Mundial Clubes – 2025 – Benfica – Chelsea
29 Junho, 2025 at 1:39 am Deixe um comentário
1-1 (1-4 a.p.)
Benfica – Anatoliy Trubin, Fredrik Aursnes (85m – Tiago Gouveia), António Silva, Nicolás Otamendi, Samuel Dahl, Florentino Luís (70m – Gianluca Prestianni), Leandro Barreiro, Ángel Di María, Orkun Kökçü (85m – João Veloso), Andreas Schjelderup (45m – Kerem Aktürkoğlu) e Evangelos “Vangelis” Pavlídis (70m – Andrea Belotti)
Chelsea – Robert Sánchez, Reece James (80m – Malo Gusto), Levi Colwill (118m – Aarón Anselmino), Benoît Badiashile (69m – Oluwatosin “Tosin” Adarabioyo), Marc Cucurella, Moisés Caicedo, Roméo Lavia (86m – Trevoh Chalobah), Enzo Fernández (80m – Kiernan Dewsbury-Hall), Cole Palmer, Pedro Neto e Liam Delap (80m – Christopher Nkunku)
0-1 – Reece James – 64m
1-1 – Ángel Di María (pen.) – 90m+5m
1-2 – Christopher Nkunku – 108m
1-3 – Pedro Neto – 114m
1-4 – Kiernan Dewsbury-Hall – 117m
Cartões amarelos – Evangelos “Vangelis” Pavlídis (50m), Florentino Luís (62m), Orkun Kökçü (82m), António Silva (90m+2) e Gianluca Prestianni (90m+6) e Tiago Gouveia (120m); Moisés Caicedo (61m), Cole Palmer (92m) e Levi Colwill (102m)
Cartão vermelho – Gianluca Prestianni (91m)
Árbitro – Slavko Vinčić (Eslovénia)
Bank of America Stadium – Charlotte (16h00 / 21h00)
Foi bastante difícil ter ficado acordado até à 01h40 para ver este desafio (e, depois disso, ainda mais algum tempo, a procurar digeri-lo): após as quase duas horas e meia de intervalo, na partida com o Auckland, em Orlando, desta vez terá sido, porventura, batido o record do jogo de futebol “mais longo” de sempre: tendo tido início às 21h00 (hora de Lisboa), só viria a ficar concluído praticamente quatro horas e quarenta mais tarde! E, tudo isto, para acabar num resultado destes…
Tão difícil como o Benfica conseguir ter exibições de nível consistente. Depois da muito boa meia hora inicial na partida frente ao Bayern, o desempenho desta noite fez lembrar um (outro) encontro com o Bayern, mas o de Novembro do ano passado, em Munique, da Liga dos Campeões: voluntária ou involuntariamente, a verdade é que, praticamente desde início a equipa benfiquista se viu remetida para o seu sector mais recuado, raras vezes conseguindo chegar ao meio-campo contrário.
Nestas circunstâncias, era expectável – uma mera questão de tempo – o que veio a acontecer (mais ou menos na mesma fase de jogo do que sucedera na Alemanha), com o Chelsea, naturalmente, a quebrar a barreira defensiva e a chegar ao golo. É verdade que, na primeira parte, pese embora um domínio quase permanente, só por duas vezes teve oportunidade de marcar, negadas por mais uma incrível parada de Trubin, e por um providencial corte, de cabeça, em cima de linha de baliza, de António Silva, outra vez a salvar um golo.
Ainda assim, o nulo ao intervalo era um resultado muito lisonjeiro para o Benfica. Esperava-se que pudesse haver rectificações para a segunda parte, mas a substituição de Schjelderup por Aktürkoğlu não traria efeitos práticos vantajosos. E, mesmo que o Chelsea não tivesse sido tão intenso, o jogo continuou a ser praticamente de “sentido único”.
O golo da formação inglesa acabaria por surgir de uma forma que não seria a mais previsível: Florentino fez um passe transviado, o Chelsea recuperou a bola, e o próprio médio teve de fazer falta, para travar a investida contrária, vendo, por isso, o cartão amarelo. Na conversão do livre, muito descaído para o lado esquerdo (quase junto à linha lateral), terá havido falta de comunicação entre o guarda-redes e os seus defesas, e a barreira (apenas de dois elementos) ficou mal posicionada. O lateral direito, Reece James, surpreendeu tudo e todos: quando se esperava o cruzamento para a área, visou directamente a baliza, apanhando Trubin desprevenido, tendo a bola, bem colocada, entrado junto ao primeiro poste, sem hipótese para o guardião, com reacção muito atrasada.
Só já dentro do quarto de hora final, Prestianni teria então uma flagrante ocasião para marcar, mas faltou-lhe a serenidade necessária.
Bruno Lage tinha acabado de fazer o que seriam as suas duas últimas substituições, com as entradas de Tiago Gouveia, e, inesperadamente, também do jovem João Veloso – “lançado às feras” num contexto muito adverso, a cinco minutos do final do embate, e com a equipa em forte risco de eliminação –, quando o encontro foi interrompido, devido às condições climatéricas (outra vez os trovões e relâmpagos, que, a cada repetição, obrigam ao adiamento da retoma do jogo por mais meia hora!).
Eram já cerca de 23 horas, e teve de esperar-se, (im)pacientemente: primeiro agendado para as 23h35, depois para a meia-noite, o desafio só seria reatado, para disputar os quatro minutos sobrantes, por volta das 00h45!
Tal como sucedera oito dias antes, a (demorada) paragem fez bem ao Benfica. Sem nada a perder, reentrou em campo verdadeiramente determinado a chegar ao golo, e seria premiado, já em período de descontos (haveria mais de oito minutos de compensação), quando um contacto com o braço de um defesa do Chelsea foi sancionado com grande penalidade.
Ao minuto 90+5, Di María, muito focado, não vacilou, apontando o seu quarto golo em outras tantos penalties de que dispôs nesta competição, o que, neste preciso momento, faz dele (por agora) o melhor marcador desta edição do Mundial de Clubes! Foi, também, o seu último golo ao serviço do Benfica, de que se despediu no final da contenda.
Assim chegado “ao céu”, empatando o encontro a uma bola, e ganhando o direito a disputar meia hora adicional – na qual entrava com ascendente mental –, a formação benfiquista viria, contudo a cometer um incrível “hara-kiri”, mas de forma ainda demorada e provocando grande sofrimento: Prestianni, que vira o amarelo ao minuto 90+6, seria novamente admoestado, logo no primeiro minuto do tempo extra, fazendo-se expulsar, com dois cartões em apenas três minutos!
O Benfica resistiria ainda durante toda a primeira parte do prolongamento, até à débâcle, com três tentos sofridos em menos de dez minutos, entre os 108 e os 117… Claro que, aqui, determinante foi o 1-2, quando Nkunku finalizou uma jogada nascida de uma perda de bola (não recuperada) de Leandro Barreiro, a meio-campo. Destroçada física e animicamente, a equipa portuguesa viu rebentar-se o dique, não sendo capaz de suster as rápidas transições do adversário, fechando a sua presença nesta competição com um revés demasiado castigador.
Um desempenho que, infelizmente, foi bem o reflexo do que foi esta temporada, repleta de equívocos, em que “tão perto” esteve de poder ter sucesso(s), mas em que acabaria por fracassar em “toda a linha”. Não basta o clássico e estéril “assumir de responsabilidades”; vai ser necessário agir(mos) todos.
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