João Almeida 2.º na “Vuelta”
14 Setembro, 2025 at 11:09 pm Deixe um comentário
Depois de ter terminado já o “Giro” em 3.º (2023), 4.º (2020) e 6.º lugar (2021), o “Tour” no 4.º posto (2024) e a “Vuelta” na 5.ª (2022) e 9.ª posição (2023), João Almeida culmina a sua melhor época de sempre – em que se sagrou vencedor da “Volta ao País Basco”, do “Tour de Romandie” e da “Volta à Suíça” – obtendo o 2.º lugar na “Vuelta”, igualando o melhor registo de um ciclista português (Joaquim Agostinho, 2.º na “Vuelta” de 1974) em grandes provas de ciclismo por etapas.
João Almeida foi ainda vencedor da 13.ª etapa, com final no alto de L’Angliru, em que apenas Jonas Vingegaard (que obteve a vitória final na classificação geral, depois de ter sido também já vencedor do “Tour” em 2022 e 2023) o conseguiu acompanhar na escalada final.
Os dois primeiros classificados disputaram toda a competição praticamente a par, sendo que o dinamarquês começara por se superiorizar logo na 2.ª etapa (que venceu, ganhando 2+10 segundos de bonificação), bisando o triunfo na 9.ª etapa (ganhando, adicionalmente, 24+6 segundos), ampliando a vantagem em mais 4+10 segundos na 11.ª etapa. Por seu lado, João Almeida reduziria ainda (com a vitória na 13.ª etapa, e, antes, na 5.ª etapa, no contra-relógio por equipas) a diferença na classificação geral para 46 segundos.
No contra-relógio individual, da 18.ª etapa, que João Almeida terminou no 3.º lugar (face ao 9.º posto de Vingegaard), recuperando 10 segundos, a desvantagem na geral fora ainda encurtada para 40 segundos, passando, todavia, a 44 segundos logo no dia seguinte, mercê de mais uma bonificação do “camisola vermelha”, obtida em sprint intermédio.
Na etapa decisiva (20.ª e penúltima), com a escalada da “Bola del Mundo”, o dinamarquês voltou a ganhar, fixando a diferença final de um minuto e 16 segundos. A etapa derradeira, da consagração, com final previsto para Madrid, seria anulada a pouco menos de 60 km da meta, devido a acção de protesto contra Israel, em defesa da Palestina, tendo a estrada sido invadida por uma multidão de manifestantes.
Ao longo de toda a prova, o duelo entre os dois primeiros foi ainda condicionado pelo distinto posicionamento das respectivas equipas, com a Visma sempre a apoiar o seu líder, enquanto, na UAE, pareceu haver liberdade para todas as iniciativas individuais, culminando num total de 7 etapas ganhas – para além do contra-relógio por equipas, triunfos também para Jay Vine (6.ª e 10.ª etapa), Juan Ayuso (7.ª e 12.ª), João Almeida (13.ª) e Marc Soler (14.ª etapa).

Classificação geral final:
1.º Jonas Vingegaard (Dinamarca) – Team Visma – Lease a Bike – 74h 20′ 28”
2.º João Almeida (Portugal) – UAE Team Emirates XRG – a 01′ 16”
3.º Thomas Pidcock (Reino Unido) – Q36.5 Pro Cycling Team – a 03′ 11”
4.º Jai Hindley (Austrália) – Red Bull – Bora – Hansgrohe – a 03′ 41”
5.º Matthew Riccitello (EUA) – Israel – Premier Tech – a 05′ 55”
6.º Giulio Pellizzari (Itália) – Red Bull – Bora – Hansgrohe – a 07′ 23”
7.º Sepp Kuss (EUA) – Team Visma – Lease a Bike – a 07′ 45”
8.º Felix Gall (Áustria) – Decathlon AG2R La Mondiale Team – a 07′ 50”
9.º Torstein Træen (Noruega) – Bahrain Victorious – a 09′ 48”
10.º Matteo Jorgenson (EUA) – Team Visma – Lease a Bike – a 12′ 16”
É a seguinte a lista completa dos vencedores das 80 edições já disputadas da “Vuelta”:
- 4 vitórias – Roberto Heras (2000, 2003, 2004 e 2005); e Primož Roglič (2019, 2020, 2021 e 2024)
- 3 vitórias – Tony Rominger (1992, 1993 e 1994); e Alberto Contador (2008, 2012 e 2014)
- 2 vitórias – Gustaaf Deloor (1935 e 1936); Julián Berrendero (1941 e 1942); José Manuel Fuente (1972 e 1974); Bernard Hinault (1978 e 1983); Pedro Delgado (1985 e 1989); Alex Zülle (1996 e 1997); e Chris Froome (2011 e 2017)
- 1 vitoria – Delio Rodríguez (1945); Dalmacio Langarica (1946); Edward Van Dijck (1947); Bernardo Ruiz (1948); Emilio Rodríguez (1950); Jean Dotto (1955); Angelo Conterno (1956); Jesús Loroño (1957); Jean Stablinski (1958); Antonio Suárez (1959); Frans De Mulder (1960); Angelino Soler (1961); Rudi Altig (1962); Jacques Anquetil (1963); Raymond Poulidor (1964); Rolf Wolfshohl (1965); Francisco Gabica (1966); Jan Janssen (1967); Felice Gimondi (1968); Roger Pingeon (1969); Luis Ocaña (1970); Ferdinand Bracke (1971); Eddy Merckx (1973); Agustín Tamames (1975); José Pesarrodona (1976); Freddy Maertens (1977); Joop Zoetemelk (1979); Faustino Rupérez (1980); Giovanni Battaglin (1981); Marino Lejarreta (1982); Éric Caritoux (1984); Álvaro Pino (1986); Luis Herrera (1987); Sean Kelly (1988); Marco Giovannetti (1990); Melcior Mauri (1991); Laurent Jalabert (1995); Abraham Olano (1998); Jan Ullrich (1999); Ángel Casero (2001); Aitor González (2002); Alexander Vinokourov (2006); Denis Menchov (2007); Alejandro Valverde (2009); Vincenzo Nibali (2010); Chris Horner (2013); Fabio Aru (2015); Nairo Quintana (2016); Simon Yates (2018); Remco Evenepoel (2022); Sepp Kuss (2023); e Jonas Vingegaard (2025)




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