Archive for Junho, 2025

O Pulsar do Campeonato – Supertaça

(“O Templário”, 12.06.2025)

Num embate (o terceiro, no curto intervalo de menos de mês e meio) entre os dois primeiros classificados do campeonato e, também, finalistas da Taça – e depois de o Campeão, Ferreira do Zêzere, ter alcançado a “dobradinha” –, coube, desta feita, a fortuna ao Samora Correia, na disputa da Supertaça Dr. Alves Vieira, em partida tradicionalmente realizada em Torres Novas.

Tal como sucedera na Final da Taça do Ribatejo, quem marcou primeiro acabou por sair derrotado, sendo que a partida se viria a decidir num escasso período de apenas dez minutos, entre os 28 e os 38: os ferreirenses inauguraram o marcador, na conversão de uma grande penalidade (por Tiago Mateus), tendo os samorenses restabelecido a igualdade oito minutos depois (golo apontado pelo australiano Deniz Sen), para logo de seguida, só outros dois minutos volvidos, se colocarem em vantagem (por intermédio de Kelton Garcia), fixando o que viria o ser o resultado final, de 2-1.

No balanço geral do confronto directo entre as duas equipas, num total de quatro desafios disputados, todos eles muito nivelados no marcador final (com resultados tangenciais ou igualado), a formação comandada por Mário Ruas acaba por levar a melhor sobre o grupo liderado por Mário Nelson, com dois triunfos dos samorenses, face a um dos ferreirenses, e um empate. O que não invalida, claro, que o Ferreira do Zêzere se tenha superiorizado a nível das conquistas mais significativas, ostentando o título de Campeão Distrital e o troféu da Taça do Ribatejo.

Em qualquer caso, ficou bem patente que Ferreira do Zêzere e Samora Correia foram os clubes dominadores do futebol distrital, quer a nível da prova de regularidade (no caso dos ferreirenses estabelecendo um “record” histórico absoluto de pontos, tendo perdido um único jogo e empatado outro; tendo, em paralelo, os samorenses obtido também a sua maior pontuação de sempre, num desempenho apenas superado pelos três títulos de Campeão conquistados – sendo que em 1982-83, com a vitória a valer dois pontos, cederam somente três empates), quer da prova a eliminar.

Ao fim de 28 anos de jejum de títulos, o Samora Correia conquistou a terceira Supertaça do seu historial (depois ter sido já vencedor da competição em 1994 e em 1997), igualando a marca de Coruchense, Fazendense, Riachense e Torres Novas enquanto clubes com mais triunfos na prova.

Regista-se, desde modo, que, já há dez anos, nenhuma equipa consegue alcançar o “triplete” de troféus (Campeonato Distrital, Taça do Ribatejo e Supertaça Dr. Alves Vieira), desde que o Coruchense obteve tal proeza, em 2015; antes, outros cinco emblemas já o tinham realizado também: At. Riachense (2010); Monsanto (2004); Abrantes FC (2003); U. Rio Maior (2002); e, por coincidência, o agora novo detentor da Supertaça, Samora Correia (1994).

Passa a ser o seguinte o resumo do Palmarés do futebol distrital, desde a temporada inaugural, de 1924-25, até à época agora finda, de 2024-25, ao longo de um século de competições (com um total de 36 clubes com títulos conquistados – 31 dos quais de Campeão Distrital; tendo sido 25 os vencedores da Taça do Ribatejo; e 16 os que ganharam já a Supertaça):

II Divisão Distrital – As equipas da região Norte do Distrito partiam em vantagem (tangencial, em ambos os casos), mas acabaram por soçobrar, na 2.ª mão, tendo prevalecido os clubes da zona Sul, quer no que respeita à Final, para apuramento do Campeão, como ao “playoff” de subida.

No Tramagal, a turma da Associação Recreativa do Porto Alto – que havia sido batida, no seu reduto, pelo Tramagal, por 0-1 – viria a impor-se, triunfando por convincente marca de 3-1 (tendo, aliás, chegado a dispor de vantagem de três golos), revertendo o desfecho da semana anterior, conquistando assim o seu primeiro título de Campeã Distrital da II Divisão, sucedendo ao Águias.

Na disputa do “playoff” de promoção, o Pontével, após ter perdido nos Riachos por 2-1, manifestou inequívoca superioridade, triunfando por 3-0, garantindo, portanto, a terceira e última vaga de subida ao escalão principal, ficando, ao invés, o Riachense com o amargo de não ter conseguido alcançar esse objectivo, num ano difícil, em que passou por infaustos momentos.

Estão apurados para participar no campeonato da I Divisão Distrital de 2025-26 os seguintes 16 emblemas: Samora Correia, Fazendense, Coruchense, Torres Novas, Abrantes e Benfica, Mação, Alcanenense, At. Ouriense, Amiense, Águias de Alpiarça, Entroncamento AC, U. Tomar, Cartaxo, Porto Alto, Tramagal e Pontével.

Teremos, pois, três regressos, de clubes que há largos anos se encontravam afastados do escalão principal: o Tramagal volta a disputar tal campeonato após 18 anos de interregno (última presença na época de 2006-07), enquanto o Porto Alto retorna depois de 13 anos (última participação em 2011-12), sendo que o Pontével não disputava a prova há dez anos (desde 2014-15).

Antevisão – Disputa-se este Sábado, 14 de Junho, no Estádio Nacional do Jamor, o último jogo da temporada: a Final do Campeonato de Portugal, entre a equipa “B” do Vitória de Guimarães e o Lusitano de Évora, vencedores, respectivamente, das séries Norte e Sul, para apurar o quarto Campeão neste novo formato da prova (correspondendo ao 4.º escalão a nível nacional), depois dos títulos conquistados pelo Paredes (2021-22), Atlético (2022-23) e Amarante (2023-24).

Quanto ao “Pulsar do Campeonato” finda por aqui a sua 13.ª temporada, num total de 420 artigos.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 12 de Junho de 2025)

Nota – Já após a publicação deste artigo chegou, entretanto, a notícia de que o Ferreira do Zêzere (não dispondo de campo com as medidas regulamentares para disputar o Campeonato de Portugal) abdicou da promoção ao Nacional, revertendo essa vaga de subida a favor do Samora Correia (vice-campeão distrital).

14 Junho, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

Portugal – Espanha – Liga das Nações da UEFA – Final

PortugalEspanha2-2

Portugal Diogo Costa, João Neves (45m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Gonçalo Inácio (74m – Renato Veiga), Nuno Mendes, Bernardo Silva (74m – Rafael Leão), Vítor Ferreira “Vitinha”, Pedro Neto (105m – Diogo José “Jota”), Bruno Fernandes, Francisco Conceição (45m – Rúben Neves) e Cristiano Ronaldo (88m – Gonçalo Ramos)

Espanha Espanha – Unai Simón, Óscar Mingueza (92m – Pedro Porro), Robin Le Normand, Dean Huijsen, Marc Cucurella, Pedro “Pedri” González (74m  – Francisco “Isco” Alarcón), Martín Zubimendi, Fabián Ruiz (74m – Mikel Merino), Lamine Yamal (105m – Yeremi Pino), Mikel Oyarzabal (111m – Álvaro Morata) e Nicholas “Nico” Williams (92m – Alejandro “Álex” Baena)

0-1 – Martín Zubimendi – 21m
1-1 – Nuno Mendes – 26m
1-2 – Mikel Oyarzabal – 45m
2-2 – Cristiano Ronaldo – 61m

Cartões amarelos – Gonçalo Inácio (19m), Pedro Neto (82m), Nuno Mendes (100m) e Roberto Martínez (Treinador – 110m); Fabián Ruiz (33m), Robin Le Normand (90m), Alejandro “Álex” Baena (100m) e Pedro Porro (110m)

Desempate da marca de grande penalidade:
1-0 – Gonçalo Ramos
1-1 – Mikel Merino
2-1 – Vítor Ferreira “Vitinha”
2-2 – Alejandro “Álex” Baena
3-2 – Bruno Fernandes
3-3 – Francisco “Isco” Alarcón
4-3 – Nuno Mendes
Álvaro Morata permitiu a defesa a Diogo Costa
5-3 – Rúben Neves

Árbitro – Sandro Schärer (Suíça)

Allianz Arena, Munique – Alemanha

Portugal sagra-se vencedor da 4.ª edição da Liga das Nações, conquistando o troféu pela segunda vez!

Defrontando a que será, porventura, melhor selecção mundial da actualidade, por duas vezes a equipa portuguesa esteve em desvantagem no marcador, por duas vezes teve a coragem necessária para repor a igualdade.

Entrando em campo com um desenho táctico pouco ortodoxo, com a novidade de mais um lateral direito improvisado (João Neves!), procurando tirar partido da aposta na irreverência de Francisco Conceição, a selecção nacional tinha um tesouro que brilharia com maior fulgor nesta Final, numa sensacional exibição de Nuno Mendes.

A turma portuguesa, atrevida, logo de entrada procurou apropriar-se do jogo, mas rapidamente a Espanha assumiria as rédeas, dominando na zona nevrálgica, e instalando-se no meio campo contrário, começando a dar a ideia que poderia chegar ao golo, o que sucederia cumpridos os primeiros vinte minutos, beneficiando de uma sucessão de ressaltos.

A equipa nacional teria, então, a felicidade de, antes de poder reequilibrar a contenda em termos de futebol jogado, chegar, de pronto, ao empate, num raid fulminante de Nuno Mendes, que marcou pela primeira vez ao serviço da selecção.

A Espanha não desarmou, e Nico Williams, com várias investidas pelo flanco esquerdo, ia colocando a “cabeça em água” a João Neves, sem as rotinas posicionais necessárias a um bom desempenho, de forma a travar um extremo tão versátil.

Mas seria até pelo lado direito que, mesmo à beira do intervalo, a formação espanhola se recolocaria em vantagem, aproveitando alguma desconcentração portuguesa, reclamando uma falta sobre Bernardo Silva. O resultado ao intervalo ajustava-se ao rendimento apresentado pelas duas equipas.

No reatar da partida Roberto Martínez rectificou posições, sacrificando João Neves, dando lugar a Nélson Semedo, ao mesmo tempo que procurava reforçar o meio-campo, com a entrada de Rúben Neves. As alterações promovidas pareciam fazer sentido, mas, em termos práticos, não davam resultados, no que respeita a uma tomada de controlo pela equipa portuguesa, que continuava muito pressionada.

Até que, ao passar da hora de jogo, libertou-se (de novo) o génio de Nuno Mendes – que, tendo tido de lidar, face a face, com a grande promessa (já certeza) espanhola, Lamine Yamal, ia levando claramente a melhor, em termos defensivos –, conseguindo esquivar-se ao rival directo, e “ligando o turbo”, em direcção à área, com a bola a chegar a Cristiano Ronaldo, que, com frieza, não perdoaria, fazendo o 2-2.

Até final do tempo regulamentar, a Espanha, forçada a mostrar respeito pelo adversário, refreou a tomada de risco, em contraponto à tentativa portuguesa de explorar também o “diabo à solta”, Rafael Leão, mas o resultado estava feito e não se alteraria.

Numa boa exibição da equipa nacional, este era já o sexto empate entre as duas selecções, nos últimos sete encontros!

Portugal parecia denotar maior frescura e superioridade anímica para o prolongamento, agora com Nuno Mendes e Rafael Leão a constituírem ameaças que a Espanha não podia menorizar. Faltaria, então, eficácia – sobretudo na primeira parte do prolongamento – para que a selecção portuguesa tivesse marcado e pudesse ganhar o jogo.

Na segunda metade desse tempo extra, a conjugação da fadiga que se ia avolumando, de parte a parte, com o receio de perder, fez com que não houvesse soberanas ocasiões de golo para qualquer lado.

O desempate da marca de grande penalidade tornara-se uma inevitabilidade, e, sendo sempre de desfecho contingente, prometia favorecer a equipa portuguesa. E assim seria: com todas as sete primeiras tentativas concretizadas com sucesso, bastaria a decisiva defesa de Diogo Costa, a remate de Morata, para proporcionar a Rúben Neves a oportunidade de materializar a festa, o que, com grande serenidade, confirmaria, completando o pleno de (cinco) golos de Portugal.

Depois do Campeonato da Europa de 2016, e da Liga das Nações de 2019, a selecção de Portugal conquista o seu terceiro grande troféu a nível internacional. Nuno Mendes ( o “homem do jogo”), João Neves, Vitinha e Gonçalo Ramos viveram a melhor semana das suas vidas a nível desportivo: depois de, no passado Sábado, se terem sagrado Campeões Europeus de clubes, conquistaram, este Domingo – por curiosidade, no mesmo mítico Estádio, em Munique –, a Liga das Nações.

8 Junho, 2025 at 10:32 pm Deixe um comentário

Alemanha – França – Liga das Nações da UEFA – 3.º/4.º lugar

AlemanhaFrança0-2

Alemanha Marc-André ter Stegen, Joshua Kimmich, Jonathan Tah, Robin Koch, David Raum (65m – Maximilian Mittelstädt), Pascal Groß (73m – Thilo Kehrer), Leon Goretzka (65m – Tom Bischof), Nick Woltemade (45m – Deniz Undav), Florian Wirtz, Karim-David Adeyemi (78m – Serge Gnabry) e Niclas Füllkrug

França França – Mike Maignan, Malo Gusto, Loïc Badé, Lucas Hernández, Lucas Digne, Aurélien Tchouaméni (68m – Emmanuel “Manu” Koné), Adrien Rabiot, Randal Kolo Muani (68m – Désiré Doué), Rayan Cherki (68m – Michael Olise), Marcus Thuram (90m – Mattéo Guendouzi) e Kylian Mbappé

0-1 – Kylian Mbappé – 45m
0-2 – Michael Olise – 84m

Cartões amarelos – David Raum (29m), Karim-David Adeyemi (35m) e Jonathan Tah (61m); Lucas Digne (12m) e Lucas Hernández (61m)

Árbitro – Ivan Kružliak (Eslováquia)

Stuttgart Arena, Stuttgart – Alemanha

8 Junho, 2025 at 4:38 pm Deixe um comentário

O Pulsar do Campeonato – Taça do Ribatejo – Final

(“O Templário”, 05.06.2025)

Numa época repleta de êxitos, o Ferreira do Zêzere junta, ao título de Campeão Distrital, a Taça do Ribatejo, fazendo a tão ambicionada “dobradinha”, bisando a conquista deste troféu, que tinha vencido já na temporada precedente. Esta foi a 13.ª vez em que o Campeão se sagrou também vencedor da Taça, no mesmo ano, repetindo os feitos de: Amiense (1977); Samora Correia (1983 e 1994); Águias de Alpiarça (1985); Benavente (1991); U. Rio Maior (2002); Abrantes FC (2003); Monsanto (2004); At. Riachense (2009 e 2010); Coruchense (2015); e U. Santarém (2019).

Tendo alcançado o seu primeiro troféu no ano de 1990, e após a vitória na edição transacta, o emblema do Zêzere passou, pois, a integrar um selecto lote, agora constituído por cinco clubes (Tramagal, Riachense, Amiense, Coruchense e Ferreira do Zêzere), cada um com três Taças ganhas, marca só superada pelos cinco troféus que constam do palmarés do Fazendense.

A formação ferreirense registou o pleno de seis vitórias na prova de 2024-25, tendo superado, sucessivamente, Moçarriense, Mação, Entroncamento AC, Abrantes e Benfica (meias-finais a duas mãos) e Samora Correia. Isto, depois, de, na prova anterior, ter obtido quatro triunfos e um empate (na 2.ª mão da meia-final, tendo já “carimbado”, logo na 1.ª mão, o apuramento para a final, igualmente ante os abrantinos, tal como sucedeu este ano). O último desaire do Ferreira do Zêzere na Taça remonta a Janeiro de 2023, desfeiteado, no seu reduto, pelo Alcanenense (1-3).

Taça do Ribatejo – Na final do passado Sábado, disputada em Santarém, no “Campo Chã das Padeiras”, colocando frente-a-frente os dois primeiros classificados do campeonato, o Samora Correia entrou “a todo o gás” – tendo começado por introduzir a bola na baliza contrária logo no minuto inicial (“golo” que, contudo, não valeu) – para vir a chegar mesmo ao golo, na sequência de um pontapé de canto, não estavam ainda cumpridos dois minutos!

Tendo cedido os únicos pontos no Distrital desta temporada ante este rival (frente ao qual, aliás, dado ter perdido em casa por 0-1, e empatado a zero em Samora, não lograra ainda, em 180 minutos, chegar ao golo), o grupo ferreirense não vacilou; após um período inicial de predomínio contrário, à passagem dos vinte minutos, não só tinha equilibrado a contenda, como, inclusivamente, materializara já tal equilíbrio no tento do empate.

Na segunda parte o jogo continuou bastante disputado, com o Ferreira a colocar-se em vantagem a meio desse período, estabelecendo o que seria o desfecho da partida (2-1). Até ao termo do embate, os samorenses, não se resignando, ainda remataram aos ferros da baliza, tendo o desafio terminado com os vencedores sob intensa pressão, perante a ameaça da eventual reposição da igualdade. Não obstante, os Campeões voltariam a levar a melhor, arrebatando mais um troféu.

União de Tomar – Numa nota com algum cariz pessoal, seja-me permitida a referência à eleição, em Assembleia Geral realizada no passado dia 30 de Maio, de novos órgãos sociais do União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, para o biénio 2025-2027: Manuel Graça foi eleito Presidente da Direcção, voltando a assumir o cargo que desempenhara já entre 2001 e 2007; para exercer as funções de Presidente da Mesa da Assembleia Geral foi eleito o também antigo Presidente da Direcção (1988-1989), Pedro Marques, que tivera igualmente tal cargo entre 1997 e 2003; Hugo Costa será o novo Presidente do Conselho Fiscal do clube.

Em nome próprio, tendo entendido dar por concluída uma missão que assumi nos últimos dez anos – expressando, nesta ocasião, os votos dos maiores sucessos aos novos órgãos sociais, e, por inerência, ao União de Tomar, e reiterando também o meu agradecimento ao anterior Presidente da Direcção, Abel Bento, pela confiança depositada –, foi com grande orgulho que pude desempenhar funções ao serviço do meu clube (do nosso clube!), renovando o mote de que o União será o que os seus sócios quiserem, e que o clube precisará de todos, a cada novo dia!

Ressalvando, evidentemente, que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral não tem qualquer intervenção a nível da gestão da vida do clube, nem, claro, no que respeita às suas actividades de âmbito desportivo, tive a felicidade de – nesse período de dez anos em que dispus do privilégio de estar ao serviço do União de Tomar – ter acompanhado uma fase recheada de notáveis desempenhos, mesmo se se restringir o campo de observação apenas ao futebol sénior: destacando-se, necessariamente, o título de Campeão Distrital em 2022-23 e a conquista da Taça do Ribatejo em 2017-18, há que sublinhar ainda as três vezes em que o clube foi vice-campeão (2014-15, 2017-18 e 2021-22), dois 3.º lugares (2015-16 e 2016-17) e um 5.º (2019-20); para além de três outras presenças nas meias-finais da Taça do Ribatejo (2019-20, 2020-21 e 2024-25).

O meu obrigado a todos, desde directores, treinadores, jogadores, restante “staff”, sócios e adeptos do U. Tomar – sem esquecer nunca a amizade dos “Veteranos” do União. Foi uma grande honra!

I Divisão Distrital – Só cinco dias após a conclusão do campeonato ficámos a conhecer o segundo clube despromovido ao escalão secundário: na sequência da deliberação adoptada pelo Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Santarém, o Águias de Alpiarça foi punido (com fundamento em “comportamento discriminatório” e em distúrbios que levaram o árbitro a interromper a partida) com derrota por 0-3 no jogo da 28.ª jornada, com o Cartaxo, sendo, pois, atribuídos a este clube os três pontos desse jogo – o que acabou por ditar a despromoção do Glória do Ribatejo (ultrapassada pelo Cartaxo), acompanhando o último classificado, Salvaterrense. Um caso que deverá ainda, continuar a “fazer correr muita tinta”, perante o inconformismo do Glória.

II Divisão Distrital – Realizaram-se, no passado Domingo, os desafios da 1.ª mão da final, para apuramento do Campeão Distrital da II Divisão, e, por outro lado, do “playoff” de disputa da terceira vaga de subida à divisão principal, tendo ambos os clubes da zona norte levado a melhor.

No primeiro encontro da final, no Porto Alto, a equipa local foi batida, por tangencial 0-1, pelo Tramagal, um resultado que, colocando os tramagalenses em posição favorável, não poderá ainda ser considerado definitivo, subsistindo a decisão em aberto para a partida da 2.ª mão. Por seu lado, no confronto entre os dois 2.º classificados, o Riachense ganhou, em casa, ao Pontével, por 2-1.

Liga 3 – Também em jogo de “play-off”, entre o antepenúltimo classificado da II Liga (Paços de Ferreira) e o 3.º da Liga 3 (Belenenses), e depois do 2-1 a favor dos azuis do Restelo, na 1.ª mão, os pacenses saíram agora vencedores por 2-0 (após prolongamento), mantendo assim a posição no segundo escalão do futebol profissional; subsistindo o Belenenses, por seu turno, na Liga 3.

Campeonato de Portugal – O Fátima esteve “tão perto” do que seria uma proeza notável, a de conseguir segunda promoção consecutiva, após o título Distrital de há um ano. Necessitando ganhar ao Amora, na derradeira ronda, os fatimenses começaram por se ver em desvantagem, tendo ainda logrado empatar a uma bola; porém, e numa fase em que estariam já a arriscar tudo, viriam a sofrer novo tento, a escassos três minutos do final, acabando por sofrer quinta derrota, nos seis jogos disputados neste torneio de apuramento, quedando-se, pois, pelo 4.º posto.

De qualquer forma, uma campanha muito positiva do Fátima, sob a orientação de Gonçalo Carvalho, a mostrar que as equipas do Distrito podem ter uma palavra de relevo a este nível.

Garantiram a subida à Liga 3 as equipas do Lusitano de Évora (com o pleno de seis vitórias) e V. Guimarães “B” – que disputarão, a 14 de Junho, no Estádio do Jamor, a final da competição –, acompanhadas pelos clubes que terminaram no 2.º lugar de cada série, Paredes e Amora.

Antevisão – A época de 2024-25 do futebol distrital tem o seu epílogo este fim-de-semana: no Sábado, em Torres Novas, voltam a defrontar-se Ferreira do Zêzere e Samora Correia, para disputa da Supertaça Dr. Alves Vieira; no Domingo, teremos a 2.ª mão da final da II Divisão, com o Tramagal a receber a visita do Porto Alto; enquanto a turma do Riachense se desloca a Pontével, para a decisão sobre o último clube a promover à I Divisão Distrital para a próxima temporada.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 5 de Junho de 2025)

7 Junho, 2025 at 11:00 am Deixe um comentário

Espanha – França – Liga das Nações da UEFA – 1/2 finais

EspanhaFrança5-4

Espanha Espanha – Unai Simón, Pedro Porro, Robin Le Normand (77m – Daniel Vivian), Dean Huijsen, Marc Cucurella, Mikel Merino (90m – Pablo Gavira “Gavi”), Martín Zubimendi, Pedro “Pedri” González (64m – Fabián Ruiz), Lamine Yamal, Mikel Oyarzabal (77m – Samuel “Samu” Omorodion) e Nicholas “Nico” Williams (64m – Dani Olmo)

França França – Mike Maignan, Pierre Kalulu (63m – Malo Gusto), Ibrahima Konaté, Clément Lenglet (72m – Lucas Hernández), Theo Hernández, Emmanuel “Manu” Koné, Adrien Rabiot, Ousmane Dembélé (76m – Randal Kolo Muani), Michael Olise (63m – Rayan Cherki), Désiré Doué (63m – Bradley Barcola) e Kylian Mbappé

1-0 – Nicholas “Nico” Williams – 22m
2-0 – Mikel Merino – 25m
3-0 – Lamine Yamal (pen.) – 54m
4-0 – Pedro “Pedri” González – 55m
4-1 – Kylian Mbappé (pen.) – 59m
5-1 – Lamine Yamal – 67m
5-2 – Rayan Cherki – 79m
5-3 – Daniel Vivian (p.b.) – 84m
5-4 – Randal Kolo Muani – 90m

Cartões amarelos – Lamine Yamal (33m) e Pablo Gavira “Gavi” (90m); Adrien Rabiot (51m), Theo Hernández (82m), Randal Kolo Muani (90m) e Emmanuel “Manu” Koné (90m)

Árbitro – Michael Oliver (Inglaterra)

Stuttgart Arena, Stuttgart – Alemanha

Um resultado de 4-0 aos dez minutos da segunda parte pode induzir em erro, levando a pensar que “os números dizem tudo”, isto é, que o desafio teria sido um passeio para a Espanha, num jogo de “sentido único”.

Mas não foi bem assim, desde logo porque a França até teve uma melhor entrada, assumindo a iniciativa; porém, a eficácia espanhola foi tremenda, marcando dois golos num curto intervalo de três minutos, entre os 22 e os 25. O que repetiria, no tal arranque de segunda parte, com mais outros dois tentos, desta feita em minutos consecutivos.

Quando Mbappé, logo de seguida, reduziu para 1-4, o mais normal seria pensar-se que a França tinha obtido o seu “ponto de honra”. Até porque, pouco tempo decorrido, a Espanha voltava a colocar o marcador numa diferença de quatro golos a seu favor.

A partir daí, é difícil perceber se foi a Espanha que relaxou – desde logo com as saídas de Pedri e Nico Williams, porventura já uma gestão para a Final – ou se não conseguiu então encontrar antídoto para suster a “louca cavalgada” francesa, que, depois de chegar ao 3-5, terá acreditado, o que reforçou com o 4-5, que, contudo, chegaria já tarde demais.

Num jogo frenético – em que houve de tudo, com um penalty para cada lado, um auto-golo e evolução completamente atípica do marcador –, e depois de ter ficado a sensação de que a Espanha dominara a seu bel-prazer, a ideia final que perdura foi a de que, com mais alguns minutos, a França teria conseguido mesmo completar o que seria, a todos os níveis, uma recuperação verdadeiramente épica.

Que os ataques se superiorizaram claramente às defesas não restam dúvidas; o que ficou por esclarecer foi se as fragilidades defensivas evidenciadas de parte a parte serão sistémicas – no caso da equipa espanhola, como que emulando a forma de jogar do Barcelona nesta temporada –, ou de índole pontual/casual.

Em qualquer caso, Portugal terá perfeita noção de que não encontrará facilidades no Domingo, numa aliciante Final ibérica…

5 Junho, 2025 at 10:04 pm Deixe um comentário

Alemanha – Portugal – Liga das Nações da UEFA – 1/2 finais

AlemanhaPortugal1-2

Alemanha Marc-André ter Stegen, Jonathan Tah, Robin Koch, Waldemar Anton (71m – Felix Nmecha), Joshua Kimmich, Aleksandar Pavlović (71m – Karim-David Adeyemi), Leon Goretzka, Maximilian Mittelstädt (60m – Robin Gosens), Leroy Sané (60m – Serge Gnabry), Florian Wirtz e Nick Woltemade (60m – Niclas Füllkrug)

Portugal Diogo Costa, João Neves (58m – Nélson Semedo), Rúben Dias, Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Rúben Neves (58m – Vítor Ferreira “Vitinha”), Bernardo Silva, Francisco Trincão (58m – Francisco Conceição), Bruno Fernandes, Pedro Neto (83m – Diogo José “Jota”) e Cristiano Ronaldo (90m – João Palhinha)

1-0 – Florian Wirtz – 48m
1-1 – Francisco Conceição – 63m
1-2 – Cristiano Ronaldo – 68m

Cartões amarelos – Jonathan Tah (80m), Florian Wirtz (84m) e Niclas Füllkrug (85m); Roberto Martínez (Treinador – 52m), Rúben Neves (52m) e Rúben Dias (85m)

Árbitro – Slavko Vinčić (Eslovénia)

Allianz Arena, Munique – Alemanha

Desta vez nem sequer se terá tratado da velha máxima de um jogo com duas partes distintas. Porque, de facto, o que fez mudar a configuração do embate foi, na sequência do golo da Alemanha, a alteração promovida por Roberto Martínez, com as substituições operadas já próximo da hora de jogo, e que tão rapidamente frutificaria.

Com a “cabeça no cepo” (começaram a avolumar-se os rumores de que não resistirá, sequer, até à fase de qualificação para o Mundial, perante o perfilar de candidatos à sua sucessão, em especial, José Mourinho e Jorge Jesus), Martínez fez alinhar um “onze” inesperado e dificilmente compreensível, desde logo, com o relegar de Vitinha para o banco; e, acrescendo à estranheza, a colocação de João Neves como lateral direito…

Com um histórico muito desfavorável, surgindo a Alemanha como uma espécie de “papão”, as sensações não eram muito boas, não se antecipando que a estratégia pudesse resultar.

E, de facto, tal foi-se confirmando em campo, com a equipa portuguesa a evidenciar muitas dificuldades para chegar ao último terço do terreno, sem conseguir “ter bola”, vendo-se compelida a procurar explorar a profundidade (sobretudo a velocidade de Pedro Neto, que, um par de vezes, enfrentou o guardião contrário), enquanto a formação germânica se assenhoreava do jogo, e, à medida que o tempo ia avançando, ameaçava crescentemente a baliza de Diogo Costa, colocado à prova em duas ocasiões, a que deu notável resposta.

O nulo subsistiria até ao intervalo, mas, logo no recomeço, a Alemanha chegava mesmo ao golo, como, já há algum tempo, se podia ir antevendo.

Decorrendo talvez de uma alteração a nível mental, após ter alcançado a vantagem, e/ou incapaz de se adaptar às mudanças de posicionamento da equipa portuguesa, a turma da casa como que desapareceu do jogo, de forma algo inusitada. Em contraponto, sobressairiam as individualidades portuguesas.

Sob a batuta de Vitinha, com Nuno Mendes a dinamitar a organização contrária, Francisco Conceição – entrado em campo há cinco minutos –, inspirado decerto pelo “hat-trick” apontado pelo pai, há 25 anos (na, até agora, última vitória portuguesa), encheu-se de confiança, e, depois de ganhar posição, internando-se no terreno, visou a baliza, com um remate de longe, bem colocado, que resultou no golo do empate.

Apenas mais cinco minutos volvidos, outra jogada rápida, em que se destaca a brilhante arrancada de Nuno Mendes, Cristiano Ronaldo – em posição no limite do “fora de jogo” – surgiria isolado frente ao guardião contrário, não vacilando, conseguindo dar a melhor sequência ao lance, fazendo anichar a bola no fundo das redes. Portugal operava uma sensacional reviravolta, passando a ganhar por 2-1.

Até final, com a Alemanha, necessariamente, a procurar assumir maior risco, em busca de, pelo menos, restabelecer a igualdade, a equipa portuguesa, beneficiando de mais espaços, podia ter inclusivamente sentenciado o desfecho, com um terceiro golo, não fora duas incríveis paradas de ter Stegen, a remates, quase à “queima roupa”, de Diogo Jota e Francisco Conceição.

Alcançando um êxito com o seu quê de inesperado, frente a um adversário poderoso, e em reduto alheio, e mais, da forma convincente como foi obtido, Roberto Martínez terá conseguido, para já, afastar o “fantasma” do despedimento. Mas continuará a ser-lhe exigido muito, agora ante um outro rival, ainda mais temível, na que será apenas a quarta final da história da principal selecção portuguesa (depois de 2004, 2016 e 2019).

4 Junho, 2025 at 10:04 pm Deixe um comentário

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