar-se no 2.º posto, tendo beneficiado das perdas de pontos de alguns dos mais directos perseguidores (Porto Alto, Águias de Alpiarça e At. Ouriense).

O Alcanenense veio provocar algum agravamento na crise de resultados do Amiense, goleando por 4-1, isto depois de os homens dos Amiais terem ainda conseguido restabelecer o empate a uma bola, na primeira meia hora; porém, três golos sofridos no segundo tempo ditaram a implacável derrota, num confronto que se constitui numa espécie de “derby”.

Após quatro jogos seguidos sempre a sofrer três golos (sendo que só consentira menos – dois – na estreia, nos Amiais), o Cartaxo adregou, por fim, manter a sua baliza a zeros, impondo ao Tramagal a sexta derrota em outros tantos jogos realizados, mercê de dois golos marcados à passagem do quarto de hora de cada parte do encontro. Com os três pontos obtidos, os cartaxeiros repartem o 8.º lugar com o emblema de Alcanena, tendo ultrapassado, ambos, o U. Tomar.

II Divisão Distrital – A segunda ronda da prova voltou a ficar marcada, tal como no arranque, por algumas goleadas, com clubes “repetentes” (a ganhar e a perder): depois dos 6-1 em Benfica do Ribatejo, o Moçarriense ganhou por 7-0 ao Rebocho (que, por seu lado, acumula já treze golos encaixados, somente em dois jogos); também o Espinheirense, após os 8-0 aplicados em Alferrarede, goleou por 4-0 o Abrantes e Benfica “B” (este, com um total de onze golos sofridos).

Para além das turmas da Moçarria e do Espinheiro, também Ouriquense (4-2 ao Forense), Glória do Ribatejo (2-1 em Samora Correia), Pego (4-0 aos Lagartos do Sardoal) e Vasco da Gama (4-3 na recepção ao At. Pernes) bisaram o triunfo, repartindo a liderança das duas séries. A equipa do Ferreira do Zêzere rectificou o desaire da abertura, indo ganhar a Caxarias por tangencial 1-0.

Antevisão – A 7.ª jornada do escalão principal terá comos principais pontos de interesse os embates: Abrantes e Benfica-Fazendense, duas equipas a atravessar fase positiva; e Porto Alto-Torres Novas, com o guia a enfrentar um sério teste, ante o outro clube ainda invicto. De interesse será também, no polo oposto, o Tramagal-At. Riachense, em que se cruzam os actuais dois últimos classificados. O Mação recebe o Alcanenense, enquanto o U. Tomar tem a visita do Pontével.

Na II Divisão Distrital, destacam-se: o “derby” Salvaterrense-Marinhais; o Glória do Ribatejo-Moçarriense; e o Ferreira do Zêzere-Espinheirense. Na Liga 3, o U. Santarém terá a visita do Mafra, que reparte a 3.ª posição com a Académica. No Campeonato de Portugal, Fátima e Samora Correia enfrentam difíceis deslocações, respectivamente aos Açores (ilha Terceira), para defrontar o Juv. Lajense, e a Mortágua, clubes que integram o quarteto entre o 5.º e o 8.º lugar da Série C.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 23 de Outubro de 2025)

26 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

Liga Conferência – 2025-26 – 2ª Jornada – Resultados e Classificação

23.10.2025 - AEK Athens - Aberdeen                        6-0
23.10.2025 - BK Häcken - Rayo Vallecano                   2-2
23.10.2025 - Breiðablik - KuPS Kuopio                     0-0
23.10.2025 - Shakhtar Donetsk - Legia Warsaw              1-2
23.10.2025 - Drita - Omonoia                              1-1
24.10.2025 - Rijeka - Sparta Praha                        1-0
23.10.2025 - Shkëndija - Shelbourne                       1-0
23.10.2025 - Racing Strasbourg - Jagiellonia Białystok    1-1
23.10.2025 - Rapid Wien - Fiorentina                      0-3
23.10.2025 - Mainz - Zrinjski Mostar                      1-0
23.10.2025 - AZ Alkmaar - Slovan Bratislava               1-0
23.10.2025 - Crystal Palace - AEK Larnaca                 0-1
23.10.2025 - Hamrun Spartans - Lausanne                   0-1
23.10.2025 - Lincoln Red Imps - Lech Poznań               2-1
23.10.2025 - Samsunspor - Dynamo Kyiv                     3-0
23.10.2025 - Shamrock Rovers - Celje                      0-2
23.10.2025 - Sigma Olomouc - Raków Częstochowa            1-1
23.10.2025 - Univ. Craiova - Noah                         1-1

23 Outubro, 2025 at 10:30 pm Deixe um comentário

Liga Europa – 2025-26 – 3ª Jornada – Resultados e Classificação

23.10.2025 - FC Salzburg - Ferencvárosi                   2-3
23.10.2025 - Fenerbahçe - VfB Stuttgart                   1-0
23.10.2025 - Feyenoord - Panathinaikos                    3-1
23.10.2025 - FCSB - Bologna                               1-2
23.10.2025 - Go Ahead Eagles - Aston Villa                2-1
23.10.2025 - Genk - Betis                                 0-0
23.10.2025 - Ol. Lyonnais - FC Basel                      2-0
23.10.2025 - Sp. Braga - Crvena zvezda                    2-0
23.10.2025 - Brann - Rangers                              3-0
23.10.2025 - AS Roma - Viktoria Plzeň                     1-2
23.10.2025 - Young Boys - Ludogorets                      3-2
23.10.2025 - Celtic - Sturm Graz                          2-1
23.10.2025 - Lille - P.A.O.K.                             3-4
23.10.2025 - Maccabi Tel-Aviv - Midtjylland               0-3
23.10.2025 - Malmö - Dinamo Zagreb                        1-1
23.10.2025 - Nottingham Forest - FC Porto                 2-0
23.10.2025 - Celta de Vigo - Nice                         2-1
23.10.2025 - Freiburg - Utrecht                           2-0

23 Outubro, 2025 at 10:00 pm Deixe um comentário

Liga dos Campeões – 2025-26 – 3ª Jornada – Resultados e Classificação

21.10.2025 - FC Barcelona - Olympiacos                    6-1
21.10.2025 - Kairat Almaty - Pafos                        0-0
21.10.2025 - Arsenal - Atlético de Madrid                 4-0
21.10.2025 - Bayer Leverkusen - Paris Saint-Germain       2-7
21.10.2025 - F.C. Copenhagen - Borussia Dortmund          2-4
21.10.2025 - Newcastle United - Benfica                   3-0
21.10.2025 - PSV Eindhoven - Napoli                       6-2
21.10.2025 - Union Saint-Gilloise - Internazionale        0-4
21.10.2025 - Villarreal - Manchester City                 0-2
22.10.2025 - Athletic Bilbao - Qarabağ                    3-1
22.10.2025 - Galatasaray - Bodø/Glimt                     3-1
22.10.2025 - AS Monaco - Tottenham                        0-0
22.10.2025 - Atalanta - Slavia Praha                      0-0
22.10.2025 - Chelsea - Ajax                               5-1
22.10.2025 - Eintracht Frankfurt - Liverpool              1-5
22.10.2025 - Bayern München - Club Brugge                 4-0
22.10.2025 - Real Madrid - Juventus                       1-0
22.10.2025 - Sporting - O. Marseille                      2-1

22 Outubro, 2025 at 10:00 pm Deixe um comentário

Liga dos Campeões – 3ª Jornada – Newcastle – Benfica

NewcastleNewcastle – Nicholas “Nick” Pope, Kieran Trippier, Malick Thiaw, Sven Botman, Daniel “Dan” Burn, Bruno Guimarães (90m – Joseph “Joe” Willock), Lewis Miley, Jacob Ramsey (63m – Joelinton de Lira), Jacob Murphy (63m – Harvey Barnes), Anthony Gordon (85m – Anthony Elanga) e Nick Woltemade (85m – William Osula)

BenficaBenfica – Anatoliy Trubin, Tomás Araújo, Nicolás Otamendi, António Silva, Amar Dedić (63m – Franjo Ivanović), Richard Ríos, Enzo Barrenechea, Fredrik Aursnes, Dodi Lukébakio, Heorhiy Sudakov e Evangelos “Vangelis” Pavlídis

1-0 – Anthony Gordon – 32m
2-0 – Harvey Barnes – 70m
3-0 – Harvey Barnes – 83m

Cartões amarelos – Malick Thiaw (17m); Dodi Lukébakio (45m) e Ricardo Rocha (Treinador adjunto – 65m)

Árbitro – Szymon Marciniak (Polónia)

Não há muitas palavras para qualificar a exibição do Benfica esta noite: foi (quase) tudo mau demais. A equipa benfiquista foi banalizada pela do Newcastle, acabando mesmo atropelada pela intensidade imprimida pelo adversário, completamente perdida em campo, com Trubin, com uma, duas, três defesas, a negar outros tantos golos nos derradeiros instantes, evitando humilhação maior.

José Mourinho optou por uma defesa a três, com Dedić e Aursnes a fechar as alas, e, passados os minutos iniciais, em que resistiu à entrada mais ofensiva da turma inglesa, o Benfica teve até um par de ocasiões de perigo, ambas por intermédio de Lukébakio, uma anulada pelo guardião, outra embatendo nos ferros da baliza.

Porém, à passagem da meia hora, uma falha a meio-campo logo foi aproveitada pelos donos da casa para inaugurar o marcador. A formação portuguesa acusou o toque, procurou recompor-se, conseguindo ainda manter a diferença mínima até ao intervalo.

Após o reatamento, quando necessitava ser mais afoito, intenso, mas também mais rigoroso, o Benfica como que se viu submergido pelo ritmo e poderio físico do Newcastle, em constantes cavalgadas em direcção ao sector recuado contrário.

O segundo golo, da confirmação da derrota, só surgiria aos 70 minutos, mas num lance que é bem paradigmático do desacerto geral: na sequência de um canto favorável ao Benfica, o guarda-redes Pope, fez, de primeira, um comprido lançamento com a mão, tendo António Silva (ainda no processo de recuperação, recuando para a área) falhado o corte, e, depois, Tomás Araújo, muito passivo, a deixar espaço para Barbes rematar cruzado, sem hipótese para Trubin.

Mourinho assistia no banco, aparentemente impávido, sem esboçar reacção, ao desmoronar da sua equipa, em especial em termos anímicos, não tendo, até final, feito qualquer substituição (a única, operada ainda com o marcador em 1-0, fora forçada, por lesão de Dedić).

Os últimos dez minutos foram penosos, com o Benfica, muito aquém do que seria de esperar dos elementos que compõem o seu plantel – como é possível que estes jogadores joguem (repetidamente) tão mal?! –, a aparentar não ter nível para disputar esta competição, de exigência máxima, que “não perdoa”.

O jogo n.º 500 da história do Benfica nas competições europeias não deixa saudades, mas não deverá ser para esquecer, mas para procurar retirar algum ensinamento.

Três jogos, três derrotas, zero pontos, a possibilidade de apuramento para o “play-off” bastante comprometida, para não dizer que será já utópica (faltará receber Bayer Leverkusen, Napoli – por acaso, hoje, sofrendo ambos severas goleadas – e Real Madrid, e deslocações aos terrenos do Ajax e da Juventus).

O mínimo que se pode exigir é que o Benfica possa honrar e dignificar o seu emblema no que resta desta edição da prova, de alguma forma mitigando a má imagem até agora deixada.

21 Outubro, 2025 at 10:15 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – 5ª Jornada

(“O Templário”, 16.10.2025)

O campeonato desta temporada, ainda na sua fase inicial, parece oferecer um grande desafio a qualquer tentativa de prognóstico, sucedendo-se os imprevistos, com a classificação a sofrer nova guinada. Mesmo que possa ter sido apenas um percalço no caminho que se projecta para a equipa do Mação (porventura análogo à que acabaria por ser a única derrota sofrida pelo Ferreira do Zêzere no campeonato anterior, precisamente ante o seu mais directo rival, Samora Correia), a verdade é que os maçaenses foram surpreendidos, sendo desfeiteados, no seu próprio reduto, pelo Torres Novas, que, sensacionalmente, lhes arrebatou a liderança.

Quem haveria de dizer que, após a conclusão da 5.ª jornada, o Águias de Alpiarça estaria igualado pontualmente com o Mação (partilhando, agora, o 2.º posto)? Ou que o Porto Alto (4.º) estaria só um ponto abaixo? Assim como, por seu turno, que, depois de seis pontos perdidos nas três primeiras rondas, o Fazendense necessitaria de tão pouco tempo para recolar, afinal, apenas com três pontos de desvantagem face aos maçaenses? E, pela parte dos tomarenses, que vinham de uma vitória, por goleada (4-0), e que até recebiam o penúltimo classificado, que chegava a Tomar vindo de uma goleada (0-5) sofrida em casa, quem esperaria o desaire que acabou por suceder?

Destaques – Em mais uma jornada ingrata para os visitados (outra vez, pela segunda semana seguida, com cinco triunfos dos forasteiros – sendo que, desta vez, apenas dois dos anfitriões lograram vencer), o principal destaque vai, necessariamente, para o embate entre os dois primeiros classificados, e para o notável triunfo arrancado pelo Torres Novas em Mação, e, mais, por 2-0, tentos apontados, logo a abrir, aos cinco minutos, e, no segundo tempo, próximo da hora de jogo.

Até então com uma fantástica média de mais de quatro golos marcados por jogo (total de 17, em quatro rondas), os maçaenses revelaram-se impotentes para superar a sólida defensiva torrejana, que segue somente com um golo sofrido (por acaso, um auto-golo, no jogo com o Pontével).

Em evidência esteve também o Abrantes e Benfica, com uma inesperada vitória, e por números robustos, em Coruche, goleando por 4-1, passando já a repartir a 7.ª posição com o U. Tomar e Pontével. O grupo do Sorraia até começou por inaugurar o marcador, bem cedo, ainda dentro dos dez primeiros minutos, mas uma expulsão, seguida de grande penalidade, apenas dez minutos depois, espoletaria a “débâcle”. Os abrantinos consumaram a reviravolta antes do intervalo; no segundo tempo, outra expulsão da turma visitada, e, mais tarde, segundo “penalty” contra, faria aumentar a contagem até aos 4-1, com os dois últimos tentos de rajada, a seis minutos do fim.

Não é que – atendendo ao que ambos os conjuntos têm vindo a apresentar – não fosse esperada a vitória do Porto Alto, na recepção ao At. Riachense, mas os donos da casa não desperdiçaram a oportunidade de aplicar retumbante goleada, por 7-0, no que, em paralelo, se traduz na terceira goleada sucessiva sofrida pelo clube dos Riachos (segunda por 7-0), acumulando 18 golos sofridos em três encontros, isto depois de até ter arrancado a prova com dois promissores empates.

Surpresas – O desfecho mais imprevisto terá sido, ainda assim, o que se registou em Tomar, onde o União deu um passo atrás, perdendo por 1-2 com o Entroncamento AC. Numa partida não muito bem jogada, registaram-se, não obstante, várias oportunidades na primeira metade, não materializadas por má definição e por boas intervenções de ambos os guardiões.

Com a equipa unionista talvez a deixar transparecer algum excesso de confiança, perante um adversário que, todavia, se viria a revelar mais agressivo e intenso, o activo seria aberto logo no segundo minuto da etapa complementar, pelos visitantes. Durante todo o tempo restante de jogo, os tomarenses mostraram-se algo precipitados, a jogar mais com o coração do que com a cabeça, só no penúltimo minuto conseguindo chegar ao golo. Pensou-se que poderia haver ainda tempo para aproveitar o facto de a turma adversária estar esgotada fisicamente, mas, contra as expectativas, seriam os homens da cidade ferroviária a marcar de novo, já em tempo de compensação (quarto jogo do União a sofrer golo na recta final), arrancando um precioso triunfo.

Também surpreendente foi a vitória averbada pelo Pontével (que, nas quatro primeiras jornadas, só conseguira bater, precisamente, o Entroncamento AC, logo na estreia) no reduto dos Amiais de Baixo, igualmente por 2-1. Os forasteiros marcaram primeiro, de grande penalidade, ao nono minuto, tendo-se visto em inferioridade numérica ainda antes de decorrida meia hora de jogo. O Amiense restabeleceu a igualdade pouco antes do termo do primeiro tempo, sendo expectável que pudesse beneficiar do facto de jogar mais de 65 minutos com mais um elemento. Contudo, também neste caso os visitantes conseguiriam somar os três pontos, com um golo ao cair do pano.

Confirmações – O grupo do Águias de Alpiarça soma e segue, ampliando para quatro a sua assinalável série de vitórias consecutivas, que lhe conferem, por ora, um brilhante 2.º lugar na tabela, a par do favorito Mação. Os alpiarcenses impuseram-se, em casa, ao Alcanenense, ganhando por 2-1, noutro desafio em que os derrotados tiveram dois jogadores expulsos, de uma assentada, nos descontos da primeira parte, tendo os locais marcado na conversão de um “penalty”. A jogar nove contra onze, a turma de Alcanena conseguiu ainda o impensável: empatar o jogo; mas acabaria por não resistir, sofrendo o segundo tento à entrada do último quarto de hora.

O Fazendense cumpriu o seu papel, indo ganhar ao terreno do Tramagal (que subsiste sem se estrear a pontuar, somando quinto desaire sucessivo), mas a surpresa esteves prestes a acontecer, apenas um solitário golo, já no minuto noventa, tendo proporcionado a vitória aos visitantes.

Em Ourém, o Cartaxo ofereceu outro recital de golos marcados… e sofridos, voltando a empatar a três bolas, ante o At. Ouriense, tal como acontecera em Tomar. Em cinco jogos realizados, os cartaxeiros ganharam uma vez por 3-2, empataram por duas ocasiões a 3-3, e perderam noutras duas vezes por 2-3 – totalizando, pois, 13 golos marcados e 14 sofridos! Desta feita, depois de estarem em desvantagem por 1-0 e por 3-1, chegariam à igualdade com dois tentos nos derradeiros cinco minutos. Após um ciclo de três vitórias a abrir, o At. Ouriense voltou a ceder pontos.

Liga 3 – O U. Santarém antecipara para o mês de Setembro o jogo ante o Caldas, pelo que “folgou” no passado fim-de-semana, assinalado pelos triunfos da Académica (2-0 em Évora, face ao Lusitano), Belenenses (3-0 ao Sp. Covilhã) e Atlético (4-0 ao 1.º Dezembro). Após a disputa de sete rondas, o Caldas comanda com 14 pontos, seguido por Belenenses (13), Académica e Mafra (12). Os escalabitanos, registando oito pontos, posicionam-se no 7.º lugar.

Campeonato de Portugal – Também esta prova esteve sofreu interregno no que respeita ao seu curso regular, tendo o domingo sido aproveitado para recuperar jogos em atraso. À sexta jornada, Fátima e Samora Correia situam-se, ambos, abaixo da “linha de água”, no 11.º e 12.º posto.

II Divisão Distrital – Teve início esta competição, tendo a ronda inaugural ficado assinalada por várias goleadas, ainda para mais, obtidas fora de casa, que deixam antever algum receio quanto à competitividade deste campeonato, dado o desnível de potencial entre os clubes envolvidos.

Espinheirense (ganhando por estrondoso 8-0 em Alferrarede), Caxarias (7-1 em Abrantes, ante a equipa “B” local), Moçarriense (6-1 em Benfica do Ribatejo) e Samora Correia “B” (vencedor, igualmente por 6-1 frente ao Rebocho) deram as notas de maior realce, anotando-se ainda os categóricos triunfos (ambos por 3-0) do Ouriquense em Rio Maior e do Vasco da Gama na Atalaia. O Ferreira do Zêzere teve um “arranque em falso”, batido (1-2) no seu terreno pelo Pego.

Antevisão – Na 6.ª jornada da I Divisão as atenções estarão focadas, especialmente, no clássico do futebol distrital (Torres Novas-U. Tomar), mas, também, no Fazendense-Coruchense e no Pontével-Mação. No escalão secundário destacam-se os desafios Marinhais-Benavente, Ouriquense-Forense, Samora Correia “B”-Glória do Ribatejo e Caxarias-Ferreira do Zêzere. A Liga 3 e o Campeonato de Portugal voltam a estar em pausa, a pretexto de mais uma eliminatória (1/32 avos de final) da Taça de Portugal, já sem qualquer emblema em representação do Distrito.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 16 de Outubro de 2025)

19 Outubro, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

Portugal – Hungria (Mundial 2026 – Qualif.)

Portugal Portugal – Diogo Costa, Nélson Semedo, Rúben Dias, Renato Veiga, Nuno Mendes (78m – Nuno Tavares), Bruno Fernandes (62m – Francisco Conceição), Rúben Neves (62m – João Palhinha), Vítor Ferreira “Vitinha”, Bernardo Silva, Pedro Neto (62m – João Félix) e Cristiano Ronaldo (78m – Gonçalo Ramos)

Hungria Hungria – Balázs Tóth, Loïc Négo, Willi Orbán, Attila Szalai, Milos Kerkez (79m – Márton Dárdai), András Schäfer (38m – Alex Tóth), Callum Styles (79m – Milán Vitális), Dominik Szoboszlai, Bendegúz Bolla (58m – Dániel Lukács), Roland Sallai e Barnabás Varga

0-1 – Attila Szalai – 8m
1-1 – Cristiano Ronaldo – 22m
2-1 – Cristiano Ronaldo – 45m
2-2 – Dominik Szoboszlai – 90m

Cartões amarelos – Bruno Fernandes (34m) e João Félix (90m); Callum Styles (50m) e Dániel Lukács (90m)

Árbitro – Srđan Jovanović (Sérvia)

Foi um jogo com algumas similitudes com o disputado na Hungria, e que, contrariamente às expectativas generalizadas, não permitiu festejar, já esta noite, o apuramento para o Mundial… que, no derradeiro minuto, ficaria adiado.

Tal como sucedera em Budapeste, Portugal entrou a perder, perante uma equipa que, ao longo de todo o desafio, mostrou que sabe jogar, desinibida, levando perigo até à área contrária por várias vezes. Tirando partido das bolas paradas, a turma magiar inaugurava o marcador, na sequência de um pontapé de canto, logo depois de Diogo Costa ter feito uma boa intervenção.

Portugal beneficiou, de seguida, do facto de a formação húngara ter, durante largo período, abdicado de subir no terreno, o que permitiu pensar o jogo e ir em busca da recuperação, com o tento da igualdade a surgir apenas um quarto de hora volvido, num bom centro de Nélson Semedo, com Cristiano Ronaldo, oportuno e bem posicionado, na pequena área, a ter apenas de empurrar a bola – estabelecendo então, com 40 tentos marcados, novo “record” absoluto de golos em jogos de qualificação para o Mundial.

E a equipa portuguesa, a jogar melhor do que na partida anterior, consumaria a reviravolta ainda antes do intervalo: se o primeiro golo tivera origem no flanco direito, o segundo nasceria na esquerda, com Nuno Mendes a fazer um cruzamento, em arco, que foi quase “meio golo”, com Cristiano Ronaldo, outra vez do lado contrário, novamente de primeira, com um toque decidido para o fundo da baliza.

A festa parecia poder começar. Só que os húngaros não estavam pelos ajustes. É verdade que Portugal teve infelicidade, com duas bolas a embater praticamente no mesmo ponto do poste da baliza de Balázs Tóth, à passagem da hora de jogo, primeiro num potente disparo, de meia distância, de Rúben Dias, e, no minuto imediato, a remate, mais em jeito, de Bruno Fernandes – que, a terem passado uns centímetros ao lado, teriam sentenciado o desfecho da partida.

Pouco depois de ter entrado em campo, João Félix poderia também ter marcado o terceiro golo português… Contudo, algo inexplicavelmente, o jogo como que ficaria “partido”, e a Hungria começaria a empurrar a equipa portuguesa para trás, tendo Szalai rematado também à trave, ainda com Rúben Dias a salvar o lance.

A selecção nacional retraiu-se, “encolheu-se” e “pôs-se a jeito”, face a uma equipa da Hungria ameaçadora, dispondo de vários pontapés de canto, até que, já em período de compensação, uma arrancada até à linha final originou um cruzamento, com a bola a percorrer toda a linha da pequena área, sem que ninguém a tivesse afastado, aparecendo Szoboszlai, completamente só, sem dificuldade em fazer o golo do empate, num verdadeiro “balde de água fria”.

A festa ficará anda (de)pendente de mais dois pontos (ou um, mantendo a vantagem na diferença de golos global) nos dois jogos que restam (deslocação à Irlanda e recepção à Arménia).

   GRUPO F             Jg     V     E     D       G      Pt
1º Portugal             4     3     1     -    11 - 4    10
2º Hungria              4     1     2     1     8 - 7     5
3º Irlanda              4     1     1     2     4 - 5     4
4º Arménia              4     1     -     3     2 - 9     3

4ª jornada

14.10.2025 – Irlanda – Arménia – 1-0
14.10.2025 – Portugal – Hungria – 2-2
(mais…)

14 Outubro, 2025 at 10:48 pm Deixe um comentário

Prémio Nobel da Economia – 2025

O prémio Nobel da Economia 2025 foi hoje atribuído a Joel Mokyr (Países Baixos), Philippe Aghion (França) e Peter Howitt (Canadá), “por terem explicado o crescimento económico impulsionado pela inovação”, com metade para Joel Mokyr “por ter identificado os pré-requisitos para o crescimento sustentado por meio do progresso tecnológico” e, a outra metade, em conjunto para Philippe Aghion e Peter Howitt “pela teoria do crescimento sustentado por meio da destruição criativa”.

13 Outubro, 2025 at 1:04 pm Deixe um comentário

Eleições Autárquicas 2025 – Resultados finais

(via)

13 Outubro, 2025 at 8:59 am Deixe um comentário

Portugal – Irlanda (Mundial 2026 – Qualif.)

Portugal Portugal – Diogo Costa, Diogo Dalot (62m – Nélson Semedo), Gonçalo Inácio (45m – Renato Veiga), Rúben Dias, Nuno Mendes, Bruno Fernandes (86m – Gonçalo Ramos), Rúben Neves, Vítor Ferreira “Vitinha” (62m – Francisco Trincão), Bernardo Silva, Pedro Neto (62m – Rafael Leão) e Cristiano Ronaldo

Irlanda Irlanda – Caoimhín Kelleher, Jake O’Brien, Nathan Collins, Dara O’Shea, Seamus Coleman (86m – John Egan), Josh Cullen, Jayson Molumby, Ryan Manning, Festy Ebosele (64m – Michael “Mikey” Johnston), Chiedozie Ogbene (77m – William Smallbone) e Evan Ferguson (77m – Troy Parrott)

1-0 – Rúben Neves – 90m

Cartões amarelos – Bruno Fernandes (68m) e Bernardo Silva (90m); Festy Ebosele (18m), Caoimhín Kelleher (71m), Jayson Molumby (76m), Ryan Manning (84m) e Josh Cullen (87m)

Árbitro – Ivan Kružliak (Eslováquia)

Foi uma repetida sensação de “déjà vu” o desempenho da selecção nacional em mais este jogo da que será a sua mais fácil fase de qualificação de sempre: um futebol estereotipado, abusando dos cruzamentos para a área, falho de imaginação e criatividade. Uma equipa que parece denotar falta de motivação para enfrentar adversários deste tipo.

É claro que Portugal esteve sempre por cima no jogo, assumindo a iniciativa e controlo, praticamente de início a fim, ante uma selecção da Irlanda remetida a uma defesa porfiada, que se preocupava sobretudo em procurar bloquear as ofensivas contrárias.

Um dos melhores lances surgiu pouco depois do quarto de hora, primeiro com Cristiano Ronaldo a rematar ao poste, e, de imediato, na recarga, Bernardo Silva, com a baliza “aberta” a falhar o alvo. Depois, só perto do intervalo, Kelleher teria intervenção mais apertada, a safar um remate de cabeça de Gonçalo Inácio.

Sem alterações significativas na toada do jogo na fase inicial da segunda parte, Roberto Martínez tentou sacudir a equipa, com as entradas de Nélson Semedo, Francisco Trincão e Rafael Leão.

E seria precisamente um remate de Trincão, a embater no braço de um adversário, a proporcionar a mais flagrante oportunidade para quebrar a resistência irlandesa, mas Cristiano Ronaldo, rematando para o meio da baliza, permitiria a defesa do “penalty”, qual guarda-redes de andebol, esticando a ponta do pé.

Com o nulo a arrastar-se até ao final, Portugal teria então a fortuna de um dos múltiplos cruzamentos (numa boa execução de Trincão) ter sido concretizado pelo mais improvável goleador, Rúben Neves – que se estreou a marcar pela selecção –, surgindo, muito oportuno, na pequena área, a antecipar-se e a desviar, de cabeça, para o fundo da baliza, numa bela homenagem à memória de Diogo Jota.

Estava garantida, in extremis, a continuidade do pleno de vitórias…

   GRUPO F             Jg     V     E     D       G      Pt
1º Portugal             3     3     -     -     9 - 2     9
2º Hungria              3     1     1     1     6 - 5     4
3º Arménia              3     1     -     2     2 - 8     3
4º Irlanda              3     -     1     2     3 - 5     1

3ª jornada

11.10.2025 – Hungria – Arménia – 2-0
11.10.2025 – Portugal – Irlanda – 1-0
(mais…)

11 Outubro, 2025 at 10:12 pm Deixe um comentário

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